Após a queda da mítica Atlântida, poderes são aprisionados no Cometa-Prisão e a libertação deles dão início a uma nova ordem.
 
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 Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos

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MensagemAssunto: Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos   Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos EmptySeg maio 11, 2020 12:20 pm

Onde um torneio de lutadores, conhecidos como Dragões, tem como prêmio final a relíquia conhecida como Cinturão dos Elementos, capaz de reunir todas as energias elementais em uma única pessoa.


Última edição por Anfitrião em Qui Jan 07, 2021 1:35 pm, editado 4 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos   Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos EmptyQua maio 27, 2020 3:55 pm

CENA UM

Tibet, Cordilheira do Himalaia, 1911.
Longshan é um pequeno povoado escondido no interior do Tibet, localizado num vale inacessível a quem não o conhece e que parece pertencer a outro mundo. Em seu centro, um grande monastério com telhado dourado serve de interseção a quatro caminhos, um deles leva a Hong Long, uma pequena vila de casas vermelhas na encosta de um monte vulcânico, lar dos Dragões Vermelhos onde vivam os clãs Huo e Lei. 

Fazia frio naquela manhã, mesmo com o sol a brilhar por cima de suas cabeças. O discípulo do clã do relâmpago respirou fundo, ele não estava realmente empolgado ou ansioso por aquilo, na verdade ele preferiria estar na biblioteca lendo algo interessante ou tentando tirar uma nova nota lamurienta de sua flauta. Seu mestre, Jia-Hui, seguia à sua frente na comissão do clã. Ban sentiu um incômodo no estômago ao olhar a nuca do velho monge e relembrar da cena em que ele o comunicou que seria ele o Escolhido.

— Por que eu? Existem lutadores melhores, estrategistas melhores, honrados e bem nascidos. – Questionou o jovem para o ancião na ocasião.

— Às vezes, não enxergamos o motivo das coisas, Ban, mesmo eu tenho minhas dúvidas sobre minha escolha. Mas o que está feito está feito, não espero de você nada menos do que a defesa com honradez e dedicação do nome de nosso Clã. Isso eu tenho certeza que fará. – O mestre sorriu e foi embora, deixando seu discípulo sem palavras e cheio de dúvidas.

Desde então, Ban se preparou com afinco para o torneio, treinando mais forte do que jamais treinou. Ainda assim, olhares de desconfiança eram atirados a ele por cima dos ombros dos outros discípulos e de alguns monges. Ele não demonstrava perceber, muito menos se importar.

Shao é o escolhido do Clã Huo. Um jovem nascido nos monastérios e criado para ser o detentor do título de Dragão Vermelho. Sua pele bronzeada, adquirida ao nascer, foi vista como um sinal de que era o herdeiro legítimo do fogo. Quando criança, perambulava em seu tempo livre nos arredores de Kulun, brincando com fogo e queimando a maioria das coisas que lhe eram dadas. Shao tem certeza que é merecedor do título, ainda mais sobre o representante do Clã Lei, um forasteiro acolhido pelos monges do relâmpago. Ele exibia orgulhoso a Mandíbula do Dragão, um nunchaku especial, relíquia do clã Huo, capaz de se incendiar ao ser utilizado. Em sua cintura, o símbolo máximo do clã, um talismã com a insígnia do Fogo, o artefato que eu o definia como representante daquele clã.

Ao todo, eram oito destes talismãs, cada clã guardava o seu. Além do talismã do Fogo do clã Huo, havia o talismã do Raio do clã Lei, o outro Dragão Vermelho. Os Dragões Amarelos guardavam os talismãs do Metal, protegido pelo clã Zhu, e da Terra, guardado pelo clã Tu, enquanto os Dragões Azuis eram os protetores dos talismãs do Ar, com o clã Kong, e do Gelo, sob a proteção do clã Bing. Os demais talismãs eram posses do clã Mu, com o da Madeira, e do clã Shui, com o da Água, ambos Dragões Verdes.

O mestre máximo do Torneio, um senhor já de idade, por volta de setenta anos. Sua careca contrasta com a longa barba e ele se veste com as quatro cores dos dragões. Ele se põe de pé, diante de um trono acima da arena onde os lutadores se encontram. Sua voz grave chama os escolhidos de Hong Long para abrir o Torneio e definir quem avança para o próximo nível.

— Saudações, nobres guerreiros! Sou Gulong e dou-lhes minhas boas vindas. Por muitas eras, este torneio foi o teste supremo de honra e glória. Aqui estão os representantes das quatro Vilas do Dragão. Quero os melhores de cada Clã neste dia, pois aqueles podem provar seu valor. Aqui são feitas as lendas! 

Por trás de Gulong, surge um homem alto e musculoso vestindo apenas uma tanga e exibindo praticamente todo o seu corpo nu, portando o Cinturão dos Elementos, artefato máximo dos dragões, que permite controlar todos os quatro elementos. Ele soca sua própria mão, invocando o poder do artefato e imbuindo seus membros com propriedades elementais. Seu braço direito incendeia-se sem provocar queimaduras, ao mesmo tempo em que raios percorrem sua pele. O braço esquerdo torna-se branco-azulado como se estivesse congelado, de onde ventos frios são soprados. Seus membros inferiores também sofrem modificações, enquanto sua perna esquerda parece ficar molhada, ramas vegetais enroscam-se a ela e o mesmo acontece com a perna direita que assume uma coloração terrosa, mas com protuberâncias que lembram rocha e metal.

— Agora devo apresentar Diwu. Ele é o campeão atual do Torneio e jamais foi derrotado nas últimas três competições.

Os Dragões reconhecem o guerreiro lendário. Atual campeão do Torneio tem sessenta anos, mas sua aparência jovem se deve ao uso do artefato. Ele possui o vigor de um jovem de dezoito anos.

— A competição começa esta noite, onde descobriremos quem será o representante da Vila Vermelha. Nas noites seguintes, será a vez da Vila Amarela, seguida da Vila Verde e, por fim, da Vila Azul. Quando decididos os representantes de cada Vila, o Dragão Vermelho enfrentará o Dragão Verde e o Dragão Amarelo enfrentará o Dragão Azul. O Torneio seguirá com o duelo final entre os campeões destas lutas, que terá a honra de competir contra Diwu, daqui a uma semana.

Enquanto Ban procurou relaxar para a adrenalina que viria mais tarde, repousando sob uma ameixeira e dedilhando sua flauta, produzindo uma música triste, mas reconfortante. Shao era o exato oposto, treinou até o último momento, aquecendo tanto seu corpo que produzia chamas involuntárias quando corria. Depois que os competidores se preparam, todos se reúnem para o Duelo da noite, entre os escolhidos do Clã do Fogo e do Clã do Relâmpago. 

— É chegada a hora de definir o representante da Vila Vermelha. De um lado, Shao, o guerreiro do fogo. Do outro, Ban, o representante do clã do relâmpago – Gulong quebra o silêncio. Monges acendem tochas que rodeiam a arena, os lutadores estavam no meio de um círculo de fogo. Como se a natureza adivinhasse o que viria a seguir, nuvens carregadas cobriram o lugar, escondendo as estrelas, ao mesmo tempo em que provocavam pequenos relâmpagos e trovões. Um trovão mais alto ressoa junto com a voz do ancião. — Que comece a luta!

Durante os anúncios antes da luta, Ban observou seu adversário. Não sabia dizer sua idade, mas, definitivamente, ele aparentava ser mais velho, mais forte e bruto. Sua pele tinha um tom muito diferente de todos os outros habitantes da região, Ban sabia que isso se devia à sua ascendência mágica, e seu adversário também aparentava saber muito bem disso. Se portando como uma ave de rapina tamanha sua altivez e orgulho de si.

Ban se posiciona em seu lado da arena, encarando o adversário. O outro discípulo parecia ainda mais forte agora que estavam mais próximos um do outro, mas um tanto nervoso também, era possível enxergar seu maxilar travado por baixo da pele esticada.          Fizeram suas reverências e se prepararam para iniciar o combate. Ban decidiu tomar uma atitude cautelosa de início, estudar bastante seu adversário.

O primeiro duelo do dia sempre tinha tendência de expor as fraquezas de cada combatente, e Ban não estava interessado em dar essa vantagem a seus próximos adversários. Ele armou sua postura e aguardou, esperaria até o último momento para atacar, visando sempre os pontos fracos do oponente.

Os espectadores aguardavam silenciosamente. Os adversários se entreolham, criando um clima tenso. Ban faz que vai atacar, provocando uma posição defensiva de Shao para um golpe que não veio. A finta faz a arquibancada vibrar com o jogo de cintura de Ban, o que deixa Shao nervoso, fazendo sua face ficar vermelha. Ambos partem para cima um do outro, seus punhos direitos aparados pelos punhos direitos, forçando-os a ficar cara a cara.

— Cuidado para não trazer vergonha para sua linhagem, apanhando para um reles mendigo – Ban zomba de Shao.

O guerreiro do fogo urra de raiva, ficando mais vermelho e forçando o afastamento. Quando finalmente um se livra do outro, Ban aproveita o movimento e desfere um soco nas costelas de Shao.

O combate continua, desta vez mais agressivo. Os braços de ambos os adversários cruzam o ar, fazendo um arco com seus punhos acertando ambas as faces ao mesmo tempo, produzindo um fio vermelho de sangue que risca o ar até deixar suas marcas no chão. Com dois golpes recebidos, Shao volta a assumir uma posição defensiva, mas Ban finta outra vez, fazendo o representante do Clã Huo vacilar e quase cair. Os espectadores riem do movimento, mas Shao entende que Ban atacaria em seguida como antes. Porém, o ataque não vem outra vez e as duas fintas seguidas fazem Shao cair desequilibrado.

— Desgraçado!

A luta se encaminha para o final, Shao está mais agressivo, devido às risadas dos espectadores pela sua queda provocada pelo jogo de cintura de Ban e ataca ferozmente seu adversário. Ban percebe o ataque bem a tempo, as ações de Shao não eram mais nenhuma surpresa para ele. Com um movimento de cruzada de braços, o ataque é totalmente aparado, mas Shao não para até ver seu oponente caído. Percebendo que o tempo da luta estava para findar, ambos atacam ao mesmo tempo, sendo atingidos ao mesmo tempo e sujando de sangue mais uma vez o chão da arena. Cansados da luta, ambos recuam, mas o tempo finda.

Os adversários se cumprimentam de frente um para o outro. Gulong entra na arena e se posiciona entre Shao e Ban, até declarar o vencedor.

— Ban é o vencedor e representará a Vila Vermelha na próxima fase!

Shao abaixa a cabeça, mas engole em seco e se prostra diante de Ban, em reverência.

— Boa luta. Você foi um oponente desafiador – diz Ban.

— Represente nossa Vila com honra e traga o prêmio para nossa casa – responde Shao, cumprimentando-o.

Os espectadores repetem o nome de Ban, enquanto os outros membros do Clã Lei disparam raios para o céu, produzindo relâmpagos que refletem nas nuvens em vários pequenos pontos luminosos. Os demais irmãos de clã parabenizam Ban, com exceção de Jia-Hui, que sequer cumprimenta o discípulo.

— Não estou impressionado. Na verdade, apenas surpreso por ter vencido, mas não fez mais que sua obrigação. Apenas não traga uma derrota desonrosa para nossa vila na próxima luta.

Jia-Hui não espera Ban responder e dá as costas. Mais irmãos vão cumprimentar o vencedor, Ban não deixa de tirar os olhos de seu mestre, que conversa com uma figura enigmática do clã da água, Shui. O mestre parece nervoso e olha na direção. Quando percebe que está sendo observado, seu semblante parece assustado e ele fecha a cara em seguida, empurrando a figura encapuzada para as sombras, sumindo entre os demais monges.

No dia seguinte, a luta entre os representantes da Vila Azul, Bing, o clã do gelo, e Kong, o clã do ar, termina com a vitória do clã do gelo quando o. E, avançando mais um dia, o campeão do clã do metal, Zhu, derrota o campeão do clã da terra, Tu, definindo o representante da Vila Amarela. A última luta, entres os clãs Mu, da madeira, e Shui, da água, acaba com vitória do campeão Shui Zhang, de uma forma trágica. O último golpe do campeão da água foi um ataque ácido sobre o rosto da competidora do clã da madeira, que cai horrorizada quando percebe que  ficou desfigurada. Apesar da tragédia, os monges Shui parabenizam Zhang, que olha fixamente para o rosto de Ban enquanto comemora. Zhang tem um brilho estranho no olhar e, entre os sorrisos de contentamento do sucesso, há também uma malícia entre seus lábios.

[OFF]

SHAO
BAN
Round 1
♦
:joker:
Ban finta
♦
♦
Aparo mútuo
:joker:
♠
Shao 1 dano
Perdedor
Vencedor 2 XP
Round 2
♠
♠
Ban e Shao 1 dano
♦
:joker:
Ban finta
♦
:joker:
Ban finta
Empate
Empate 1 XP
Round 3
♠
♦
Ban defende
♠
♠
Ban e Shao 1 dano
:joker:
:joker:
Nada acontece
Empate
Empate 1 XP
Ban vence



Última edição por Anfitrião em Seg Jun 22, 2020 1:23 pm, editado 4 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos   Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos EmptySeg Jun 22, 2020 2:25 pm

CENA DOIS

Tibet, Cordilheira do Himalaia, 1911.

Quatro noites se passaram desde a vitória de Ban. Neste quinto dia de competição, uma nova fase tem início. É quando um representante de cada uma das quatro Vilas compete entre si e os campeões dos clãs Lei, o relâmpago da Vila Vermelha, Bing, o gelo da Vila Azul, Zhu, o metal da Vila Amarela, e Shui, a água da Vila Verde, voltam para definir quem enfrentaria quem nas quartas de final.

Gulong mais uma vez anuncia os vencedores da fase anterior.

— Povo de Kun Long! É chegada a hora de vermos quais são as duas Vilas que disputarão si pelo direito de desafiar Diwu, o atual Campeão do Dragão – assim que ele termina, um par de monges traz consigo um painel com um círculo dividido em quatro quadrantes, um de cada cor, representando as as Vilas. O círculo é decorado com um dragão cobrindo a circunferência, a cabeça chegando a se sobrepor à cauda, mas olhando para baixo e com a língua exposta, de modo a servir de ponteiro para o sorteio dos quadrantes — A decisão será feita pelo destino e definirá a primeira luta de hoje.

O ancião gira o círculo. O dragão da roda de sorteio parecia fitá-lo com zombaria, enquanto rodopiava em seu próprio eixo, obviamente que o quadrante vermelho fora o sorteado. Ban não gostava das combinações de habilidade disponíveis, além de não ter conseguido tirar muitas conclusões das lutas anteriores. Ele queria evitar os adversários que considerava mais fortes, já que ainda não estava tão confiante.  

— Assim seja! Ban do Clã Lei de Hong Long. A decisão é sua. Quem escolhe enfrentar na hoje: Bing Ling de Lan Long, Zhu Ji, de Huang Long ou Shui Zhang de Lu Long?

Com calma, sem demonstrar emoção, o monge do relâmpago caminhou até onde a comitiva do metal estava. Os monges taciturnos encaram-no com frieza, parecia até que alguns tinham um leve tremor de desdém no canto da boca. O escolhido da Vila Amarela parecia tranquilo, Ban parou em frente à ele e falou em voz alta para que todos ali ouvissem.

— Desafio Ji, o escolhido de Huang Long – e fez uma reverência.

O tempo estava passando extremamente rápido para Ban, mal tinha começado a se preparar e o início de sua luta já estava sendo anunciado para breve. Ban ajustou sua bandagens e fez os últimos alongamentos antes de caminhar para a luta. Ao sair das instalações da Vila do Fogo, alguns de seus companheiros fizeram sinais positivos e de incentivo, mas uma boa parte ainda demonstrava desânimo com o escolhido.

Ele seguiu para a arena, mas dessa vez decidiu tomar um caminho mais longo, passando próximo onde estavam alojados os monges da água. Uma discussão em uma língua estranha chama a atenção de Ban e, esgueirando-se sorrateiramente, movido pela curiosidade, vê Zhang conversando com um estrangeiro. O monge do relâmpago fica desconfiado, não que fosse proibido levar estrangeiros para as Vilas do Dragão, alguns monges já vieram de fora, mas aquele encontro parecia secreto. O monge da água gesticula e, embora Ban não soubesse que língua era aquela, ele ouve seu nome e os dos demais competidores. A expressão de Zhang quando pronuncia os nomes dos rivais é de zombaria e ele demonstra confiança. O estrangeiro mostra um desenho do Cinturão dos Elementos e o Shui Long concorda com a cabeça, antes de ambos se cumprimentarem e o estrangeiro sair escondido, ganhando a escuridão da noite. Ban não sabia quais conclusões tira do que tinha visto, mas sabia que tinha de se concentrar na sua luta, agora era tudo o que importava.

O monge do relâmpago posicionou-se para o combate, fazendo uma rápida reverência e depois tomando uma postura bastante agressiva. Jin, seu oponente, tinha vencido o último de forma ligeira a fim de guardar suas forças e não revelar seus segredos para seus oponentes. Ele surge com um quimono muito volumoso dourado e caminha lentamente portando uma sombrinha com uma cascata de pequenos metais fazendo uma cortina. Uma música suave de cordas toca, ele começa sua dança das camadas, tirando robe atrás de robe atraindo olhares para seus movimentos suaves como uma víbora aquática. As escamas douradas de suas vezes criavam padrões luminosos muito belos. Por fim resta o último robe, justo, cheio de vazados revelando partes estratégicas de seu corpo. Ele esconde sua boca sob a larga manga e direciona um olhar ingênuo para Ban. A víbora se posicionava para seu bote.

Ban queria terminar a luta rapidamente, sem correr riscos demais. Ele começa a luta desferindo o primeiro golpe quando Ji ainda avaliava seu adversário, dando um soco rápido, difícil de defender. A frágil constituição física de Ji faz Ban pensar que ele é um alvo fácil, mas o que o dragão de metal esconde é uma sobrevida em que ele resiste a golpes usando sua força de vontade. Embora o golpe tenha ferido Ji de um jeito que uma pessoa daquele porte teria desmaiado, ele se mantém de pé, para assombro de Ban. Os lutadores continuam o duelo com ataques ao mesmo tempo, Ji usa suas agulhas escondidas mirando as juntas de Ban e este desfere outro soco certeiro no oponente. A visão dos golpes simultâneos agita a plateia, mas a agitação intimida ambos os lutadores. O tempo da primeira fase da luta termina e Gulong dá a vitória a Ban.

A segunda fase começa com um aparo mútuo. Ban segura a mão direita de Ji, com sua agulha, mas o dragão amarelo também se defende do soco do dragão do relâmpago com a palma de sua mão. Ambos se seguram e Ban usa seu poder interior do dragão, fazendo uma corrente elétrica percorrer o corpo de Ji, mas o dragão vermelho não esperava que o amarelo fincasse sua agulha em sua pele, fazendo com que a descarga também fosse sentida por Ban. Ambos caem desgastados e Gulong considera um empate, deixando ambos serem cuidados pelos seus auxiliares.

Ban controla a distância entre seu oponente, na fase final do duelo, mas um salto de Ji acerta-o com outra lâmina escondida na sapatilha. O dragão vermelho contra-ataca a investida, segurando mais uma vez a mão de Ji. Este, por sua vez, também apara o soco de Ban, travando os golpes de ambos os lutadores. Nenhum dos dois cede, o que leva Gulong a decretar o fim da fase e dar a vitória a Ji.

A luta termina com uma vitória para cada e um empate. Gulong fica entre os dois e anuncia com sua voz grave.

— Temos aqui um empate. Para definir o vencedor, teremos uma prorrogação em morte súbita. O vencedor da primeira fase passa para a luta seguinte. Se o empate persistir, teremos fases seguintes até que tenhamos um vencedor.

Os lutadores voltam aos seus clãs. Enquanto Ji é bem recepcionado pelo seu mestre, o mesmo não pode ser dito de Ban. O mestre do dragão do relâmpago sequer se aproxima do lutador e apenas acompanha-o de longe. Ban estava mais tenso a cada minuto, a luta teria que ser melhor estudada agora, qualquer passo em falso e ele estaria perdido. A breve pausa é interrompida com o retorno de Gulon. Ban e Ji retornam aos seus lugares, apoiados pelos seus irmãos de clãs.

— As regras são aceleradas na prorrogação. Vence aquele que se sair melhor no primeiro turno. Lutem!

Os pés de Ban se moviam ligeiros sobre o piso de terra da arena. Ji tentava acompanhar os passos de seu adversário, quando ele avançou para tomar o centro da arena, demonstrando que ali era seu terreno. O dragão vermelho movimentou seu braço esquerdo para um soco rápido, que encontrou os antebraços de Ji. Ban recuou para se defender de um contra-ataque, erguendo a guarda e tensionando os ombros, ao mesmo tempo em que Ji mantinha-se em posição defensiva.

— Eu já provei meu valor, e  quem me achava delicado estava certo – Diz Ji – Eu não vou ficar trocando socos pra defender o mundo. Lidem vocês com isso, eu me retiro desse torneio.

Ban não acredita no que ouve. Era impensável que um dragão de Longshan desistisse da luta e levasse desonra para seu clã. Se ele fizesse isso, seu mestre o puniria com a morte. Ji baixou sua guarda e  Ban desferiu um último golpe poderoso, acertando o queixo de Ji de modo que sua máscara voou longe. Terminando o combate com o golpe final honrado. Ji estava atordoado com o golpe. Sua face exposta lhe trazia fragilidade e vulnerabilidade.

"Eu sou bonito demais pra passar por isso, eles que lutem para defender o mundo"

Com seu oponente estava atordoado, Ban fez chover socos com seus punhos faiscantes e estalando de eletricidade. À medida que seus golpes encaixavam, a guarda de Ji ficava mais aberta, até o ponto de seus braços estarem praticamente soltos ao lado do corpo. Ban não conteve seu ímpeto, segurou a cabeça do dragão amarelo com suas duas mãos e, puxando em direção a si, lançou uma joelhada poderosíssima. Ele sentiu o nariz do jovem quebrar contra seu joelho e o sangue pintou o terreno da arena, o jovem desafiante caiu de costas desacordado, enquanto Ban encarava friamente seu próprio Mestre que o assistia da beirada do ringue.

Os dragões vermelhos levantam-se comemorando na arquibancada. Há tempos um combate não era tão longo a ponto de precisar de prorrogação. Gulong sorriu satisfeito com a luta, embora tenha desconfiado da desistência de Ji. O mestre do dragão de metal também tinha a mesma desconfiança e iria acertar aquele ponto à noite. Ji foi levado desacordado para a Vila Amarela. Saiu como um heroi honrado, mas se seus irmãos soubessem da desistência, sua morte seria certa. Jia-Hui, por outro lado, mantinha uma postura fleumática ante a vitória de Ban e saiu discretamente, enquanto outros dragões vermelhos iam cumprimentar o vencedor.

Na noite seguinte, machucado demais com a luta contra Ji, Ban não pode assistir à vitória de Zhang, mas soube que o dragão da água terminou o duelo usando os próprios poderes de seu adversário, Ling. Quando o dragão do gelo usaria seu chi para lançar uma rajada congelante, Zhan foi mais rápido e invocou as águas ao redor para serem congeladas junto do corpo de Ling. 

[RESOLUÇÃO]

BAN
JI
ROUND 1
♠
:joker:
Ji 1 dano
♠
♠
Ban e Ji 1 dano
:joker:
:joker:
Nada acontece
Vencedor 2 XP
Perdedor
ROUND 2
♦
♦
Aparo mútuo
♠
♠
Ban e Ji 1 dano
:joker:
:joker:
Nada acontece
Empate 1 XP
Empate 1 XP
ROUND 3
:joker:
:joker:
Nada acontece
:joker:
♠
Ban 1 dano
♦
♦
Aparo mútuo
Perdedor
Vencedor 2 XP
EMPATE - EXTRA
♠
♦
Ji defende
♦
♦
Aparo mútuo
♠
:joker:
Ji 1 dano
Vencedor 2 XP
Perdedor
BAN VENCE


Espionar o adversário - ND10
Ban: 3:spades:+8:spades:=11 Sucesso! Ban ganha 1 XP.
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MensagemAssunto: Re: Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos   Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos EmptyTer Jul 21, 2020 4:07 pm

CENA TRÊS


Tibet, Cordilheira do Himalaia, 1911.






Levado de volta à Vila Amarela, Ji passa um dia inteiro desacordado, mas, quando desperta, se depara com seu mestre, Xie. Ele o encara friamente e com expressão séria.


— Ouvi o que disse ao seu adversário, que "não ficaria trocando socos para defender o mundo". É isso que acha que estamos fazendo? É para isso que acha que te tirei daquele prostíbulo?


— E que diferença faz? Concubino de vários ou apenas o seu, nenhum dos dois é liberdade.


— Não está aqui para ser concubino de ninguém. Seu papel principal é ser um lutador. Para isso foi treinado, para isso tirei você daquele ambiente. Você desonra nosso clã.


— Você me comprou. Me usou, descarregou suas raivas, frustrações e delírios de um lutador cansado no interior do meu corpo. Eu quero fazer meu destino!


— Seu destino? Seu destino seria ser um poço de doenças venéreas se não fosse por mim! Tirei você daquele ambiente e lhe treinei. Tudo que você sabe é graças ao nosso clã. Foi acolhido, alimentado, respeitado e amado! E é assim que retribui todo o nosso... o meu esforço!


— Encarcerado e obrigado a satisfazer seus desejos! Eu vou embora!


— Você foi o maior dos meus enganos – Xie responde com desgosto e tristeza – Será a sua perdição. E a minha. Vá, se puder sobreviver. Eu não posso fazer nada além de tentar sobreviver também.


Ji prepara suas coisas para partir, mas ouve barulhos vindos de fora. Ao olhar pela fresta da janela, ele percebe vários irmãos do Clã do Metal, irados e armados, aproximando-se da casa do mestre Xie.


— É disto que estou falando – fala o mestre – Você condenou não só a si, mas também a mim. A desonra que trouxe para o clã será lavada com o nosso sangue.


O discípulo do dragão vê que seu mestre também preparou suas coisas e se prepara para a fuga, mas não seria fácil conseguir escapar de Longshan. Embora aquela noite fosse a luta final, quando o dragão da geração atual, aquele que teria o privilégio de duelar com o portador do Cinturão dos Elementos e ser reconhecido como o Dragão Campeão. O Clã do Metal e toda a Vila Amarela teria de lavar sua honra.

— Vão lavar com o seu sangue, por que eu vou pra bem longe de tudo isso. É hora de pagar por suas escolhas, Xie. Eu nunca mais vou chamar alguém de mestre. Lute ao meu lado até a saída da muralha, ou morra sozinho.


Xie não responde à provocação de seu ex-pupilo, estava tão decepcionado com a atitude de Ji que suas palavras agora de nada valiam. O belo Ji abre um sorriso maligno, e coloca sua máscara de coelho. Ele veste o mais belo robe dourado e suas agulhas escondidas, antes do conflito pega o mínimo de coisas possível, só o essencial para uma viagem sem rumo. Quem lavaria com sangue seria ele, cada mágoa, cada apalpada, cada assédio que sofrera naquela vila. Mataria sem pena. Ele fica em posição de combate e aguarda seus primeiros adversários, as portas são escancaradas e os membros do clã armados urram e avançam contra ele, que se move com graça numa dança mortífera atirando agulhas em pontos letais antes mesmo que se aproximassem demais. Ele rodopia, se afasta e segue usado suas picadas em pontos estratégicos e sorrindo por trás da máscara conforme mais corpos derrubava. Os golpes direcionados a ele se perdiam no ar, as agulhas incomodavam e doíam tanto que muitos desistiam no meio caminho, mas não eram poupados.


— Ninguém controla meu destino além de mim! – ele grita pisando nos corpos enquanto retira as agulhas que poderiam ser reutilizadas. Quem é o próximo?!


Ele segue adiante, sem se importar com o rastro sanguíneo que deixava pra trás e, se aproximando do coração da vila amarela, ele salta sobre as cabeças distribuindo socos, chutes e perfurando o inimigo sempre que possível. Os robes amarelos criam manchas vermelhas como flores trágicas enquanto seus olhos se arregalam em terror enquanto desfaleciam. As crianças se assustam e choram desesperadas pelos parentes ensaguentados, mas Ji as ignora, mataria quem mostrasse oposição.


Com o tempo, passa a tirar uma diversão naquilo, seu instinto sanguinário pedia por mais e sua luta se torna entre vingar cada mágoa que sentia e seguir adiante. Quando leva alguns socos e chutes, Ji se recorda que o foco é se ver livre daquele lugar. Trazendo a memória cada treino, cada confronto prévio ele zomba de quem se aproxima, mostra as genitais, faz insinuações promíscuas e ri quando retira uma agulha de corpos que jorram sangue sobre si. "Coelho Vermelho!" gritavam as crianças desesperadas.


A caça delira com a ideia de se tornar o caçador. Ji percorre as escadas da muralha. Dois guardas apontam lanças, mas ele desliza pelo chão e perfura seus joelhos. Caídos eles imploram pela vida e aquilo o excita, ele estapeia os guardas e fura seus globos oculares. Só para quando sente puxarem seu cabelo e o jogarem no chão. Um homem enorme monta em cima dele e se prepara para desferir socos, mas é surpreendido pela agilizade de Ji que o fura na axila e na jugular. Banhado em sangue ele continua sua procissão absurda.


Nos portões ele insulta os últimos guardas, que apesar de corajosos, não escondem seu medo e são derrotados sem grande esforço. Ji estaria livre de Longshan, porém, antes que conseguisse deixar o território, uma saraivada de lâminas atinge-o em cheio, rasgando todo seu robe amarelo e o fincando na parede de parede de pedra como se fosse uma instalação macabra.

O povo da Vila Amarela gritava pela sua morte, em retaliação a todo o estrago que o lutador rebelde havia provocado em seus honrados guerreiros. Antes de desfalecer, Ji vê Xie deixando Longshan. Enquanto o discípulo praticamente realizou um festim de sangue, chamando atenção de todos os monges amarelos, seu mestre preferiu o caminho furtivo, pois Ji lhe proporcionou a melhor distração para que o mestre ganhasse o mundo. Antes de prosseguir, Xie apenas meneia a cabeça, em nítido sinal de desaprovação.



Ji é capturado e levado para a prisão da Vila Amarela. Não iriam executá-lo em meio ao campeonato, mas ele encontraria seu fim assim que houvesse um novo campeão. Talvez até sendo entregue a ele, para que a honra de Huang Long. Enquanto isso, teriam de esperar as lutas finais.


Ban venceu a sua chave, derrotando o outro representante da Vila Vermelha, o dragão do fogo, e o representante da Vila Amarela, o dragão do metal. Seu adversário, Zhang, venceu seu vizinho da Vila Verde, o dragão da madeira, e o representante da Vila Azul, o dragão do gelo. Ambas as vitórias de Zhang tiveram consequências, como a cicatriz de ácido no dragão da madeira e a quebra dos braços do dragão do gelo. Se continuasse com tamanha sede de poder, quem sabe que consequência Ban receberia.


Dragão vermelho contra dragão verde se enfrentam. Diante um do outro, suas torcidas tentam superar a rival. A arena decorada com raios e gotas d'água, como se previsse uma tempestade que se formava. Gulong aparece entra na arena, fazendo com que as torcidas silenciassem.


— Ban e Zhang, vocês representam os últimos duelistas do Torneio. Um de vocês será consagrado campeão de sua geração e poderá ascender a Dragão Campeão, se vencerem a luta final. Lembrem-se que carregam a responsabilidade de levar grande honra para suas Vilas. Nunca se esqueçam disto. Que o melhor e mais honrado dragão vença!


Ban toma sua posição na arena, seu adversário o encarava com um olhar estranho, ansioso e voraz, quase como um tigre faminto olharia sua presa. Aquilo deixava o jovem guerreiro intrigado, ter vontade de vencer é natural a todos os participantes, mas aquele parecia algo mais profundo e doentio, Ban já havia se deparado com olhares assim nas ruas, era o olhar de um louco. A fama de Zhang o precede. Seu primeiro adversário, Mu, saiu desfigurado com uma enorme cicatriz no rosto provocada por ácido, enquanto o seguinte terminou congelado e feito em pedaços pelos seus próprios poderes, quando Zhang atacou Ling antes que o dragão azul invocasse seus poderes. Estes feitos e a personalidade reservada de Zhang geram certo temor nos outros lutadores. Quem sabe que destino seria levado a Ban.


O jovem dragão vermelho deu alguns pulos e balançou os braços para liberar a tensão dos músculos antes entrar em sua pose de combate, ele também tinha sede por vitória, queria mostrar a todos o quão era capaz e calar a boca daqueles que o desmereceram por sua origem, queria mostrar que era melhor do que os outros, melhor até que seu próprio mestre.


O enviado do Trovão planeja manter uma postura cautelosa e aguardar seu adversário tomar a iniciativa, com a guarda alta e atento a qualquer tentativa de seu adversário de atacar seus pés ou olhos com água e ácido. Zhang rodeia Ban como se fosse um predador, passando a língua nos lábios como se respirasse por ela, seus trejeitos lembravam os de um lagarto pronto para dar o bote. A dança dos lutadores dura segundos que pareciam intermináveis, até que o dragão verde usa seus punhos como se fossem cabeças de cobras. Ban já esperava um ataque daqueles e sua guarda alta bloqueia os ataques viperinos. O dragão vermelho contra-atacaria, mas desistiu no meio do caminho, ao cruzar o olhar com Zhang. Por um instante, pensou que o dragão verde piscou como um réptil.


A luta estava equilibrada, mas nenhum dos adversários havia conseguido um ataque bem-sucedido. A tensão era tanta que ninguém na plateia respirava direito, sem querer perder nenhum detalhe da luta. Ban avança. Zhang corre em sua direção. Os dragões vermelho e verde começam um balé de socos rápidos e chutes. O que antes era uma batalha de olhares, ganhou velocidade e potência. Os punhos de Ban deslizavam no ar com maestria para se chocarem às costelas de Zhang, enquanto as pernas do dragão verde acertaram o abdômen do dragão vermelho. Depois de pelo menos dois minutos de trocas de golpes, Ban encontra uma brecha entre os ataques de Zhang, agarrando-o pelo pescoço e invocando seu poder eletrocutante. O grito do dragão mais parecia um sibilar de serpentes e ele recua chiando e segurando o pescoço. Sua expressão é de absoluta fúria.


— Pagará caro por isto, dragão vermelho!


Com receio de que Zhang cumprisse sua promessa, Ban mantém-se na defensiva. Zhang ataca de imediato e o dragão vermelho ergue sua defesa. Porém, era apenas um blefe do dragão verde e, assim que Ban baixa sua guarda, Zhang aplica um golpe ascendente, utilizando seu poder sobre a água, como se fosse uma cachoeira correndo na direção contrária à da gravidade. O golpe é tão fenomenal que Ban é atirado a vários metros, quase chegando até a plateia. Pego desprevenido, o dragão vermelho quer encerrar logo esta luta e avança com este intuito, mas Zhang percebe a intenção de Ban e bloqueia todos os golpes com maestria.


O tempo da luta termina sem um vencedor e Gulang volta à arena mais uma vez. 


— Não esperava menos de uma final, meus campeões. Ambos mostraram-se realmente dignos e hábeis para chegar ao topo do torneio. Porém, apenas um poderá duelar contra o Campeão e agora teremos a morte súbita. Descansem alguns instantes e logo terminaremos a competição.


Os dragões voltam aos seus cantos, sob a aclamação da plateia. Zhang recebe instruções do Mestre Verde e Ban nem esperava que Jai-Hui viesse lhe dirigir a palavra. O monge do trovão sentou-se em seu canto respirando pesadamente, seus ombros e pescoço pareciam rochas de tanta tensão. Seu mestre aproxima-se, surpreendendo Ban.

 

— Tenho de dar o braço a torcer. Achei que seria liquidado por Zhang. Estamos a um passo da vitória. Não me decepcione agora, Ban.


Aquilo enraiveceu o jovem de uma maneira profunda.


— Eu não tenho como te decepcionar, você nunca esperou algo de mim! Eu não sei o quê você queria ao me escolher como campeão, mas certamente não esperava que eu chegasse até aqui. Eu vou esfregar na cara de cada um que duvidou de mim que eu sou um verdadeiro dragão!


Ban se levantou bruscamente e avançou para a arena de batalha, a luta estava prestes a começar. O dragão vermelho andava de um lado para o outro em seu campo da arena, seus punhos cerrados faiscavam, centelhas de energia pulavam por todo seu corpo. No momento que Gulang ia dar início ao combate, Ban percebeu que sua visão estava turva, lágrimas rolavam por suas pálpebras. Zhang percebeu e riu, sua risada mais parecia um sibilar.


Rapidamente, o monge do trovão se recompôs e se concentrou na luta, seu adversário certamente não era humano, mas aquilo pouco importa para Ban. Ódio fervilhava em suas entranhas, ele finalizaria aquela luta custe o que custar!


O monge reptiliano manteve uma postura defensiva, fazendo ban uma primeira ação de seu oponente. Seus olhares se cruzaram em segundos e, assim que Zhang finalmente atacou, Ban ergueu sua guarda para bloquear um golpe que vinha direto em seu coração. Com um movimento rápido, segurou o punho de Zhang, fazendo-o se arquear e deixar vulnerável seu tórax. Tentando desvencilhar-se do agarrão, abriu mais a guarda. Era o que Ban desejava. Dando um mortal para trás, sua perna fez uma curvatura ascendente, com seu pé mirando o queixo de Zhang. O monge verde mordeu sua própria língua, bifurcando-a, deixando um rastro de sangue no ar, que acompanhava o corpo desfalecente de Zhang.


O silêncio da plateia foi quebrado pela agitação da Vila Vermelha, que vibrava com a vitória de seu clã. Os enérgicos habitantes de Hong Long abraçam-se calorosamente e comemoravam repetindo o nome de Ban. O monge olha a arquibancada e, para sua surpresa, seu mestre sorria em aprovação.


— E aqui está o campeão desta geração – gritou Gulang, erguendo o punho de Ban, que faiscava com eletricidade.


O monge vitorioso concentrou seu chi em seu punho direito socando o ar para cima e produzindo fogos de artifício iluminando a arena de Longshan.


— Na próxima semana, Hong Ban enfrentará nosso campeão dos dragões, o Long Zhu, Diwu.


De trás de Gulong, surge um monge de quase dois metros de altura. É perceptível sua linhagem da Vila Verde. Seu corpo escultural banhado em óleo ressalta seus músculos, vestia apenas uma tanga preta e o Cinturão dos Elementos, ornamentado com quatro gemas, cada uma representando uma vila. Numa demonstração de poder, bateu palmas e seu braço esquerdo congelou e lançou uma rajada de ar, enquanto seu braço direito se incendiou e se eletrificou. Pisando forte com a perna direita, o chão tremeu soltando tacos de pedra e produzindo espinhos metálicos. Com o mesmo movimento da perna esquerda, fez brotar um olho d’água, de onde plantas cresceram rapidamente. Ele representa a harmonia dos elementos e podia controlar a todos. Este é o desafio final de Ban.





[OFF]

Vencer o Clã ND6

Ataque: E3 + 4Perícia (Luta) = 7. Sucesso! Ji ganha 1 XP.

Defesa: E3 + 4Perícia (Luta) = 7. Sucesso! Ji ganha 1 XP.


Passar pela Vila Amarela ND10

Ataque: E3 + 5P + 4Perícia (Luta) = 12. Sucesso! Ji ganha 1 XP.

Defesa: E3 + 8C + 4Perícia (Luta) = 15. Sucesso! Ji ganha 1 XP.


Passar pela Muralha ND14

E3 + 9E + 4Perícia (Luta) = 16. Sucesso! Ji ganha 1 XP.

Defesa: E3 + JO + 4Perícia (Luta) = 8. Falha! Ji recebe 1 Ferimento.


BAN
ZHAN
ROUND 1
:relaxed:
:relaxed:
Ambos se encaram
♦
♠
Ban defende
:relaxed:
♦
Ban finta
Empate 1 xp
Empate 1 xo
ROUND 2
♠
♠
Ambos 1 dano
♠ (sopro)
:relaxed:
Zhang 2 dano
:relaxed:
:relaxed:
Ambos se encaram
Vencedor 2 xp
Perdedor
ROUND 3
♦
:relaxed:
Zhang finta
:relaxed:
♠ (sopro)
Ban 2 dano
♠
♦
Zhang defende
Perdedor
Vencedor 2 xp
EMPATE - EXTRA
:relaxed:
♦
Ban finta
♦
♠
Ban defende
♠
:relaxed:
Zhang 1 dano
Vencedor 2 xp
Perder
VENCE Ban
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Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos Empty
MensagemAssunto: Re: Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos   Episódio 03 - O Cinturão dos Elementos EmptySáb Out 17, 2020 5:34 pm

CENA FINAL


Tibet, Cordilheira do Himalaia, 1911.


Ban consagrou-se como o Campeão de sua geração. Pelos próximos treze anos, seria reconhecido como tal e assumiria o comando de Longshan se algo acontecesse a Gulong. Embora fosse um título extremamente honroso, o título máximo de Campeão dos Dragões seria disputado com o campeão atual, Diwu, portador do Cinturão dos Elementos.


Diwu já é um ancião para os padrões humanos. Embora tenha por volta de sessenta anos de idade, possui o vigor de um jovem de dezoito anos. Isto se deve ao retardamento do tempo, pois o portador do Cinturão não envelhece, já que sua missão é se manter como protetor de Longshan e seu legado. Invicto por três gerações de campeões do Torneio do Dragão, Diwu é bastante respeitado e tem grande prestígio. Sua vila natal, Lu Long não teve outros campeões, mas seus habitantes são felizes com o seu representante. Isto acabou por tornar seus monges um tanto relapsos e não muito dispostos a seguir com seus treinamentos, mas um destes monges, Zhang, não se mostrava contente com a passividade de seu clã e vila.


Conseguindo ultrapassar as barreiras de Longshan, Zhang fez contato com o mundo exterior. Em suas andanças, encontrou diversos estrangeiros, mas um deles chamou sua atenção. Atendia pelo nome de Schultz e tinha o olhar mais estranho que Zhang já cruzou. Ele parecia entender o chi que Zhang carregava, mais que isso, ele compreendia tudo o que o monge conseguia fazer, a ponto de ensinar uma técnica que o dragão verde julgava perdida.


Zhang voltou a Longshan com uma missão. Lhe foi ordenado por Schultz que o monge deveria vencer a qualquer custo o Torneio do Dragão e, para isso, deveria até matar seus companheiros. Apesar de ter conseguido chegar à final, não venceu a última luta para enfrentar o Campeão. A última coisa que viu foi o pé de Ban acertar seu queixo. Quando acordou, estava sozinho dentro da enfermaria da Vila Verde. Pensou estar sozinho, quando um portal se abriu no ar. Dele, um homem loiro e alto, Schultz, sai.


— Você falhou, Zhang – Ele conversava diretamente em sua mente — Para sua sorte, ainda tem serventia para mim.


O monge verde pensou em responder, mas ficou paralisado ao ver o estrangeiro sacar uma adaga e fincar em seu coração. Sua alma saía de seu corpo e era consumida pelo estrangeiro. Desfaleceu e agora era um cadáver inerte.


— Por sorte, minha viagem até aqui não foi em vão. Sinto um irmão querendo nascer neste território e vou encontrá-lo – disse para si mesmo, antes de se transformar em uma lebre preta.


A semana que sucedeu a vitória de Ban trouxe experiências jamais vividas pelo jovem, olhares de admiração e respeito substituíram os relances enojados e narizes empinados habituais. Agora, os monges o cumprimentavam e o presenteavam com souvenires e equipamentos, convidavam-no para refeições e os mais jovens pediam para que lhes ensinassem técnicas novas.


O monge seguiu com sua habitual taciturnidade, preferia continuar seus dias sozinho em seu dormitório lendo ou no campo de treinamento, aprimorando suas técnicas para o embate final contra o grande Diwu. Tinha certeza que seria um embate duríssimo, seu interesse de ganhar não havia crescido, já havia provado seu ponto, o Dragão Branco era outra espécie de desafio e ninguém teria razões para condená-lo se oferecesse um mínimo desafio para o lutador lendário.


 Durante essa semana ele também tomou conhecimento sobre a situação de Ji, Ban sentiu uma pontada de solidariedade pelo condenado, sabia exatamente o que era ser um pária, infelizmente a atitude dele era simplesmente inaceitável entre os monges e agora o dragão do relâmpago se arrependia por ter finalizado a luta da maneira que foi.


Ji estava em sua prisão, sem qualquer metal que pudesse utilizar para usar seus poderes oriundos do chi. Esperava pela morte certa, quando surgiu o que pensou ser um sinal. Uma lebre preta saltitou tranquilamente para dentro de sua cela. O animal pula em seu colo e o prisioneiro o acaricia, apenas para descobrir que ele usava uma espécie de coleira com uma de suas agulhas. Ji sorri em agradecimento.


A lebre salta do colo do prisioneiro depois que ele pega sua agulha e fica parado na frente da porta da cela como se esperasse que Ji o seguisse. O dragão amarelo respira fundo, tentando trazer à mente a arquitetura da prisão e pensar na melhor estratégia para sair silenciosamente. Ele sorri.


"Eu não vou sair fugido daqui como um rato. Eu vou fazer outra investida, mais veloz, sem debochar, apenas correr para minha liberdade e matar apenas o necessário, sem subestimar esses malditos guardas. Eu consigo!" Pensa o prisioneiro.


Assim que a lebre salta pra fora, ele desfere um golpe poderoso para destruir a porta, concentrando seu chi. Os guardas acordaram, mas ele arremessa sua agulha na garganta de um deles, enquanto segue correndo na direção do outro e salta graciosamente para aplicar uma série de chutes, pousando tão graciosamente quanto o salto da lebre que o aguardava no final do corredor. Pegando sua agulha de volta, verifica se estão mortos e aplica um furo na jugular para ter certeza que os guardas não causariam mais estragos. A luz da lua criava um brilho melancólico e, ao longe, ele pode observar da janela da torre onde estava preso a movimentação na arena para o duelo final.


— Fiquem com suas atrações inúteis que eu vou conhecer o mundo! É o melhor momento para fugir. Todos devem estar assistindo a luta e haver menos guardas para eu derrubar, uma vida sem mestres. Aí vou eu!


Quando Ji profere estas palavras, nasce o que parecia ser um sorriso macabro no focinho da lebre, que fita atentamente o dragão amarelo, registrando todos os seus passos. Apesar dos feitos hediondos aos olhos dos mais tradicionais, o brilho nos olhos de Ji revelava que sua criança sonhadora ainda existia em algum lugar de sua trágica vida de abusos. Uma única lágrima escorre de seu olho direito, que afasta com as costas da mão. Seguindo o coelho, ele se espreme pela pequena janela e observa os guardas na saída da prisão.


"A queda não deve ser letal se eu cair em cima de um dos guardas. O impacto deve deixá-lo incapacitado, só preciso ser ágil para rolar e distribuir o choque da queda. Hora da revanche"; assim pensa e assim executa.


Sua manobra pega os guardas de surpresa. Ele arremessa a agulha mirando em um ponto letal na nuca e troca golpes com os outros guardas. O barulho alarma cada vez mais guardas, e Ji se apressa em resgatar sua agulha. Um último combate sangrento cobre o corpo do rapaz enquanto a lebre tudo observa, e Ji jura que a vê sorrir. Ele se torna o último de pé para enfim pegar as chaves e fugir dali, mas percebe que não derrotou todos os guardas sozinho, a lebre parecia tê-lo ajudado de alguma forma. Assim que o prisioneiro e seu novo animal de estimação ultrapassam os muros de Longshan, a última luta do Torneio do Dragão tem início.


O dia do embate final finalmente chegou, estava frio, mas o céu estava limpo e a lua brilhava resplandecente como só acontece em locais de grande altitude. Ban saiu de sua cabana já devidamente trajado, seus companheiros de Hong Long o aplaudiam e gritavam palavras de incentivo, ele manteve o silêncio e seguiu para o pavilhão de alimentação, apenas acenando a cabeça ocasionalmente para um outro apoiador mais efusivo.


O dragão desafiante comeu sozinho, mastigando e engolindo a refeição mecanicamente, distraído com seus pensamentos. Estranhamente não viu seu mestre entre os outros anciões, aquilo o intrigou levemente, mas logo um sopro longo da trompa de chifre anunciou a chegada da hora de se preparar para o combate. Ban se levantou e se dirigiu para fora do pavilhão onde o porta-estandarte da vila já o esperava para guiá-lo até a arena, os outros monges ficaram logo atrás em uma fileira dupla, os anciões na frente e os mais jovens em seguida.


A noite da grande final do Torneio do Dragão era muito aguardada. Ban é ovacionado pelo seu clã e repara que todos os demais clãs, com exceção da Vila Verde, estão vestidos de vermelho em sua homenagem. Gulang é o único com uma cor diferente, pois vestia um robe branco. Ele entra na arena e se dirige ao centro.


— Este é o momento mais grandioso de todo o Torneio do Dragão, quando vamos conhecer aquele que portará o Cinturão dos Elementos, artefato máximo de Longshan. Hoje e por quase quatro décadas, é Diwu quem porta o artefato.


Nesta hora, Diwu entra na arena. Desta vez, vestindo não apenas sua tradicional tanga sob o cinturão do dragão, mas também braceletes e tornozeleiras combinando com as quatro cores da vilas de Longshan.


— Seu desafiador é o campeão desta geração, que nos servirá por treze anos, até o próximo Torneio do Dragão: Ban da Vila Vermelha!


A arquibancada repete ininterruptamente o nome de Ban. Nem mesmo o monge esperaria uma recepção tão calorosa. Seu velho mestre tem um semblante diferente. Pela primeira vez na vida, Ban vê orgulho em seus olhos, o que o leva a repensar sobre o que achava do velho Jia-Hui.


— Quero lembrá-los da grande responsabilidade de ser o portador do Cinturão dos Elementos e a honra que leva a seu clã. Não será tolerado jamais que o portador se torne desonroso como infelizmente aconteceu ao campeão da Vila Amarela.


Os monges da Vila Amarela abaixam a cabeça, envergonhados, e ficam quietos em suas arquibancadas. As recentes atitudes de Ji trouxeram grande desonra ao clã e novas diretrizes internas em Huang Long estavam sendo decididas.


O jovem monge se aqueceu com vigorosidade, queria entrar atento na arena, não poderia dar o mínimo de abertura porque o experientíssimo lutador o finalizaria com facilidade. Diwu se alongava e se aquecia do outro lado, fazia movimentos incríveis. Apesar de seu tamanho, era extremamente ágil e elástico, desumanamente incrível. Ban questionou o motivo de estar ali afinal, claramente suas chances eram ínfimas, o resultado era claro e se por novamente em risco ao enfrentar tal lutador não fazia sentido para ele. Porém, a honra e o dever pairavam acima de sua cabeça como uma estalactite prestes a despencar, não podia hesitar, não havia escolha, seu destino já estava traçado nesse ponto.


O dragão vermelho pisou na arena com convicção, reverenciou seu adversário e se pôs em guarda para que Gulong desse início à luta.


— Lembrem-se de serem sempre honrados e respeitar as nossas tradições. E agora, lutem!


Ban toma a dianteira no combate, saltando e aplicando um chute, mas, com o poder de terra,  Diwu pisa forte no chão com sua perna direita, criando um escudo de pedra que apara o golpe do dragão vermelho. A plateia vibra com a demonstração de poder do atual campeão, embora ainda incentivasse o desafiante. Diwu salta sobre a parede de pedra e o poder do braço esquerdo ativado, lançando uma saraivada de cristais de gelo. Quase pego de surpresa, Ban toma uma postura defensiva, enquanto tenta estudar os movimentos de Diwu e buscando, incredulamente, um ponto fraco em sua postura. Para tanto, ele usa o seu próprio movimento como se fosse um contra-ataque, mas era apenas um blefe para procurar um ponto fraco, mas o Dragão Campeão cria uma barreira de plantas para conter o ataque que não veio.


Priorizando manter-se à esquerda tanto para evitar os ataques de fogo e rocha de seus membros destros e se concentrar nos ataques de gelo e planta da porção esquerda do corpo do adversário. Ambos saltam ao mesmo tempo, o punho gelado de Diwu sendo bloqueado pela mão de Ban, enquanto seu próprio punho era bloqueado pela mão quente do oponente.


— Você é um bom lutador, estamos lutando e evitando todos os golpes um do outro. Esta é uma luta digna, guerreiro!


Ban sorri. Chegou perto o suficiente para se desvencilhar do corpanzil de Diwu, aplicando uma descarga elétrica no membro aquoso do campeão, provocando um choque que fez o adversário recuar alguns passos, para apenas enfurecê-lo e contra-atacar com seu membro direito, arremessando uma bola de fogo que atingiu em cheio o tórax nu de Ban.


O dragão vermelho ensaiou mais um contra-ataque, mas desistiu quando percebeu o ar ao redor de Diwu se condensando numa defesa. O adversário, vendo a estratégia de Ban, tratou de ampliar sua vantagem na luta, saltando sobre o monge vermelho e aplicando um chute aéreo com sua perna direita fortalecida com metal. Era mais uma oportunidade para Ban, que usou seu poder elétrico mais uma vez e, ao mesmo tempo em que o pé do campeão acertou o seu queixo, ele agarrou a panturrilha metálica de Diwu, levando a se afastar com o ataque bem sucedido. Ban levanta-se após o ataque elétrico e, embora seu poder já estivesse exaurido e não pudesse finalizar a luta, Diwu perdeu a chance de um novo ataque mantendo-se na defensiva com uma armadilha de água, na esperança que pudesse usar os próprios poderes de Ban contra ele mesmo.


O gongo é tocado anunciando o fim da luta, mas não havia um vencedor. Gulong considera que ambos estão em pé de igualdade ainda e ordena mais uma rodada de luta.


— É assim que a disputa do Cinturão, até os limites de cada um dos lutadores. Está em jogo não apenas a honra do portador, mas também a segurança de Longshan. Retomem o fôlego e voltem às suas posições.


Ban respira pesadamente em seu lado da arena, sentia uma dor tremenda em seu peito, porém não queria olhar e ver o estrago causado pelo poder de Diwu. O campeão se mostrava implacável, não parecia nem estar suando, Ban teria que se entregar muito àquela luta se quisesse sair vitorioso. 


"Mas será que era isso mesmo o quê queria? Já havia provado muito até ali, tinha sido um oponente digno ao campeão e não fraquejara uma vez sequer."


 Por um momento a vontade de desistir tomou conta da mente de Ban; 


"Não preciso jogar a toalha, se eu apenas baixar a guarda um pouco, receber o golpe e cair, ninguém me julgaria, e eu poderia continuar com meus livros e minha música...""


Enquanto refletia o olhar de Ban vagou, para além da arena, além dos espectadores e da vila, ultrapassando a cordilheira e visualizando onde estaria a cidade em que nasceu. Lembrou-se então de seu pai, tinha poucas lembranças dele, lembrava que ele cheirava a bebida e que os outros o xingavam e riam dele, mas que sempre tentou fazer de tudo por Ban. Quando conseguiam um pouco de alimento, as melhores partes eram para o pequeno, fosse o pão mais fresco ou a pequenina porção de carne. 


— Você será alguém um dia, meu filho, será motivo de admiração para todos que o cercam. Nunca permita que tirem seus sonhos ou que façam menos de você por sua origem, isso é culpa unicamente minha e não há um dia que eu não me arrependa. — Falava enquanto se abrigavam da chuva em uma pequena alcova.


Os olhos do agora guerreiro do trovão marejaram, seu pai havia dado a vida para que pudesse ser encontrado pelos monges, mesmo que com pouco, ele conseguiu levar Ban até ali e dar a ele uma oportunidade de ser melhor. Aquilo inspirou o jovem monge e impeliu-o para a batalha. 


"Essa eu lutarei por você, meu pai."


Ergueu sua guarda mais uma vez, o último embate seria duro, Diwu não perdia por esperar. O adversário também se levanta. Ambos são chamados ao centro da arena, por Gulong.


— Mostrem todo o seu poder, discípulos do Dragão. Honrem Longshan e LUTEM!


Todo o ímpeto de Ban está focado para derrotar o Grande Dragão. Enquanto Diwu assume uma postura defensiva de início, mesmo sem usar seus poderes, até reparar que o dragão vermelho apenas observa. Assim que o Grande Dragão baixa sua guarda, Ban salta com um chute eletrificado, mas o seu adversário levanta uma parede rochosa que impede o ataque. Pego de surpresa, Ban salta para trás, assumindo de imediato uma postura defensiva, apenas para ver a parede de pedra desmoronar diante de si. Diwu só observa, ele olha para o relógio de água que marca o tempo da luta e se concentra novamente.


Ban refazer seu golpe, eletrificando seus pés, mas Diwu ergue mais uma vez a parede. Ban desiste do ataque e toma fôlego. Rapidamente, Diwu avança sobre o dragão vermelho, usando seu poder do vento para ganhar agilidade. Por sorte, Ban estava preparado e apara todos os golpes do campeão. Porém, Diwu não cessa os ataques e, tomado pelo cansaço, Ban abre sua guarda, quando o campeão se abaixa e se levanta de punho erguido, acertando o queixo de Ban, fazendo-o voar alguns metros. Caído, ele não tem forças para continuar a luta.


O silêncio da plateia é quebrado com os gritos de vitória da Vila Verde. Seus habitantes comemoram usando seus poderes para jogar água, folhas e flores para cima, num espetáculo que só os dragões verdes poderiam produzir. Gulong apressa-se a conferir o estado de Ban e declara a vitória de Diwu, erguendo seu braço. Alguns dos dragões verdes ultrapassam os limites da torcida e carregam Diwu nos ombros. Era sua quarta vitória consecutiva, mantendo o cinturão e conquistando o dever de proteger Longshan por mais treze anos.


Jia-Hui penetra a arena junto de outros companheiros dragões vermelhos. Os seus discípulos carregam Ban e o levam para tratar seus ferimentos.


— Você lutou bem, Ban. Deixou nosso clã orgulhoso. Diwu é um lutador formidável e seria realmente difícil de vencê-lo, mas não desanime. Seu papel foi cumprido com honra e sempre será lembrado por levar os dragões vermelhos até o Campeão. Seu pai estaria orgulhoso se o visse lutando. Agora descanse.


As palavras de Jia-Hui mexem com a cabeça de Ban. Ele realmente não esperava que o mestre fosse gentil em sua derrota. É então que Ban percebe que toda a distância que seu mestre mantinha fazia parte do treinamento, que só foi concluído agora, com a final do Torneio do Dragão.



[OFF]


  • Ji tem o objetivo de escapar da prisão, ND 14.


Ji: E3 + 4 (Luta) + 9O = 16. Sucesso! Ji ganha 1 XP.


BAN
DIWU
ROUND 1
♠
♦
Diwu defende
♦
♠
Ban defende
:relaxed:
♦
Ban finta
Empate 1 XP
Empate 1 XP
ROUND 2
♦
♦
Couer-de-Coeur
♠
:relaxed:
Diwu 1 Ferimento
:relaxed:
♠
Ban 1 Ferimento
Empate 1 XP
Empate 1 XP
ROUND 3
:relaxed:
♦
Ban finta
♠
♠
Ambos 1 Ferimento
:relaxed:
♦
Ban finta
Empate 1 XP
Empate 1 XP
EMPATE - EXTRA 1
:relaxed:
♦
Ban finta
♠
♦
Diwu defende
♦
:relaxed:
Diwu finta
Empate 1 XP
Empate 1 XP
EMPATE - EXTRA 2
:relaxed:
♦
Ban finta
♦
♠
Ban defende
:relaxed:
♠
Ban 1 Ferimento
Derrotado XP
Vencedor 2 XP
DIWU VENCE
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