Após a queda da mítica Atlântida, poderes são aprisionados no Cometa-Prisão e a libertação deles dão início a uma nova ordem.
 
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 Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna

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MensagemAssunto: Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna   Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna EmptySeg Fev 03, 2020 6:11 pm

Onde Lahyla al-Talibah, um dançarina do deserto que foge de um culto de assassinos e faz amizade com um antigo elemental do ar.


Última edição por Anfitrião em Qui Jan 07, 2021 1:36 pm, editado 6 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna   Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna EmptySáb maio 16, 2020 5:10 pm

ATO 1

Proximidades de Najaf, Vilaiete de Bagdá, Império Otomano, 1913.

Nascida na casa de um grande sacerdote do deserto, Lahyla al-Talibah, assim como sua irmã Latifah, foi educada nas artes milenares de sua família. Sua educação consistia na arte da dança do ventre, mas não uma dança do ventre comum. As dançarinas da tribo creem numa relação íntima, sem intermediários e contínua com o universo — visto como uma entidade viva e pensante. Para alcançar essa relação, elas tomam uma beberagem ritual de ervas maceradas, um segredo só conhecido pela própria tribo. Então, as dançarinas sintonizam a mente com o universo. Desde pequena, Lahyla demonstrou interesse nessa dança, entusiasmada com as dançarinas e imitando os movimentos das mulheres adultas. Sendo assim, ela começou a trilhar o caminho da dança e se destacou muito, deixando sua irmã e todas as outras estudiosas para trás.

Os anos se passaram, e ela cresceu em graça e em sabedoria. Mas o destino foi perverso. Durante uma invasão ao seu assentamento, suas tendas foram saqueadas e muita gente morreu. Lahyla tentou deter os invasores, assim como seu mestre e ambos foram capturados. Seu mestre, Ishaq, era o líder da tribo e quem guardava os segredos da mistura de ervas das odaliscas. Era também um conhecido alquimista e suas criações, poções, unguentos e pastas eram tidos como verdadeiros tesouros mágicos. Seu estoque foi repartido entre os soldados, pois acreditavam que tinham propriedades milagrosas. A verdade é que Ishaq era realmente um mago e suas poções continham magia verdadeira.

Por muito tempo, Lahyla foi usada por seus captores como atração e ao notar as qualidades de sua nova refém, o líder dos mercenários mandou um mensageiro para um contratante, pois sabia que a dançarina seria um tesouro para quem soubesse utilizar seus dotes. Seu nome era Roderick, um estrangeiro que chefiava um grupo de mercenários locais que caçavam tesouros perdidos para vender no Mercado Negro. Ele conversava com outro estrangeiro, um oriental chamado Zhang, que estava muito interessado nas poções de Ishaq, mas não prestava atenção à importância de Lahyla.

Certa noite, Roderick solicitou-a em seus aposentos, fazendo-a se separar de seu mestre que, ao protestar contra, foi alvo de uma surra. Ishaq recebeu tantos golpes que desfaleceu em meio a uma poça de sangue. Lahyla pensou que agora estava sozinha e era a única que restava de sua tribo. A sós com seu algoz, ela dançou e com seus movimentos hipnóticos desnorteou o soldado que foi morto pelas mãos ágeis de Lahyla.  Sem ser notada, escapou por entre as barracas e só bem distante ouviu o som do alarme do acampamento.

Foragida, ela percorreu boa parte do deserto com soldados em seu encalço até encontrar um oásis e esperar por uma reviravolta de sua sorte. Precisaria manter-se segura e escondida. A dançarina vai até uma pequena lagoa de águas límpidas que refletiam a luz prateada da lua, rodeada de palmeiras e arbustos. O vento, que começava a indicar a diminuição da temperatura, trazia até o nariz de Lahyla um cheiro de fruta madura. Ao que parece, não só água e lenha a foragida tinha encontrado, mas também comida e talvez até um pouco de carne, com sorte.

Lahyla permanece quieta nas dunas próximo ao Oasis até a noite cair. Como estava fugindo, teve medo de ser capturada e um local como aquele onde estava poderia ser um local onde os seus raptores procurariam. Ela procurara lá. Mas eles não vieram.

— Era de se esperar de tão burras pessoas. Também, trabalhando para aquele crápula do Roderick. – Ela fala isso pra si mesma, mas suas mãos se fecham em torno da espada afiada que por muito tempo serviu para ceifar a vida de seus inimigos e que no fim levou ele diretamente para o mármore do inferno. Ela não tem um pingo de remorso por ter matado aquele monstro.

À noite, quando a lua iluminava todo o local tanto vindo do céu, como vindo do seu reflexo ela foi fazer o reconhecimento do local. A água parecia limpa, e possivelmente boa para consumo. Caminhando pelo local, ela percebe a presença de algumas árvores frutíferas. Grandes palmeiras tamareiras e alguns damasqueiros enchem o local com seus doces aromas.

Lahyla lembra de quando comia essas frutas quando saia pelo deserto com seu pai. Ele a ensinou como escolher as melhores tâmaras. Isso nunca foi dificuldade nem para ela, nem para sua irmã que aprenderam muito sobre como sobreviver em terras desérticas. Ela lembra de sua irmã e imagina de algum dia irá reencontrá-la.  

Após comer algumas frutas e separar outras, Lahyla se aproxima da pequena lagoa e se prepara para tomar um banho. Prudentemente, para não correr o risco de ser pega em uma emboscada ela deixa a sua nova espada à distância de um pulo. Manter-se segura e escondida. Esse é seu novo lema. Após mergulhar nas águas do Oasis, a Odalisca sente um puxão nas suas pernas. Antes de afundar ela consegue sacar de sua espada e vai a pique.

Ao abrir os olhos sob as águas, graças a iluminação da lua, ela consegue ver o que a atacou. Uma criatura feita de limo estava submersa e montou uma emboscada para Lahyla. Sacando de sua cimitarra, ela conseguiu cortar um tentáculo e subir para respirar. Para não correr o risco de outro ataque, ela enche seus pulmões e avança novamente contra a criatura. Ela não é forte. Seus ataques são baseados na surpresa e essa vantagem ela não tinha mais.

Sem dificuldades ela consegue matar a criatura. Após observar com atenção, ela percebe um objeto brilhante que chama a atenção dela no fundo do lago. Ela ainda com a espada em sua cintura mergulha até o fundo e agarra o pequeno baú. Com um esforço de suas pernas ela consegue trazer o objeto até a superfície e arrasta o mesmo até a areia.

— O que será que minha sorte me reserva nesta noite tão turbulenta. – E, pensando assim, ela tenta abrir o seu espólio de guerra.

O baú estava cheio de lodo e restos do limo, provavelmente tinha sido pertencente a uma antiga vítima da criatura que Lahyla acabara de dar cabo. Forçando a tranca com sua espada, a fugitiva consegue abri-lo revelando, em meio a água e argila, um anel simples com uma pedra azulada engastada em seu topo. Lahyla coloca o anel no dedo anelar e a gema brilha levemente. Seus conhecimentos mágicos sobre os aspectos da magia são suficientes para entender que a gema está ligado à energia táumica elemental, mais precisamente ao elemento ar, mas não entende ainda como funciona o anel, tampouco para que ele serve.

Contente com o tesouro conquistado, um monstro destruído e com comida para os próximos dias, Lahyla finca acampamento no oásis, ao menos até a noite seguinte, quando avaliaria se seus perseguidores estariam próximos.


[Resolução]

Nem tudo é o que parece neste oásis, pois Lahyla enfrentará alguns perigos se quiser sobreviver com a ajuda do lugar.


  • Colher as tâmaras, ND06. As tâmaras servem para saciar a fome de Lahyla e serem utilizadas para evitar a perda de PV devido à fome.

Lahyla usa Sobrevivência para Colher Tamara: :clubs:2+4 Bônus +7:spades: =13. Sucesso! Ganha 1 XP.


  • Enfrentar o limo do lago, ND10. Uma criatura estranha espreita dentro do lago e atacará o que quer que se aproxime.

Lahyla usa Espadas para enfrentar o limo: :spades:3 + 4 Bônus + X:diamonds: = 17. Sucesso! Ganha 1 XP.


  • Pegar o baú no fundo do lago, ND06. Um objeto brilhante chama a atenção no fundo do lago.

Lahyla usa Natação para pegar o baú: 3:spades: + 4 Bônus + 9:spades: = 16. Sucesso! Ganha 1 XP.


Última edição por Anfitrião em Qui Jan 07, 2021 1:40 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna   Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna EmptyQua Jul 08, 2020 5:09 pm

CENA 2

Badia al-Sham, Península Arábica 1913.

Os primeiros raios solares tocavam o rosto de Lahyla após passar uma noite tranquila naquele oásis. Fez o desjejum com as tâmaras colhidas e guardou o restante num embrulho improvisado com as folhas da palmeira, pensava em levar água consigo, mas não havia onde armazenar. Foi quando seus pensamentos foram interrompidos com o barulho do blatero de um camelo. Pensando em se tratar de algum de seus perseguidores, tratou de se esconder entre os arbustos para espionar quem quer que viesse. Após um breve momento de paz, Lahyla percebe que não interessa onde quer ela vá, a guerra vai segui-la.

— Deve ser um dos homens de Roderick. Deve estar em busca de vingança pela morte de seu senhor. – Pensa ela, após observar um homem chegando e se aproximando do Oasis montado em um camelo.

A odalisca olha com atenção e pensa se já viu seu rosto antes e percebe que deixou alguns de seus pertences e as cascas de sua refeição próximo ao local de onde o homem estava. Ele iria encontrá-la. Ela saca sua espada e fica a espreita até que uma voz vinda do mármore do inferno faz seu coração bater bem forte. 


Após um noite tranquila, Dastan aproveita o frescor da manhã para procurar água, pois sabe melhor do que ninguém que o deserto pode ser naturalmente muito cruel para aqueles que decidem viver nele. Ele avista ao longe o que parece ser um oásis, na pior das hipóteses uma miragem, mas sua experiência o faz acreditar ser a primeira opção, então, montado em seu camelo eles disparam em direção ao local.

“Uma pequena lagoa de águas cristalinas, ao seu redor palmeiras e arbustos, ótimo lugar para passar o dia antes de seguir viagem a noite”, pensou o nômade.

Ao abaixar na beira do lago para abastecer seus três cantis, Dastan observa rastros recentes, provavelmente quem passou por ali ainda estava por perto, nesse momento ele muda de ideia e decide seguir viagem, mas assim que se prepara para partir Dastan ouve cavalos se aproximando. Mal sinal, pensa ele.

Dastan assombra-se com os cavalos, ninguém andava naquela parte do deserto. Não poderia esconder-se e a seu camelo, então decide ficar e esperar para ver quem era. Uma comitiva de treze cavaleiros chega ao oásis, todos eles, com exceção de um, usavam túnicas com um emblema representando um olho. Mais gente do que Dastan gostaria de encontrar e para sua má sorte, o beduíno reconhece o símbolo, trata-se de uma seita, a Sociedade do Grande Olhos, comumente conhecidos por Observadores, que pretendia dominar toda a região norte da Península Arábica e tinham sua base no Castelo Alamut, na Cordilheira Elbruz.

O nômade preferia ter se escondido se soubesse que aqueles pertenciam aos Observadores, embora o líder deles não vestisse as roupas típicas da sociedade. Pelo contrário, era nitidamente um estrangeiro, mas Lahyla o conhecia, seu nome era Roderick. Ele a tinha feito de prisioneira dias antes e ela pensava tê-lo matado com um golpe de espada, na noite em que fugiu. Era imprescindível que ela se mantivesse escondida.

— Salamaleico, nobre homem – diz o estrangeiro – Não queremos lhe fazer mal, apenas procuramos por uma fugitiva, uma ladra que carrega um item muito importante para os meus companheiros. Viu alguma mulher fugindo por estas paragens? Qualquer informação será muito bem recompensada!
— Alaikum As-Salaam – responde Dastan – Gostaria muito em lhe ajudar, habibi, mas estou só de passagem para me abastecer e seguir viagem, já estava de partida quando vocês chegaram.

O estrangeiro tinha um forte sotaque americano, mas suas palavras educadas escondiam uma intenção maliciosa. Quando os homens desceram de seus cavalos para procurar por Lahyla entre os arbustos do oásis, ela sabia que precisaria enfrentá-los. Lahyla pensa se realmente deu cabo de seu antagonista. A espada em suas mãos sente a pressão que a mesma faz com suas mãos trêmulas de ódio e pavor. Vários homens o acompanham e ela percebe que o homem do camelo não é um deles, mas pode ser uma ajuda. Assim sendo, continua escondida até tudo passasse, mas como Alah não lhe deu uma boa sorte hoje, ela percebe o início da formação de uma tempestade de areia.

Um dos capangas percebe o desleixo deixado por Lahyla na beira do lago e abaixa pra observar. A odalisca como uma naja ataca seu corpo saltando de dentro do mato. Após o ataque ela arrasta o corpo daquele para o mesmo arbusto e é observada pelo forasteiro. A tempestade era iminente e agora ela saberia se ele é amigo ou não.

— Senhor, não tenho tempo para explicar. Apenas digo que não sou uma ladra e que esses homens me perseguem. Mas a tempestade se aproxima e temos que fugir. A nuvem de areia tem densidade maior perto do chão e é mais amena no topo de uma colina, vamos para lá e chegando eu te explico tudo – Ela implora, com esperança em seus olhos, esperando a atitude de Dastan.

Nesse momento as coisas começam a fazer sentido Dastan e fica claro que a mulher que os Observadores procuram era aquela. Toda a movimentação faz com que Dastan perceba que aquilo não vai acabar bem e, seguindo sua honra, resolver agir, ajudando o lado mais fraco.

Roderick percebe a movimentação e se aproxima, Dastan por trás dos arbustos observa sua chegada, assim que o estrangeiro chega perto, o nômade agilmente saca sua cimitarra e aplica uma estocada, ferindo Roderick.

— Eu devia saber! Está escondendo a vadia fugitiva! Homens, matem-no e achem a cadela!

Lahyla se desespera, são muitos homens para enfrentar sozinha, mesmo com a ajuda do beduíno, mas Dastan não é um simples nômade do deserto e mostra todo o seu poder de guerreiro. Os onze se dividem, dois cuidando e protegendo Roderick e os nove restantes divididos em três trios. Enquanto um procura por Lahyla, encontrando o corpo desfalecido do companheiro desaparecido, outro circunda o oásis munidos de espingardas e o terceiro avança sobre Dastan.

Preparado, o guerreiro enfrenta o trio de observadores com maestria e sem esforço. Sabia que aqueles homens há muito abandonaram a vida de bem e se transformaram em crápulas capazes de cometer as maiores atrocidades em nome de seu culto profano. Uma das vontades de Dastan é exterminar o Culto e livrar a região destes malfeitores.

Dastan espera o primeiro chegar perto o suficiente e finca a cimitarra em seu ventre, tingindo de vermelho suas vestes cor de areia e forçando-o a se prostrar. Prostrado no chão, o capanga serve de trampolim para que Dastan salte sobre o segundo observador segurando sua arma com as duas mãos e fazendo um corte no ombro direito dele que o faz largar a arma e rolar no chão, cheio de dor, com seu corpo sujo de sangue e areia. O terceiro, apavorado com a eficiência dos golpes que Dastan aplica com facilidade, hesita por tempo suficiente para que o nômade faça cortes nas suas pernas, fazendo com que o capanga sente sobre os pés e também largue sua espada, rendendo-se.

Porém, havia outros dois trios, além dos dois capangas que ficaram cuidando de Roderick e Dastan talvez não pudesse encarar todos de uma vez. Sem maiores alternativas, Dastan decide dar um voto de confiança para a mulher, ele monta um dos cavalos que estava próximo e ajuda Lahyla a subir, afugentando os demais e assobiando para que seu camelo o seguisse. Em disparada, a dupla foge do oásis, atropelando um dos cavaleiros no caminho, pois além do perigo imediato uma tempestade de areia se aproxima.

A tempestade do deserto chegou rápido ao oásis, cobrindo o lugar de areia e forçando os observadores e buscarem abrigo entre os poucos arbusto ou no lago. Dastan e Lahyla, porém, conseguiram uma boa dianteira, mas não conseguiriam manter-se a salvo por muito tempo. A dupla segue o plano de Lahyla e, por sorte, encontram uma colina com diversas ravinas próximas umas das outras, lugar ideal para que a nuvem de areia se assentasse, enquanto eles sobem para o ponto mais alto. No entanto, a tempestade não parecia um evento típico, enquanto se refugiavam sob o manto de Dastan, eles tiveram quase certeza de ter visto um rosto se formando entre os detritos, como se os obrigasse a chegar àquele determinado ponto, guiando-os até aquele lugar. Os ventos fortes chegaram a cortar as vestes grossas do nômade e Lahyla pensa que estaria em sérios apuros se não fosse por ele, pois as vestes um tanto obscenas que usava foram ofertadas por Roderick para seu entretenimento.

Entre as lufadas de ar com areia que levavam, a dupla vislumbrou uma passagem escondida na rocha, que obviamente não era uma formação natural, pois, além de formar linhas retilíneas e cruzadas com perfeição, exibia detalhes que eram nitidamente esculpidos e quatro colunas que suportavam um teto também ricamente detalhado. Percebendo que ficar ao relento iria lhes causar muito dano, Lahyla e Dastan foram forçados a se abrigar no pórtico de pedra.


[Objetivos]
Achar Lahyla, ND 06.
Dastan: ♣2 + 4(Rastreio) = 6. Sucesso! Dastan ganha 1XP.
Vencer os observadores, ND 06 cada um (São 12)
Lahyla: ♠3 + 4(Espadas) + 2♦ = 09. Sucesso! Lahyla ganha 1 XP.
Dastan: ♠4 + 2(Arena) + 2(Arma Veloz) = 8. Sucesso! Dastan ganha 1 XP.
Dastan: ♠4 + 2(Arena) + 2(Arma Veloz) = 8. Sucesso! Dastan ganha 1 XP.
Dastan: ♠4 + 2(Arena) + 2(Arma Veloz) = 8. Sucesso! Dastan ganha 1 XP.
Dastan (fugindo com Lahyla):  ♠4 + 4(Montaria) + 2(Arena) = 10. Sucesso! Dastan ganha 1 XP.
Vencer Roderick, ND 10.
Dastan: ♠4 + 6♠ + 2(Arena) + 2(Arma Veloz) = 14. Sucesso! Dastan ganha 1 XP.
Resistir à tempestade de areia (ou fugir dela), ND 14.
Lahyla: ♣2 + 4(Sobrevivência nos Ermos) + 8♣ =14. Sucesso! Lahyla ganha 1 XP.
Dastan: ♣2 + 4(Sobrevivência nos Ermos) + 2(Arena) + 6♣ = 14. Sucesso! Dastan ganha 1 XP.


Última edição por Anfitrião em Qui Jan 07, 2021 1:41 pm, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna   Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna EmptyQui Ago 13, 2020 6:52 pm

CENA 3


Badia al-Sham, 1913.


Em meio ao caos formado por todo o turbilhão de vento e areia, uma combinação altamente mortal. Lahyla sabe que seria mais uma das vítimas das areias do deserto sem a ajuda de Dastan. A odalisca faz uma silenciosa prece aos imortais e agradece a presença desse homem e clama por proteção. Após uma observação mais cautelosa eles conseguem encontrar uma paisagem atípica nos arredores do local onde se encontram, entre as lufadas de ar com areia que levavam, a dupla vislumbrou uma passagem escondida na rocha, que obviamente não era uma formação natural, pois, além de formar linhas retilíneas e cruzadas com perfeição, exibia detalhes que eram nitidamente esculpidos e quatro colunas que suportavam um teto também ricamente detalhado. Percebendo que ficar ao relento iria lhes causar muito dano, Lahyla e Dastan foram forçados a se abrigar no pórtico de pedra.


A ventania se intensifica, aquela não era uma tempestade de areia comum, obrigando os fugitivos a se proteger na entrada do templo. Um túnel escuro parecia mais seguro que ficar à mercê de ter sua pele castigada pelos fortes ventos carregados com areia. A passagem leva a uma sala circular com uma pequena piscina circular no centro. Com uma profundidade de pouco mais de meio metro e ainda contendo um pouco de água escura, com insetos e outros invertebrados nadando nela. Dastan reconhece o lugar como uma sala de purificação, onde quem quer que frequentasse este templo deveria utilizar a água para lavar mãos, rosto e pés antes de continuar para a passagem adiante, que está bloqueada por portas de pedra e escombros. Embora desgastadas, eram perceptíveis algumas pinturas desbotadas nas paredes, mostrando um vulto cujos olhos pareciam olhar o admirador das figuras.


[Desafio]


  • Forçar a porta para o Salão Principal, ND 06.
  • Dastan: 2:clubs: + Rastreio (4) + Arena (2) = 8.
  • Sucesso! Dastan ganha 1 XP.



Com a porta desbloqueada, Lahyla e Dastan entram num salão enorme, onde o nômade diz que ali eram feitos os rituais dos sacerdotes. Cercado por pilastras, um pedestal com dois castiçais prateados ao seu lado suporta um caixão decorado com sinais desconhecidos tanto do guerreiro do deserto, quanto da dançarina das estrelas, mas contém um símbolo sagrado dourado incrustado no centro da tampa representando uma espiral. Assim como na câmara anterior, as paredes apresentam pinturas desgastadas de um homem de vestes azuis e um elmo dourado. Esta mesma figura mitológica é representada em duas estátuas que ficam encostadas nas paredes de fundo, guardando uma passagem, cada uma e segurando maças, uma em com espinhos representando o Sol e outra com pequenos círculos representando a Lua.


Seguindo por seu caminho, Dastan segue contando para Lahyla só detalhes que percebe no local, ela por sua vez compartilha com ele algumas informações já que possui uns conhecimentos místicos e assim, ambos vão destrinchando o local, cada vez mais motivados a descobrir tudo que o templo esconde. Mantendo essa vontade de desbravar, ambos concordam em abrir o sarcófago que se encontra isolados no meio do salão. Já pressentindo que algo de ruim pudesse acontecer, ambos se equipam com suas armas e, nesse momento, o guerreiro do deserto percebe a arma da odalisca.


– Bonita espada. Será que em mãos tão macias elas conseguem ser letais como parecem ser – comenta o nômade.


– Infelizmente, eu não a usei em toda sua força – suspira a moça – senão ele não teria me encontrado no oásis. Mas não vou falhar novamente – diz ela segurando com mais força o cabo ornamentado da espada de seu rival.


Ao abrir o sarcófago, as duas belas estátuas do local partem para defender alguma coisa  ali escondida. Ambos lutam contra as criaturas. Dastan com sua arma afiada e fúria enfrenta a estátua solar. Sua cimitarra descrevendo golpes aéreos ascendentes, mas a rocha dura da escultura é praticamente imune aos riscos da arma de corte, embora fosse ágil o suficiente para aparar os golpes e evitar os ataques com a maça-estrela. De igual forma, Lahyla encontra dificuldade para vencer, já que sua espada mal arranhava a rocha da estátua lunar. Não fosse sua agilidade e treino em lutas, estaria perdida. Ambos os “casais” duelam sem cessar, mas apenas as esculturas eram incansáveis. Uma hora, a fadiga cobraria seu preço sobre os corpos de Lahyla e Dastan e, cansados, seriam alvos fáceis para os dois construtos.


Fatigados com o combate contra dois oponentes que não param de atacar e são imunes aos seus ataques. Até que as estátuas atacam e acertam o chão de pedra, deixando um rombo no lugar. Lahyla e Dastan se entreolham e, usando suas habilidades de defesa, rodopiam de modo coordenado, fazendo com que a estátua solar atingisse a estátua lunar ao mesmo que era atacada. As duas maças atingem seus alvos, deixando uma marca solar no tórax da escultura luna e uma marca lunar na escultura solar.



[Desafios]


  • Estátua Solar: Ataque ND 08; Defesa ND 06 (ND 12 contra armas cortantes).
  • Dastan – ATQ 4:spades: +2 (arena) +2 (arma) = 8 x 12. Falha.
  • Dastan – DEF 4:spades: +2 (arena) +2 (arma) = 8 x 8. Sucesso! Dastan não recebe Ferimentos.
  • Estátua Solar: Ataque ND 08; Defesa ND 06 (ND 12 contra armas cortantes).
  • Lahyla – ATQ 3:spades: + 4 (esgrima) = 7 x 12. Falha! 
  • Lahyla – DEF 3:spades: + 4 (esgrima) + 3:hearts: (carta) = 10 x 6. Sucesso! Lahyla não recebe Ferimentos.




Sem nada a perceber de importante no interior do caixão, eles observam que as estátuas guardavam portas e ambos entraram nelas. A escultura que segurava a maça da Lua guardava uma biblioteca com paredes forradas de prateleiras cheias de livros, uma mesa grande com dois pés desabados serviria para os sacerdotes estudarem. Os livros exalam um forte cheiro de mofo e umidade, Lahyla fica extasiada com tamanho acervo e busca com bastante afinco encontrar algo que possa contribuir com seus conhecimentos e é agraciada com um bom livro de feitiços. Sem tempo para ler detalhadamente, guarda em seus pertences, mas identifica de imediato: trata-se do Tomo do Movimento Físico, um livro que, entre outras doutrinas está o Conhecimento de Voo.


[Desafio]


  • Encontrar algum livro de magias, ND 06. Apenas Lahyla.
  • C – Lahyla – 2:clubs: +5:diamonds: (carta) = 7. Sucesso! Lahyla ganha 1 XP.



Lahyla se alegra que poderá usar o conhecimento daquele livro em breve. Talvez pudesse usar o poder de voo para salvar seu pai, mas aquele templo parecia oferecer mais tesouros intocados. A outra sala, guardada pela escultura com a maça do Sol, é outra biblioteca, mas menor. Embora não tenha tantos livros e pergaminhos quanto a anterior, existe uma escrivaninha com uma cadeira e um banco que, embora frágeis com o tempo, ainda parecem ser resistentes o suficiente para serem usados.


Ao vasculhar a escrivaninha, encontram-se escritos em árabe muito antigo. São os diários de Abbas Aaminah, um sacerdote que guardou um tesouro procurado por seus parceiros da Tribo Melchior, mas que temeu que caísse em mãos erradas. Nos manuscritos, ele guarda todos os seus pensamentos em folhas soltas, livros e pergaminhos. O mais interessante é que Abbas revela ter tido contato com uma criatura sobrenatural, que ele pensava ser um deus esquecido, mas que construiu uma verdadeira amizade e prometeu guardar os seus pertences com honra e glória merecidas. Lahyla consegue ler um trecho.


“Eu creio que estas sejam minhas derradeiras palavras. O fim da minha vida está próximo e estou velho e doente. O que entristeceria a qualquer um, apenas me dá a sensação de dever cumprido, pois o universo está ordenado.”


“Meu último pedido será realizado, ah, sim será! Em minha revelação, meu amigo e mestre ressurgiu e me confidenciou que meus desejo seria satisfeito. Cuidarei deste lugar, transformado em sepulcro para meu prezado Haermys, o grande gênio de outro plano material em outras eras. 


“Esta é minha atribuição final. Zelar pelo grande mestre, para impedir que profanadores o perturbem o seu sono sagrado e que seus segredos caiam em mãos impuras.”


Enquanto Lahyla lia fascinada com as inscrições feitas pelo sacerdote Abbas Aaminah e fica ansiosa pela oportunidade de encontrar tal criatura, Dastan acha estranho que o templo terminasse ali. Com a ideia de encontrar algo secreto, o nômade mostra sua habilidade em rastrear e revela a Lahyla outra passagem secreta.


[Desafio]


  • Encontrar a passagem secreta escondida na estante atrás da escrivaninha, onde só há um livro , ND 06.
  • Dastan: 2:clubs: + Rastreio (4) + Arena (2) = 8. Sucesso! Dastan recebe 1 XP.



Atrás da porta secreta, um túnel espiralado, com diversas inscrições também em espirais, leva a um nível inferior, no subsolo do templo. Lahyla reconhece aquelas runas protetoras. São antigos círculos de proteção, anteriores aos Selos Salomônicos que eram usados para aprisionar gênios. Ela entende que as runas estão ali para impedir que espíritos malignos passem por este túnel, evitando a invasão da tumba. Ou a fuga dela!


Concentrada nas runas, Lahyla estava para descer os degraus, quando Dastan percebe um pequeno detalhe. Um fio quase invisível denunciava uma armadilha. Cortando o mecanismo, o nômade vê desmoronar diante de si o chão à frente, revelando um fosso de quase três metros com estacas pontiagudas no fundo. A armadilha mortal é evitada e os aventureiros conseguem contorná-la pelas beiradas do corredor.


[Desafios]


  • Entre o túnel em espiral e a cripta, existe uma armadilha no corredor: o chão se abre revelando um fosse de 3 metros com estacas pontiagudas no fundo, ND 10 para evitar a queda ou para encontrar e desativar.
  • Dastan: 2:clubs: + Rastreio (4) + Arena (2) + Carta (3:hearts:) = 11. Sucesso! Dastan ganha 1 XP.



Não se consegue ver o fim do corredor escuro. Há suportes vazios para tochas nas paredes, indicando que a tumba não recebia luz de outras fontes senão fogo. O chão é revestido por placas planas de rocha. O caminho leva a uma enorme câmara. Duas estátuas semelhantes às encontradas no Salão Principal adornam as paredes logo após a entrada. Um sarcófago ricamente decorado é sustentado por um pedestal repleto de espirais de proteção. Vários castiçais em cada lado, com restos de velas envelhecidas. Atrás do caixão, há um tapete ricamente decorado com espirais e uma figura estilizada, trajando uma armadura dourada com asas.


Assim que a dupla se aproxima, eles ouvem um uivo assustador, um grito de dor muito agudo e lamentoso. Em pleno ar, no meio da sala, a figura estilizada do tapete ganha vida, surgindo como uma imagem transparente.


— Profanadores! Atrevam-se a perturbar o sono de meu mestre? Vão morrer pelas mãos de Abbas!


Dastan nunca deixaria uma criatura perigosa como aquela aparição ser combatida por aqueles a quem ele protege, de modo que ele se lança à frente de Lahyla e chama a luta contra o fantasma para si. Sem cerimônias, Dastan toma a frente do combate para proteger a odalisca e enfrenta o guardião. Lahyla aproveita a oportunidade para conseguir mais espólio e olha dentro do esquife, onde existe somente um chapéu, o item conhecido como Chapéu da Fortuna. Assim que tenta tocá-lo, ela é sugada para dentro dele. Dastan preocupa-se com sua companheira, mas  foca no combate com a criatura, afinal, se não vencesse, ambos estariam liquidados. O nômade percebe como a criatura é magnífica em combate. Seus ataques não são repelidos pelas defesas de Dastan, pois os golpes fantasmagóricos atravessam o corpo do guerreiro e atingem diretamente sua alma. De mesmo modo, os ataques com sua cimitarra transpassam o corpo ectoplásmico, mas sem lhe causar qualquer dano. Dastan engole em seco, estava preparado para enfrentar um ser de carne e osso e não fazia ideia de como vencer o espírito do morto. O guerreiro busca em seus conhecimentos de tantos treinos em combate, mas nada o tinha preparado para aquilo. Ele olha com pesar para Lahyla, não conseguiria salvá-la. Sequer conseguiria salvar a si mesmo, a menos que fugisse, mas isso não era sequer cogitado.


A consciência de Lahyla é levada a um semiplano dentro do artefato, onde se encontra com a figura celestial que o fantasma considera um mestre. Ela, por sua vez, aproveita a oportunidade para conseguir mais um espólio e ao tocar no item protegido, cai num transe sobre os tapetes locais. Assim ele corre para verificar o que aconteceu com Lahyla.


— Apenas os mais temerários conseguiriam chegar até aqui. Quem ousa incomodar o confinamento de Haermys? Ah, vejo que se trata de uma Dançarina das Estrelas. Estava em suas previsões, encontrar o Conselheiro de Atlântida, nativo de Regulus, responsável pela expulsão de Cthulhu e pelo êxodo dos atlantes até a Terra?


Haermys tem uma forma elemental, é um djinn do ar. Seu corpo semivisível é de um homem bem constituído, barbado e careca. Não é possível ver suas pernas, pois seus membros inferiores mais parecem um redemoinho de vento.


— Venha, vou contar como achei até aqui e, se for digna, poderá levar consigo o fabuloso Chapéu da Fortuna, item que lhe ofertará qualquer item material possível para o seu uso pessoal.


O elemental controla as nuvens ao redor de si, então Lahyla percebe que está flutuando num céu tão alto que nem consegue ver o chão. Haermys lhe conta da invasão de Cthulhu sobre Regulus no casamento de sua filha Yaset, de como conseguiu reunir um grupo de regulanos de todas as nações e expulsar o invasor dimensional, não sem antes perder um terço de seus companheiros que foram seduzidos pela abominação, incluindo sua esposa, e também como precisou do sacrifício de outro terço de seus compatriotas para salvar o restante e manter a cultura atlante. Ele também conta de sua chegada à Terra, de como as histórias de seu povo foram base para diversas mitologias e como os conhecimentos trazidos de Regulus forjaram o que hoje é conhecido por magia. Ele continua sua história, explicando que a magia corrompeu alguns humanos e que foi caçado até ser aprisionado neste artefato e sua história serviu de base para as lendas de gênios em lâmpadas.


— Como vê, nobre Lahyla, minha missão foi interrompida, mas sinto que o elo da magia está enfraquecido. Não notou algo sinistro nos céus dos últimos anos? É um sinal de que Cthulhu continua a intentar uma nova invasão. Mas, para isso, preciso que passe em um teste: vença-me e será portadora de grande poder!


— Caro Haermys, eu sou Lahyla Al-Tallibah. Filha de Ishaq, Senhor dos desertos. Não vencerei apenas vosso desafio, não tem como subjugá-lo. Mas tomo para mim seu propósito e com sua ajuda, em nome de todos que caíram lutando e em nome de Abbas Aaminah, rogo pela sua companhia. Sou uma dançarina das estrelas e ofereço toda a minha magia a vossa causa e juntos poderemos vencer Cthulhu.


— Uma dançarina das estrelas? Reconheço estes movimentos. São passos das oraculares aquilinas que previam o futuro e desvendavam o passado. Ela eram importantes inclusive no campo de batalha, quando davam esperança e poder aos guerreiros. Fui casado com uma… Que me traiu e virou uma monstruosidade ctoniana.


— Fui criada para respeitar as tradições e sinto muito pela sua perda, mas tenho meu voto sagrado de cumprir meu papel. Nunca trairia meus princípios. Esta dança é uma honraria dos meus ancestrais, mantida a muito custo e desejada como influência em guerras. Não sei de onde veio, senhor Haermys, mas lhe garanto que estes movimentos estão com meu povo há incontáveis gerações.


— Vejo que exibe um anel elemental, nobre Lahyla. Me alegra saber que não usou seu poder para me impedir de atacá-la, pois eu poderia acabar com sua existência num simples estalar de dedos.


— Como disse, caro Haermys, não vou subjugá-lo, não é meu papel guerrear, mas servir de suporte àqueles que dão seu sangue às batalhas. Sou um baluarte.


— Entendo, dançarina das estrelas. Você se mostrou digna de ser a portadora do Chapéu da Fortuna e eu a guiarei daqui de dentro, mas se você se perder do caminho, negarei o acesso aos seus poderes.. Poderá me consultar sempre que precisar.


Como um ato de comunhão, Haermys retira uma maçã de dentro do chapéu que usava. Assim que Lahyla morde o pomo, seus olhos materiais são abertos, a tempo de ver que o fantasma de Abbas dominava o corpo de Dastan. A expressão do rosto do nômade muda, ele aponta para a odalisca e grita.


— Violadora! Não deixarei que leve o tesouro de meu mestre como espólio! Aqui será a sua sepultura!


[Desafios]


  • Enfrentar o Fantasma de Abbas, ND 14.
  • Dastan: 4:spades: +2 (arena) +2 (arma) + Critico do Deserto (A)= 22.  Falha. Abbas é imune a golpes materiais.
  • Vencer o Desafio de Haermys, ND 14.
  • Lahyla: 2:clubs: + Dança (4) + Poder Oculto (2) + Carta (A:clubs:) =  20. Sucesso! Lahyla ganha 2XP.


Última edição por Anfitrião em Qui Jan 07, 2021 1:41 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna   Episódio 05 - O Chapéu da Fortuna EmptySáb Dez 05, 2020 12:42 pm

CENA FINAL


Badia al-Sham, 1913.



Lahyla recebeu a honra de ser portadora do mítico Chapéu da Fortuna, um item fabuloso de onde se poderia invocar qualquer objeto ou criatura de dentro dele. Era o artefato usado por Haermys, o senhor das águias, nos tempos de Atlântida e que, após sua vinda para a Terra, acabou sendo preso dentro de seu próprio objeto de poder. Foi deste artefato que surgiram lendas como a cornucópia e as lâmpadas dos gênios. Haermys é considerado um djinn na mitologia da península arábica e seus passos em vida foram registrados com o nome de Nabu na mitologia babilônica. Quando os guerreiros salomônicos perseguiram os elementais e os trancafiaram em selos, o atlante foi capturado pelo Culto Ocular e sua prisão foi construída dentro do Chapéu da Fortuna, guardado até hoje por Abbas Aminah, um antigo companheiro de Haermys.


Abbas enlouqueceu e sua mente perturbada não lhe permite pensar direito. Quando vivo, ficou obcecado em retribuir tudo que recebeu de Haermys e voltou da morte como um fantasma assombrando a tumba. Conseguiu expulsar os poucos invasores da cripta que chegaram até seu final, já que muitos foram afastados pelas tempestades de areia que controlava. O único que chegou mais perto conseguiu levar consigo uma relíquia, o Anel Elemental do Ar, mas morreu afogado ao ser atirado pelos ventos no oásis onde um lodo negro fez sua toca. Os restos mortais do invasor foram completamente digeridos pelo monstro, restando somente a caixa onde guardou o anel, sem nunca ter tido a oportunidade de usá-lo.


O fantasma olha para o anel no dedo de Lahyla e aquilo era apenas mais uma confirmação de que a odalisca estava associada aos profanadores da tumba. Já havia vencido – e possuído – o corpo do nômade Dastan. Agora era a vez de liquidar com sua companheira.


Para Lahyla tudo pareceu um sonho. Como aqueles que você não quer acordar e tenta dormir novamente para voltar para ele. A sensação de liberdade que ela sentiu foi bruscamente tirada dela no momento em que ela retornou após ter mordido o pomo.  Assim que ela retornou à realidade e percebeu que o fantasma de Abbas dominava o corpo de Dastan ela sacou de sua espada.


Ela ainda não tinha certeza do que poderia ter acontecido. Foi quando com uma voz fora do normal, ela ouviu aquele nobre guerreiro gritar com fúria nos olhos. Dastan avança com tudo para Lahyla. Saltando por sobre a odalisca, sua cimitarra é aparada pela espada da dançarina. Numa disputa de forças, os rostos dos ex-companheiros quase se tocam.


— Violadora! Não deixarei que leve o tesouro de meu mestre como espólio! Aqui será a sua sepultura!


— Dastan, meu nobre amigo. Não sei se pode me ouvir, mas espero que busque forças em sua fé e vença a possessão desse ser.


— Meu nome é Abbar Aaminah e aqui será a sua sepultura, ladra!


A tensão entre as espadas explode, forçando ambos para trás. Lahyla percebeu que o nômade possuído aproveitou o movimento, girando sobre o próprio corpo para acertar o seu dorso e imitou o movimento. Pareciam duas peças idênticas do mesmo mecanismo, que arrancava sangue dos dois. Dastan sentiu o ferimento e, por um momento, recobrou a consciência, mantendo-se na defensiva, mas Lahyla apenas observou.


— Você ainda está aí! Lute!


Não era a primeira vez que Dastan enfrentava fantasmas. A grande mudança de sua vida também envolveu um morto-vivo. Foi quando o nômade começou sua vida como um guia para exploradores nos desertos. Trabalhava facilmente, até ser convidado a explorar ruínas que mexeram com as certezas de sua vida. Ao encontrar uma sala escondida, desfaleceu e se viu no Mundo dos Mortos duelando pela sua vida contra o fantasma de um antigo explorador do lugar, que morreu séculos antes. Conseguiu vencer o fantasma, mas este acabou se associando à mente, assombrando-o regularmente. Quando um dos seus contratantes encontrou a morte em uma armadilha, seu espírito também encontrou em Dastan um refúgio, passando a assombrá-lo em conjunto com o antigo fantasma. Depois disso, uma onda de azar passou a acompanhá-lo.


Assombrado por dois fantasmas desde que começou a se aventurar pelo deserto, era quase um presságio que Dastan fosse derrotado por um morto-vivo. Porém, talvez estas mesmas assombrações pudessem ser sua salvação. Sussurros e lamentos do além puderam ser ouvidos. Não só por Abbas, em posse do corpo de Dastan, mas também por Lahyla. Das sombras nos cantos da tumba, três figuras ectoplásmicas tomaram forma. A primeira delas mantinha vestes de um invasor de tumbas, com trapos medievais. O segundo vestia como um explorador inglês, com cartola e monóculo. O terceiro usava roupas de nômades do deserto e as feições eram conhecidas de Lahyla.


O semblante de Dastan distorcia-se, suas mãos largaram a arma e apertaram a cabeça. Lahyla quase tinha certeza que suas feições eram modificadas, como se fosse um jogo de luz e sombras, assumindo a aparência dos outros fantasmas. O nômade gritava e falava frases desconexas, misturando quatro idiomas diferentes ao mesmo tempo.


Era a deixa que Lahyla precisava. A dançarina não era exatamente uma guerreira, apenas conseguia se safar em lutas e precisava de tempo para traçar uma estratégia. Quando percebeu que Dastan se esforçava cada vez mais para se livrar da possessão de Abbas, auxiliando, por ironia, pelos outros fantasmas que o assombravam, ela respirava aliviada. Até que o guardião do templo recobrou o controle.


— Saiam da minha cabeça!


Dastan, sob o controle de Abbas, gritava com a cabeça arqueada para trás. As veias do pescoço dilatadas com o grito. Ele repentinamente fitou Lahyla outra vez e tornou a atacar. Tão rápido quanto seus quadris mexiam nas danças sob as estrelas do deserto, Lahyla atacou de volta. ambos se feriram novamente, cortes fundos que tingiam suas roupas de vermelho. Outra vez, Dastan impediu que Abbas retomasse o controle, dando a Lahyla a oportunidade de recuar, para verificar os ferimentos. Os machucados eram graves, quase fazendo a moça desfalecer. Então, Dastan gritou. Sua voz é a mesma de antes, conhecida pela dançarina, não aqueles grunhidos de sotaque estranho que Abbas produzia.


— Eu não tenho mais salvação! Agora, Lahyla, ataque!


A dançarina das estrelas hesita um instante, mas lê o desespero nos olhos de Dastan. Era necessário. Com um golpe preciso, Lahyla espeta sua espada no ventre do amigo, que sorri ao perceber o fantasma deixando o controle. A feiticeira prostra-se diante do nômade aos prantos. Não era justo que ele morresse daquele jeito. Queria ter feito alguma coisa. Sua vontade era tanta que o próprio Haermys sente a força da dançarina.


— Permita-se ajudá-los, companheira. É o mínimo que posso fazer por me libertar de minha prisão.


Ela não tem muito tempo para pensar, pois, uma vez que Abbas deixou o corpo de Dastan, voltou a assumir sua forma ectoplásmica. Seria questão de tempo até que sua forma se recompusesse. Lahyla consente e usa uma de suas magias para aumentar os poderes do elemental, a fim de quebrar momentaneamente o selo que prende Haermys no Chapéu da Fortuna.


— Senhor Haermys, na escuridão da noite, no verdadeiro fogo do deserto, seja minha espada e meu escudo e proteja-me do meu inimigo.


Layla tece os nós da magia com seus passos de dança. Para um espectador comum, era apenas uma mulher dançando diante de um homem morrendo, mas quem enxerga os nós de energia táumica via uma magia sendo tecida. Os fios táumicos envolviam o Chapéu da Fortuna, ao mesmo tempo que abria uma buraco no próprio tecido mágico que reforçava o artefato.Haermys se sentia mais forte e, usando o fio que lhe dava acesso à feiticeira, possui transitoriamente a dançarina. A voz do regulano ressoa pelas cordas vocais da Lahyla, uma voz que não combina com o rosto delicado da odalisca. Sob a vontade de Haermys, ela invoca ventos espirituais. Um grande tufão começou a se formar em torno da mulher. O vento forte puxava os objetos para o centro da sala, levantando pó e rapidamente bagunçando a ordem daquele aposento. O vórtice produzido pela abertura no tecido da realidade é tão forte que acaba por consumir todo o ectoplasma do fantasma que se recompunha para atacar a feiticeira, como se fosse água suja escorrendo por um ralo aberto. Isso revela a forma grotesca como o próprio Abbas se via. Em vez de um humano que foi em vida, uma versão deturpada de Haermys. Em vez de asas de plumas, asas coriáceas, além de feições horrendas como dentes pontiagudos, garras afiadas, uma cauda pontiaguda terminada em uma seta e um couro grosso e avermelhado. O redemoinho sugava outras coisas para dentro do chapéu, forçando Lahyla a segurar em velhas cortinas, que não aguentaria seu peso por muito tempo. Dastan também se segurava como podia, no pórtico de entrada para a câmara funerária.


Embora usasse sua própria força física para se segurar e não ser arrastada pelo vórtice, Lahyla sentia-se unida com o elemental de ar. Era como se seus pulmões fossem a nova prisão de Haermys. O regulano poderia interagir, ainda que de forma limitada, com o mundo à sua volta, sentindo o cheiro das coisas, o que há anos ele não sabia o que era, ou usando sua voz para se comunicar. Como agradecimento, o elemental nutria a feiticeira com oxigênio, permitindo-lhe resistir à força do vórtice. Lahyla sente seu corpo ser preenchido pelo regulano, sentindo um êxtase que jamais sentiu em toda a sua vida, como se estivesse sendo dominada, mas ainda tendo controle sobre si. A horrenda figura revelada com Abbas é arrastada para dentro do vórtice, que parecia possuído por uma gula incontrolável. Assustado e furioso ao mesmo tempo, o antigo guardião da tumba roga pragas e ofensas a Lahyla. Seu ódio é tamanho que o faz resistir até o último momento, erguendo o punho em afronta à feiticeira.


Por um momento, o vórtice se equilibra, como se estivesse satisfeito pelo que acabou de consumir. Lahyla sente-se agradecida, mas um pouco confusa com o ser feito de ar que habita em seus pulmões. Era quase como se estivesse grávida, mas capaz de se comunicar com a criatura que carrega em seu corpo. Embora nunca tenha engravidado, a sensação era diferente, como se estivesse preenchida e dominada.


— Deu tudo certo no final… Dastan… Dastan?


Lahyla olha para o nômade ainda respirando, mas seu corpo continuava a ser levemente arrastado em direção ao centro da tumba. O portal continua a sugar para dentro de si todos os objetos, inclusive as paredes da tumba. Seria questão de tempo até tudo desmoronar. A voz de Lahyla muda outra vez, Haermys assumia o controle do corpo da dançarina. Erguendo-se pelo ar, levitando diante do portal, o elemental salvava sua salvadora. Com seu poder de voo, Haermys impede que Lahyla seja sugada e resgata Dastan, levando-o nos braços da feiticeira. O voo levou ambos para fora da tumba, deixando-os num local seguro, apenas para ver a tumba desabar sobre si mesma.


— O Chapéu… o Chapéu se perdeu no colapso – diz Lahyla.


— Ainda poderemos recuperá-lo – diz Dastan — Levará tempo, mas poderemos começar uma escavação. Se tal artefato for realmente importante.


— Não posso prendê-lo aqui durante tanto tempo, Dastan. Sei que não finca raízes em um lugar por muito tempo e foi aqui que você quase perdeu o controle sobre seu corpo. Agora, eu tenho meios de recuperar o artefato – Lahyla toca o peito, referindo-se a Haermys.


— Tem certeza que estará bem sozinha?


— Não estarei mais sozinha. Nunca mais.


[DUELO]


LAHYLA
DASTAN
ROUND 1
♦
♦
Cour-de-Couer
♠
♠
Ambos 1 Ferimento
:relaxed:
♦
Lahyla finta
Empate 1 XP
Empate 1 XP
ROUND 2
:relaxed:
:relaxed:
Nada acontece
♠
♠
Ambos 1 Ferimento
:relaxed:
:relaxed:
Nada acontece
Empate 1 XP
Empate 1 XP
ROUND 3
♠
:relaxed:
Dastan 1 Ferimento
X
X
:relaxed:
X
X
Vencedor 2 XP
Derrotado
LAHYLA VENCE
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