Após a queda da mítica Atlântida, poderes são aprisionados no Cometa-Prisão e a libertação deles dão início a uma nova ordem.
 
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 Episódio 01 - A Coroa

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MensagemAssunto: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Ago 03, 2022 12:02 pm

Nick-Ahnor, o tubarão atlante, havia recebido a ordem diretamente do regente Tihumla de recuperar a Arque-Coroa de Atlântida, na verdade um artefato mais antigo que este povo, vinda do planeta Regulus, lar da raça atlante ancestral, milênios antes. O objeto foi roubado pelo invasor John Turk, quando assassinou o último regente legítimo Za-har, mas a culpa recaiu sobre sua esposa, Yaset, a regulana pertencente à cidade ancestral. Porém, o artefato foi roubado por um dos capangas do vilão, Tyler Greymane e está em posse dele até então.

Neste tempo, porém, Nick-Ahnor venceu em duelo o rei dos ferais, Kitok de Wanyama, conquistando o direito de ficar em seu lugar. A troca de regentes se deu por artimanhas da Mama Magamba, a líder da Tribo da Escama, e Nick tem sido um fantoche seu, que a nomeou como conselheira e responde pelo trono em suas ausências, como quando o tubarão precisou se ausentar durante os eventos que transformam Silvânia recentemente.

Agora, com a volta de Nick a Wanyama, Mama Magamba planeja que ele se volte à sua missão original e que encontre um fim nas mãos de Tyler, mas outras pessoas têm interesse nesta trama. Jakku foi caçado durante anos por Tyler, a serviço de Turk, para que descobrisse o Reino de Wanyama. Seu aliado, Argh, o menino perdido, estará sempre ao seu lado. Nefret, a irmã exilada de Kitok, pode achar a oportunidade perfeita para voltar a Wanyama. E Madu, o caçula, pertencente à Guarda de Wanyama, também está atento aos acontecimentos.
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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Ago 17, 2022 4:25 pm

CENA 1

Torre Táumica, 1918

Quase um se passou até que todos os residentes da Torre Táumica estivessem plenamente saudáveis. Lahyla e Hærmys, como anfitriões do semiplano, cuidaram dos feridos e os inspecionaram de quaisquer infecções. Enquanto o espírito do regulano vagou de volta às terras de Silvânia, sua esposa cuidou física e psicologicamente dos sobreviventes. Neste meio tempo, Stephanie deu a luz a seu filho, que recebeu o nome de Svend. Devido aos cuidados com a criança, sua mãe e todos os silvanos restantes tiveram permissão de permanecer na Torre Táumica como hóspedes, tornando-se moradores fixos do lugar.

Werena e Tyler saíam em campanhas militares, ainda envolvendo-se nos últimos conflitos da Grande Guerra, que Hærmys tinha suspeitas de o conflito ser um subproduto da influência de Ganância, mas a dupla sempre retornava ao seu porto seguro na Torre.

Em um destes retorno, um convidado esperava por Tyler. Nick-Ahnor, o regente de Wanyama, que, embora não fosse nativo, havia conquistado o direito de governá-la quando venceu em combate justo o antigo regente, Kitok. O atlante veio acompanhado de uma comitiva de ferais crocodilos, todos subordinados à sua conselheira Mama Magamba. O tubarão não é capaz de falar, mas um feral da Tribo das Penas serve como seu tradutor.

— Viemos para reivindicar o Pacto de Yaset. A posse da Coroa deveria permanecer com o arqueiro até a derrota do mago Turk, mas ele se refugiou na terra arrasada de Silvânia e é impossível sobrepujá-lo em seu domínio. Deste modo, pedimos a restituição do artefato às mãos dos verdadeiros donos, o povo nativo de nosso senhor, Nick-Ahnor.

O Pacto de Yaset foi firmado dois anos antes, quando Nick foi convencido que o arco em que a Coroa se transforma seria melhor utilizado pelas mãos hábeis de Tyler. O acordo dizia que o artefato seria utilizado até a derrota de John Turk, mas o mago construiu uma fortaleza no coração de Silvânia, protegida por uma horda de mortos-vivos que apenas aumentava de tamanho com as investidas. Vencê-lo em seu território tornou-se uma tarefa impossível e o artefato precisaria voltar a Atlântida para que Nick terminasse sua missão começada três anos antes, com a morte de Za-har e o roubo da Coroa por Turk e seus capangas. Apesar de os eventos na Silvânia já tenham quase feito aniversário, Nick-Ahnor foi paciente, pois entendeu que a arma servia para dispersar a guerra que assola o mundo dos homens, mas, com o iminente fim do conflito, sua paciência também chegou ao fim.

Tyler havia utilizado a Arque-Coroa durante os últimos meses, servindo como um soldado de elite do Império Avalônico junto de Werena. A dupla ficou conhecida como Capuz e Lobo, uma brincadeira com a história de Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, pois a amazona era vista diversas vezes montando um lobo e vestindo um capuz roxo, o Manto da Invisibilidade. Embora poucas pessoas tenham visto Tyler usando o artefato, o povo sabia que quando a dupla vinha em seu socorro, a vitória era certa.

***

Wanyama, 1918

Zazel sobrevoou uma cabana às margens da ilha de Wanyama. Era uma residência afastada, mas fortificada, lar da Mlinzi Wanyama, a guarda do reino dos ferais. Namiri, o xamã, e Akachi, o batedor, haviam recebido Madu, irmão caçula de Kitok, seu antigo rei, e o elegeram como seu líder, mantendo a tradição Mlinzi de ter um membro do núcleo real como comandante. O trio recebe naquela tarde a dupla de amigos de Kitok, Jakku e Argh, que o salvaram durante o auto-exílio, quando o príncipe se mostrou incapaz de fazer a conexão com seu totem. Hoje, Jakku é líder da Tribo dos Cascos e membro do Conselho das Quatro Tribos, e Argh, agora um jovem adulto, é seu consorte, e, embora ainda seja considerado um estrangeiro, recebeu a oportunidade de conquistar seu próprio totem, tornando-se um feral.

A mulher-flamingo pousou na entrada da cabana, tendo certeza que não havia sido seguida pelos comparsas de Mama Magamba, a anciã que controla o usurpador de Wanyama por debaixo dos panos.

— Estamos sozinhos – ela diz, séria.

— Convoquei esta reunião pois entrei em contato com os ancestrais e eles não estão felizes com um forasteiro assumindo o governo de nossa terra. Por mais que eles reconheçam que Nick-Ahnor – Namiri é interrompido pelo som de cuspida de Madu — seja um primo distante de um povo ancestral comum, ele não é dos nossos.

— Ele é um peixe – bradou Madu — E nós comemos peixe!

— A coisa é mais complicada que isso, irmão Madu – Namiri continuou — Mas os espíritos ancestrais me revelaram um segredo e uma estratégia que Mama Magamba não pode ignorar. Kitok deixou semente.

Desta vez foi Zazel quem se incomodou. A flamingo estava presente quando o príncipe se auto-exilou, vaidoso como era. Foi sua amante antes do príncipe passar pelo ritual e até após seu retorno, mas logo foi trocada por várias outras amantes. A revelação de Namiri não era surpresa para ela, pelo contrário, acreditava mesmo que Kitok poderia ter deixado descendentes.

— Eu tenho… um sobrinho!? Zazel… – Madu, pelo contrário, estava surpreendido.

— Não, não comigo – Zazel foi direta — Diga-nos, Namiri, onde esta criança está?

— Os ancestrais disseram que ela se encontra na nação vizinha do Kongo, em meio às florestas da montanha.

— Eu sei onde fica – Jakku quebrou o silêncio — Foi onde Argh cresceu. Ele conhece bem a região e poderá ser nosso guia.

Argh faz barulhos ininteligíveis, parece alegre por poder voltar à sua “terra natal”. É assim que ele considera aquela selva equatorial, e embora sua ascendência seja do povo arcadiano, ele não tem ideia de qual nação possa ter vindo seus pais. Pelos colonizadores da região, devem ser provenientes de Libertérre, mas não há como saber.

— Perfeito, os espíritos anciões me revelaram que quem controla a linhagem real tem predileção ao trono e, para reforçar essa preferência, vamos associá-lo também aos Ossos de N’gaya. Com a união do sangue do mais jovem e os ossos do mais velho, Mama Magamba não terá outra opção a não ser recuar.

— E os Ossos de N’gaya? Onde estão? – perguntou Madu.

— Estão atualmente com a líder dos xamãs de Wanyama, a própria Mama Magamba, por isso precisaremos roubá-los.

— Que nada fique em posse daquela víbora!

— Então é isso. Eu vou rabiscar as coisas que lembro do meu transe e vocês partem para lá. Eu terei de ficar, alguém precisa para espiar os próximos passos de Mama Magamba e retardá-la, se ela souber que vocês procuram o herdeiro.

— Por mais que eu queira acompanhá-los – disse Akachi — Esta é uma missão que requer discrição e meus talentos podem ser melhor aproveitados aqui. Seguirei o rastro de vocês caso haja qualquer suspeita de perseguição da parte de Mama Magamba.

O quarteto, liderado por Madu, guiado por Argh, guardado por Jakku e reforçado por Zazel partiu pra a fronteira entre os territórios de Wanyama e Kongo. Atravessaram de balsa o lago que separa a capital do reino com a desculpa de vigiarem a conquista do totem de Argh. Os crocodilos de Mama Magamba não deram muita importância, sempre subestimaram o rapaz e viam com maus olhos a íntima proximidade dele com Jakku, mas, como um representante do Conselho, deviam respeito ao rinoceronte. O grupo atravessou as margens de Nyzanza, o grande lago que isola a ilha de Wanyama, e percorreu o território continental, indo a Oeste até atravessar a fronteira para o Kongo. A savana aos poucos ficava para trás, a planície dando lugar a um terreno montanhoso revestido pela floresta equatorial. Esta vegetação é bastante familiar para Argh, foi ali que ele se viu crescer entre o clã de gorilas desde sua mais tenra idade, quando foi adotado por Maziwa, a fêmea gorila que lhe criou como um dos seus.

O grupo andou por três dias e Zazel estava visivelmente incomodada, sentia como se estivesse sendo observada. Mesmo nos seus voos, não percebia com perfeição o que se passava sob a copa das árvores, vigiar a savana era muito mais fácil e estava acostumada. Como era mais sensato permanecer com o grupo e não no céu, caminhava com certa dificuldade, mas não deixava de notar sombras espionando. Jakku também não estava confortável, foi em terreno do tipo que conheceu o irmão de Argh, Pekee e quase foi derrotado pelo primata, mas, numa reviravolta, venceu-o e deixou uma grande cicatriz em seu peito. Para Madu, aquele ambiente é totalmente novo, porém, sua experiência lhe diz para se manter alerta. Já Argh sentia nostalgia com o cheiro da terra úmida que sentia, maravilhado por poder voltar para seu lar. Até que sentiu um cheiro extra, bastante familiar. Pekee.

O gorila avançou com selvageria. Embora estivesse focado em Argh, seu alvo é Jakku, o rinoceronte que lhe deixou a marca no tórax. Ansiava para poder encontrá-lo novamente e, desta vez, iria se vingar. Acompanhado dele, outros quatro gorilas mais jovens, que Argh reconhece como fêmeas do harém de seu meio-irmão. O bando se adianta, cercando o quarteto, fazendo muito barulho e quebrando galhos.

Distante dali, Kipaji, a última amante de Kitok, brincava com seu filho, Jawari, em uma vila às margens do Rio Profundo. Ela havia fugido de Wanyama, amedrontada com as ameaças de Mama Magamba. Quando descobriu que estava grávida, não pensou duas vezes antes de deixar sua terra natal. Ela olha com desconforto os forasteiros, compatriotas seus, que acabaram de chegar à aldeia, pois sabe que o destino de seu filho está para ser traçado.






[OBJETIVOS]

• Tyler deve argumentar com Nick, ND Difícil (7-9);

• Tyler pode fazer uma cena extra interpretativa ambientada na Grande Guerra, ND Médio (5-7);

• Argh, Zazel, Jakku e Madu precisam se defender dos ataques das fêmeas gorilas, ND Médio (5-7), e contra-atacar, ND Médio (5-7);

• Pekee ataca Jakku e ele precisa se defender do ataque de Pekee, ND Médio (5-7), e contra-atacar, ND Médio (5-7);

• Os ferais também precisam convencer Kipaji a cooperar para levar Jawari de volta a Wanyama, seja com Social, ND Difícil (7-9) ou a capturando durante sua possível fuga, ND Inferior (1-3)


Última edição por Anfitrião em Qua Ago 31, 2022 5:13 pm, editado 2 vez(es)
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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyTer Ago 23, 2022 4:27 pm

Andando pelas florestas do país vizinho, Madu se lembrava das longas viajens desbravando o mundo que fez durante seu exilio. Há dois anos ele havia retornado para sua terra natal e, enquanto maquinava e se preparava para tomar o trono, pensava em como a fauna e flora no entorno de sua casa o ajudariam. Mas no que isso seria útil? Uma longa caminhada avançando para o interior do continente, o sentimento de olhos furtivos em suas costas, a constante tensão de que em breve ele e seu grupo estariam ameaçados. Zazel mostrava sua insatisfação e Madu tentava acalma-la.

- Azazel, suas azas lhe cansam as costas. Descanse, deixe que eu e Jakku nos preocupemos com ameaças. Argh, pode ajuda-la?

Ainda durante a caminhada, Madu sente a selvageria, ele não tinha os sentidos fortes como Argh, mas viu a selvageria do gorila saindo da mata com raiva.

Em um movimento rápido, Madu tentara desviar dos ataques dos gorilas, pulando em direção aos troncos visando se agarrar neles usando suas garras e ganhar distância dos gorilas que o atacam.
*Defender dos ataques das fêmeas gorilas, ND Médio (5-7)
♦ 1 + Luta (2) + Garras ♠1 + 2 Esforço = 6

Conseguindo, ou não, pegar uma distância dos gorilas, Madu tentará atacar saltando entre arvores e galhos usando sua destreza, técnicas de luta e suas garras para arranhar os gorilas e tentar minar as forças dos inimigos, atacando tendões e pontos cegos.

- Vocês ousam atacar o verdadeiro rei de Wanyma e seus amigos? Vocês ousam desafiar a própria morte? Chorem por seus pecados não perdoados, pois hoje pereceram ante minhas garras.

*Contra-atacar, ND Médio (5-7)
♠ 3 + Luta (2) + Garras ♠1 +2 Esforço = 6
♠ 3 + Luta (2) + Garras ♠1 +3 Esforço = 7
Esforço Restante = 14


Última edição por Madu Simba em Sáb Ago 27, 2022 12:22 am, editado 2 vez(es)
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Jakku & Argh

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Ago 24, 2022 5:40 pm

A cada passo que afastava Jakku de Wanyama, memórias de um passado pouco agradável o incomodavam. O cheiro, o clima, a vegetação, o cenário por completo era muito próximo de uma dessas desagradáveis lembranças.

- "Peeke!" lembra Jakku enquanto mantém seu olhar paternal sob Argh. A felicidade do garoto contrastava com a preocupação do restante do grupo.

- Parece que estou entrando em um pesadelo. Foi num terreno assim que enfrentei o irmão de Argh. Jakku diz para Madu, em voz baixa, ao notar a preocupação do companheiro. - Fiquem atentos!

Ao perceber os galhos tremulando, logo a sua frente, sua lembrança ruim torna-se realidade. Peeke surge bem a frente de Argh, mas é em sua direção que os olhos do gorila se voltam. O macho do grupo não estava sozinho.

- Argh! Cuidado! O garoto selvagem já havia percebido, através do cheiro, a presença de seu irmão e tenta avisar com balbucios, voltando para perto do grupo e pegando algumas pedras.


Defender das gorilas

Assumindo a forma animal, Jakku pretende ganhar velocidade e derrubar algumas árvores próximas, criando algo próximo a um bloqueio a sua frente, dificultando o avanço e um ataque preciso das gorilas, assim como espera que seu corpo resistente suporte algum golpe.

- Argh! Pule nas minhas costas e tente desviar dos ataques. Mesmo em perigo Jakku se preocupa com o jovem e tenta algo em conjunto.

Contra-atacar as Gorilas

- Argh! Arremesse suas pedras no rosto delas! Você tenta desviar a atenção e eu tentarei derrubá-las.
Caso as gorilas se aproximem, Jakku usará a força do seu corpo em movimento para colidir com as adversárias, seja arremessando-as para longe ou esmagando-as em algum tronco ou pedra.

Defender de Peeke

Contra Peeke, Jakku tentará não vacilar como da última vez. Mesmo grandalhão e lento, tentará conter o ataque o macho alfa arremessando um enorme tronco contra ele, para que a investida não o atinja em cheio e consiga minimizar os danos.

Contra-atacar Peeke

Ao mesmo tempo em que arremessa o tronco, Jakku colocará as forças em suas patas traseiras, abaixando sua enorme cabeça e, de encontro com o ataque do gorila, tentará fincar seu poderoso chifre no abdômen do rival. pressionando-o e arrastando-o pelo chão para que, desta vez, coloque um fim nessa disputa.

Defender das gorilas
♦ 5 + Músculos 1 + Esforço 1 = 7

Contra-atacar as Gorilas
♠ 2 + Músculos 1 - Protegido 1 + Lutas 2 + Esforço 2 = 6

Defender de Peeke
♦ 5 + Músculos 1  + Esforço 1 = 7

Contra-atacar Peeke
♠ 2 + Músculos 1 + Lutas 2 + Esforço 2 = 7

Esforço Restante: 15
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Zazel

Zazel


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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Ago 24, 2022 11:25 pm

Zazel sentia um pigarro emocional entalado em seu longo pescoço rosado. Achava já ter superado seus sentimentos por Kitok, mas talvez estivesse enganada.

Quando ainda era sua “favorita”, ele lhe fizera promessas sobre seu desempenhar um grande papel para com o reino, ao seu lado, todos que sempre a menosprezaram iriam ter que engolir seu desdém quando a vissem ao lado governante de Wanyama... Mas o tempo revelou ser apenas o papo de um galanteador. Quando ela já não o deliciava em sua flor, mas tentava conversar sobre o futuro juntos, o antigo rei se tornava distante, desaparecia, tornava-se ocupado demais, até simplesmente aparecer com a nova favorita. Era bondoso com o povo, nunca com suas amantes.

A frustação empurrou Zazel para onde seu coração verdadeiramente morava, o reino de Wanyama e seus deveres, tornou-se devota ao reino. Arauto, informante e sentinela, os olhos do rei e os sussurros entre os conselheiros. Independente dos posicionamentos do Clã dos Penas, evitou se opor ao rei peixe, ao menos abertamente. Entre suas irmãs, haviam burburinhos, e fofocas sobre a marionete dos escamosos e como era burro como uma porta. Ria, mas nunca na frente dos outros. Quando Namiri a convocou, agarrou-se a ideia de que aquilo não era traição se colocasse Wanyama nos eixos. A parte difícil era ter que lidar novamente com a ferida não cicatrizada, um herdeiro daquele que só a iludiu. Talvez o menino fosse diferente... Precisava ser.

Apesar da vegetação densa, Zazel tinha manha o suficiente para se esgueirar, e não se fazer ser percebida, acreditava que daria conta de fazer essa missão sozinha se as condições fossem outras, mas agora precisava seguir com os amigos de seu ex. Confiava neles pelo dever, mas ficava sempre se perguntando se Kitok tinha comentado dela para eles, se riam dela sob suas costas. Evitava até mesmo olhar muito para Madu, podia não ter o charme de seu irmão, mas ainda sim lembrava tanto ele que a fazia se arrepiar quando seus olhos se encontravam. O futuro rei ainda tentava ser cortês, mas a mulher flamingo se mantinha na defensiva.
- Zazel, não fique tão alerta, ficará exausta se não relaxar – Disse Madu - Descanse, deixe que eu e Jakku nos preocupemos com ameaças. Argh, busque um fruto doce para Zazel.

O menino se aproximou com seu sorriso bondoso, só que Zazel apenas empinou seu longo nariz e seguiu caminhando deixando um expressão confusa em Argh, perguntando se tinha feito algo de errado. Ele logo esqueceu quando Jakku o envolveu em seus braços e seguiram a caminhada mata a dentro. O problema dos devaneios e temperamento ranzinza a deixaram Zazel desatenta para a selvageria que viria a seguir. Quando as fêmeas gorila vinham com suas saraivas de golpes, a flamingo alçou voo e com graciosos rodopios procurava esquivar os golpes enquanto se afasta da confusão procurando uma posição favorável o acima da copa das árvores.

(  ♦ 1 + Voo  ♠ 1 + Manha  JOK 2 + Esforço 3 = 7)

Tendo uma visão mais ampla, Zazel tem mais consciência do perigo que os cercava. Em outras condições deixaria o campo de batalha e focaria no objetivo central de sua missão, ela até se distância procurando na direção apontada por Argh mais cedo, onde encontraria o refúgio da última amante de Kitok. No entanto, usando de sua visão para localizar todas as ameaças sente que precisa proteger Madu como pudesse, ou toda a missão poderia ser comprometida sem seu líder.  A mulher flamingo descreve um rasante, atacando uma gorila desprevenida e voltando a tomar altura. De forma furtiva ela ataca com suas garras nos pés e encontrões corporais, para logo depois se esconder, repetindo a tática como forma de atrapalhar as gorilas e permitir que seus aliados as sobrepujassem com menos dificuldade.

( ♠ 2 + Voo  ♠ 1 + Visão  ♣  1 + Manha   JOK 2 + Esforço 1 = 7)

Superado esse conflito Zazel será a primeira a entrar em contato com Kipaji. Voaria silenciosa entre a vegetação, como uma sombra sob o sol escaldante. Pairando baixo ela observa uma cabana e decide ir por terra. Seus pés são leves como plumas, seus olhos atentos não deixam passar nenhum detalhe e sua paciência focada aguarda o primeiro descuido daquela mãe para voar subitamente e sequestrar o jovem herdeiro.

- Quietinho menino, e um dia você será rei como seu pai foi... E melhor do que ele, escutou?

( ♠ 2 + Voo  ♠ 1 + Visão  ♣  1 + Esforço 1 = 5 )
Esforço Restante: 16
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Tyler Greymane

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySáb Ago 27, 2022 11:15 am

Capuz e Lobo. Como se, vindos de um livro fantástico de fábulas, esta dupla constantemente se envolvia nos fronts da Grande Guerra. A presença de Tyler junto de sua amada Werena no front não servia só para criar uma nova imagem ao ex-mercenário, agora com suas memórias originais restauradas e seu poder, outrora negado, correndo por suas veias. Servia também como prática. Com quase um ano, o herdeiro Greymane já estava formidavelmente adaptado a sua nova realidade. Sua bela e desnuda forma licantrópica estava melhor desenvolvida, e mesmo sua versão humana trazia, agora, leves traços de seu sangue amaldiçoado. Ou seria abençoado, na realidade?

Mesmo assim, para o próprio Tyler, a presença em campos de batalha servia como uma forma de, em seu subconsciente, honrar seu passado. Sua família. Os dias se passavam, e a fama de seu clã chegava a ele em grandes sequências de narrativas épicas da lendária Arlinn Greymane. Sua mãe. Inicialmente, se questionara a respeito de nunca ter sido procurado. Agora sabia: seu sequestro provocara grandes mudanças nas políticas dos lobos de Avalon, e a alcateia de Arlinn passou a punir mais severamente seus adversários. E ela certamente saberia do lobo avalônico que lutara na Grande Guerra. Certamente seria citado pelo seu papel na Ofensiva dos Cem Dias.

A Ofensiva dos Cem Dias:

De volta à Torre Táumica, Tyler e Werena caminhavam de forma até mais tranquila, com o Greymane contando, animado, suas memórias das terras montanhosas. Era a décima vez que falava, claro, mas sentia sempre como se fosse a primeira vez. E já planejava partir o mais breve possível até lá... até a hora que viu Nick-Ahnor com uma trupe. Ali, ele sabia que teria que adiar seus planos.

— Saco... — Tyler esbravejou, olhando para Werena, garantindo que a trupe não ouviria suas ofensas. — Aposto que é comigo, quer ver? Vão pedir os brilhantes serviços de Capuz e Lobo, ou vão pedir para eu lamber as bolas de um tubarão.

Se despedindo da amada, o lobisomem se aproximou do grupo, ouvindo o feral da tribo das penas dar sua fala.

— Como vocês mesmos bem disseram, senhores... — Tyler levou as mãos às costas, guardando a coroa consigo, e andou por vários lados, mostrando que estava pronto para reagir em caso de ataque. — ...o acordo diz que, sob minha posse, a coroa ficará até a derrota de Turk. Os senhores penosos e aquosos estão vendo a cabeça de Turk exposta em algum dos lugares? Pois imagino que devam ter visto, para estarem tentando quebrar o acordo que fizemos!

Brincando com as palavras, Tyler precisava respirar fundo. Já não era tão paciente antes, mas hoje em dia estava muito mais irritadiço. Em períodos onde a Lua esbanjava toda sua energia, o avalônico se sentia muito mais próximo aos seus parentes distantes ferais. Não fazia questão de ocultar as orelhas de pontas mais protuberantes, tampouco as presas que vazavam por sua boca, prováveis frutos de uma transformação tão tardia.

— Sei que isso é importante para você, peixinho. Mas uma arma tão poderosa não pode ficar às mãos de um grupo que se recusa em se posicionar perante o mal que assola nosso planeta. Entendo que estão cagando para o que a sociedade os humanos fazem ou deixam de fazer... — o desgosto ao referir-se às sociedades humanas era nítido. — ...mas os Greymane podem garantir um uso melhor para o bem de todos nós, que estão do outro lado do véu. Peço que honrem o acordo que foi feito, e provem que não são iguais às sociedades humanas. Agora, se precisam do arco para outra coisa que não simplesmente o colocar num pedestal, será mais fácil que me digam.

Tyler sabia que isso não iria convencer o tubarão, e de que teria que lutar para manter o arco consigo. E era para isso que ele estava pronto. Sua aura já emanava a energia de seu espírito de lobo, ao ponto que, se alguém fosse capaz de enxergá-la, veria que ela não seguia seu corpo comum, mas sim sua fera interior. Mas ainda tinha um fio de esperança na razoabilidade de Nick. Ou teria que usar o arco contra seus outrora aliados.

[h3]

AÇÕES

• Tyler deve argumentar com Nick, ND Difícil (7-9);
TESTE: Carisma 1 ♥ - Má Fama -1 ♥ + Esforço 1 = 3

• Tyler pode fazer uma cena extra interpretativa ambientada na Grande Guerra, ND Médio (5-7);
TESTE: Tiro 2 ♣ + Flecha de Luz 2 ♣ + Chuva de Flechas 1 ♣ + Foco 1 ♣ + Destreza 4 ♠ + Lobisomem 1 JOK + Esforço 1 = 12
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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Ago 31, 2022 5:24 pm

[RESOLUÇÃO]
Tyler deve argumentar com Nick, ND Difícil (7-9);
Tyler: ♥ 1 - Má Fama -1  + Esforço 1 = 1. Falha.

Tyler pode fazer uma cena extra interpretativa ambientada na Grande Guerra, ND Médio (5-7);
Tyler: ♣ 1 + Tiro 2 ♣ + Flecha de Luz 2 ♣ + Chuva de Flechas 1 ♣ + Esforço 1 = 7. Sucesso. 1 XP.

Ataques das fêmeas gorilas, ND Médio (5-7):
Madu: ♦ 1 + Luta (2) + Garras 1 + 2 Esforço = 6 x ND 5. Sucesso. 1 XP.
Jakku: ♦ 5 + Músculos 1 + Esforço 1 = 7 x ND 6. Sucesso. 1 XP.
Zazel: ♦ 1 + Voo 1 + Manha  2 + Esforço 3 = 7 x ND 6. Sucesso. 1 XP.
Madu: ♦ 1 + Luta 2 + Garras 1 + 0 Esforço = 0 x ND 7. Falha. Machucado -1 nas jogadas.

Contra-ataque, ND Médio (5-7);
Madu: ♠ 3 + Luta (2) + Garras 1 + 2 Esforço = 8 x ND 5. Sucesso. 1 XP.
Jakku: ♠ 2 + Músculos 1 - Protegido 1 + Lutas 2 + Esforço 2 = 6 x ND 6. Sucesso. 1 XP.
Zazel: ♠ 2 + Voo 1 + Manha 2 + Esforço 1 = 6 x ND 7. Falha.
Madu: ♠ 3 + Luta (2) + Garras 1 + 1 Esforço = 7 x ND 7. Sucesso. 1 XP.

Ataque de Pekee, ND Médio (5-7):
Jakku: ♦ 5 + Músculos 1 + Esforço 1 = 7 x ND 7. Sucesso. 1 XP.

Contra-ataque, ND Médio (5-7):
Jakku: ♠ 2 + Músculos 1 + Lutas 2 + Esforço 1 = 6 x ND 7. Sucesso. 1 XP

Sequestrar Jawari, ND Inferior (1-3):
Zazel: ♠ 2 + Voo  ♠ 1 + Visão  ♣  1 + Esforço 1 = 5 x ND 2. Sucesso. 0 XP.


CENA 2

Front de Samarobriva, Libertérre, 1918

Capuz Púrpura e o Lobo Rei. Como se, vindos de um livro fantástico de fábulas, esta dupla constantemente se envolvia nos fronts da Grande Guerra. A presença de Tyler junto de sua amada Werena no front não servia só para criar uma nova imagem ao ex-mercenário, agora com suas memórias originais restauradas e seu poder, outrora negado, correndo por suas veias. Servia também como prática. Com quase um ano, o herdeiro Greymane já estava formidavelmente adaptado a sua nova realidade. Sua bela e desnuda forma licantrópica estava melhor desenvolvida, e mesmo sua versão humana trazia, agora, leves traços de seu sangue amaldiçoado. Ou seria abençoado, na realidade?

Mesmo assim, para o próprio Tyler, a presença em campos de batalha servia como uma forma de, em seu subconsciente, honrar seu passado. Sua família. Os dias se passavam, e a fama de seu clã chegava a ele em grandes sequências de narrativas épicas da lendária Arlinn Greymane. Sua mãe. Inicialmente, questionara-se a respeito de nunca ter sido procurado. Agora sabia: seu sequestro provocara grandes mudanças nas políticas dos lobos de Avalon, e a alcateia de Arlinn passou a punir mais severamente seus adversários. E ela certamente saberia do lobo avalônico que lutara na Grande Guerra. Certamente seria citado pelo seu papel na Ofensiva dos Cem Dias.

Percorrendo as colinas da cidade de Samarobriva, em Libertérre, Capuz e Lobo escondiam-se atrás dos cercados duma fazenda esvaziada. De longe, pelos abençoados olhos lupinos de Tyler, era possível de se notar as trincheiras dos aliados, com soldados da Jotúnia sendo a maioria, mas havendo também alguns silvanos. Muitos dormiam e descansavam, mas outros tantos faziam a guarda. O sol ainda tardaria duas horas para nascer, e o nevoeiro atrapalhava um pouco do alcance de tudo. Os cheiros que alcançavam as narinas do lobisomem eram de pólvora, sangue e destruição. Milhares de espíritos lutando pelo bem de alguns, ignorando o espírito de alcateia. Aquilo deveria acabar.

O plano de luta envolvia uma série de fatores, com muitos afirmando que estas seriam as batalhas finais da guerra. O principal aliado da dupla era o general Hector McMillan — que Tyler, em conversas, descobriu que era um aliado do clã Greymane — e este plano usava especialmente o lobo. McMillan, usando mapas traçados por alguns baloeiros, traçou um ataque surpresa, mas que só seria concluído num quase sacrifício do lobo. Teria que abusar ao máximo da coroa, usando uma tempestade de flechas sobre as trincheiras, para dar indícios de que o ataque seria em dois fronts, dividindo as forças jotunianas e dando espaço para a entente avançar. Werena ajudaria sabotando posições inimigas, até que os dois se unissem novamente e reassumissem posições de combate frontal. E a hora se aproximava, ao ponto do Greymane despir-se para economizar nas vestes. Sentiu Werena tocar suas costas nuas, e deu um sorriso de canto de boca.

— O general disse que iremos para casa se tudo der certo — Tyler piscava fortemente, retirando as últimas peças, convocando sua forma verdadeira. — E podemos até brincar um pouco. Capuz e Lobo estão cada vez mais bem-vistos. E... — o licantropo já fazia os traços lupinos tomarem conta de seu corpo, exibindo o prazer que sentia naquele movimento. — Eu tenho certeza que você vai adorar o norte quando formos para lá. Quero ir logo depois dessa bagunça toda, e reassumir meu lugar de direito... com você a meu lado.

Em poucos segundos, já não era mais o humano ali. A criatura lupina de pelugem dourada uivou, indicando que o plano estava começando. E, tomando posições melhores, puxou a coroa, formando o arco e fazendo o primeiro disparo, com uma chuva de flechas, emendando em seguida com uma sequência de flechas de luz vindas de trás das trincheiras, em posições que indicariam a aproximação do inimigo. A neblina atrapalhava a visão dos inimigos, e trabalhava a favor de Tyler que agilmente movia-se para disparar as chuvas de flechas de várias direções. Sorriu satisfeito ao perceber a saraivada de tiros vindos na sua direção, além dos lançadores de gás mostarda. E soube que tudo estava seguindo como o planejado quando vários dos disparadores falharam. Sentiu o cheiro de Werena, e abocanhou a coroa lunar, adotando a corrida quadrúpede, sentindo com as mãos e as patas o solo ferido pelo combate.

Quando alcançou Werena e a retirou dali, os aliados já estavam sofrendo os primeiros ataques da entente, e estavam completamente desordenado, atacando as posições antigas de Tyler e até mesmo as posições antigas dos próprios membros da entente. E, quando sentiu Werena agarrar-lhe a grossa juba de pelos de seu pescoço, soube que era hora de Capuz e Lobo fazerem sua última investida na guerra, entre ataques contra inimigos, focando em morder-lhes as pernas e arrancar-lhes as armas, socorrer companheiros avalônicos e, vendo as capturas dos regimentos jotúnicos, ter a consciência de que a vitória viria mais rapidamente do que o esperado.

***

Montanha dos Gorilas, Kongo.

Zazel sentia um pigarro emocional entalado em seu longo pescoço rosado. Achava já ter superado seus sentimentos por Kitok, mas talvez estivesse enganada. Quando ainda era sua “favorita”, ele lhe fizera promessas sobre seu desempenhar um grande papel para com o reino. Ao seu lado, todos que sempre a menosprezaram iriam ter que engolir seu desdém quando a vissem ao lado governante de Wanyama, mas o tempo revelou ser apenas conversas de um galanteador. Quando ela já não o deliciava em sua flor, mas tentava conversar sobre o futuro juntos, o antigo rei se tornava distante, desaparecia, tornava-se ocupado demais, até simplesmente aparecer com a nova favorita. Era bondoso com o povo, nunca com suas amantes.

A frustação empurrou Zazel para onde seu coração verdadeiramente morava, o reino de Wanyama e seus deveres, tornou-se devota ao reino. Arauto, informante e sentinela, os olhos do rei e os sussurros entre os conselheiros. Independente dos posicionamentos do Clã dos Penas, evitou se opor ao rei peixe, ao menos abertamente. Entre suas irmãs, haviam burburinhos, e fofocas sobre a marionete dos escamosos e como era burro como uma porta. Ria, mas nunca na frente dos outros. Quando Namiri a convocou, agarrou-se a ideia de que aquilo não era traição se colocasse Wanyama nos eixos. A parte difícil era ter que lidar novamente com a ferida não cicatrizada, um herdeiro daquele que só a iludiu. Talvez o menino fosse diferente. Precisava ser.

Apesar da vegetação densa, Zazel tinha manha o suficiente para se esgueirar, e não se fazer ser percebida, acreditava que daria conta de fazer essa missão sozinha se as condições fossem outras, mas agora precisava seguir com os amigos de seu ex. Confiava neles pelo dever, mas ficava sempre se perguntando se Kitok tinha comentado dela para eles, se riam dela em suas costas. Evitava até mesmo olhar muito para Madu, podia não ter o charme de seu irmão, mas ainda sim lembrava tanto ele que a fazia se arrepiar quando seus olhos se encontravam.

Andando pelas florestas do país vizinho, Madu se lembrava das longas viagens desbravando o mundo que fez durante seu exílio. Há dois anos ele havia retornado para sua terra natal e, enquanto maquinava e se preparava para tomar o trono, pensava em como a fauna e flora no entorno de sua casa o ajudariam. Mas no que isso seria útil? Uma longa caminhada avançando para o interior do continente, o sentimento de olhos furtivos em suas costas, a constante tensão de que em breve ele e seu grupo estariam ameaçados. Zazel mostrava sua insatisfação e Madu tentava acalmá-la. O futuro rei ainda tentava ser cortês, mas a mulher flamingo se mantinha na defensiva.

— Zazel, não fique tão alerta, ficará exausta se não relaxar. Descanse, deixe que eu e Jakku nos preocupemos com ameaças. Argh, pode ajudá-la?

O menino se aproximou com seu sorriso bondoso, só que Zazel apenas empinou seu longo nariz e seguiu caminhando deixando uma expressão confusa em Argh, perguntando-se se tinha feito algo de errado. Ele logo esqueceu quando Jakku o envolveu em seus braços e seguiram a caminhada mata adentro. A cada passo que afastava Jakku de Wanyama, memórias de um passado pouco agradável o incomodavam. O cheiro, o clima, a vegetação, o cenário por completo era muito próximo de uma dessas desagradáveis lembranças.

— Pekee – lembra Jakku enquanto mantém seu olhar paternal sob Argh. A felicidade do garoto contrastava com a preocupação do restante do grupo — Parece que estou entrando em um pesadelo. Foi num terreno assim que enfrentei o irmão de Argh. Jakku diz para Madu, em voz baixa, ao notar a preocupação do companheiro — Fiquem atentos!

Ao perceber os galhos tremulando, logo à sua frente, sua lembrança ruim torna-se realidade. O bando de Pekee avança contra os ferais. O movimento das fêmeas é avassalador, dilacerando tudo que veem pela frente: arbustos, troncos, árvores, galhos. Bastante ágeis para o seu tamanho, elas rapidamente encontram um parceiro para as suas lutas, sob o comando de Pekee, dividindo-se uma para cada um dos wanyamanos. Pekee observa seu meio adotivo Argh, mas é em direção a Jakku que os olhos do gorila se voltam. Na última vez que se encontraram, o rinoceronte desferiu um golpe ascendente com seu chifre que rasgou o abdômen deixando uma cicatriz humilhante para o furioso gorila. Ele bate repetidas vezes em seu peito, dando força e coragem para suas aliadas avançarem, inclusive contra Jakku, pois, para Pekee, nada seria mais humilhante que ser derrotado por uma fêmea.

As gorilas se dispersam escolhendo seus adversários. A primeira delas avança sobre Madu com um ataque de carga arrastando tudo em seu caminho e deixando um rastro de destruição. Em um movimento rápido como um felino, Madu pula para o alto, fincando suas garras em galhos grossos e saindo da margem de ataque da gorila, mantendo-se seguro e ganhando distância de sua adversária. Ela esbraveja e mostra os caninos finos para o feral, provocando-o para um combate corporal. O feral-leão salta sobre ela em resposta, mas não diretamente. Usando sua destreza, ele usa suas garras para se fincar nos galhos e se aproximar somente o suficiente para acertar a gorila com suas pernas. A símia é atingida e dá alguns passos cambaleantes para trás. É quando Madu termina de descrever um arco com seu corpo sobre o galho e salta com as garras abertas  para arranhar sua adversária. Com cortes profundos, ele mina a força da inimiga, acertando os tendões e evitando contragolpes posicionando-se em pontos cegos.

—  Vocês ousam atacar o verdadeiro rei de Wanyma e seus amigos? Vocês ousam desafiar a própria morte? Chorem por seus pecados não perdoados, pois hoje perecerão ante minhas garras.

A primeira adversária foi vencida com facilidade por Madu. A segunda avança sobre Argh, mas Jakku estava atento.

— Argh! Cuidado!

O garoto selvagem voltou para perto do grupo e atirou algumas pedras na gorila, mas seu corpanzil absorveu o impacto de tal forma que nem sentiu qualquer ferimento. As feições animais de Jakku prevaleceram, seu chifre no nariz parecia ter aumentado de tamanho e sua pele parecia mais cinzenta e rija. O homem-rinoceronte ganhou velocidade e derrubou algumas árvores em seu rastro, tamanha a sua preocupação em salvar seu protegido.

— Argh! Pule nas minhas costas e tente desviar dos ataques.

Ele corre esperando deixar o perigo para trás, até que se volta e encara a gorila.

— Argh! Arremesse suas pedras no rosto dela! Você desvia a atenção, que eu vou derrubá-la.

As pedras acertam o nariz do gorila, que mais se incomoda que se fere, mas dá tempo o suficiente para Jakku avançar em carga e usar toda a sua força para colidir com a adversária, agarrando-a e a arremessando para longe, para apanhar um dos troncos e esmagá-la.

— Ninguém encosta no meu filhote!

Argh olha com admiração para Jakku, seu corpo todo duro e com as veias saltadas exalam proteção e o menino se sente seguro. Ele sobe em uma árvore e se mantém fora de combate, apenas atirando pedras para distrair a atenção das inimigas, mas o mesmo não pode ser feito com Pekee. Seu irmão adotivo grunhe com raiva, não bastasse ter sido marcado por Jakku, agora o rinoceronte havia matado uma de suas fêmeas. Sua raiva faz com que seus pelos se eriçarem e ele pareça maior do que é. Apanhando um galho para usar como bastão, ele bate nos troncos das árvores, fazendo barulho para intimidar o rinoceronte. Até que avança com saltos poderosos.

Jakku sabe que não pode vacilar como da última vez. Mesmo grandalhão e lento, ele arremessa um enorme tronco contra Pekee como uma defesa para um contra-ataque surpresa. O macho alfa soca-o e o destrói como se fosse nada, mas, por trás do tronco, Pekee vê que o rinoceronte havia se posicionado estrategicamente, colocando forças em suas poderosas pernas e abaixando a enorme cabeça com seu chifre apontando para o gorila. Pekee mal tem tempo de perceber a armadilha e é perfurado pela protuberância, recebendo mais um ferimento para sua coleção.

Enquanto os machos lutam, Zazel desprendeu seu manto, transformando-o em asas e alçou voo para se esquivar de sua adversária. Com graciosos rodopios procura manter-se afastada da confusão procurando uma posição favorável acima da copa das árvores. Tendo uma visão mais ampla, Zazel tem mais consciência do perigo que os cercava. Em outras condições deixaria o campo de batalha e focaria no objetivo central de sua missão, ela até se distancia procurando na direção apontada por Argh mais cedo, onde encontraria o refúgio da última amante de Kitok. No entanto, usando de sua visão para localizar todas as ameaças sente que precisa proteger Madu como pudesse, ou toda a missão poderia ser comprometida sem seu líder.  A mulher flamingo descreve um rasante, atacando uma gorila distraída pelas pedras arremessadas por Argh e voltando a tomar altura. De forma furtiva, ela ataca com suas garras nos pés e encontrões corporais, mas a gorila é mais ágil do que aparenta e se embrenha entre duas árvores, não dando espaço para Zazel prosseguir, devido às suas enormes asas. A gorila contra-ataca, mas Zazel ganha altura e usa a luz do sol e as sombras das copas como refúgio para se esconder. As duas repetem a tática sem que se atinjam, mas, ao menos, Zazel mantinha uma adversária ocupada.

Uma das gorilas havia sido derrotada por Madu, a segunda havia encontrado a morte nas mãos de Jakku e a terceira estava entretida com Zazel. Faltava uma. Com Argh escondido na copa de uma árvore e Jakku em luta corporal com Pekee, Madu tornou-se o alvo. E, enquanto ele se preocupava com Zazel não vencer sua adversária, não percebeu a aproximação da última gorila, recebendo um golpe poderoso com as mãos unidas da símia em suas costas. Seu grito ecoou na floresta, assustando Argh, Zazel e a gorila que a perseguia. A sorte de Madu é ter uma atitude muito rápida e suportar a dor, levando-o a reagir rapidamente e se engalfinhar com a gorila, arranhando-a com se a usasse para afiar as unhas. Os cortes superficiais são tantos e tão rápidos que ela sequer tem reação e se desespera ao ver seu pelo preto encharcando de vermelho com seu sangue. Ela recua diante do contra-ataque de Madu, que também recua devido à pancada em suas costas. Argh desce do alto e tenta confortar o Guarda de Wanyama.

A gorila que persegue Zazel se refugia com as gorilas feridas por Madu, enquanto o Zazel se une a Argh e ao futuro rei. Os dois trios se entreolham, quando a atenção de ambos é desviada para o combate entre Jakku e Pekee. O chifre do rinoceronte está fincado no abdomên do gorila, mas Jakku não para. Suas poderosas pernas estão preparadas para correr, ele abaixa a cabeça e pressiona seu inimigo no chão, arrastando-o em seguida, ferindo mais profundamente o barriga de Pekee e também o ferindo pelo caminho que traça até próximo ao trio de gorilas. Ensanguentado, ele se ergue e se aproxima de Argh, colocando-o entre as pernas e mostrando uma feição furiosa para as fêmeas. Elas entendem o recado e recolhem o corpo desacordado de Pekke, que olha com uma expressão de ira para Jakku, antes de desmaiar e ser levado para longe dali.

***

Torre Táumica

De volta à Torre Táumica, Tyler e Werena caminhavam de forma até mais tranquila, com o Greymane contando, animado, suas memórias das terras montanhosas. Era a décima vez que falava, claro, mas sentia sempre como se fosse a primeira vez. E já planejava partir o mais breve possível até lá... até a hora que viu Nick-Ahnor com uma trupe. Ali, ele sabia que teria que adiar seus planos.

— Saco... — Tyler esbravejou, olhando para Werena, garantindo que a trupe não ouviria suas ofensas. — Aposto que é comigo, quer ver? Vão pedir os brilhantes serviços de Capuz e Lobo, ou vão pedir para eu lamber as bolas de um tubarão.

Despedindo-se da amada, o lobisomem se aproximou do grupo, ouvindo o feral da tribo das penas dar sua fala.

— Como vocês mesmos bem disseram, senhores... — Tyler levou as mãos às costas, guardando a coroa consigo, e andou por vários lados, mostrando que estava pronto para reagir em caso de ataque. — ...o acordo diz que, sob minha posse, a coroa ficará até a derrota de Turk. Os senhores penosos e aquosos estão vendo a cabeça de Turk exposta em algum dos lugares? Pois imagino que devam ter visto, para estarem tentando quebrar o acordo que fizemos!

Brincando com as palavras, Tyler precisava respirar fundo. Já não era tão paciente antes, mas hoje em dia estava muito mais irritadiço. Em períodos onde a Lua esbanjava toda sua energia, o avalônico se sentia muito mais próximo aos seus parentes distantes ferais. Não fazia questão de ocultar as orelhas de pontas mais protuberantes, tampouco as presas que vazavam por sua boca, prováveis frutos de uma transformação tão tardia.

— Sei que isso é importante para você, peixinho. Mas uma arma tão poderosa não pode ficar nas mãos de um grupo que se recusa em se posicionar perante o mal que assola nosso planeta. Entendo que estão cagando para o que a sociedade dos humanos fazem ou deixam de fazer... — o desgosto ao referir-se às sociedades humanas era nítido. — ...mas os Greymane podem garantir um uso melhor para o bem de todos nós, que estão do outro lado do véu. Peço que honrem o acordo que foi feito, e provem que não são iguais às sociedades humanas. Agora, se precisam do arco para outra coisa que não simplesmente o colocar num pedestal, será mais fácil que me digam.

Tyler sabia que isso não iria convencer o tubarão, e de que teria que lutar para manter o arco consigo. E era para isso que ele estava pronto. Sua aura já emanava a energia de seu espírito de lobo, ao ponto que, se alguém fosse capaz de enxergá-la, veria que ela não seguia seu corpo comum, mas sim sua fera interior. Mas ainda tinha um fio de esperança na razoabilidade de Nick. Ou teria que usar o arco contra seus outrora aliados.

Nick olha com raiva para Tyler, ele gesticula seu porta-voz da Tribo das Penas. Ele lê atentamente os sinais de seu rei. Ele fala em uma língua que Tyler não compreende, mas o lobisomem entende que ele se direciona para os crocodilos de sua guarda.

— Entendo que Turk não foi derrotado e entendemos também que depois deste tempo, você e sua equipe utilizaram o artefato para outros fins se não caçar o mago demoníaco. Estes atos quebram o acordo por sua parte. Independente do que será feito com a Coroa, ela não lhe pertence e só foi emprestada para um único fim. Não estamos em Wanyama e não seremos violentos na casa de Yaset. Ela não está aqui para mediar este conflito e nem seu pai em espírito. Traremos um emissário mensalmente para inspecionar se a sua missão foi concluída e lhes daremos um ano para que a complete. Ao final deste tempo, terá de entregar a Coroa sem resistências.

A comitiva deixa a Torre Táumica sem maiores conflitos, o que deixa Tyler convencido de que sua habilidade social tem melhorado com o tempo.

***

O quarteto de Wanyama se recuperava da batalha contra Pekee e seu bando. Madu ficou ferido com o golpe de uma de suas capangas, mas os adversários foram afugentados com a derrota do gorila pelas mãos de Jakku. Argh já tinha visto a selvageria do rinoceronte, mas Zazel e Madu nunca tinham presenciado uma cena daquelas. Jakku ficou desconfortável com os olhares de ambos devido à sua fúria, mas ninguém mexia com seu filhote, a coisa mais preciosa que tinha em vida, a razão de seu viver e ele o defenderá de qualquer ameaça com todas as suas forças sem se importar com as consequências.

Superado o conflito, o grupo manteve seu curso nas margens do Rio Profundo, tomando cuidado para não machucar mais ainda o ferimento de Madu, que precisou ser carregado por Jakku pelo resto do percurso, para ciúmes de Argh. Zazel tentava se focar em sua missão e, já que Madu está ferido, Argh é incapaz de falar e Jakku é precisa cuidar de ambos, Zazel se sentiu responsável em contatar a sua ex-rival. Assim que localizaram Kipaji, ela assumiu a responsabilidade de lidar com a herdeira da semente de Kitok. Ela pediu para os machos permanecerem nas margens, para que seu alvo não escapasse, se acaso não tivesse êxito em sua diplomacia.

Zazel voou silenciosa sobre a vegetação, como uma sombra sob o sol escaldante. Pairando baixo, ela localiza uma cabana e decide ir por terra. Seus pés são leves como plumas, seus olhos atentos não deixam passar nenhum detalhe e sua paciência focada aguarda o primeiro descuido daquela mãe para voar subitamente e sequestrar o jovem herdeiro.

— Quietinho menino, e um dia você será rei como seu pai foi... E melhor do que ele, escutou?

O menino se debate e começa a gritar. Kipaji sai da cabana e se desespera, vendo seu filho ser carregado por Zazel pelos ares. Ela corre atrás da feral, mas nunca seria veloz o suficiente para superar a velocidade de voo de um membro da Tribo das Penas. Ela se prostra diante da floresta, gritando e chorando pelo filho sequestrado.

Jakku, Argh e Madu são alertados com os gritos da criança. Zazel pousa perto deles e ordena.

— Está feito o trabalho – ela disse, seca.

— A mãe dele concordou tão rápido assim?

— Não, Jakku. É por isso que ela está chorando assim. Eu o sequestrei, ela nunca permitiria que seu filho voltasse para Wanyama.

— Ele está com sua família agora – disse Madu, concordando com as ações de Zazel — Agora precisamos voltar e levá-lo até Namiri.

***

Tyler ficou envaidecido por ter ganho mais tempo com a Coroa, realmente, sua habilidade argumentativa estava melhorando nos últimos tempos. Um artefato como aquele não pode ficar parado quando se tem uma ameaça pairando sobre o mundo e ser apenas a decoração na cabeça de um homem-peixe. Orgulhoso com seu poder de réplica, ele fez planos para partir o mais depressa para as Terras Altas, apesar de Quotar estar interessado em voltar a Silvânia, mas não antes do retorno de Hærmys, e resolveu ambientar-se sozinho. Quando usou um dos portais da Torre Táumica para levá-lo ao seu destino, surpreendeu-se por não encontrar o clima ameno e a paisagem verdejante do país avalônico, mas sim um clima quente e uma paisagem seca. Por algum motivo, o portal o levou diretamente a Wanyama. Pior, fechou-se logo em seguida e ele se viu rodeado pelos crocodilos leais a Mama Magamba. Ela própria estava responsável por um traçado no chão. A feiticeira esteve à espreita no astral durante todo o tempo que Nick-Ahnor voltou sem a coroa.

— Mabeco precisa respeitar o Rei. Se o Rei quer a Coroa, ele a terá. Mabeco agora será punido pela insolência de Mabeco.

As palavras secas e debochadas de Mama Magamba foram as últimas que Tyler ouviu antes de desfalecer, havia sido envenenado de alguma forma, mas notou uma silhueta familiar à espreita, um par de olhos que se abriu e ele pensou ter reconhecido, não eram mais olhos humanos, era algo modificado, mas que ele ainda identificava como um antigo companheiro. Quando acordou, Tyler estava despido de armas. Nem sinal do artefato. Vestia apenas uma tanga rústica de couro de cachorro e algemas nos pulsos e nos tornozelos, ligadas entre si por grossas correntes que estavam fincadas em um mastro no dentro de uma cabana reforçada de taipa.

— Mabeco acordou – disse Mama Magamba — Mabeco cometeu crimes. Insulto ao Rei é apenas o mais recente. Mabeco já era procurado. Mabeco lembra das caçadas que fazia em nosso território?

A cabeça de Tyler latejava, mas não sem antes lhe fazer encontrar mais de duas dezenas de palavrões contra o tubarão. Aquilo já tinha ido longe demais. Desejava sentir, em suas presas, a carne e o sangue de Nick. Algo que já deveria ter feito antes, mas não o fez. Praguejou diversas vezes, amaldiçoando toda a existência daquele lugar, mas ergueu a cabeça, vendo a velha Magamba à frente dele. É claro que se lembrava. Se lembrava de quando foi usado por Turk. Quando ainda era um mercenário, havia recebido a missão de encontrar esta terra. Como meio de sobreviver no período em que ficou em Ifraki, caçou muitos animais selvagens para retirar-lhes o couro. Leões, leopardos, zebras, girafas e outros. O mercado de peles recebeu muitos produtos com os feitos de Tyler. Agora ele se lembrava e desejava não ter lembrado novamente.

— Sim, vejo nos olhos de Mabeco que se lembra. Peles, hein? É assim que será sacrificado. Usaremos sua pele para fazer instrumentos musicais. Ou talvez um tapete, depende da forma que assumir, hein? Mas Mabeco pode ser útil de outra forma. Mama Magamba não gosta de forasteiros. Mabeco é um e Magamba não gosta de Mabeco. Mas nosso Rei também é forasteiro. Magamba dá a Coroa estrangeira para Mabeco, se Mabeco acabar com o Rei.

— É, mabeco mau, bota o mabeco de castigo no canto sem a ração dele – Tyler riu, mantendo o bom humor. — Eu não preciso contar os meus motivos, apenas não estava dentro de mim, tampouco sabia quem eu era de verdade. E minha pele num tapete? Que mentalidade pequena, com minha pele eu deveria vestir o próprio rei! – Uma cusparada atingiu o canto da parede, enquanto as correntes faziam um som metálico e rangido. — Mas eu mataria o tubarão mesmo sem esta proposta. Com ela, só me dá um incentivo, doce senhora. Pode ter a certeza de que irei escolher enfrentar o tubarão, e irei adorar tê-lo morto à minha frente.

O sorriso do avalônico continuava sagaz, mesmo com ele estando todo arrebentado. Ao menos, eles não se preocuparam em revestir as algemas com prata, pensou. Poderia escapar dali com um puxão, se conseguisse transformar-se. Mas a proposta de voltar com a coroa e com a cabeça de Nick era tentadora demais.

— Temos um acordo, madame? Eu apertaria sua mão, mas acho que o mabeco mau não tem autorização para tal.

Mama Magamba tem o destino de Tyler nas mãos e Tyler tem o destino de Nick nas suas próprias mãos.

— Mabeco será sacrificado, mas tem direito a um último desejo. Se escolher lutar contra o Rei, terá seu sacrifício cancelado. E Wanyama ficará sem Rei. Mama Magamba feliz e Mabeco vivo.

Uma noite se passou desde a captura de Tyler. Na manhã seguinte, ele foi alimentado e preparado. Levado ao Templo dos Sacrifícios de Wanyama, uma arena onde o Rei poderia ser desafiado. A cerimônia conta com quase todos os membros ferais, mais de quarenta seres com feições animalescas e diversos menos nobres que ainda são totalmente humanos e ou não passarem pelo ritual totêmico ou não têm direito a ele. Namiri faz parte da nobreza, o pantera negra, e o seu aliado guepardo, Akachi, está ausente, perseguindo um mensageiro que saiu na véspera, em direção ao mar. Namiri pode apenas observar, como membro da Guarda de Wanyama, já que Madu não havia retornado e eles ainda não se apossaram dos Ossos de Ngaya.

Tyler, ou Mabeco, como ficou conhecido em Wanyama, entrou na arena sob vaias e insultos. Ainda acorrentado, ele caminhou para o centro e se viu rodeado por adolescentes portando lanças. Pelo que entendeu, sua presença ali era a oportunidade de algum dos rapazes conquistar um totem único se o vencesse em combate justo. Tambores batem ritmados com sua entrada e subitamente param quando ele atinge a marcação no centro. Seus olhos se cruzam com os de Mama Magamba, que está ao lado de Nick-Ahnor e seu porta-voz.

***

O quarteto, agora quinteto, leva o barulhento Jawari de volta a Wanyama. O menino ofereceu resistência durante toda a viagem, o que o fez atrasar o percurso, devido às diversas tentativas de fuga. Isso deu tempo para que Kipaji fosse atrás dele e encontrasse aliados no caminho.

Nefret, a irmã exilada de Kitok, também esperava se apossar de Jawari. Ela chegou com atraso até o vilarejo onde Kipaji escondia o garoto e foi alertada que seu filho foi sequestrado pelos ferais. Ela encontrou a morte agonizante no veneno de Nefret, a irmã não deixaria ninguém atrapalhar sua volta e seria a única responsável pelo rei de direito. Seus poderes atuais, originários da bioarmadura que carrega é suficiente para alcançar o quarteto de Wanyama e não demoraria muito tempo para que isto acontecesse.

Um dia antes do grupo chegar à fronteira de Wanyama, Nefret os encontrou. Sua bizarra combinação de mulher, hiena e escorpião fez com que os animais se afastassem e isso alertou Zazel. Não bastasse ter uma criança arredia a ser carregada, um membro do grupo ferido e uma dupla que estava mais interessada na relação entre eles, agora ela precisava lidar com uma ameaça maior que a de Pekee.

— Ora, ora, ora… Quem eu encontro fora da proteção de Wanyama! Caçulinha rebelde, o casal reprimido e a ex-amante com o fruto do adultério… Era quem eu precisava encontrar para retirar do meu caminho antes de minha volta gloriosa! E vocês acabaram de encontrar a morte!

O plano de Nefret é se entregar ao combate com os ferais, enquanto seu aliado, o abutre Tai, captura Jawari e o leva para longe.

Se o grupo sobreviver a Nefret, o menino não oferecerá mais resistência, mas não trocará palavras ou olhares para seus captores. Quando o grupo chegar às margens do reino, perceberão que algo está fora do normal. O batuque dos tambores os alertará, mas eles ainda precisarão atravessar o lago furtivamente e levar a criança para a segurança do pequeno forte da Guarda. Além disso, ainda precisam resgatar os Ossos de Ngaya.


[OBJETIVOS]
• Tyler precisa convencer Mama Magamba de que irá ajudá-la, ND Médio (5-7) de um feito Social.

• Tyler pode escolher entre lutar com os quatro adolescentes, Defesa ND Médio (5-7) e Ataque ND Médio (5-7), cada um. Ou duelar com Nick, Defesa ND Difícil (7-9) e Ataque ND Médio (5-7).

• O quarteto deve conter Jawari, convencendo-o a cooperar, ND Social Difícil (7-9) ou impedir suas fugas rotineiras, ND Atitude Inferior (1-3).

• Nefret atacará com ND Díficil (7-9) e se defende com ND Superior (9-11).

• Impedir Tai de capturar Jawari, ND Médio (5-7)

• O quarteto deve atravessar o Lago, ND Médio (5-7) e levar Jawari até o Forte, ND Inferior (1-3). Unir os dois objetivos numa jogada só eleva o ND para Difícil (7-9).

• Dentro do Forte, há a localização dos Ossos de Ngaya, que estão no covil de Mama Magamba. O covil é protegido por um sentinela que não se vê, ND Difícil (7-9).

[ESFORÇO]
Jakku: 15
Madu: 15
Tyler: 18
Zazel: 15

VITALIDADE
Madu está Machucado -1 nas jogadas.


Última edição por Anfitrião em Seg Set 12, 2022 12:04 pm, editado 3 vez(es)
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Tyler Greymane

Tyler Greymane


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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySex Set 09, 2022 2:09 am

— Mabeco cometeu crimes. Insulto ao Rei é apenas o mais recente. Mabeco já era procurado. Mabeco lembra das caçadas que fazia em nosso território?

A cabeça de Tyler latejava, mas não sem antes lhe fazer encontrar mais de duas dezenas de palavrões contra o tubarão. Aquilo já tinha ido longe demais. Desejava sentir, em suas presas, a carne e o sangue de Nick. Algo que já deveria ter feito antes, mas não o fez. Praguejou diversas vezes, amaldiçoando toda a existência daquele lugar. Mas então ergueu a cabeça, vendo a velha Magamba à frente dele. É claro que se lembrava. Se lembrava de quando foi usado por Turk. E desejava não ter lembrado novamente.

— É, mabeco mau, bota o mabeco de castigo no canto sem a ração dele — Tyler riu, mantendo o bom humor. — Eu não preciso contar os meus motivos, apenas não estava dentro de mim, tampouco sabia quem eu era de verdade. E minha pele num tapete? Que mentalidade pequena, com minha pele eu deveria é vestir o próprio rei! — Uma cusparada atingiu o canto da parede, enquanto as correntes faziam um som metálico e rangido. — Mas... eu mataria o tubarão mesmo sem esta proposta. Com ela, só me dá um incentivo, doce senhora. Pode ter a certeza de que irei escolher enfrentar o tubarão, e irei adorar tê-lo morto à minha frente.

O sorriso do avalônico continuava sagaz, mesmo com ele estando todo arrebentado. Ao menos, eles não se preocuparam em revestir as algemas com prata, pensou. Poderia escapar dali com um puxão, se conseguisse transformar-se. Mas a proposta de voltar com a coroa e com a cabeça de Nick era tentadora demais.

— Temos um acordo, madame? Eu apertaria sua mão, mas acho que o mabeco mau não tem autorização para tal.

||||||||||

Caminhando sendo conduzido por guardas, tendo mãos e pés acorrentados, Tyler tinha os longos cabelos já mais bagunçados, o fazendo girar a cabeça algumas vezes para jogar a cabeleira para trás. Sentia os cutucões das lanças dos guardas para induzir-lhe maior velocidade à fatal caminhada, mas ainda assim não perdia a chance de brincar.

— Aposto que cutucam melhor com outras coisas... — ele sorria de canto, enquanto via toda a patacoada ser armada.

Podia sentir, pelo cheiro, a pesadíssima presença dos mais diferentes seres. Tyler conhecia profundamente os ferais. Sonhava em ser como eles. Em ter aquele poder. E agora... sabia que não era um sonho. Era uma necessidade de seu corpo, que fora atendida quando Quotar mordeu-lhe o pescoço, alimentou-o com o sangue e pôs fim a uma tortura de muito tempo. Notou a presença de um jovem rapaz com traços de pantera, pôs-se a olhar por ele por alguns segundos, gravando seus trejeitos. Por alguns instantes, sabia que seus olhos lupinos trocaram uma reta com os olhos felinos do rapaz. Deu um sorriso de exibição ao parar no meio da arena, pronto para o tal sacrifício. As vaias e os insultos não feriam seu ego. Já tinha sido xingado de coisa pior. Mas os olhos de Tyler cruzaram diretamente aos de Nick, com uma chama de desejo de viver totalmente acesa. Iria para o tudo ou nada.

— Finalmente paramos de andar... — os sentidos alertavam para a presença dos adolescentes, os quatro com as lanças apontadas em sua direção. Mas seus olhos iam diretamente a Nick. — Só achei que ia ter que continuar fingindo que isso era capaz de me segurar.

À frente de todos, Tyler ergueu as mãos, e uma súbita energia percorreu por seu corpo. Aquele corpo humano rapidamente deu lugar a um porte lupino, a pelugem dourada que lhe adornava se expandia para dominar todos os trechos desnudos, as longas garras e as poderosas patas se formavam, com a grossa e felpuda cauda descendo sinuosa, arrancando a tanga de couro de cachorro para exibir o legítimo couro de lobo. Num movimento mais forte, já em forma híbrida, destruiu as correntes e algemas, fazendo faíscas voarem e restos de metal caírem ao chão. Pelo silêncio dos tambores, foi-se possível ouvir o tilintar metálico quicar no solo da arena, e então parar ao chão, não mais cumprindo sua função.

— É bom ter os pulsos livres... — Tyler grunhiu para os adolescentes, fitando seus olhos humanos. — Se quiserem, posso compartilhar um pouco de meu poder para vocês, algo bastante distinto de seus totens, ainda que parecido. Mas, não acredito que o mabeco tenha essa autorização. Então... — Tyler ergueu a cabeça e estendeu o dedo, a garra em riste apontada diretamente ao coração de Nick-Ahnor. — A doce senhora disse que tenho direito a um desejo. Pois meu desejo é desafiar o tubarão, que é tão forasteiro quanto eu, pela minha vida.

Tyler parou alguns instantes para ouvir as reações. Gostava de ver o que ele causava às outras pessoas.

— Um Greymane jamais fugirá à luta. Por isso, eu, Tyler, o herdeiro do clã, desafio Nick-Ahnor, de Atlântida, num duelo justo até a morte. Sem armas. Só presas, garras e sangue.

Esperou o tubarão descer na arena. Esperou pacientemente as regras serem ditas. E preparou para os selvagens ataques de Nick. Lembrou que os ataques de Nick eram puramente físicos, e sabia que não poderia se deixar ser agarrado pelo tubarão. Poderia ser seu fim. Por isso, deixou que Nick ditasse o ritmo de batalha. Buscaria esquivar-se das investidas do tubarão, usando seu porte lupino como forma de, habilmente, saltar para os lados e cansar o atlante. Correria de quatro para fugir, usando de movimentos mais bruscos para sair da direção. Mas, em uma das vezes, deixaria Nick se aproximar, para então agarrar seus braços e enfiar suas garras nele, rasgando-lhe os tendões até os pulsos e o empurrando com a pata para trás. Precisava fazer o máximo de defesa para enfraquecer Nick.

— É uma desgraça que estejamos em lados opostos, Nick. Mas foi você quem pediu por isso. Não eu. — Tyler lambia os beiços, girando pelo chão numa massa de pelos dourados.

Como último movimento de defesa, na hora que Nick viesse para tentar mordê-lo, Tyler agarraria os dois lados de sua bocarra, impedindo que este a fechasse em qualquer parte de seu corpo. E o chutaria novamente, usando uma técnica que aprendera na guerra para desarmar um inimigo e o derrubar: um chute no tórax enquanto projetava seu corpo para trás. Assim Tyler o fez, esperando que Nick caísse ou pelo menos fosse muito para trás.

Então, pôs-se de quatro no chão novamente, rosnando profundamente.

— Minha vez.

Riscando o chão da arena com as garras, Tyler tomou um impulso, saltando contra o atlante e focando em agarrá-lo para o duelo corpo-a-corpo. Precisava destruir suas capacidades de se defender, então focou primeiro em seus braços, procurando causar o máximo de danos possíveis com suas garras, para então tornar a saltar pra trás e empurrar, girando no ar e pousando de quatro novamente, correndo para trás de Nick-Ahnor com a velocidade de um caçador. O lobo solitário não temia o atlante, e buscava o morder e o arrastar, para derrubá-lo e arrancar sangue da parte de trás de suas pernas.

Em seguida, saltaria para o combate mais feral possível, mordendo seu ombro e girando a cabeça, fincando suas presas o máximo possível. Soltaria quando sentisse que Nick estava prestes a reagir, para então, vendo o estrago, partisse ao duelo mano-a-mano, usando suas táticas de combate corporal, trabalhando sua força física para derrubar, em socos bem dados, aquele tubarão. Usaria o bater e correr quando necessário fosse, mas focaria na destruição de Nick. Em busca de uma promessa que não sabia se seria cumprida.

AÇÕES

• Tyler precisa convencer Mama Magamba de que irá ajudá-la, ND Médio (5-7) de um feito Social.
TESTE: ♥ 1 - Má Fama 1 + Esforço 6 = 6 (resta 12)

• Tyler pode escolher [...] duelar com Nick, Defesa ND Difícil (7-9) e Ataque ND Médio (5-7).
TESTE (DEF): Agilidade +1 + Garras + 1 + Luta + 2 ♦ + 4 ♦ + 4 ♠ = 12 + Esforço 1 = 13
TESTE (ATK): Agilidade +1 + Garras + 1 + Luta + 2 ♦ + 4 ♦ + 4 ♠ = 13 + Esforço 1 = 14
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Madu Simba

Madu Simba


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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySex Set 09, 2022 7:44 pm

“Uma volta dolorosa, para alma e para mente”, pensava Madu nas costas de Jakku.

- Essa criança não vai parar de encher o saco não? – o feral leonino diz abaixando a cabeça depois de mais uma das tentativas de fuga de Jawari.

A dor o consumia desde que foi estarrecido pelo golpe nas costas, mas a dor diminuía com o tempo, mas não se sentia 100% para lutar, ainda assim o destino reservavas novos desafios.

— Ora, ora, ora… Quem eu encontro fora da proteção de Wanyama! Caçulinha rebelde, o casal reprimido e a ex-amante com o fruto do adultério… Era quem eu precisava encontrar para retirar do meu caminho antes de minha volta gloriosa! E vocês acabaram de encontrar a morte!

- Não, você não. Hoje não. – Murmura ele. Então fala diretamente para Nefret. – Irmã, você não faria isso, né? Atacar seu irmão caçula machucado no meio da selva. Nem nossas leis nem seu orgulho lhe permitiriam isso, não é mesmo? Antes que as coisas fiquem complicadas.

Na eminencia de suas palavras não surtirem efeito com sua irmã antes exilada, Madu exibe suas garras e exibe seus dentes afiados como os de um verdadeiro leão antes de pular das costas de Jakku de uma forma felina, abrindo os braços e caindo com os dois pés no chão. Suas costas doem e ele sente uma fisgada na coluna grunhindo de dor.

- Nenhum ferimento vai me impedir de fazer o que é melhor para Wanyama. Se para isso eu tiver que lutar contra meu próprio sangue e deixar o cadáver de minha irmã apodrecendo em meio as arvores assim o farei. – Madu se abaixa em uma posição felina com os braços abertos e exibe as presas para Nefret novamente, pronto para atacar.

• Atacar Nefret ND Superior (9-11)
♠3 + Luta 2 + Garras 1 – Ferido 1 + 4 Esforço = 9

Depois de resolvido a situação do Nefret, Madu guiará o grupo pelo lago, tentando se manter incógnito à estranheza da situação, usando seu foco para encontrar pedras e desníveis que podem atrapalha-los e sua destreza para tentar fugir de deslizes acidentais e não gerar barulho.
• O quarteto deve atravessar o Lago, ND Médio (5-7)
♠3 + ♣2 -1 ferido + 1 esforço = 5

Do outro lado, Madu tentará entrar no forte com Jawari, levando o menino junto de si mantendo a sua característica furtiva, procurando sempre por movimentos estranhos e desviando de possíveis ofensores à sua posição incógnita.
•E levar Jawari até o Forte, ND Inferior (1-3).
♠3 + ♣2 -1 ferido + 1 Esforço = 5


Última edição por Madu Simba em Seg Set 12, 2022 8:03 pm, editado 1 vez(es)
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Zazel

Zazel


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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySex Set 09, 2022 11:27 pm

• O quarteto deve conter Jawari, convencendo-o a cooperar, ND Social Difícil (7-9) ou impedir suas fugas rotineiras, ND Atitude Inferior (1-3).

Zazel tinha ficado encarregada de vigiar o herdeiro e o garoto tinha um espírito indomável, mas ainda era muito jovem e inexperiente para ser bem sucedido em suas tentativas de fuga. Zazel passou a achar aquilo divertido, toda vez que ele tentava uma empreitada ela até deixava que ele fizesse um ou dois movimentos, quando o brilho em seus olhos surgiam ela aplicava-lhe um golpe baixo para desestabiliza-lo.

- Muito bem Jawari, você tem garra, mas ainda falta destreza. Nunca corra em linha reta, procure esconder-se e só avançar quando considerar seguro. E ainda sim, nunca estará totalmente seguro.

A cada tentativa, ela dava um conselho a ele de como ser mais efetivo numa próxima tentativa. O último conselho foi uma pista falsa, o que a fez segurar o riso quando o menino seguiu seu conselho cegamente de fingir-se de morto quando ela o flagrou se esgueirando pra fora do acampamento. Quando o arrastou de volta ela quase esboçou um sorriso, mas manteve-se ríspida.

- Última lição garoto, não confie em promessas, ações falam mais alto. Foi o que aprendi com seu pai.

O rancor de Zazel dissipava-se a passos lentos, sua devoção ao reino a obrigava a ter esperança, mas aquele garoto tão parecido com o falecido rei tornava tudo mais difícil. Faria o possível para que ele assumisse o trono, mas o faria de forma rígida, para que ele não cometesse os mesmos erros de Kitok. Respirou fundo, talvez na próxima fuga ela fosse mais gentil. Seus pensamentos foram atrapalhados pela aproximação da princesa exilada.

(  ♠  2 + Manha 2 + Esforço 1 = 5 )

• Impedir Tai de capturar Jawari, ND Médio (5-7)

Zazel conhecia bem a periculosidade de Nefret. Mesmo Kitok teve dificuldades na hora de lidar com irmã e aquilo deixou a flamingo completamente aflita. Contra quaisquer outros adversários pelo trono poderiam negociar, mas contra aquela megera maluca sempre acabava em violência. Já estava sentindo suas pernas longilíneas tremerem quando o abutre fez um rasante para levar Jawari, seus dentes rangeram e ela se forçou a volta para a realidade. Não poderia ficar paralisada, precisava agir.

Contra Tai talvez teria mais chances. Ela deixou que ele fizesse o primeiro movimento, apesar de fazer cara de surpresa, dando a ele uma falsa vantagem. De forma Zazel pega um punhado de areia e alçou um voo certeiro, ultrapassou Tai com um rasante e jogou contra seu rosto a areia para atrapalhar seu voo. Atacando-o das formas mais baixas e desleais em pleno voo ela planeja danificar seu manto para atrapalhar o abutre e vencer na disputa por Jawari.

(  ♠  2 + Voo 1 + Manha 2 + Esforço 2 = 7 )

• O quarteto deve atravessar o Lago, ND Médio (5-7) e levar Jawari até o Forte, ND Inferior (1-3). Unir os dois objetivos numa jogada só eleva o ND para Difícil (7-9).

Mantendo o garoto seguro, Zazel observou de longe o confronto contra Nefret. De uma distância segura ela poderia observar se deveria aguardar seus aliados ou fugir com o herdeiro. Caso eles saiam vitoriosos, ela irá conduzir o quarteto pelo lago, guiando-os de cima. Caso contrário irá sozinha levando o menino consigo. Conhecia alguns atalhos e caminhos menos tortuosos para atravessar o lago, fizera aquele trajeto inúmeras vezes acompanhando outros ferais partirem atrás de seus respectivos totens. Atravessando o lago, Zazel também conhecia passagens privilegiadas até o forte, rotas discretas usadas muitas vezes por ela e suas irmãs para agilizar o compartilhamento de mensagens pelos arredores do reino.  Com destreza e paciência os levaria em segurança.
Atravessar o Lago

(  ♣  2 + Voo1 + Visão 1 + Manha 2 + Esforço 2 = 8 ) X ND Difícil

• Dentro do Forte, há a localização dos Ossos de Ngaya, que estão no covil de Mama Magamba. O covil é protegido por um sentinela que não se vê, ND Difícil (7-9).

Um vez dentro do Forte cumpriria sua missão. Ela se ajoelha na frente de Jawari e afaga seus cabelos crespos e sorri pela primeira vez de forma sincera para ele.

- Se um dia puder me perdoar, será quando notar que amo esse reino, nosso lar. E se fiz o que fiz, foi porque acredito que você será um bom rei. Não devemos nos ver tão cedo Jawari, não é só a sua vida que corre risco. Confie no seu instinto, Ngaya ainda sussurra sua sabedoria para nós.

Ela se levanta e acena para o resto do grupo com a cabeça e se prepara para adentrar ainda mais fundo no forte enquanto eles zelariam pelo menino. Sua segunda missão, tão fundamental quanto trazer o menino era de recuperar os Ossos de Ngaya. O covil de Mama Magamba era um território extremamente perigoso e Zazel não pisaria em falso, errar estaria fora de cogitação. Por isso ela manteve seus olhos atentos, sua visão iria captar qualquer movimentação, do vento suave sobre tecidos, até mesmo guardas escondidos e se adiantaria.

Os tambores ao fundo deveriam ocultar os eventuais ruídos do confronto, Zazel não precisaria ser sutil ali. Atacaria como uma ave de rapina. Buscava trocar alguns golpes, e pequenas perseguições com o sentinela, invisível só o contato próximo para acertá-lo com seus golpes baixos, mas a real intenção era de furtar as chaves de acesso aos ossos da ancestral. Não precisaria vencê-lo, só roubá-lo e escapar de forma furtiva, roubar da Mama Magamba e fugir voando dali. Aproveitaria para notar de longe o motivo dos tambores.

(  ♣  2 + Visão 1 + Voo 1 + Manha 2 + Esforço 3 = 9 )

Esforço: 7 Restante
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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Set 14, 2022 5:26 pm

[RESOLUÇÃO]
• Convencer Mama Magamba, ND Médio (5-7).
Tyler: ♥ 1 - Má Fama 1 + Esforço 6 = 6 x ND 5. Sucesso. 1 Xp.

• Nick, Ataque ND Médio (5-7):
Tyler: Agilidade 1 + Luta 2 + 4 ♦ + Esforço 1 = 8 x ND 7. Sucesso. 1 Xp.

• Nick, Defesa ND Difícil (7-9):
Tyler: Agilidade 1 + Garras 1 + Luta 2 + 3 ♠ + Esforço 1 = 8 x ND 8. Sucesso. 2 Xp.

• Conter Jawari, ND Inferior (1-3):
Zazel: ♠  2 + Manha 2 + Esforço 1 = 5. Sucesso. 0 Xp.

• Nefret, Ataque ND Díficil (7-9):
Jakku: ♦ 5 + Músculos 1 + Luta 2 + Esforço 0 = Falha.

• Nefret, Defesa ND Superior (9-11):
Madu: ♠ 3 + Luta 2 + Garras 1 – Ferido 1 + 4 Esforço = 9 x ND 9. Sucesso. 2 Xp.

• Impedir Tai, ND Médio (5-7):
Zazel: ♠ 2 + Voo 1 + Manha 2 + Esforço 2 = 7 x ND 7. Sucesso. 1 Xp.

• Atravessar o Lago e levar Jawari até o Forte, ND Difícil (7-9):
Zazel: ♣ 2 + Voo1 + Visão 1 + Manha 2 + Esforço 2 = 8 x ND 8. Sucesso. 2 Xp.

• Sentinela Invisível, ND Difícil (7-9):
Zazel: ♣ 2 + Visão 1 + Voo 1 + Manha 2 + Esforço 3 = 9 x ND 9. Sucesso. 2 Xp.

[ESFORÇO]
Argh: 15
Madu: 11
Tyler: 10
Zazel: 7


CENA 3

Floresta dos Gorilas, Kongo.

Zazel tinha ficado encarregada de vigiar o herdeiro e o garoto tinha um espírito indomável, mas ainda era muito jovem e inexperiente para ser bem sucedido em suas tentativas de fuga. Zazel passou a achar aquilo divertido, toda vez que ele tentava uma empreitada ela até deixava que ele fizesse um ou dois movimentos, quando o brilho em seus olhos surgiam ela aplicava-lhe um golpe baixo para desestabiliza-lo.

— Muito bem Jawari, você tem garra, mas ainda falta destreza. Nunca corra em linha reta, procure esconder-se e só avançar quando considerar seguro. E ainda sim, nunca estará totalmente seguro.

A cada tentativa, ela dava um conselho a ele de como ser mais efetivo numa próxima tentativa. O último conselho foi uma pista falsa, o que a fez segurar o riso quando o menino seguiu seu conselho cegamente de fingir-se de morto quando ela o flagrou se esgueirando para fora do acampamento. Quando o arrastou de volta ela quase esboçou um sorriso, mas manteve-se ríspida.

— Última lição, garoto, não confie em promessas, ações falam mais alto. Foi o que aprendi com seu pai.

O rancor de Zazel dissipava-se a passos lentos, sua devoção ao reino a obrigava a ter esperança, mas aquele garoto tão parecido com o falecido rei tornava tudo mais difícil. Faria o possível para que ele assumisse o trono, mas o faria de forma rígida, para que ele não cometesse os mesmos erros de Kitok. Respirou fundo, talvez na próxima fuga ela fosse mais gentil. Seus pensamentos foram atrapalhados pela aproximação da princesa exilada.

***

Arena de Wanyama.

Caminhando sendo conduzido por guardas, tendo mãos e pés acorrentados, Tyler tinha os longos cabelos já mais bagunçados, o fazendo girar a cabeça algumas vezes para jogar a cabeleira para trás. Sentia os cutucões das lanças dos guardas para induzir-lhe maior velocidade à fatal caminhada, mas ainda assim não perdia a chance de brincar.

— Aposto que cutucam melhor com outras coisas... — ele sorria de canto, enquanto via toda a patacoada ser armada.

Podia sentir, pelo cheiro, a pesadíssima presença dos mais diferentes seres. Tyler conhecia profundamente os ferais. Sonhava em ser como eles. Em ter aquele poder. E agora sabia que não era um sonho. Era uma necessidade de seu corpo, que fora atendida quando Quotar mordeu-lhe o pescoço, alimentou-o com o sangue e pôs fim a uma tortura de muito tempo. Notou a presença de um jovem rapaz com traços de pantera, pôs-se a olhar por ele por alguns segundos, gravando seus trejeitos. Por alguns instantes, sabia que seus olhos lupinos trocaram uma reta com os olhos felinos do rapaz. Deu um sorriso de exibição ao parar no meio da arena, pronto para o tal sacrifício. As vaias e os insultos não feriam seu ego. Já tinha sido xingado de coisa pior. Mas os olhos de Tyler cruzaram diretamente aos de Nick, com uma chama de desejo de viver totalmente acesa. Iria para o tudo ou nada.

— Finalmente paramos de andar... — os sentidos alertavam para a presença dos adolescentes, os quatro com as lanças apontadas em sua direção. Mas seus olhos iam diretamente a Nick. — Só achei que ia ter que continuar fingindo que isso era capaz de me segurar.

À frente de todos, Tyler ergueu as mãos, e uma súbita energia percorreu por seu corpo. Aquele corpo humano rapidamente deu lugar a um porte lupino, a pelugem dourada que lhe adornava se expandia para dominar todos os trechos desnudos, as longas garras e as poderosas patas se formavam, com a grossa e felpuda cauda descendo sinuosa, arrancando a tanga de couro de cachorro para exibir o legítimo couro de lobo. Num movimento mais forte, já em forma híbrida, destruiu as correntes e algemas, fazendo faíscas voarem e restos de metal caírem ao chão. Pelo silêncio dos tambores, foi-se possível ouvir o tilintar metálico quicar no solo da arena, e então parar ao chão, não mais cumprindo sua função.

— É bom ter os pulsos livres... — Tyler grunhiu para os adolescentes, fitando seus olhos humanos. — Se quiserem, posso compartilhar um pouco de meu poder para vocês, algo bastante distinto de seus totens, ainda que parecido. Mas não acredito que o mabeco tenha essa autorização. Então... — Tyler ergueu a cabeça e estendeu o dedo, a garra em riste apontada diretamente ao coração de Nick-Ahnor. — A doce senhora disse que tenho direito a um desejo. Pois meu desejo é desafiar o tubarão, que é tão forasteiro quanto eu, pela minha vida.

Tyler parou alguns instantes para ouvir as reações. Gostava de ver o que ele causava às outras pessoas. Nick olhou furioso para Mama Magamba, ele não conhecia esta lei assim como não conhecia a maioria dela. Estava tão focado em sua missão de recuperar a Coroa que não notou as engrenagens da armadilha que a escamosa havia preparado. Tyler é um oponente formidável e está à altura de Nick. Se alguém poderia vencê-lo, este alguém é o lobisomem. Ao mesmo tempo, a expressão de Namiri é de choque. Ele não sabe a intenção de Mama Magamba, mas entende que seria trocar um estrangeiro por outro, mas pior, pois Tyler é considerado um criminoso em Wanyama. A não ser que o plano dela fosse matá-lo e assim assumir o trono. Se for realmente isso, Namiri precisará correr contra o tempo para adquirir os Ossos de Ngaya. Assim, ele deixa a arena discretamente.

— Um Greymane jamais fugirá à luta. Por isso, eu, Tyler, o herdeiro do clã, desafio Nick-Ahnor, de Atlântida, num duelo justo até a morte. Sem armas. Só presas, garras e sangue.

Nick não tem outra opção a não ser aceitar. Ele desce da sacada nobre a passos lentos, refletindo sobre sua vida.

“Espero isso terminar logo. Estou farto de ser um rei de um povo que não me pertence e voltar para o meu povo de verdade. Sou um intruso aqui e só quero concluir meu objetivo, como um bom soldado”, pensa Nick. Ele olha para seu adversário e lembra como ambos atuaram juntos em Silvânia. “Tyler seria um bom companheiro de lutas em outras condições, mas meu dever com Atlântida vem antes de tudo. Quem sabe, esta luta poderia ser um trunfo, afinal, se perder, não terei mais obrigações com Wanyama e poderei seguir livre com a Coroa, o único empecilho é este lobo. Maldição!”

Tyler esperou o tubarão descer para a arena. Esperou pacientemente as regras serem ditas. E preparou para os selvagens ataques de Nick. Lembrou que os ataques de Nick eram puramente físicos, e sabia que não poderia se deixar ser agarrado pelo tubarão. Poderia ser seu fim. Por isso, deixou que Nick ditasse o ritmo de batalha. O tubarão queria que a luta fosse rápida e avançou veloz numa investida, as garras apontadas para seu adversário como a verdadeira fera que é. Teria mais vantagem se estivesse na água, mas precisaria vencê-lo em terra. O lobisomem usou seu porte lupino como forma de, habilmente, saltar para os lados e driblar o tubarão. Como um touro que cai na provocação de um toureiro, Nick retornou com um ataque em carga, o grande nariz servindo como um aríete para derrubar Tyler. Sua barbatana é equipada com uma lâmina e isso é novidade para o lobisomem, que, mais uma vez, usa seus reflexos lupinos para saltar sobre o aríete e começa a cansar o atlante. Na terceira vez que Nick experimenta o aríete, Tyler esperou que o movimento fosse como antes, mas quando saltou sobre o tubarão, o atlante usou suas pernas e cauda para ganhar um impulso como se estivesse saindo da água. a bocarra aberta com suas fileiras de dentes alcançaram o tornozelo do lobisomem e, com um forte movimento de pescoço, lançou o oponente a uma grande distância.

A última investida de Nick-Ahnor fez com que Tyler buscasse outra tática. Quando o tubarão avançou de novo, o lobisomem correu de quatro para fugir, usando de movimentos mais bruscos para sair da direção. Mas deixando Nick se aproximar, para então agarrar seus braços e enfiar suas garras nele, rasgando-lhe a pele dos antebraços e ferindo pela primeira o tubarão e o empurrando com a pata para trás.

— É uma desgraça que estejamos em lados opostos, Nick. Mas foi você quem pediu por isso. Não eu – Tyler lambia os beiços, girando pelo chão numa massa de pelos dourados.

Nick-Ahnor ri. Está diante de um usurpador de artefatos, como bem ouviu que o povo de Tyler costumava fazer com diversas culturas. Esta lembrança faz o atlante perder todo o respeito pelo adversário e pensar que ele poderia alcançar Atlântida e se apossar de tudo por lá faz o tubarão entrar em fúria. Com ataques descoordenados, Nick avança exibindo os dentes, abrindo e fechando a bocarra na intenção de intimidar o lobisomem, que só rosna em resposta. Quando Nick aproxima-se o suficiente para um bote e para tentar mordê-lo, Tyler agarra os dois lados de sua bocarra. Apesar de se ferir com a enorme quantidade de dentes de Nick, o lobisomem impede que este a fechasse em qualquer parte de seu corpo. E o chuta novamente, usando uma técnica que aprendera na guerra para desarmar um inimigo e o derrubar: um chute no tórax enquanto projetava seu corpo para trás. Nick tenta se defender, debatendo e usando suas garras para rasgar o tórax do lobisomem, também tentando alcançá-lo com a cauda, mas é projetado muito para trás com o impulso do golpe. Pondo-se de quatro no chão novamente e rosnando profundamente, Tyler avança.

— Minha vez.

Riscando o chão da arena com as garras, Tyler tomou um impulso, saltando contra o atlante e focando em agarrá-lo para o duelo corpo-a-corpo. Precisava destruir suas capacidades de se defender, então focou primeiro em seus braços, procurando causar o máximo de danos possíveis com suas garras, para então tornar a saltar para trás e empurrar, girando no ar e pousando de quatro novamente, correndo para trás de Nick-Ahnor com a velocidade de um caçador. O lobo solitário não temia o atlante, e o mordia e o arrastava, para derrubá-lo e arrancar sangue da parte de trás de suas pernas. Em seguida, saltou para o combate mais selvagem possível, mordendo seu ombro e girando a cabeça, fincando suas presas o máximo possível. Soltou apenas quando sentiu que Nick estava prestes a reagir, para então, vendo o estrago, partir ao duelo mano-a-mano, usando suas táticas de combate corporal, trabalhando sua força física para derrubar, em socos bem dados, aquele tubarão. Usando o bater e correr na maioria de seus golpes, mas focou na destruição de Nick.

A selvageria controlada de Tyler, ao contrário dos ataques descoordenados de Nick-Ahnor em fúria, levaram vantagem. O tubarão havia recebido muitos cortes em todo seu corpo com as garras do lobisomem, que recebeu uma mordida forte em seu tornozelo e estava com o tórax com vários machucados feitos pelo atlante. Nick não consegue mais se manter de pé e, quando ele cai no solo da arena, a multidão da arquibancada se cala, embora Tyler consiga perceber o sorriso discreto de Mama Magamba.

***

Margens do Lago Nyanza.

“Uma volta dolorosa, para alma e para mente”, pensava Madu nas costas de Jakku.

— Essa criança não vai parar de encher o saco não? – o feral leonino diz, abaixando a cabeça depois de mais uma das tentativas de fuga de Jawari.

A dor o consumia desde que foi estarrecido pelo golpe nas costas e, embora a dor diminuísse com o tempo, ainda não se sentia completamente bem para lutar. Mesmo assim, o destino reservava novos desafios.

— Ora, ora, ora… Quem eu encontro fora da proteção de Wanyama! Caçulinha rebelde, o casal reprimido e a ex-amante com o fruto do adultério… Era quem eu precisava encontrar para retirar do meu caminho antes de minha volta gloriosa! E vocês acabaram de encontrar a morte!

— Não, você não. Hoje não. – Murmura Madu. Então, fala diretamente para Nefret. — Irmã, você não faria isso, né? Atacar seu irmão caçula machucado no meio da selva. Nem nossas leis, nem seu orgulho lhe permitiriam isso, não é mesmo?

— Você realmente não conhece sua irmãzinha!

A mulher-hiena estava transformada. Não bastasse ter adquirido como totem um animal carniceiro, menos nobre pros padrões da nobreza de Wanyama, algo macabro aconteceu com ela. Ao acionar uma estranha pulseira que carrega, uma carapaça queratinosa em tons de sangue recobriu todo seu corpo. O mais assustador é que sua cauda engrossou como se fosse um membro extra e um ferrão surgiu na ponta. Nefret se armou como um escorpião, abaixou acocorada e exibiu as garras, ergueu a cauda e apontou o ferrão para Madu, Argh e Jakku. Um brilho percorreu suas costas e seguiu até o ferrão, onde ficou mais intenso.

O ferrão de Nefret expeliu uma chuva de pequenos dardos. Madu e Argh assustaram-se, mas Jakku ergueu-se na frente de ambos e recebeu todos os ferrões. Seu tórax e seu abdômen ficaram parecendo um cacto. Imediatamente, ele começou a suar e tombou para trás. Madu esquivou-se da queda do rinoceronte e Argh moveu-se para segurar a cabeça de Jakku. O brutamontes começou a tremer e a divagar. Estava envenenado. Argh desesperou-se.

As palavras de Madu não surtem efeito com sua irmã antes exilada, pelo contrário. Nefret conseguiu abater facilmente o poderoso Jakku. Madu exibiu suas garras e seus dentes afiados como os de um verdadeiro leão antes saltar sobre a mulher-hiena, abrindo os braços e caindo com os dois pés no chão. Suas costas doem e ele sente uma fisgada na coluna grunhindo de dor.

— Nenhum ferimento vai me impedir de fazer o que é melhor para Wanyama. Se para isso eu tiver que lutar contra meu próprio sangue e deixar o cadáver de minha irmã apodrecendo em meio às árvores, assim o farei. – Madu se abaixa em uma posição felina com os braços abertos e exibe as presas para Nefret novamente, pronto para atacar.

Zazel conhecia bem a periculosidade de Nefret. Mesmo Kitok teve dificuldades na hora de lidar com irmã e aquilo deixou a flamingo completamente aflita, para piorar, o melhor combatente do grupo tinha sido derrotado facilmente. Contra quaisquer outros adversários pelo trono poderiam negociar, mas contra aquela megera maluca sempre acabava em violência. Já estava sentindo suas pernas longilíneas tremerem quando o abutre fez um rasante para levar Jawari, seus dentes rangeram e ela se forçou a voltar para a realidade. Não poderia ficar paralisada, precisava agir. Contra Tai teria mais chances. Ela deixou que ele fizesse o primeiro movimento, apesar de fazer cara de surpresa, dando a ele uma falsa vantagem. De forma discreta, Zazel pegou um punhado de areia e alçou voo. A flamingo perseguiu o abutre em ascensões e rasantes, além de diversos rodopios. A cada movimento, Jawari gritava a plenos pulmões.

— Zazel! Zazel! Zazel! Socorro! Eu vou te obedecer! Me salva! Zazel! Zazel! Zazeell!

Enquanto a dupla de voadores afastava-se no céu, Nefret deliciava-se com o tormento de Jakku, gargalhando debochadamente. O menino Argh choramingava baixinho e Madu olhava para ambos, sem saber se acudia o rinoceronte ou se atacava a irmã. Ele percebeu a satisfação no sorriso da hiena e avançou. Se parasse para ajudar o amigo, seria um alvo fácil para a irmã. Precisava acabar com ela primeiro. O leão rugiu e saltou sobre a hiena exibindo as poderosas garras. Nefret revidou, mas a força de Madu é superior. Suas garras riscaram o peito protegido da irmã, deixando sulcos na bioarmadura. A hiena desvencilhou-se com um movimento da cauda, a qual Madu prestava muita atenção para evitar. Num salto para trás, Nefret ergue-se novamente, pronta para avançar, ao mesmo tempo em que Madu saltou e a empurrou com toda a força de suas pernas. Bambeando para trás, sua irmã desequilibrou-se e quase caiu na água. Isto deu tempo para Madu atacar novamente, mas sua investida foi frustrada com um movimento lateral da hiena, fazendo-o cair no lago. Ela riu com o fracasso do irmão e isso só lhe deu mais vontade de acabar com ela.

No céu, Zazel finalmente ultrapassou Tai com um rasante e jogou contra seu rosto a areia para atrapalhar seu voo.O abutre fez careta e balançou a cabeça, um olho meio aberto e o outro fechado, franzindo o nariz adunco tentando se livrar do sedimento. Isto fez com que Tai diminuísse a velocidade de voo, dando oportunidade para a flamingo atacá-lo das formas mais baixas e desleais em pleno voo. Zazel montou nas costas do adversário e arrancou seu manto para impedir o abutre de continuar voando. O tecido embolou-se, fazendo  Tai cair e soltar Jawari. O menino gritou a plenos pulmões, mas Zazel mergulhou no ar e o apanhou antes que ele alcançasse o solo. Tai, por sua vez, esborrachou-se de cara na poeira da savana, enquanto seu manto era levado pelo vento.

A flamingo retomou o voo para Wanyama, chamando a atenção dos irmãos que continuam a peleja. Nefret praguejou, chamando das maiores baixarias, mas Zazel a ignorou, Madu aproveitou a distração e se engalfinhou num combate corpo-a-corpo com a irmã. Suas garras resvalando na armadura da hiena e as pinças queratinosas da irmã beliscando-lhe a pele. Ela a segurou pelos antebraços e preparava um ataque com o ferrão, quando Madu magistralmente girou seus braços dentro das pinças, segurando-as no final do movimento e girou seu corpo para cima, chutando para o alto e acertando o ferrão, o que provocou um barulho como se algo se estilhaçasse e arrancando um grito de dor de Nefret. Seu ferrão pendia inutilizade.

— Maldito – ela berrou, enquanto recolhia a bioarmadura e viu sua cauda quebrada.

Madu olhou com desgosto para sua irmã e esperou que Zazel atravessasse o lago. Mantendo o garoto seguro, a flamingo observou de longe o confronto contra Nefret. De uma distância segura ela poderia observar se deveria aguardar seus aliados ou fugir com o herdeiro, mas preferiu seguir adiante e deixar Jawari em segurança. Ela atravessou o Lago Nyanza sozinha levando o menino consigo. Conhecia alguns atalhos e caminhos menos tortuosos para atravessar o lago, fizera aquele trajeto inúmeras vezes acompanhando outros ferais partirem atrás de seus respectivos totens. Atravessando o lago, Zazel também conhece passagens privilegiadas até o forte, rotas discretas usadas muitas vezes por ela e suas irmãs para agilizar o compartilhamento de mensagens pelos arredores do reino.  Com destreza e paciência, leva Jawari em segurança. O menino está calado, diferente do costume. Está pensativo, tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo, sua vida virou do avesso e ele só queria estar ao lado de sua mãe. Com lágrimas nos olhos, ele abraça Zazel com ternura e chora baixinho, deixando a flamingo sem jeito. Seus sentimentos pelo menino são conflitantes, mas ela se foca na missão. Ele está seguro agora.

Madu acompanha o voo de Zazel com os olhos, viu a flamingo pousar em segurança em Wanyama e voltou-se para sua irmã. Foi surpreendido com um grito de Tai, vindo das alturas, agora que tinha recuperado seu manto. O abutre empurrou o leão e se afastou, apanhando a hiena em suas garras e a retirando dali.

— Isto não acabou, caçulinha! Eu voltarei e você pagará por ter quebrado minha cauda.

Madu sequer responde. Estava preocupado com Jakku e Argh. Correu até a dupla, encontrando o menino choroso e o brutamontes com dificuldade de respirar. Ele é muito pesado para o leão levar para Wanyama, ainda mais que a pancada da gorila ainda lhe doía as costas. Esperava pelo pior, quando viu uma silhueta se aproximando, correndo.

— Ah, não! Mais um problema? O que será agora?

Para sua sorte, era seu parceiro Akachi. O homem-guepardo chegou até o trio esbaforido, cansado de tanto correr. Ele vinha correndo há dias sem parar, desde que seguiu um crocodilo que partiu em missão dada pessoalmente por Mama Magamba e Nick-Ahnor.

— Akachi! Feliz em lhe ver. Temos problemas…

— Sim, Madu. Temos problemas.

— Não temos um minuto de paz nesta terra!

— Estava seguindo um mensageiro. Ele saiu de Wanyama e desceu o Nilo até chegar ao mar. Lá, ele fez contato com um membro da raça de Nick-Ahnor, um homem-peixe usando um manto, muito parecido com uma arraia. Consegui ouvir parte da conversa e a notícia que tenho não é boa. Uma comitiva de Atlântida está vindo até Wanyama para não só pegar a Coroa que estava com o Mabeco…

— Mabeco? Quem é esse?

— É o homem-lobo estrangeiro, aquele que caçava Jakku anos atrás.

— Jakku! Veja, ele foi envenenado por minha irmã. Temos de levá-lo a Wanyama.

— Por Ngaya! Estamos perdidos! Venha, vamos carregá-lo até um barco de travessia. Enquanto eu lhe conto o restante das minhas descobertas.

— Ah, sim, o que tem o Mabeco?

— A Atlântida vem para levá-lo como prisioneiro.

— Que bom!

— Mas não é só isso, pelo que entendi, Atlântida considera Wanyama como uma colônia sua.

— Nunca! Não passamos furtivos pela colonização de Avalon e Jotûnia para sermos conquistados por um bando de homens-peixe!

— É por isso que precisamos reforçar nosso povo. Conseguiram trazer o filho de Kitok?

— Zazel já o levou em segurança.

Akachi respirou aliviado, ao menos, uma boa notícia. No Forte, Zazel ouviu alguém se aproximar. Esperando por algum lacaio de Mama Magamba, relaxou quando viu Namiri. O homem-leopardo estava aflito. Veio pessoalmente procurar os Ossos de Ngaya, quando percebeu o plano de Mama Magamba de se apossar do Reino de Wanyama.

— A criança?

— Esta pestinha mesmo – Zazel respondeu, tentando se mostrar descontraída, mas Jawari permaneceu calado.

— E os Ossos?

— Acabei de chegar, esperava os demais virem, mas estão demorando e não podia deixar o menino sozinho.

— É melhor eu escondê-lo.

— Sim, vá para o Palácio e use a passagem secreta – Zazel desenhou um rascunho de mapa no chão de terra, mostrando uma câmara secreta, conhecida somente pela família real. E pelas amantes da nobreza, mas ela não revelou este detalhe — Jawari, este é Namiri, um amigo. Ele vai cuidar de você agora. Se um dia puder me perdoar, será quando notar que amo esse reino, nosso lar. E, se fiz o que fiz, foi porque acredito que você será um bom rei. Não devemos nos ver tão cedo, Jawari, não é só a sua vida que corre risco. Confie no seu instinto, Ngaya ainda sussurra sua sabedoria para nós. – Ela se ajoelha na frente de Jawari e afaga seus cabelos crespos, sorri pela primeira vez de forma sincera para ele e lhe dá um beijo na testa do garoto, despedindo-se.

Quando Namiri se foi, a flamingo voltou-se pro Forte, ela tentou não transparecer na frente de Jawari, era carrancuda na frente do garoto, mas sente certo carinho pelo menino. Enxugou uma lágrima e se recompôs. Entrou sorrateira no covil de Mama Magamba, um território extremamente perigoso e Zazel não pisaria em falso, errar estaria fora de cogitação. Por isso, ela manteve seus olhos atentos, sua visão iria captar qualquer movimentação, do vento suave sobre tecidos, até mesmo guardas escondidos e se adiantaria. O local é cheio de tranqueiras: crânios de bichos, vermes e insetos em uma espécie de conserva, partes ressecadas de animais, búzios e conchas, além de uma enorme variedade de ervas secas e diversos frascos com o que parecia ser tinta.. O mais estranho para Zazel são “arranjos” feitos de todos esses objetos, amarrados entre si com fios de cabelo e pelos de crinas e caudas de animais, pendurados como se fossem estranhos sinos.

A flamingo passava por entre aqueles objetos, tentando identificar quais deles seriam os Ossos de Ngaya, quando percebeu que, ao passar por determinadas peças, sentiu uma presença observando-a. Intrigada, ela fingiu naturalidade enquanto procurava os objetos, mas sempre atenta à movimentação estranha que a rondava. Ela percebeu uma silhueta humanóide que se mesclava perfeitamente ao ambiente, quase imperceptível. Aquilo incomoda demasiadamente Zazel, necessitando dividir sua atenção entre a procura por seu objetivo e a presença invisível, mas, discretamente, se armou de um dos frascos de tinta da coleção de Mama Magamba. Quando finalmente encontrou uma caixa lacrada, ela forçou a abertura, quebrando-a e a abrindo, revelando o tesouro que procurava. Então sentiu o ar se movimentar e algo partir em sua direção. Ouviu um barulho como uma escarrada e se esquivou de uma cuspida ácida. O líquido acertou a caixa, provocando uma reação fumegante. Ela se afastou e atirou o frasco que guardou, acertando a silhueta e revelando a forma de um homem magro.

— É… Você é mais esperta do que pensei – disse o homem, com um sotaque muito estranho para Zazel — Deveria ser um alvo fácil. Devolva os Ossos de Ngaya e não a denunciarei para Mama Magamba.

A silhueta limpou-se e se revelou. Ele não tem a pele escura dos nativos de Wanyama, mas exibe aspectos muito parecidos com os membros da Tribo das Escamas. Sua pele amarelada contém pequenas escamas esverdeadas, muito finas ainda para serem totalmente perceptíveis, mas seus olhos são definitivamente reptilianos. Zazel não sabia, mas aquele é Zhang, um antigo companheiro de Tyler, do tempo em que o avalônico era líder de um grupo de mercenários a serviço de John Turk. Mais um estrangeiro se intrometia nos assuntos de seu povo e Zazel não deixaria isso barato.

Os tambores ao fundo, vindos da Arena e do sacrifício de Tyler, abafam os eventuais ruídos do confronto. Zazel não precisa ser sutil no covil de Mama Magamba. Atacou como uma ave, usando principalmente suas caneleiras que terminam em garras. O reptiliano é esquivo, mas Zazel está focada, um de seus golpes acerta o alvo, arrancando um estranho sangue verde do adversário. Ele recuou e a flamingo assumiu atitudes como as de uma ave de rapina. Trocou alguns golpes com Zhang, defendendo-se com seu manto e protegendo os Ossos de Ngaya, mas também avançou e deu início a pequenas perseguições com o sentinela. Ela já havia concluído sua missão, precisava somente sair dali em segurança. Fez um floreio, driblou o monge dracônico quando este investiu em um ataque, saltando sobre seu corpo e pisando em suas costas para ganhar impulso e abrir as asas, derrubando diversos itens de Mama Magamba sobre Zhang. Fora do Forte, alçou voo e se manteve no ar, observando o desenrolar das ações no solo. O sentinela não parece ter deixado o Forte. Ou algo nas poções da bruxa crocodilo o paralisou ou ele se tornou invisível mais uma vez e fugiu.

Do céu, Zazel reconheceu Madu e Akachi atravessando o Lago Nyanza, deixando Jakku e Argh nas margens. Pelo visto, o rinoceronte estava de mal a pior. Talvez Namiri pudesse curá-lo, mas ele está com Jawari no Palácio. Ainda do alto, a flamingo visualizou a Arena. Lá, Tyler havia vencido Nick-Ahnor, o que significava que ele era, potencialmente, o novo Rei de Wanyama.


[OBJETIVOS]
•Jakku precisa de um Feito Superior de Resiliência (9-11) ou morrerá.

• Madu ou Zazel precisam de um Feito Superior Social (9-11) para convencer o povo de Wanyama a dar a liderança a Jawari. Os Ossos de Ngaya dão um bônus de +2 no teste.

• Mama Magamba se voltará contra quem obtiver sucesso no Feito Social e tentará subjugá-lo mentalmente, sendo necessário um Feito de Foco Superior (9-11) e o fará atacar o outro (entre Zazel e Madu).

• Aquele que for atacado pelo dominado de Mama Magamba precisará passar por um Feito de ND desconhecido (baseado na ficha do outro jogador).

• Se a dominação de Mama Magamba falhar, ela atacará pessoalmente. Ela tem Atitude DIF (7-9) e Resiliência SUP (9-11).

• Tyler pode aproveitar a confusão com a reclamação do trono para fugir e invadir o Forte de Mama Magamba para recuperar sua Coroa, mas encontrará Zhang com ela. Ele pode ser convencido a entregar, com um Feito Social Difícil (7-9) ou pode ser vencido em combate. Ele tem Atitude DIF e Resiliência MED.
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Zazel

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySáb Set 24, 2022 2:17 pm

Zazel circula a torre onde Namiri se escondia com o herdeiro. Pela janela ela deixa se faz visível com os ossos para que o sacerdote soubesse que o plano estava completo. Restaria apresentar o herdeiro para o povo. Ela sorri para Jawari, e mergulha num rasante nada discreto. Pousando no meio da confusão. Ela grita em plenos pulmões.

- Povo de Wanyama! – a flamingo chama a atenção para si erguendo os ossos de Ngaya, confiante na autoridade que eles resultariam. Escutem-me! Vocês me conhecem, sou Zazel Marashi, arauto real e servi nossos últimos três reis com lealdade e devoção, mesmo que o último tenha sido um estrangeiro – ela cospe no chão e encara Mama Magamba. Conheço cada um de vocês, conheço o nosso reino e por amar nossa terra, quero um basta nessa loucura de sucessões! Eu resgatei Jawari! O filho de Kitok! Nossas tradições foram fundadas em nome das necessidades de nosso povo, para mantê-lo unido devemos rever essas tradições para as atuais necessidades de nosso povo. Um caçador como herdeiro? Só porque Nick era forte não resultou num bom reinado! Nosso rei precisa mostrar-se capacitado em liderar! Peço que unam-se ao herdeiro de Kitok, neto de (Nome do Avô) para restituirmos a harmonia de nosso reino! Jawari! O garoto que sobreviveu ao lago! Jawari! O garoto que sobreviveu ao ataque de Nefret nos arredores de Wanayama! Jawari que mesmo jovem tem no coração uma chama verdadeira que nos guiará! Jawari! Apoiado pelo sacerdote Namiri que conversa diretamente com nossos ancestrais! Jawari que reinará em concordância com o conselho levando em consideração as questões de todo o povo e não apenas servindo de marionete dessa bruxa! Se vocês vissem as obscenidades que ela guarda em sua toca! Um crime contra nossos ancestrais!

Sentindo a garganta arranhar depois de bradar cada palavra inflamada, ela instiga o povo erguendo o punho e repetindo o nome de Jawari. Ela encara seus admiradores, seus parentes e os demais.

Ao fim, exausta ela respira fundo com tranquilidade, até sentir sua mente sendo invadida por pensamentos que não eram os seus e num instante toda a sua visão ganha um tom de verde escamoso e o controle de seu corpo se esvai.
[OFF]

• Madu ou Zazel precisam de um Feito Superior Social (9-11) para convencer o povo de Wanyama a dar a liderança a Jawari. Os Ossos de Ngaya dão um bônus de +2 no teste.

2 ♥ + Atraente 1 ♥  + Ossos de Ngaya 2 JOK + Esforço 4 = 9
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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySáb Set 24, 2022 3:05 pm

Apesar de confiante por repelir a irmã, Madu sentiu que poderia, naquele momento, encerrar uma de suas maiores ameaças. O trono de Wanyama ainda estava em jogo e Nerfret seria uma ameaça a menos nesse jogo macabro. Depois de atravessar o rio com seu antigo amigo, Akachi, onde continuou tenso por todo o caminho, se depara com Zazel discursando sobre a linha sucessória e o lugar de Jawari no trono de seu país.

Diversos sentimentos conflitantes surgem junto de pensamentos ainda mais conflitantes. Depois de tudo o que havia passado, das lutas e descobertas mundo a fora, chegar em casa e ver seu irmão morto, com sua irmã ao lado do regicida, tudo parecia muito confuso. Seu amor pela família era enorme, mas não superava seu amor pela própria nação.

- Aqui mora meu povo, minha família e minha alma. – Madu pede a palavra depois da fala de Zazel. – Para onde o reinado de um caçador estrangeiro nos levaria? À que grandezas? Que descobertas? O que ele nos trouxe nos anos de seu reinado? Um regicida de outras terras com sangue ralo de onde viemos? Patético, nos trazemos o sangue real. Jawari, a cria de seu antigo rei, e fomos atacadas pela marionete sórdida de Mama Magamba que apoia essa atrocidade em nosso trono e fere todas as nossas tradições. Nos deixe ensinar à esse garoto nossas tradições e costumes. Seremos professores e pais de uma criança que teve o pai assassinado e eu serei regente enquanto nosso futuro rei se transforma em um verdadeiro líder de nossas tribos.

Quando termina de falar, Madu percebe algo diferente em Zazel, como se não tivesse mais controle de si e seu corpo responde automaticamente quando sente a flamingo lhe atacar.

• Aquele que for atacado pelo dominado de Mama Magamba precisará passar por um Feito de ND desconhecido (baseado na ficha do outro jogador).
ND MED (5-7) ATAQUE
1  ♦ + 2 LUTA JOK - 1 + 4 esforço = 6
Madu irá tentar desviar dos golpes de Zazel empurrando-a para os lados e evitando suas investidas. Quando achar uma oportunidade, Madu vai tentar segurar os braços da flamingo e falar diretamente de frente para ela.

ND FAC (3-5) DEFESA
2 ♥ + 1 Rugido -1 +2 esforço = 4

- Zazel, se acalme! – ele grita com um rugido tentando fazer a aliada retomar o controle de si mesmo.
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Tyler Greymane

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyDom Set 25, 2022 5:05 am

Vitória! Esse era o sentimento de Tyler, ao ver Nick caído ao chão. Pouco sabia do que poderia vir a acontecer, mas a vitória lhe significaria a liberdade, e buscaria a coroa. Sem o atlante, não haveria mais concorrência... até a hora que viu a flamingo que carregava o leão pousar, percebendo pelo cheiro que aqueles, sim, talvez seriam adversários mais complicados.

Retornando à forma humana, o avalônico observou o discurso, percebendo que aquilo tinha ido longe demais. Se sentiu enganado por Magamba, pois não sabia da lei. Não sabia que tinha se tornado, mesmo que sem querer, um rei. Lembrou de sua origem. Não foi criado para ser um rei longe de suas terras. Foi criado para comandar a sua raça. O seu povo. Não iria ficar ali. E nem poderia. Lembrou de Werena novamente. Definitivamente precisaria consertar várias coisas. Ainda que gostasse da fama de mau.

— Meu povo não é este, meu reino não é este. Mabeco se vai! — Tyler balbuciou, sabendo que os dois ouviriam ele falar, aproveitando a deixa e as atenções voltadas para a dupla para disparar em fuga. Sabia que estava correndo contra o relógio. — Nem fodendo vou reinar essa desgraça, tchau!
||||||||||

Se enfiando no covil de Mama Magamba, Tyler ergueu a cabeça e pôs-se a farejar. Por sorte, a coroa ainda mantinha seu cheiro. Seria fácil resgatá-la... exceto pelo segundo cheiro que a acompanhava. O ex-mercenário assustou-se ao perceber quem era ali. E o quão ferrado estava.

— Shang...? — os olhos lupinos de Tyler se encontraram com os olhos reptilianos do antigo companheiro. — Não... Zhang. Aquele Shang que conheci está morto. O que Turk quer com este povo!? Já chega, ele já conseguiu o poder que queria!

Aos poucos, o lobo teimava em sair, e Tyler tentava ainda controlar um pouco as coisas. Sua fúria estava atiçada, e suas memórias voltavam a atormentá-lo. Se lembrava das caçadas que fazia com o outrora amigo, e de quando o viu sair de uma câmara contendo uma bizarra gosma. Se recordou de cada bom momento, e de quando viu que perdeu o amigo para Turk. E, pela quantidade maior de escamas no corpo de Zhang, se perguntaria quando demoraria para ele se tornar um dragão de fato. Seus olhos então se voltaram para a Coroa Lunar.

— Me dê essa coroa, e... ah, que se dane, ele vai te ressuscitar de novo, então não vai fazer mal te matar uma vez. — Tyler se transformou imediatamente, uivando. — Mas, e aí? Como é a vista de uma queda de um penhasco, lagartixa?

Diferente da luta contra Nick, Tyler estava enfrentando alguém que pouco conhecia de fato. Zhang era um mestre de lutas, mas Tyler apenas viu uma vez seus poderes como lacaio de Turk. Sabia da cusparada ácida, e logo começou a usar qualquer mobília que arranjasse para arremessá-la contra a boca de Zhang, para ter tempo de evitar suas cusparadas ácidas. A mobilidade era um problema, com o caçador focando em usar o posicionamento dos objetos de forma a bloquear investidas, arremessando e movendo o que pudesse para se proteger de Zhang. Até a hora que tivesse uma abertura para, puxando o tecido que protegia as regiões, enfiar como forma de mordaça contra a boca de Zhang, bloqueando ataques físicos dele.

Nos momentos de luta corporal, Tyler se protegia com os punhos e os braços, movendo-os relembrando as vezes que participava de treinos com o próprio Shang, antes dele tornar-se Zhang. Evasivas também eram necessárias, mas sua preocupação era a invisibilidade (que a qualquer momento ele notaria). Seus sentidos não poderiam o trair, passaria a depender mais do olfato e da audição do que da visão para se proteger. Temia que Zhang, a todo instante, usasse esse artifício.

E, na hora que tivesse a oportunidade, usaria de um tackle, movendo com velocidade sua imensa massa corporal para atingir e agarrar o centro do corpo de Zhang, para levá-lo pra fora do forte, em campo mais aberto, onde o lobisomem teria vantagem. Ali, Tyler seria o predador, galgando em quatro patas o chão arenoso de Wanyama para cercar seu outrora companheiro, visando golpes em suas costas e no pescoço, para trazer uma morte rápida e pouco dolorosa.
AÇÕES

Lutar contra Zhang (Atitude DIF (7-9)): Agilidade 1 + Garras 1 + Sentidos Aguçados 1 + Luta 2 + 3 ♠ = 8 + 2 Esforço = 10

Lutar contra Zhang (Resiliência MED (5-7)): Agilidade 1 + Luta 2 + Sentidos Aguçados 1 + Garras 1 + 4  ♦ = 9 + 1 Esforço = 10
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Jakku & Argh

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySeg Set 26, 2022 12:21 am

A consciência de Jakku aos poucos já não identifica mais o que é realidade e o que é fantasia. Os efeitos do veneno de Nefret começam a agravar. A dor intensa juntasse a uma febre tão forte que, mesmo para uma criatura tão imponente como Jakku, o faz delirar e se tornar um fardo para o grupo.

Os delírios do rinoceronte o levam a um lugar tranquilo, com uma bela vista de Wanyama e um sol de brilho intenso no horizonte. O calor do sol o aquece ao mesmo tempo que uma leve brisa o refresca. A medida que seus olhos vão acostumando ao brilho do sol e o foco vai se estabilizando, a imagem de Argh correndo e brincando livremente ao longe transforma o delírio em algo ainda mais imersivo.

O menino acena de longe, Jakku sorri e ao tentar retribuir o aceno percebe que não consegue levantar os braços. Ele tenda mais uma vez e não consegue. A mata ao redor de Argh começa a balançar violentamente e o menino parece não perceber. Jakku tenta andar mas, não consegue sequer dar um passo à frente. Nem mesmo gritos saem de sua garganta. A mata esta prestes a engolir Argh.

Os batimentos acelerados do feral aceleram, a dor que sentia volta a incomodar, travando seu corpo. Por de trás da mata que sacudia com força, uma enorme onda estoura, arrastando tudo que vê pela frente, A figura de Argh vem em sua direção, tentando não afogar-se e passa por Jakku que nada pôde fazer e também é arrastado pela água.

Sentindo-se fraco, com dores e cansado, Jakku sente que seu corpo esta quase submerso mas algo o esta puxando, ao abrir os olhos ele vê Zazel sobrevoando. Uma voz que ecoa ao fundo pode ser ouvida. Os balbucios de Argh também.

Jakku esta boiando às margens de um rio, seu corpo dói e sente que esta prestes a desmaiar. O grandalhão também sente que esta sendo puxado pelo braço e segundos antes de apagar, escuta:

- Levante-se meu amigo! Sua jornada ainda não chegou ao fim. Não é a hora de nos encontrarmos ainda.

Kitok??? Jakku resiste ao desmaio ao achar que escutou seu amigo.

Resiliência 5 + Esforço 6

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Set 28, 2022 9:09 pm

CENA 4

Margens do Lago Nyanza, Wanyama.


A consciência de Jakku aos poucos já não identifica mais o que é realidade e o que é fantasia. Os efeitos do veneno de Nefret começam a se agravar. A dor intensa junta-se a uma febre tão forte que, mesmo para uma criatura tão imponente como Jakku, o faz delirar e se tornar um fardo para o grupo. Os delírios do rinoceronte levam-no a um lugar tranquilo, com uma bela vista de Wanyama e um sol de brilho intenso no horizonte. O calor do sol o aquece ao mesmo tempo em que uma leve brisa o refresca. À medida que seus olhos vão se acostumando ao brilho do sol e o foco vai se estabilizando, a imagem de Argh correndo e brincando livremente ao longe transforma o delírio em algo ainda mais imersivo.

O menino acena de longe, Jakku sorri e ao tentar retribuir o aceno percebe que não consegue levantar os braços. Ele tenta mais uma vez e não consegue. A mata ao redor de Argh começa a balançar violentamente e o menino parece não perceber. Jakku tenta andar, mas não consegue sequer dar um passo à frente. Nem mesmo gritos saem de sua garganta. A mata está prestes a engolir Argh. Os batimentos acelerados do feral disparam ainda mais, a dor que sentia volta a incomodar, travando seu corpo. Por de trás da mata que sacudia com força, uma enorme onda estoura, arrastando tudo que vê pela frente. A figura de Argh vem em sua direção, tentando não se afogar e passa por Jakku, que nada pode fazer e também é arrastado pela água.

Sentindo-se fraco, com dores e cansado, Jakku sente que seu corpo está quase submerso, mas algo o está puxando. Ao abrir os olhos ele vê Zazel sobrevoando. Uma voz que ecoa ao fundo pode ser ouvida. Os balbucios de Argh também. Jakku está boiando às margens de um rio, seu corpo dói e sente que está prestes a desmaiar. O grandalhão também sente que está sendo puxado pelo braço e segundos antes de apagar, escuta a mesma voz.

— Levante-se, meu amigo! Sua jornada ainda não chegou ao fim. Não é a hora de nos encontrarmos ainda.

— Kitok??? – Jakku resiste ao desmaio ao achar que escutou seu amigo.

— Sim, meu amigo! Você me salvou uma vez. É hora de retribuir o favor.

O rinoceronte sente a vitalidade percorrer seu corpo. Ainda está debilitado pelo veneno de Nefret, mas está vivo e consciente. Ele abre os olhos e vê Argh. O menino sorri e chora ao mesmo tempo, ambos de alegria. Jakku sente que eles não estão a sós e vê uma figura no vento, desenhando a silhueta de seu finado amigo Kitok.

— Está salvo agora, meu amigo, mas preciso salvar meu legado. O povo de Wanyama clama por mim. Só mais um aviso, cuidado com a onda! Contenha-a!

O fantasma de Kitok transforma-se em luz e, num raio, sobe para as nuvens.

***

Arena dos Ferais, Wanyama.


Apesar de confiante por repelir a irmã, Madu sentiu que poderia, naquele momento, encerrar uma de suas maiores ameaças. O trono de Wanyama ainda estava em jogo e Nefret seria uma ameaça a menos nesse jogo macabro. Depois de atravessar o rio com seu antigo amigo, Akachi, onde continuou tenso por todo o caminho, Madu se depara com Zazel  sobrevoando a Arena, chamando atenção de Mama Magamba e Tyler, que larga o corpo morto de Nick-Ahnor. Vitória era o sentimento de Tyler, ao ver Nick caído ao chão. Pouco sabia do que poderia vir a acontecer, mas a vitória lhe significaria a liberdade, e buscaria a coroa. Sem o atlante, não haveria mais concorrência, até a hora que viu a flamingo que carregava o leão pousar, percebendo pelo cheiro que aqueles, sim, talvez seriam adversários mais complicados.

Zazel circula a torre onde Namiri se escondia com o herdeiro. Pela janela, ela deixa se fazer visível com os ossos para que o xamã soubesse que o plano estava completo. Restaria apresentar o herdeiro para o povo. Ela sorri para Jawari, e mergulha num rasante nada discreto, pousando no meio da confusão e gritando a plenos pulmões.

— Povo de Wanyama! – a flamingo chama a atenção para si, erguendo os ossos de Ngaya, confiante na autoridade que eles resultam — Escutem-me! Vocês me conhecem, sou Zazel Marashi, arauto real e servi nossos últimos três reis com lealdade e devoção, mesmo que o último tenha sido um estrangeiro – ela cospe no chão e encara Mama Magamba.

A anciã da Tribo das Escamas bate seu cajado no chão e salta no meio da arena. Sua agilidade é impressionante para uma mulher de sua idade.

— Nossas regras foram bem estabelecidas por séculos. Somos um povo de guerreiros! É a nossa tradição! Se nosso Rei é incapaz de se manter em combate justo, não é um bom Rei. A tradição diz que qualquer um pode desafiar o nosso rei, desde que seja um feral. O estrangeiro do mar poderia não ter o mesmo sangue que nós, mas olhem para ele. Ele tem dentes de feral, garras de um feral, couro de um feral. Uma cauda! Qualquer um poderia tê-lo desafiado pelo reino de Wanyama. Porque não o fizeram? Apenas outro estrangeiro, este também com garras, presas e couro como um verdadeiro feral, foi capaz de fazê-lo. Deixem-no governar como mandam as nossas leis. E quem quiser que o desafie em seguida!

Retornando à forma humana, o avalônico observou o discurso, percebendo que aquilo tinha ido longe demais. Se sentiu enganado por Magamba, pois não sabia da lei. Não sabia que tinha se tornado, mesmo que sem querer, um rei. Lembrou de sua origem. Não foi criado para ser um rei longe de suas terras. Foi criado para comandar a sua raça. O seu povo. Não iria ficar ali. E nem poderia. Lembrou de Werena novamente. Definitivamente precisava consertar várias coisas. Ainda que gostasse da fama de mau.

— Meu povo não é este, meu reino não é este. Mabeco se vai! — Tyler balbuciou, sabendo que os dois ouviriam ele falar, aproveitando a deixa e as atenções voltadas para a dupla para disparar em fuga. Sabia que estava correndo contra o relógio. — Nem fodendo vou reinar essa desgraça, tchau!

— Conheço cada um de vocês – Zazel continua, surpresa com a intromissão de Mama Magamba e contente por Tyler não ter interesse por Wanyama — Conheço o nosso reino e por amar nossa terra, quero um basta nessa loucura de sucessões! Eu resgatei Jawari! O filho de Kitok! Nossas tradições foram fundadas em nome das necessidades de nosso povo. Para mantê-lo unido, devemos rever essas tradições para as atuais necessidades de nosso povo. Um caçador como herdeiro? Só porque Nick era forte não resultou num bom reinado! Nosso rei precisa mostrar-se capacitado em liderar! Peço que unam-se ao herdeiro de Kitok, neto de Mfalme, para restaurarmos a harmonia de nosso reino! Jawari! O garoto que sobreviveu ao lago! Jawari, o garoto que sobreviveu ao ataque de Nefret nos arredores de Wanayama! Jawari que, mesmo jovem, tem no coração uma chama verdadeira que nos guiará! Jawari! Apoiado pelo xamã Namiri que conversa diretamente com nossos ancestrais! Jawari, que reinará em concordância com o conselho levando em consideração as questões de todo o povo e não apenas servindo de marionete dessa bruxa! Se vocês vissem as obscenidades que ela guarda em sua toca! Um crime contra nossos ancestrais!

— Não fale do que não conhece, Passarinha! Onde está essa criança? Quem pode dizer que é mesmo cria de Kitok?

Nesta hora, Namiri saiu do Palácio. Caminhou até a sacada real, onde Nick-Ahnor anteriormente estava, e ergueu Jawari com as duas mãos sobre a sua cabeça, exibindo a criança para todos de Wanyama. As nuvens do céu ficam revoltosas e o rosto de Kitok pode ser visto nelas. A imagem do último rei se dissipa para dar passagem a um facho de luz que ilumina o garoto. Nesta hora, todas as criaturas de Wanyama se ajoelham perante Jawari.

— Ainda é insuficiente! A criança não passou pelo ritual! Não pode ser considerada!

Namiri saltou com a criança no colo, Zazel voou até ele, entregando os Ossos de Ngaya. A veste ancestral encaixou magicamente no menino, terminando por convencer o povo. Toda Wanyama faz reverência para Jawari, transformando Mama Magamba num poço de ódio. Zazel olha para ela, vitoriosa. Sentindo a garganta arranhar depois de bradar cada palavra inflamada, ela instiga o povo erguendo o punho e repetindo o nome de Jawari. Ela encara seus admiradores, seus parentes e os demais. Ao fim, exausta ela respira fundo com tranquilidade, até sentir sua mente sendo invadida por pensamentos que não eram os seus e num instante toda a sua visão ganha um tom de verde escamoso e o controle de seu corpo se esvai.

Diversos sentimentos conflitantes surgem junto de pensamentos ainda mais conflitantes para Madu. Depois de tudo o que havia passado, das lutas e descobertas mundo a fora, chegar em casa e ver seu irmão morto, com sua irmã ao lado do regicida, tudo parecia muito confuso. Seu amor pela família era enorme, mas não superava seu amor pela própria nação.

— Aqui mora meu povo, minha família e minha alma – Madu pede a palavra a Zazel, que apenas balança a cabeça — Nós trazemos o sangue real. Jawari, a cria de seu antigo rei, e fomos atacadas pela marionete sórdida de Mama Magamba que apoia essa atrocidade em nosso trono e fere todas as nossas tradições. Nos deixem ensinar a esse garoto nossas tradições e costumes. Seremos professores e pais de uma criança que teve o pai assassinado e eu serei regente enquanto nosso futuro rei se transforma em um verdadeiro líder de nossas tribos.

— Regente? Não mesmo!

Madu esperava aquela interrupção de Mama Magamba, as palavras saíram da boca de Zazel. O homem-leão olhou para a mulher-flamingo. Ela está transtornada e Madu percebe algo diferente em Zazel, como se não tivesse mais controle de si e seu corpo responde automaticamente quando sente a flamingo lhe atacar.

— Fui a prometida de Kitok! Tirei a criança das mãos da bastarda! Trouxe-o em segurança a Wanyama! Quem deve ser regente sou eu!

Zazel abriu seu manto, transformando-o em asas e sobrevoou Madu. Sua tornozeleira se abriu em garras afiadas, desferindo um rasante sobre o ex-cunhado. Madu desviou dos golpes de Zazel empurrando-a para os lados e evitando suas investidas. A flamingo bate as asas mantendo um voo baixo, ciscando o ar na intenção de arranhar o leão. Ele persiste se esquivando, sem intenção de contra-atacar sua amiga. Os ataques de Zazel são mais ferozes do que o de costume, levando a crer que ela é controlada por outra pessoa, mas o revide de Madu não vem. Ele não quer feri-la.

— Não se aproximem – Ele disse, notando os guardas se aproximarem — Deixem-na comigo.

Madu deixou Zazel continuar com suas investidas, sabe que ela não é exímia em combate e baixaria a guarda a qualquer momento. Quando ela finalmente mostrou sinais de cansaço, o homem-leão encontrou uma oportunidade. Madu segurou os braços dela e falou diretamente de frente para ela.

— Zazel, se acalme! – ele gritou com um rugido.

O rugido da Tribo da Garra tem o objetivo de dar forças aos aliados que ouvem, como se fosse um chamado de sua alma, aumentando sua moral e confiança. Era exatamente isso que Zazel necessitava e Madu conseguiu fazer a aliada retomar o controle de si mesmo. Ela se abraça a Madu, soluçando e quase desmaiando.

***

Covil de Mama Magamba, Wanyama.


Tyler ergueu a cabeça e pôs-se a farejar, enfiando-se no covil de Mama Magamba. Por sorte, a coroa ainda mantinha seu cheiro. Seria fácil resgatá-la, exceto pelo segundo cheiro que a acompanhava. O ex-mercenário assustou-se ao perceber quem era ali. E o quão ferrado estava.

— Shang...? — os olhos lupinos de Tyler se encontraram com os olhos reptilianos do antigo companheiro. A silhueta translúcida do monge dracônico tremeluziu e ele se revelou.

— Tyler. Havia essquecido de seuss sentidoss apuradoss…Esspero que não tenha sse essquecido de mim.

Zhang aparenta ser menos humando do monge que Tyler conheceu. No último encontro, ele tinha apenas pupilas verticais de réptil, agora tem diversas e finas escamas cobrindo sua pele. Pela quantidade maior de escamas no corpo de Zhang, o caçador se perguntou quando demoraria para ele se tornar um dragão de fato

— Não... Zhang. Aquele Shang que conheci está morto. O que Turk quer com este povo!? Já chega, ele já conseguiu o poder que queria!

— Com esste povo? Nada. Issto é asssunto de Mama Magamba. Messtre quer o que vossê roubou!

Aos poucos, o lobo teimava em sair, e Tyler tentava ainda controlar um pouco as coisas. Sua fúria estava atiçada, e suas memórias voltaram a atormentá-lo. Se lembrava das caçadas que fazia com o outrora amigo, e de quando o viu sair de uma câmara contendo uma bizarra gosma. Se recordou de cada bom momento, e de quando viu que perdeu o amigo para Turk. Essas memórias mesclaram-se com as memórias perdidas de sua família lupina. Com o desejo de voltar para casa que só Quotar poderia realizá-lo. Lembrou de Quotar que lhe abençoou com a forma de lobisomem. Tudo virou uma bagunça na mente de Tyler e uma lembrança misturou-se com a outra. Viu Turk junto dos ciganos, Quotar e Shang como amigos, sua mãe e Werena se abraçando, Capuz Púrpura junto a Maya, Roderick com seus irmãos lobisomens. Ele parou e tentou focar no presente e seus olhos voltaram-se para a Coroa Lunar.

— Me dê essa coroa, e... ah, que se dane, ele vai te ressuscitar de novo, então não vai fazer mal te matar uma vez. — Tyler se transformou imediatamente, uivando.

— Vossê fede a amazona, Tyler. Estou anssioso para encontrar ssua dona para fazê-la pagar pelo que fez comigo. Bem devagar.

— Mas, e aí? Como é a vista de uma queda de um penhasco, lagartixa?

— Vossê me menosspreza e issso sserá ssua ruína!

Diferente da luta contra Nick, Tyler está enfrentando alguém que pouco conhece de fato. Zhang é um mestre de lutas, mas Tyler apenas viu uma vez seus poderes como lacaio de Turk. O reptiliano atacou de repente com sua cusparada ácida, mas Tyler pegou um dos caixotes de Mama Magamba, derrubando sua coleção de fetiches e o arremesso contra a boca de Zhang, A mobília desfez-se com o ácido cuspido pelo réptil. Ele persistiu no ataque, usando os golpes dos monges dragões verdes. Sua mobilidade é um problema para Tyler, ele não lembrava quão ágil Zhang era. O caçador foca em usar o posicionamento dos objetos de forma a bloquear investidas, arremessando e movendo o que pudesse para se proteger de Zhang, deixando o covil da xamã de Wanyma uma completa bagunça. Até a hora que os objetos de Mama Magamba rarearam e uma cusparada acertou o peito nu de Tyler. O cuspe fervilhou em seu tórax, queimando os pêlos e a pele, não fosse a transformação em lobisomem, ficaria uma cicatriz medonha.

O réptil se aproximou perigosamente de Tyler, uma cusparada à queima-roupa seria difícil de esquivar. O mercenário tinha de inutilizar aquele ataque e, puxando o tecido que protegia as regiões, enfiou como forma de mordaça contra a boca de Zhang. A tanga de Tyler tapou o rosto do monge, quase como se fosse uma máscara cobrindo suas vias respiratórias. O réptil recuou, jogou a tanga no chão e cuspiu sobre ela, desfazendo-a com o ácido.

— Zzombe de mim, lobo, mass ssou eu quem rirá por último!

Zhang saltou com velocidade sobre Tyler, suas garras acertaram em cheio suas costelas. Tyler está acostumado a ter seu corpo perfurado, sendo um lobisomem, seus ferimentos se curam mais rápido, mas aquele golpe foi diferente. Ele sentiu dor como nunca havia sentido antes. Recuou alguns passos, distanciando-se de Zhang, que parou estático, observando a cena. O lobisomem segurou o ferimento que não parou de sangrar e olhou para seu advesário. As mãos do monge estão equipadas com longas e afiadas garras de prata.

— Tirei ssua virgindade, lobo?

Tyler não acreditou. Depois que se transformou em lobisomem, ganhou uma confiança inabalável e sempre se saiu vitorioso das lutas que enfrentou. É a primeira vez que a prata lhe feriu e lhe causa tanta dor. Isso enche o caçador de fúria, deixando seu movimento descontrolado. Isto deixou Zhang assustado e o réptil tornou-se invisível mais uma vez, na esperança de que a fúria do lobisomem o cegasse, mas Tyler se guiou pelo cheiro, pelo cheiro do sangue que queria derramar.

Como se fosse um touro bravo, o lobisomem avançou num ataque em carga, perseguindo o invisível réptil e derrubando todo o covil de Mama Magamba no processo. Apesar dos ataques serem imprecisos, eles são poderosos, o que deixa monge desesperado e o forçou a procurar um lugar mais alto para se proteger. Ele trepou no telhado da construção já parcialmente destruída, mas isso não conteve o furioso predador. Movendo-se com velocidade sua imensa massa corporal, Tyler abocanhou a cintura de Zhang, arrastando-o para levá-lo para um campo mais aberto, onde o lobisomem tem vantagem. Ali, a fúria do lobisomem tomou conta de Tyler, seus golpes trucidaram o corpo do reptiliano, manchando o chão arenoso de Wanyama com um sangue escuro e esverdeado. Suas garras despedaçaram o antigo amigo, não sobrando partes muitos grandes do corpo de Zhang. Isso chamou a atenção de alguns poucos wanyamanos que foram ver o que acontecia no covil de Mama Magamba, deixando-os traumatizados com as cenas que viram. Os soldados ergueram suas lanças para Tyler e ele estava prestes a atacá-los, quando um cheiro estranho interrompeu sua fúria momentaneamente. O cheiro de um predador maior que ele. De diversos predadores. De predadores marinhos.

Um movimento estranho nas águas do Lago Nyanza chamou a atenção de Jakku. O rinoceronte se ergueu com dificuldade, derrubando Argh que descansava sobre sua coxa. As águas recuaram e descobriram o leito do lago, revelando o chão. O movimento durou poucos segundos e logo um volume muito maior de água voltou como uma gigantesca onda. Nela, diversas criaturas podem ser vistas. Nas bordas da onda, duas duplas de cetáceos azulados parecidos com pequenas baleias com quatro ou cinco metros de comprimento parecem estabilizar a onda. O povo de Atlântida usa os baleotes como cargueiros de água, pois são capazes de nadar no ar e carregar água consigo, permintindo que outros animais nadem junto com eles. Cada um destes baleotes é montado por uma dupla de atlantes de pele azulada, um guiando o animal e outro portando armas. No meio da onda, um sem número de atlantes nada portando armas, eles são da casta mais comum, aparentada a golfinhos, assim como os cavaleiros dos baleotes. Na dianteira da onda, dois atlantes-tubarões, muito semelhantes em porte e aparência a Nick-Ahnor, avançam sobre o Lago Nyanza. No centro de toda a formação, montado em uma criatura com a parte anterior semelhante a um cavalo e peixe na parte posterior com a cauda escamosa, como um cavalo-marinho, está Selako, o líder dos atlantes-tubarões, acompanhado de dois escudeiros atlantes-tartarugas.

A onda vem destruindo tudo no caminho, até que para diante da Arena de Wanyama.

— Povo de Wanyama – Selako fala — Vocês têm algo que nos pertence! A Coroa Atlante! Capturaram nosso batedor Nick-Ahnor, desaparecido por anos…

O corpo de Nick-Ahnor ainda estava ali, deixado por Tyler no meio dos discursos pela regência de Wanyama. Namiri rapidamente protege Jawari. Os crocodilos formam um círculo ao redor de Mama Magamba. Zazel e Madu estão a postos. Jakku e Argh acompanharam toda a passagem da onda. Tyler também vê a invasão atlante enquanto larga o que restou do cadáver de Zhang. A expressão de Selako mudou ao ver o cadáver de Nick e ele visivelmente empalideceu. Com um gesto, enviou um trio de atlantes-golfinhos, que examinou o morto e olharam para o líder, abaixando a cabeça solenemente.

— Morto. Morto? Morto! O povo de Wanyama pagará pela morte de Nick! Atlantes, atacar!


RESOLUÇÃO:

[OBJETIVOS]
• Derrotar os quatro Baleotes, Atitude DIF (7-9) e Resiliência SUP (9-11) cada. Derrotar os quatro baleotes faz com que os ND de todos os outros Desafios percam um nível, pois estarão sem a água no ar.

• Derrotar os atlantes-golfinhos, Atitude MED (5-7) e Resiliência MED (5-7) cada. Quantos o jogador quiser lutar.

• Derrotar os dois atlantes-tubarões, Atitude DIF (7-9) e Resiliência MED (5-7) cada.

• Derrotar o Hipocampo Atitude MED (5-7) e Resiliência DIF (7-9).

• Derrotar os dois atlantes-tartarugas, Atitude MED (5-7) e Resiliência DIF (7-11)

• Derrotar Selako, Atitude EXT (11-13) e Resiliência SUP (9-11).

• Convencer Selako a parar o ataque, Social LEN (13-15).


[ESFORÇO]
Zazel: 03
Madu: 06
Jakku: 09
Tyler: 07

[FERIMENTOS]
Madu: Machucado -1
Tyler: Machucado -1
Jakku: Ferido -2

[TESOUROS]
Madu pode usar o artefato abaixo:

Os Ossos de Ngaya
Aparência:
Uma coleção de ossos com tiras de couro atadas. Os ossos devem cobrir pernas e braços, enquanto as costelas devem ser amarradas ao torso.
História e Conhecimentos Secretos: Implacável, Ngaya era considerada a grande campeã da Tribo da Garra, a maior caçadora que já andou por Wanyama. Após sua morte, seus presas foram consagradas e tornaram-se um poderoso artefato.
Aspectos & Energia Táumica: Os ossos de Ngaya dão um bônus de +2 em Atitude e em Resiliência para fins marciais, aumentando consideravelmente o poder de caçador do usuário.

Namiri pode ceder o seguinte item a Zazel:

As Presas dos Sacríficios Ferais
Aparência:
um colar com diversos dentes humanos.
História e Conhecimentos Secretos: considerado um item de proteção, o colar é feito com dentes de antigos guerreiros ferais mortos em sacrifícios heróicos de batalha. Só um usuário pode usar por geração que deve ter os caninos arrancados quando morto, para assim ser passado para um novo dono. Os dentes velhos são substituídos pelos do último dono. O espírito do guerreiro age como protetor para o seu sucessor.
Aspectos & Energia Táumica: Concede proteção ao usuário, ignorando 3 Ferimentos. Caso perca um feito de Resiliência que envolva dano, o ferimento não é computado.
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Zazel

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySáb Out 08, 2022 11:31 am

Quando Zazel recobra a consciência uma ira flamejante expande-se dentro dela. A sensação de ter sua mente controlada beirava uma enorme violação de sua vontade. Seus olhos em fúria já se direcionam para Mama Magamba pronta para atacá-la. No entanto ela precisa se conter, quando o cortejo submarino avança como um tsunami contra Wanyama. "Ancestrais, dê-nos força" ela murmura em pensamento.

Já estava exausta, sequer tinha voz para orquestrar um novo plano. Ela olha para Madu em busca de socorro. Do que adiantaria todo o esforço se o reino perecesse diante da ameaça. Ouvindo atenta as palavras do Rei Regente ela alça voo junto de outros penas e reportam os números inimigos e suas disposições.

Decidido o que seria feito, Namiri caminha apressado até Zazel.

- Nunca alguém da tribo pena mostrou tamanho furor, és tão honrada e selvática quanto quaisquer garra Zazel. Pelo bem de nosso reino, leve contigo as Presas dos Ferais para que eles possam lhe proteger.

A flamingo esboça um sorriso, depois de toda sua trajetória como comcubina, e arauto de um rei estrangeiro receber diante de todo o povo tão importante artefato eternizaria sua passagem por esta terra por gerações como uma heroína de Wanyama. Ela agradece o sacerdote com uma reverencia por lhe confiar o colar e veste seu manto alçando voo. A figura rosácea descreve um amplo arco e procura uma boa posição para atacar os adversários. Quando seus aliados iniciarem seus ataques ela se aproveitará da atenção chamada e com muita manha se aproximar do último baleonte e atacá-lo de forma furtiva num ataque desleal em seu respiradouro, sua ideia é rasgá-lo com suas garras e alçar voo sempre que ele tentar atacá-la, mas sem se distancia muito confiando que o artefato a protegerá dos ataques.

• Derrotar um Baleote, Atitude DIF (7-9) e Resiliência SUP (9-11)
Atitude: 1  ♦ + Voo (1 ♠ ) + Manha (2 JOK ) + Esforço 0 = 0
Resiliência: 2 ♠ + Voo (1 ♠ ) + Manha (2 JOK ) + Esforço 1 + 4XP = 10

Uma vez que as defesas sejam derrubadas, Zazel novamente volta às alturas para identificar seus próximos alvos. Ela trás a memória o tempo passado ao lado do rei póstumo Nick-Anhor e ver os dois tubarões a preocupa, mesmo em terra ele era uma ameaça mortífera. Ela descreve um círculo no ar e rodeia os dois provocando-o. Seus movimentos graciosos e sua manha fazem da provocação um jogo perigoso, mas para os tubarões que desorientados acabariam acertando um ao outro tentando pegar Zazel que atacaria de forma oportuna quando eles desferissem golpes um contra o outro suficientes para ela apenas finalizar o combate.

• Derrotar os dois atlantes-tubarões, Atitude DIF (7-9) e Resiliência MED (5-7) cada.
Atitude: 1  ♦ + Voo (1 ♠ ) + Manha (2 JOK ) + Esforço 0 = 0
Resiliência: 2 ♠ + Voo (1 ♠ ) + Manha (2 JOK ) + Esforço 1  = 5

Atitude: 1  ♦ + Voo (1 ♠ ) + Manha (2 JOK ) + Esforço 1 + 1 XP = 6
Resiliência: 2 ♠ + Voo (1 ♠ ) + Manha (2 JOK ) + 1 XP  = 5

Como último movimento, Zazel alça voo buscando quem precisasse de seu auxílio e seus olhos vão de encontro com Madu e Selako. Mesmo fora da água ele ainda se mostrava uma grande ameaça e temendo pelo futuro de seu reino ela inicia o rasante mais rápido que já deu em sua vida. "O regente precisa estar vivo, para guiar o herdeiro no caminho certo... Ancestrais, me aguardem". Sua intenção e se colocar no meio do combate e receber o golpe de Selako, permitindo que Madu o golpeasse de forma certeira.

• Derrotar Selako.
Atitude EXT (11-13) X 1 ♦ + Voo (1 ♠ ) + Visão (1 ♣ ) + Esforço 0 = 0


Última edição por Zazel em Dom Out 09, 2022 9:26 pm, editado 1 vez(es)
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Jakku & Argh

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptySáb Out 08, 2022 4:20 pm

O fraco, porém, agradecido Jakku levanta com dificuldade, surpreso por ter sobrevivido ao veneno de Nefret, porém, não tão surpreso como perceber que seus delírios tornaram realidade. - Será que ainda estou delirando? Atordoado Jakku olha para os céus a procura do espírito do amigo Kitok e logo entende que aquela onda se tratava de algo real e extremamente ameaçador.

Toda a cena se passa muito rápido, literalmente como uma onda e uma criatura desperta sua atenção. A montaria do homem-tubarão encantava e assustava o rinoceronte.

A cena se desenrola de forma rápida e seus amigos novamente se preparam para a batalha e a dupla também.
- Argh! Pegue esses cipós. Faça um laço e suba. Diz Jakku apontando para as costas enquanto ele mesmo arranca cipó de árvores derrubadas. Respondendo do seu jeito, Argh grita e começa a trançar um laço.

Ao aproximarem do Hipocampo eles veem que Madu tbm atacava Selako. Um atlante-golfinho estava no caminho e Jakku tentará usar seu grandioso corpo e chifre para acerta-lo e esquivar-se para impedir um ataque caso o golfinho ainda resista, pois está ferido e qualquer dano pode representar seu fim.

A dupla se desfaz, Argh tenta se aproximar da criatura sem despertar agitação. Com o laço nas mãos tentará doma-la.

Jakku acredita ser capaz de ajudar ainda mais e tentará enfrentar outro atlante-golfinho. Dessa vez usará suas patas para nocautear o adversário.


Atlante-golfinho, Ataque MED (5-7):
Jakku: ♦ 5 + 1 (músculos) + 2 (luta) - 2 (ferido) = 6 + 1 (Esforço) = 7
Atlante-golfinho, Defesa MED (5-7):
Jakku: ♠ 2 + 1 (músculos) + 2 (luta) - 2 (ferido) = 3 + 3 (Esforço) = 6


Hipocampo, Ataque MED (5-7):
Argh: ♥ 2 + 2 (animais) + 2 (sobrevivência) = 6 + 1 (Esforço) = 7
Hipocampo, Defesa DIF (7-9):
Argh: ♠3 + 2 (animais) + 2 (sobrevivência) = 7 + 2 (Esforço) = 9

Atlante-golfinho, Ataque MED (5-7):
Jakku: ♦ 5 + 1 (músculos) + 2 (luta) - 2 (ferido) = 6 + 1 (Esforço) = 7
Atlante-golfinho, Defesa MED (5-7):
Jakku: ♠ 2 + 1 (músculos) + 2 (luta) - 2 (ferido) = 3 + 1 (Esforço) = 4


Última edição por Jakku & Argh em Seg Out 10, 2022 9:22 pm, editado 2 vez(es)
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Tyler Greymane

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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyDom Out 09, 2022 1:35 am

Vendo o corpo de Zhang cair, Tyler pensou em uivar para comemorar sua vitória. Tinha a coroa em suas mãos novamente. Sentia os ferimentos da prata ardendo em sua pele, e cerrava os dentes pelo ódio. Nunca tinha sofrido um ferimento daquele tipo. Se sentia vulnerável. Precisava ser mais cauteloso. Mas ainda tinha a fúria dentro de si, e desejava mais sangue... quando o cheiro dos atlantes atingiu suas narinas, o fazendo parar e se virar na direção da qual estes vinham. E, vendo o ataque armado pelos atlantes, o avalônico cerrou os dentes. Não iria deixar ninguém tirar a coroa de suas mãos novamente.

— Seguinte, gatinhos, passarinhos... — a voz rosnada de Tyler irrompeu à direção dos soldados que tinham erguido suas lanças. — Podem escolher me deixar em paz e a gente lutar junto contra esse bando de peixe, ou podem me atacar e perder sua terra. Vocês são inteligentes, não vou esperar que tomem a decisão correta.

Uivando, Tyler ousou chamar a atenção dos atacantes. A posição dos baleotes indicava que eles é quem controlavam o fluxo de água. Atlantes fora d'água seriam presas fáceis. Esse era o alvo do lobo, que já fez surgir o arco lunar entre suas garras. A personalidade comum de Tyler retornou imediatamente. Se sentia revigorado com sua arma, que tanto estava habituado a usar. E provocativo.

A estratégia de Tyler era semelhante para os três baleotes que restavam, cada um com os dois atlantes montados. O lupino se aproximará em velocidade, saltando e disparando sua flecha-rede contra os atlantes para prendê-los em conjunto, tendo tempo de saltar sobre o baleote e rasgá-lo com suas garras, mirando seus respiradouros e nadadeiras. Faria isso de forma repetida, descendo e girando pelo baleote com as garras, rasgando sua carne para se esquivar das contra-ofensivas dos atlantes, atento aos deslocamentos de ar e ao cheiro que estes emanam em cada movimento. Fará os giros ao redor das cabeças dos baleotes, evitando suas bocas, mas tentando deixar grossas marcas de cortes oriundas de suas armas naturais, para dar pouco tempo de reação aos atlantes e fazê-los perder o equilíbrio.

Imaginando que os atlantes focariam em manter as águas em pé, ou até mesmo em se manterem posicionados nos baleotes, Tyler descerá do primeiro baleote e saltará contra o segundo, fazendo o mesmo movimento de flechar, amarrar, golpear e trocar. Como um caçador, buscará evitar a reação dos atlantes correndo deles e se desvencilhando em lutas, procurando os desarmar e derrubar, e procurando absorver golpes com movimentos cruzados dos braços, bloqueando avanços e usando suas garras para ferir-lhes as mãos e reduzir a mobilidade de suas armas. E fará o mesmo para o terceiro, voltando ao primeiro e se apoiando nele para lançar seu ataque final.

— Vocês vão ver como os lobos sabem usar melhor a lua!

Tendo o controle e uivando, Tyler disparará uma flecha de luz para desorientar os atlantes, e completará com uma chuva de flechas para garantir que os baleotes não sejam mais uma ameaça. No entanto, caso perceba que seus movimentos foram em vão, focará em fugir com a coroa, e deixar essa terra amaldiçoada para trás.

AÇÕES

• Derrotar três baleotes, Atitude DIF (7-9) e Resiliência SUP (9-11) cada.

Baleote 1
ATITUDE: 4 ♦ + 1 (Agilidade) + 2 (Luta) + 1 (Sentidos Aguçados) + 1 (Garras) - 1 Ferido + 1 (Flecha-Rede) + 2 (Tiro) = 11 + Esforço 1 = 12
RESILIÊNCIA: 3 ♠ + 1 (Agilidade) + 1 (Garras) + 1 (Sentidos Aguçados) + 2 (Luta) + 2 (Flecha de Luz) + 1 (Chuva de Flechas) + 2 (Tiro) - 1 Ferido = 12 + Esforço 1 = 13

Baleote 2
ATITUDE: 4 ♦ + 1 (Agilidade) + 2 (Luta) + 1 (Sentidos Aguçados) + 1 (Garras) - 1 Ferido + 1 (Flecha-Rede) + 2 (Tiro) = 11 + Esforço 1 = 12
RESILIÊNCIA: 3 ♠ + 1 (Agilidade) + 1 (Garras) + 1 (Sentidos Aguçados) + 2 (Luta) + 2 (Flecha de Luz) + 1 (Chuva de Flechas) + 2 (Tiro) - 1 Ferido = 12 + Esforço 1 = 13

Baleote 3
ATITUDE: 4 ♦ + 1 (Agilidade) + 2 (Luta) + 1 (Sentidos Aguçados) + 1 (Garras) - 1 Ferido + 1 (Flecha-Rede) + 2 (Tiro) = 11 + Esforço 1 = 12
RESILIÊNCIA: 3 ♠ + 1 (Agilidade) + 1 (Garras) + 1 (Sentidos Aguçados) + 2 (Luta) + 2 (Flecha de Luz) + 1 (Chuva de Flechas) + 2 (Tiro) - 1 Ferido = 12 + Esforço 1 = 13
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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyDom Out 09, 2022 6:16 pm

No centro da arena, um atordoado Madu tenta se comunicar novamente com sua amiga Zazel, mas a onda atlantiana de soldados o interrompe.

- Mas não temos um segundo de paz entre nós? O inimigo sempre surge a nossa porta e interrompe nossas tradições!

O feral logo vê seus amigos e um lobisomem atacando os baleontes e o Hipocampo, mas ao seu redor, nas tribunas da arena, o povo do reino é atacado por uma enormidade de soldados golfinhos. Em uma corrida ágil, usando suas pernas esguias de grande envergadura, Madu salta para as tribunas e se joga contra os soldados que atacam seu povo. Ele distribui socos e ponta pés contra os soldados, mas percebe o número cada vez maior de inimigos, enquanto seus conterrâneos fogem desarmados. Até mesmo os melhores guerreiros não planejavam lutar naquele momento e não levavam consigo suas armas. Madu viu diversos homens e mulheres boas morrerem nas mãos de soldados estrangeiros.

Atordoado com a vista, Madu toma um golpe duro e é jogado contra uma estrutura de madeira e pano, o impacto derruba parte da estrutura e o Garra cai entre escombros com a respiração pesada. Ele tenta se levantar, mas a dor nas costas do golpe levado pela gorila dias antes ainda doía, arrancando um grunhido de Madu.

- Fique aqui. – Uma voz surge nos ouvidos dele. – Eles não vão te ver aqui. - Ao prestar atenção Madu enxerga uma anciã, uma mulher com cicatrizes de guerra e um olhar duro de batalha. Ele pensa em questiona-la de por que não está lutando, mas vê agarrado consigo uma criança, uma menina de olhos escuros e inocentes. – Você é da família real, não deve morrer hoje.

- Então, não morrerei, serei vitorioso. – Madu tenta se levantar ainda com dores. – Estou confiante na nossa vitória.

Ele tenta dar um sorriso confiante, mas a dor persiste e o sorriso se transforma numa expressão de dor. A anciã coloca a mão em seu peito e faz com que ele continue deitado nos escombros.

- Apenas a morte lhe aguarda se vocês sair daqui.

Madu bufa e depois olha para cima, procurando esclarecimento. A luta e a morte já seguiam ele a muito tempo, mas sempre em prol do seu povo, da sua nação.

- Avó! Por que você não entrega pra ele aquela coisa? – A criança fiz olhando para a vó e depois olhara para o feral. – Afinal, ele vai ser o nosso rei.

Os olhos da criança brilham enquanto ela abre um sorriso. Madu não entende nada, mas vê a anciã tirar de trás de si uma caixa de madeira escura e antiga.

- Isso caiu quando a confusão começou e em algum momento essa caixa veio parar aqui. – Ela abre a caixa e dentro dela Madu vê diversos ossos, ele demorar a entender o que eram eles. – Não sei se foi o destino, o acaso ou a vontade divina interferindo, mas os olhos inocentes de uma criança veem o que os mais antigos sábios não entendem.

Madu coloca a mão nos ossos e percebe o poder daquele item. Eram os ossos de Ngaya, a ultima vez que ele tinha visto os ossos eles ainda estavam com Namiri e Zazel, mas no meio de toda aquela confusão, ninguém sabia de tudo ao certo.

---

Do lado de fora, ainda nas tribunas, os soldados atlantes atacam ferozmente e no meio da matança, dentre escombros, surge uma máquina de guerra com garras e pele negra, saltando no ar, girando e caindo sobre dois soldados rasos do exército atlante. Outros surgem, mas não são pareôs para os movimentos ágeis e garras afiadas de Madu. Ele chuta para longe e rasga o peito e o rosto de seus inimigos com uma ferocidade que o Garra nunca tinha mostrado em sua terra natal. Os ossos de Ngaya protegendo suas costelas e membros e em seu rosto, uma expressão de fúria e confiança.

Se sentindo mais forte e ágil, Madu derruba dezenas de soldados atlantes antes de se dirigir para a parte da tribuna mais perto da arena e solta um rugido de leão que preenche todos os espaços vazios.

- Povo de Wanyama! Hoje lutamos por nossas tradições! Lutamos pela nossa coroa! Hoje lutamos pelo futuro de nossas crianças e pela história de nossos ancestrais! Lutamos pela força da nossa nação! Irmão! Wanyamanos, avante!

Madu dispara outro rugido feral pelo ar e salta girando antes de cair em uma posição felina na arena. Ele olha para o lado e não vê mais os Baleontes nadando pelo ar, mas vê os dois escudeiros de Selako olhando para o feral assustados. Sua expressão de raiva se transforma em divertimento e ele corre na direção dos dois. Madu ataca com golpes giratórios, tentando usar suas pernas e garras para rasgar o peito dos escudeiros tartarugas-atlantes e joga-los para longe, procurando nocauteá-los e deixar Selako sozinho.

- Você veio até aqui para usurpar nossa coroa e matar meu povo, mas voltará para casa apenas com o cadáver de seus soldados, Selako!

- “Usurpar”? A Coroa é de Atlântida, seu povo é o usurpador aqui. – Selako diz de cima de seu cavalo marítimo. – Seu povo roubou nossa coroa e maquina atrocidades contra nosso povo.

- Então que você morra para entender a respeitar as vontades do povo de Wanyama. – Madu de movimenta lateralmente até uma lança wanyamana cravada no chão e puxa ela com força desprendendo-a e apontando para Selako. – Aqui você só terá sangue e areia debaixo dos seus pés.

- Patético. Qual o seu nome, mestiço? Quero saber quem será o sangue debaixo dos meus pés.

- Madu Simbá! O Defensor de Wanyama, A Garra Selvagem, O Matador de Generais Atlantes!

Os dois dá um sorriso de canto de boca quase sincronizados antes de Madu partir para cima de Selako mirando a lança no peito da montaria do general Atlante.

Madu irá tentar derrubar Selako da sua montaria para facilitar o combate usando primeiro a lança e depois tentando saltar sobre ele e atacar sua cabeça e suas costas. Conseguindo derruba-lo, o feral tentará atacar com suas garras, socos e chutes, usando golpes giratórios e laterais, tentando aproveitar toda sua elasticidade e destreza.

• Derrotar os dois atlantes-tartarugas, Atitude FAC (3-5) e Resiliência MED (5-7)
Atitude (Madu) x Resiliência (Tartaruga 1):  3 ♠ + + Garras 1 ♠ + Luta +2 ♠ + Ossos de Ngaya 2 ♠ - 1 Ferimento = 7 + 1 esforço = 8
Atitude (Madu) x Resiliência (Tartaruga 2): 3 ♠ + + Garras 1 ♠ + Luta +2 ♠ + Ossos de Ngaya 2 ♠ - 1 Ferimento = 7 + 1 esforço = 8
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Atitude (Tartaruga 1) x Resiliência (Madu): 1 ♦  + Luta +2 ♠ + Ossos de Ngaya 2 ♠ - 1 Ferimento = 4 + 1 esforço = 5
Atitude (Tartaruga 2) x Resiliência (Madu): 1 ♦  + Luta +2 ♠ + Ossos de Ngaya 2 ♠ - 1 Ferimento = 4 + 1 esforço = 5


• Derrotar Selako, Atitude SUP (9 - 11) e Resiliência DIF (7-9)
Atitude (Madu) x Resiliência (Selako): 3 ♠ + + Garras 1 ♠ + Luta +2 ♠ + Ossos de Ngaya 2 ♠ - 1 Ferimento = 7 + 2 esforço = 9
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MensagemAssunto: Re: Episódio 01 - A Coroa   Episódio 01 - A Coroa EmptyQua Out 12, 2022 9:29 pm

CENA FINAL

Lago Nyanza, Wanyama.

O fraco, porém, agradecido Jakku levanta com dificuldade, surpreso por ter sobrevivido ao veneno de Nefret, porém, não tão surpreso como perceber que seus delírios tornaram realidade.

— Será que ainda estou delirando?

Atordoado, Jakku olha para os céus à procura do espírito do amigo Kitok e entende que aquela onda se tratava de algo real e extremamente ameaçador. O rinoceronte sente medo, não só por seu protegido Agh, mas, desta vez, por todo seu povo. Ele se levantou com dificuldade, ainda sem a totalidade de movimentos em seu corpo devido ao veneno, e colocou o rapazote em suas costas.

— Esta pode ser a batalha de nossas vidas, meu jovem. Toda Wanyama depende de nossa ajuda. Temo pela sua segurança, mas não posso deixar que esses invasores acabem com o reino.

Argh sorri e acaricia o rosto de Jakku. O toque delicado dos dedos pálidos do rapaz na pele áspera e acinzentada do rinoceronte faz com que este se sinta mais confortável. É irônico que o protegido dê conforto ao protetor num momento como este. O rapaz o encarou por longos segundos, toca o grande chifre de Jakku e aponta para Wanyama, como quem diz que é para ali que devem seguir. Reconfortado, o rinoceronte nada, atravessando o lado, já que todos os barcos dos atravessadores foram destruídos com a gigantesca onda atlante.

Nas cercanias do covil de Mama Magamba, Tyler pensou em uivar para comemorar sua vitória ao ver o corpo de Zhang cair. Tinha a coroa em suas mãos novamente. Sentia os ferimentos da prata ardendo em sua pele, e cerrava os dentes pelo ódio. Nunca tinha sofrido um ferimento daquele tipo. Se sentia vulnerável. Precisava ser mais cauteloso, mas ainda tinha a fúria dentro de si, e desejava mais sangue, quando o cheiro dos atlantes atingiu suas narinas, fazendo-o parar e se virar na direção da qual estes vinham. O avalônico cerrou os dentes ao presenciar o ataque armado pelos atlantes. Não iria deixar ninguém tirar a coroa de suas mãos novamente.

— Seguinte, gatinhos, passarinhos... — a voz rosnada de Tyler irrompeu à direção dos soldados que tinham erguido suas lanças. — Podem escolher me deixar em paz e a gente lutar junto contra esse bando de peixe, ou podem me atacar e perder sua terra. Vocês são inteligentes, não vou esperar que tomem a decisão correta.

Os soldados ferais consentiram. Tyler não era mais um problema agora. Estava livre, afinal. Eles esperavam apenas uma voz que os liderasse e olharam para Zazel e Madu. Quando ela recobrou a consciência, uma ira flamejante expandiu-se dentro dela. A sensação de ter sua mente controlada beirava uma enorme violação de sua vontade. Seus olhos em fúria já se direcionam para Mama Magamba pronta para atacá-la. No entanto, ela precisa se conter, quando o cortejo submarino avança como um tsunami contra Wanyama.

"Ancestrais, dê-nos força" ela murmura em pensamento.

A flamingo já estava exausta, sequer tinha voz para orquestrar um novo plano. Ela olha para Madu em busca de socorro. De nada adiantaria todo o esforço se o reino perecesse diante da ameaça atlante.

— Mas não temos um segundo de paz entre nós? O inimigo sempre surge à nossa porta e interrompe nossas tradições – exclamou um atordoado Madu, após ver que sua amiga Zazel havia recobrado a consciência, mas a onda atlante de soldados o interrompeu.

Um detalhe da invasão atlante chamou a atenção de Madu, os quatro baleotes formam vértices de um polígono e todos os soldados estão dentro da área. O leão lembrou-se da dependência de água de Nick-Ahnor, de como ele ficava fraco e indefeso quando em terra, talvez por isso mesmo ele tenha caído com tão pouco esforço de Tyler. Se pudesse dar esta vantagem aos seus parceiros, a vitória viria mais facilmente. Os animais só podem ser os responsáveis por propiciar um ambiente úmido o suficiente para que eles não fiquem secos.

— Você, Mabeco, ainda tem uma grande dívida para com meu povo. Você nunca poderá pagar sua dívida para com cada vida que você ceifou em seus anos de caçador – disse Madu, olhando seriamente para Tyler — Se ainda existe honra em você, leve essa coroa maldita com você e lave seus pecados no sangue de nossos inimigos, ou morra tentando. Se ao final da guerra você estiver vivo, será um exilado, mas sem outras dívidas conosco.

As palavras de Madu foram duras para Tyler, elas o feriram mais que a prata usada por Zhang, mas ele não deixou transparecer. Uivando, Tyler ousou chamar a atenção dos atacantes, fazendo surgir o arco lunar entre suas garras. A atenção de absolutamente todos os atlantes foi chamada. Depois de muitos anos, puderam ver a Coroa mais uma vez, desta vez sendo usada contra eles mesmos. Um crime e uma humilhação que não poderiam passar impunes. Selako ergueu o tridente e bradou grito de guerra, fazendo todos os soldados responder em uníssono.

— POR ATLÂNTIDA!

Os soldados atlantes avançaram e os soldados wanyamanos interpuseram. Sob orientações de Madu, deveriam proteger Tyler para que ele desse conta dos baleotes. O sangue derramado de ambos os exércitos tingiu o “ar molhado” formando nuvens vermelhas no campo de batalha. Enquanto as infantarias se enfrentavam, os generais de ambos os lados se reúnem. Namiri caminhou apressado até Zazel e Madu.

— Nunca alguém da Tribo Pena mostrou tamanho furor, és tão honrada e selvática quanto quaisquer garra, Zazel – ele disse, retirando um colar de dentro de sua bolsa — Pelo bem de nosso Reino, leve contigo as Presas dos Ferais para que eles possam lhe proteger.

A mulher-flamingo esboça um sorriso. Depois de toda sua trajetória como concubina e arauto de um rei estrangeiro, receber diante de todo o povo tão importante artefato eternizaria sua passagem por esta terra por gerações como uma heroína de Wanyama. Ela agradece o sacerdote com uma reverência por lhe confiar o colar e veste seu manto alçando voo. A figura rosácea descreve um amplo arco e procura uma boa posição para atacar os adversários. Do alto, ela vê Tyler começando o plano.

De posse do Arco, a personalidade comum de Tyler retornou imediatamente e ele se sentia revigorado com sua arma, que tanto estava habituado a usar. E provocativo. O lupino se aproximou em velocidade, saltando e disparando sua flecha-rede contra os atlantes para prendê-los em conjunto, tendo tempo de saltar sobre o baleote e rasgá-lo com suas garras, mirando seus respiradouros e nadadeiras.  De forma repetida, descendo e girando pelo baleote com as garras, rasgando sua carne para se esquivar das contra-ofensivas dos atlantes, atento aos deslocamentos de ar e ao cheiro que estes emanam em cada movimento, Tyler fez giros ao redor da cabeça do baleote, evitando sua boca, mas deixando grossas marcas de cortes oriundas de suas armas naturais, dando pouco tempo de reação aos atlantes e fazê-los perder o equilíbrio. Rapidamente e mostrando uma ferocidade que assustou até mesmo os ferais, o lobisomem deu cabo sozinho de um baleote inteiro.

Enquanto Tyler é bem sucedido no ataque ao baleote, Zazel se aproveitou da atenção chamada e, de maneira muito furtiva, se aproximou do segundo baleote e o atacou numa investida desleal em seu respiradouro. Ela o rasgou com suas garras velozmente e alçou voo em seguida, numa série repetidas de rasantes aproveitando os pontos cegos dos atlantes. Com esta estratégia, ela conseguiu causar sérios ferimentos, mas a custa de seu corpo. Zazel está cansada demais para continuar na batalha e encontra forças vindas de dentro de si, o que a desgasta mais ainda. Devido a este cansaço, virou um alvo fácil e foi atingida em cheio por uma lança que lhe transpassou o tórax. Mesmo assim, ela não desistiu e, graças ao Colas das Presas Ancestrais, o ferimento não lhe causou dano.

— Morre, desgraçada!

Zazel ganhou mais ânimo ao ver o desespero dos atlantes que montam o baleote e avançou num ataque final, rasgando mais uma vez o respiradouro do animal e impedindo-o de manter a cortina d'água. Dois cargueiros d'água foram abatidos e Tyler ainda tem ânimo para continuar. O mesmo não pode ser dito de Zazel. A mulher-flamingo desmaiou em pleno voo e só não encontrou o chão porque foi acudida por Jakku.

— PEGUEI!

O rinoceronte deu um salto e agarrou a flamingo em pleno ar e pousou poderosamente no solo. Levou a morimbunda para uma cabana mais afastada, junto a Argh.

— Fique aqui com ela! Precisa mantê-la em segurança e a você também. Não saia daqui, eu volto já!

Jakku deixou Zazel aos cuidados de Argh e avançou em carga sobre os homens-golfinhos que arrasavam a vila. Um dos soldados estava no caminho e o rinoceronte usou seu grandioso corpo e chifre para acertá-lo, matando-o empalado. Outros soldados vieram atacá-lo atirando-lhe lanças, mas as armas resvalaram em seu couro grosso. Ele ri, sabe que aqueles soldados são incapazes de feri-lo e amaldiçoada Nefret por estar ferido apenas pelo seu veneno. Argh observou de longe a performance de seu protetor e se encheu de orgulho por ter aquele homem ao seu lado, mas também não poderia ficar ali como uma donzela em apuros. E catou alguns cipós e começou a trançar um laço. A arma iria servir para o que tinha em mente. Jakku manteve seu ataque em carga até chegar a Madu. Em uma corrida ágil, usando suas pernas esguias de grande envergadura, Madu saltou para as tribunas e se joga contra os soldados que atacam seu povo. Ele distribuiu socos e pontapés contra os soldados, mas percebe o número cada vez maior de inimigos, enquanto seus conterrâneos fogem desarmados. Até mesmo os melhores guerreiros não planejavam lutar naquele momento e não levaram consigo suas armas. Madu viu diversos homens e mulheres boas morrerem nas mãos de soldados estrangeiros.

Atordoado com a vista, Madu toma um golpe duro e é jogado contra uma estrutura de madeira e pano. O impacto derruba parte da estrutura e o Garra cai entre escombros com a respiração pesada. Ele tenta se levantar, mas a dor nas costas do golpe levado pela gorila dias antes ainda doía, arrancando um grunhido de Madu.

— Fique aqui. – Uma voz surge nos ouvidos dele. — Eles não vão te ver aqui.

Ao prestar atenção, Madu enxerga uma anciã, uma mulher com cicatrizes de guerra e um olhar duro de batalha. Ele pensa em questioná-la de por que não está lutando, mas vê agarrado consigo uma criança, uma menina de olhos escuros e inocentes.

— Você é da família real, não deve morrer hoje.

— Então, não morrerei, serei vitorioso. – Madu tenta se levantar ainda com dores. — Estou confiante na nossa vitória.

Ele tenta dar um sorriso confiante, mas a dor persiste e o sorriso se transforma numa expressão de dor. A anciã coloca a mão em seu peito e faz com que ele continue deitado nos escombros.

— Apenas a morte lhe aguarda se você sair daqui.

Madu bufa e depois olha para cima, procurando esclarecimento. A luta e a morte já seguiam ele há muito tempo, mas sempre em prol do seu povo, da sua nação.

— Avó! Por que você não entrega pra ele aquela coisa? – A criança fiz olhando para a vó e depois olhara para o feral. — Afinal, ele vai ser o nosso rei.

Os olhos da criança brilham enquanto ela abre um sorriso. Madu não entende nada, mas vê a anciã tirar de trás de si uma caixa de madeira escura e antiga.

— Isso caiu quando a confusão começou e em algum momento essa caixa veio parar aqui. – Ela abre a caixa e dentro dela Madu vê diversos ossos, ele demorar a entender o que eram eles. — Não sei se foi o destino, o acaso ou a vontade divina interferindo, mas os olhos inocentes de uma criança veem o que os mais antigos sábios não entendem.

Madu coloca a mão nos ossos e percebe o poder daquele item. Eram os ossos de Ngaya, da última vez que ele tinha visto os ossos, eles ainda estavam com Namiri e Zazel, mas no meio de toda aquela confusão, ninguém sabia de tudo ao certo.

Os baleotes de um lado do polígono aquoso já foram derrotados, o que aumenta a chance de vitória dos wanyamanos. Os atlantes se focaram em manter as águas em pé e se dividiram entre perseguir Tyler para impedi-lo de continuar atacando e se manterem posicionados nos baleotes. Tyler desceu do baleote abatido e saltou contra o próximo, fazendo o mesmo movimento de flechar, amarrar e golpear, como no primeiro baleote. Como um caçador, ele evitou a reação dos atlantes correndo deles. Foi quando percebeu Jakku como um aliado. Ele não deixa de pensar o quão irônico é ser ajudado pelo rinoceronte que ele caçou e quase o matou anos atrás. A investiga em carga de Jakku é mais para chamar atenção, já que, devido ao veneno, seus movimentos são reduzidos e os atlantes se esquivam muito facilmente, mas suas armas não conseguem passar pela sua couraça e dá a oportunidade de Tyler continuar dilacerando o baleote. Ele saltou sobre o animal, desvencilhando dos ataques dos cavaleiros e procurando absorver golpes com movimentos cruzados dos braços, bloqueando avanços e usando suas garras para ferir-lhes as mãos e reduzir a mobilidade de suas armas.

Com dois baleotes abatidos por Tyler e um por Zazel fez com que as defesas atlantes fossem enfraquecidas, ainda que não derrubadas, a mulher-flamingo novamente voltou às alturas para identificar seus próximos alvos. Ela traz à memória o tempo passado ao lado do rei póstumo Nick-Anhor e a preocupa ver os dois tubarões, mesmo em terra, ele era uma ameaça mortífera. Ela descreve um círculo no ar e rodeia os dois provocando-os.

— Nick-Ahnor foi nosso rei, mas nunca foi um de nós. Ele está morto e este será o destino de vocês!

— Não fale de um de nossos mais brilhantes rastreadores, passarinha! Sua boca não é digna de seu nome!

— Trucidaremos você. Aves para nós não passam de refeição!

Os movimentos de Zazel são graciosos e sua furtividade seria uma boa vantagem, não fosse o fato de que os tubarões guerreiros sentem seu cheiro sempre que ela se aproxima. Com seu plano frustrado, os adversários têm sua atenção travada na wanyamana. Quando ela se esgueirou para atacar um dos seus alvos, o outro a surpreendeu, puxando-lhe a capa e retirando o principal movimento de Zazel. Ela ainda tentou lutar com desespero, mas era uma mulher pequena e furtiva contra dois homens grandes e brutos. Zazel foi espancada das mais diversas formas. Ter invocado o nome de Nick-Ahnor realmente provocou os tubarões e eles não deixaram barato.

Os soldados atlantes atacam ferozmente o povo de Wanyama, mas, no meio da matança, dentre escombros, surge uma máquina de guerra com garras e pele negra, saltando no ar, girando e caindo sobre dois soldados rasos do exército atlante. Outros surgem, mas não são páreos para os movimentos ágeis e garras afiadas de Madu. Ele chuta para longe e rasga o peito e o rosto de seus inimigos com uma ferocidade que o Garra nunca tinha mostrado em sua terra natal. Os ossos de Ngaya protegendo suas costelas e membros e em seu rosto, uma expressão de fúria e confiança. Seentindo-se mais forte e ágil, Madu derruba dezenas de soldados atlantes antes de se dirigir para a parte da tribuna mais perto da arena e solta um rugido de leão que preenche todos os espaços vazios.

— Povo de Wanyama! Hoje lutamos por nossas tradições! Lutamos pela nossa coroa! Hoje lutamos pelo futuro de nossas crianças e pela história de nossos ancestrais! Lutamos pela força da nossa nação! Irmão! Wanyamanos, mbele!

Madu dispara outro rugido feral pelo ar e salta girando antes de cair em uma posição felina na arena, quando viu os tubarões espancando Zazel, sua primeira atitude foi acudi-la, mas, em seu caminho passou Selako montado no hipocampo, atropelando outros ferais em sua passagem, com dois escudeiros tartarugas como guardas, que olham para o feral assustados. A expressão de raiva se apropria de Madu e ele corre na direção dos dois. Madu atacou o primeiro com golpes giratórios, usando suas pernas e garras para rasgar o peito do escudeiro tartaruga e jogá-lo para longe, nocauteando o atlante. Com a vitória momentânea, Madu olhou para Zazel, mas ela retribuiu o olhar e segurou o colar das Presas Ancestrais e entendeu que o artefato a protegia. Isto tirou sua concentração o suficiente para que baixasse a guarda e fosse perfurado pela lança do outro escudeiro. Madu arrancou a arma e a atirou longe, partindo para cima da tartaruga e encontrando resistência no formidável escudo que o protege.

Selako viu toda esta movimentação perto de si e pediu para que a tartaruga recuasse para fitar Madu nos olhos.

— Você veio até aqui para usurpar nossa coroa e matar meu povo, mas voltará para casa apenas com o cadáver de seus soldados, Selako!

— “Usurpar”? A Coroa é de Atlântida, seu povo é o usurpador aqui. – Selako diz, enquanto desce de seu cavalo marinho. — Seu povo roubou nossa coroa e maquina atrocidades contra nosso povo.

— Então que você morra para entender a respeitar as vontades do povo de Wanyama. – Madu se movimenta lateralmente até uma lança wanyamana cravada no chão e puxa ela com força desprendendo-a e apontando para Selako. — Aqui você só terá sangue e areia debaixo dos seus pés.

— Patético. Qual o seu nome, mestiço? Quero saber quem será o sangue debaixo dos meus pés.

— Madu Simbá! O Defensor de Wanyama, A Garra Selvagem, O Matador de Generais Atlantes!

Os dois dão sorrisos de canto de boca quase sincronizados, antes de Madu partir para cima de Selako mirando a lança no peito da montaria do general Atlante. A montaria do general atlante ficou sozinha e Argh se esgueirou para perto dele. O instinto do animal o levou a atacar o rapaz, mas o jovem fitou-o firmemente e apenas ergueu as mãos e o laço para se mostrar maior que ele. O hipocampo parou abruptamente, seus olhos não desviavam dos de Argh. Com calma, ele se aproximou devagar, conquistando a confiança até tocar no focinho da criatura. Ele acariciou a cabeça da fera, deslizou a mão pelo seu pescoço e lombo, até chegar à sela. Com um salto, subiu no hipocampo e o laçou pelo pescoços, assumindo as rédeas e o controle do animal, que se debateu tentando derrubar Argh de cima de seu dorso. Como o domador de feras, o rapaz resistiu e guiou as debatidas do cavalo marinho para longe de seu general, na intenção de salvar a criatura dos soldados de Wanyama e, quem sabe, conquistar um novo amigo.

Argh atravessou o campo de batalha, passando pelo último baleote, já na mira de Tyler. Os movimentos do lobisomem se tornaram repetitivos e ele pode até vencer dois baleotes com a mesma estratégia, mas não o terceiro. Quando o lupino saltou sobre o último dos animais, o cavaleiro empinou o baleote, impedindo que Tyler o alcançasse. Isso deu ao soldado na carona a chance de atirar-lhe uma lança que lhe fincou no chão. O Arco caiu de sua mão, transformando-se na Coroa Atlante, e rolou até os pés de um dos soldados-golfinhos. Desarmado e ferido, Tyler seria alvo fácil, até ver o único outro humano de pele branca em muito tempo. Argh galopou até o lobisomem e esticou o braço para Tyler, que usou seu último esforço para subir na garupa do cavalo marinho selvático. Seu corpo cansado caiu sobre as costas do garoto, que aguentou com firmeza o peso de Tyler. Isto fez ele se lembrar das cavalgadas que fazia com Werena, os trajes dela e de como ela estaria sem ele. Ficou animado, talvez mais pelos sacolejos do hipocampo se debatendo, mas também porque Argh, de costas, lembrava muito Werena nas fases de Lua Nova, o mesmo corpo pequeno, as poucas roupas e o jeito como subia e descia quando cavalgava. Olhou para baixo e percebeu a animação, mas tentou não se focar nas imagens mentais que sua imaginação pintava.

O soldado golfinho correu até os guerreiros tubarões, exibindo a Coroa. Os tubarões imediatamente cessaram os ataques a Zazel e escoltaram o golfinho até Selako, abatendo qualquer inimigo que se aproximasse. A mulher-flamingo cuspiu sangue, tinha mentido para Madu. As Presas Ancestrais foram de grande auxílio, sem elas, não conseguiria fazer metade das coisas que fez, mas seu poder é limitado. Os últimos golpes dos tubarões realmente a feriram, mas ela não queria que Madu se preocupasse mais com ela, ainda mais quando estivesse diante de Selako. Zazel se arrastou pelo campo de batalha, tateando à procura de seu manto, ainda tinha um último voo a fazer, um último objetivo a cumprir. Alcançou o manto, vestiu-se e levantou no ar. Trêmula pelos ferimentos, estava mais interessada em perceber onde estava Jawari. Ela rondou pelo ar, alheia aos combates que acontecem sob si. Viu Argh com o hipocampo domado atravessar as águas do Lago Nyanza e deixar Tyler na margem continental, aquele crápula merecia um fim pior, os últimos acontecimentos eram tudo sua culpa, mas ela ri da ingenuidade do jovem protegido de Jakku. O grandalhão persiste em seu ataque de carga, chamando a atenção para si e evitando que os golfinhos combatessem outros wanyamanos. Sua tática é bem sucedida até certo, pois, embora não derrotasse os inimigos, eles também não derrotavam nenhum de seus irmãos. Ela só espera que ele conseguisse resistir indefinidamente ou não se cansasse, pois aí Argh estaria órfão mais uma vez. No céu, visualizou Akachi correndo e levando consigo vários atlantes, ela espera que ele sobreviva para manter a Guarda de Wanyama inteira, mas seu foco é o outro membro do grupo. Zazel viu muitos de seus irmãos feridos, outros mortos, uns dando suas vidas por Wanyama, outros se protegendo como podiam. Chegou sobre o Palácio e viu Namiri proteger Jawari. Ela respirou aliviada e finalmente aterrissou. Seu pouso, desta vez, foi tudo menos gracioso. A força das pernas abandonaram Zazel e ela rolou pelo chão envolta por seu manto, que ganhava tons de vermelho. O pequeno Jawari correu desesperado segurando a cabeça dela sobre seu colo.

— Za-zazel! Não morre, Zazel!

Ela teria respondido, mas só pode sorrir enquanto sente seus olhos se fecharem lentamente e tudo à sua volta se escurece. O menino chora copiosamente, Namiri o acode. A respiração de Zazel é ofegante, seu tórax sobe e desce com dificuldade, acompanhando o ritmo lento do coração agonizante. Namiri segura Jawari em seus braços, contra seu corpo, para que ele não veja a mulher-flamingo falecer. Perdeu um pai que nunca conheceu, viveu no exílio sem nem se dar conta do que isso significa, perder a mãe que lhe protegia e agora a figura materna que visualizou em Zazel. São perdas demais para uma criança de cinco anos de idade. Além das perdas pessoais, Jawari começa a entender que aquela terra, que seria sua, também está sendo perdida e seus futuros súditos são mortos.

A sombra de uma figura macabra cobre Namiri e Jawari. Mama Magamba se aproximou sorrateiramente.

— Não somos exatamente aliados, xamã, mas temos de nos unir para proteger Wanyama!
— Velha maldita! Não fosse sua ganância, nada disto teria acontecido. Madu teria assumido o reino por direito, até que Jawari tivesse maturidade suficiente para regê-lo. É tudo culpa sua!

— Apenas segui as nossas tradições, Namiri, mas reconheço que errei em permitir que um estrangeiro assumisse o trono. Eu só precisava que o caçador matasse o tubarão andante para que o condenasse por seus crimes passados contra nosso povo e finalmente Wanyama estaria em nossas mãos novamente, seguindo nossas tradições à risca.

— Suas mãos, você quer dizer!

— Acho que esta não é hora para rivalidades, xamã!

— Realmente precisamos nos unir contra os atlantes. Primeiro combater os invasores, depois, os traidores. É raro ouvir verdades de sua boca, bruxa.

— Bruxa, não – Mama Magamba responde para si mesma, quando Namiri se afasta — Outra coisa…

Namiri coloca Jawari debaixo do braço, fazendo a criança se sentar em seu quadril, segurando-o pelas costas e pega um grande osso decorado com contas de escamas, pelos e penas. Ele ergue o fetiche produzindo sons e gestos para invocar uma magia. Mama Magamba se junta a ele na dança, repetindo os movimentos e os cânticos. Juntos, os feiticeiros invocam a magia da Alcateia da Leoas, permitindo que os ferais sobreviventes no campo de batalha façam ataques coordenados, com cada participante simplesmente sabendo o que fazer para aprimorar o combate, aperfeiçoando ataques e fortalecendo defesas. O feito mágico da dupla inusitada dá mais confiança aos sobreviventes e eles começam a virar a maré da batalha, ganhando campo e liquidando adversários.

Os dois guerreiros tubarões percebem o fortalecimento dos inimigos e não deixam mais ninguém se aproximar do golfinho com a coroa. Quanto mais rápido pudessem chegar a Selako, melhor. O general, no entanto, já trava um combate sangrento com Madu. Os dois se engajaram numa luta feroz, Madu saltou sobre Selako portando uma lança wanyamana fazendo o general se defender com seu escudo de tartaruga enquanto contra ataca com uma espada serrilhada como os dentes de um tubarão. A espada parece viva, pois vibra fazendo com que os dentes mudem de posição como uma motossera. Madu imediatamente se defende com a lança, cortada em duas pelo poder da espada. O movimento do golpe continua e Madu salta para trás como um gato, muito esquivo devido aos poderes dos Ossos de Ngaya. O felino torna a atacar, desta vez com suas garras, que resvalam no forte escudo do general, deixando sulcos profundos. O leão entende que enquanto ele estiver com o escudo, seus golpes são impotentes, mas que deve fazer uma nova estratégia. Usando golpes giratórios e repetitivos incansavelmente, forçando o tubarão a se segurar no escudo, até aplicar um repentino golpe lateral, aproveitando toda sua elasticidade e destreza, derrubando o adversário, que deixa cair o escudo. Isto enfurece Selako, que aponta sua arma na direção de Madu, intimidando-o e saltando sobre o leão segurando a espada com as duas mãos, enquanto a lâmina vibra cada vez mais rápido. A selvageria do tubarão é tremenda que Madu só é capaz de recuar cada vez mais, até ficar encurralado quase aos pés da tribuna. Da arena, ele vê Namiri e Mama Magamba agindo juntos conjurando uma magia, enquanto Zazel respira com dificuldade e assiste a tudo sem conseguir se mexer. Olhar o estado de sua ex-cunhada enche Madu de raiva, mas de nada adianta frente ao ataque incessante de Selako. Até que ele finalmente deixa sua presa sem saída. Madu tropeça em uma arma e está a poucos momentos de sua morte. Da tribuna, Zazel vê os tubarões que a espancaram, guardando o soldado que leva a Coroa para Selako. Talvez pudesse fazer um último esforço e terminar a batalha. Temendo pelo futuro de seu reino, ela inicia o rasante mais rápido que já deu em sua vida.

— É aquilo que você quer? – Ela se joga entre Selako e Madu, apontando a Coroa.

Selako mal pode ver Zazel e ela é transpassada pela lâmina do general. Seu corpo cai ao lado de Madu e o tubarão finalmente freia sua iniciativa, sendo retirado de perto dos dois ferais pelo escudeiro tartaruga. Os dois tubarões e o golfinho finalmente chegam com a Coroa para seu líder. Selako segura o artefato e olha para Zazel, não lhe pareceu digno matar a mulher-flamingo daquela maneira.

Madu se desespera com o ferimento de Zazel. Ele não sabe o que fazer e tenta estancar o sangue, horrorizado, mas ela segura sua mão e sua suas últimas forças para falar com ele.

— O regente precisa estar vivo, Madu, para guiar o herdeiro no caminho certo... Ancestrais, me aguardem – são suas últimas palavras antes de morrer.

O leão dá o rugido mais alto de sua vida, chamando a atenção de todos, ferais e atlantes. Selako ergue o braço, fazendo com que seus soldados cessassem os ataques. Os ferais se entreolham e olham para Namiri e Mama Magamba, que também param de dançar em respeito à morte de Zazel. O xamã esconde o rosto de Jawari, ele não precisa ver Zazel naquele estado. O menino fugiu de seus braços, mas foi alcançado pela mão de Mama Magamba. Namiri imediatamente se arrepiou.

— Não, criança, se você for, esquecerá como ela era em vida e só se lembrará dela com dor.

Jawari fechou a cara, mas logo a raiva deu lugar à tristeza e ele aceitou os braços da anciã. Namiri não gostou nada da aproximação, mas ela estava certa. Ele correu para consolar Madu, fazendo com que Selako e seus guardas recuassem um pouco. Ele tenta falar alguma coisa para Madu, mas se mantém em silêncio. Bastou um gesto dele para que os soldados se agrupassem e se ordenassem para recuar. As tropas atlantes recuam ao ver que eu general cumpriu seu objetivo. Quando finalmente decidiu quebrar o silêncio, ouviu a voz de Mama Magamba.

— CHEGA! Chega de mortes. Era isso que queriam, não é? Está com sua coroa de volta, não está? Deixe este reino e nunca mais ouse em pisar aqui novamente.

Namiri estranha as palavras de Mama Magamba, nunca a viu preocupada com os cidadãos de Wanyama, tampouco por Zazel, mas aquela não era hora de discutir. O xamã ficou de pé, pronto para qualquer investida de Selako, mas ele não avançou. Sua tropa acatou suas ordens e os atlantes recuaram para o Lago Nyanza. Selako olha sério para toda aquela gente, antes de mergulhar, protegido pelos dois tubarões e a tartaruga restante. Madu sequer deu importância para eles, só tinha sua atenção voltada para Zazel. Ele está tomado por culpa e insegurança e se sente impotente diante da morte da ex-cunhada. Duvidou se daria conta de governar, pois até este momento, ele só queria governar por direito, mas não percebeu que é um fardo ser responsável por todas as vidas e ele já deixou várias. Ela sempre ficou focada na missão por todo o tempo em que passaram juntos e ele a admirava por causa disso. Não fosse por ela, a devastação de Wanyama seria muito maior. Zazel foi uma verdadeira heroína e Wanyama reconhece isto, pois duas novas presas cresceram no cola das Presas Ancestrais. Madu retirou o artefato solenemente, ele deveria ser passado para as futuras gerações. Os demais wanyamanos se aproximaram e se ajoelharam próximo do corpo de Zazel. Argh deixou o hipocampo no lago e correu para os braços de Jakku, que o carregou até Madu, para consolá-lo. Os xamãs recolheram o corpo da mulher-flamingo, levando-o para ser preparado para o ritual funerário.

Alguns dias se passaram desde a morte da mulher-flamingo, Madu vestiu-se totalmente de branco e colocou Jawari no Trono de Wanyama. O trono é grande demais para ele, tanto que ele fica mais tempo em pé que sentado nele. Seu tio é agora o regente interino dos ferais, pelo menos até ele alcance a maioridade. Mama Magamba permaneceu como sua conselheira, o garoto não entende porque não gostam da velhinha que lhe acudiu após a morte de Zazel, assumindo a figura materna deixada por ela. Porém, Namiri assumiu um posto de igual importância, para mantê-la sob constante vigia.

— Não gosto da aproximação desta velha com Jawari, Namiri. Ela tem bastante culpa em tudo o que aconteceu.

— Eu compartilho do mesmo sentimento, Madu, mas manter nossa inimiga por perto é melhor que longe da visão. Garanto que Jawari nunca ficará sozinho com ela.

Diversos outros wanyamanos se aproximaram, batucando tambores e dançando ritualisticamente, todos vestidos do mais alvo branco. Os cânticos do coral falam sobre o ciclo sem fim da vida e sobre como os corpos se tornam grama dando alimento para os herbívoros que os carnívoros comem, tudo interligado neste delicado equilíbrio. Madu e Namiri são convidados a entrar na dança, realizando os passos em homenagem a Zazel. Jawari assiste ao espetáculo com uma mistura de sentimentos, apesar da dor da perda de sua amiga, ele se alegra com a cena, pensando se Zazel iria gostar também. Os sons dos tambores agitam os animais da selva também e uma revoada de flamingos voa por sobre o Palácio de Wanyama. É a resposta que Jawari esperava.




[FIM]

RESOLUÇÃO:

[TESOUROS]
Hipocampo Subjugado (10 XP): Argh pode manter o hipocampo como um aliado.
Escudo Tartaruga (15 XP): O escudo das tartarugas concede +1 em jogadas de Defesa e possui um poder especial que faz o usuário se recolher dentro do escudo, ficando invulnerável a qualquer ataque, porém, não pode atacar depois disso durante o resto da cena.
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