Após a queda da mítica Atlântida, poderes são aprisionados no Cometa-Prisão e a libertação deles dão início a uma nova ordem.
 
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 Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais

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MensagemAssunto: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQua Nov 30, 2022 2:05 pm

1922.

Lahyla e seu marido Hærmys buscam auxílio a Madu e Jakku de Wanyama para explorar a tumba de uma antiga feral nas areias inóspitas da nação de Khemet.


Última edição por Anfitrião em Sex Abr 19, 2024 10:54 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptySeg Jan 16, 2023 1:31 pm

INTRODUÇÃO

Fevereiro de 1922

Três anos se passaram desde a invasão de Atlântida à Wanyama, a reconstrução da cidade sofreu com as crescentes tensões na política interna, e o Salão de Guerra tornou-se o ponto de encontro quase que diário do conselho. A boa notícia era que os ferais não estão enfrentando inimigos externos. Não houve nenhum outro ataque. Mas dentro dos limites mágicos de sua ilhota no Lago Vitória a situação não é boa. O povo dividido mal conseguia erguer as estruturas físicas, quem dirá os laços de tradição e afeto que mantiveram Wanyama de pé por tantas gerações.

— O povo clama por respostas. Não sei por quanto tempo conseguiremos evitar uma revolta generalizada — Dizia Jakku, representante dos cascos — Tivemos muitos desertores após a guerra contra os atlantes. Eles formaram um grupo nacionalista chamado “Verdadeiros Predadores” e acusam a coroa de por suas vidas em risco em prol de um estrangeiro. A cada dia que passa eles se tornam mais numerosos e mais ousados, atacando nossos soldados e depredando os monumentos ligados à monarquia. Além disso, nossas colheitas não foram tão boas, teremos que pensar em algum tipo de racionamento se não quisermos nossos cidadãos passando fome em alguns meses.

— Temos que esmagar esses traidores, mostrar ao povo que o rei é forte e não deve ser desafiado. — Sugeriu Mama Magamba, representante dos Escamas que por trás da feição carrancuda, se divertia com a instabilidade. Maquinava para voltar ao controle do poder.

— Se agirmos com violência, só vamos inflamar mais a possibilidade de uma guerra civil. — Namiri rebateu.

— Poderíamos abrir nossas fronteiras para receber recursos de fora. Temos muito para trocar com as nações irmãs — A ideia veio de Nyx, representante dos Penas.

— E deixar ainda mais estrangeiros entrar? É mais fácil mandar nossos tesouros direto para seus museus e entregar nossos filhos como escravos — a voz de Magamba soou rasgada e carregada de pigarro.

— Terei que concordar com Magamba. O que precisamos é voltar às origens. Mostrar que o rei ainda é uma conexão com nossas tradições e com os antepassados. Reafirmar a fé do nosso povo.

— O que tem a dizer, regente? — Perguntou a representante dos escamas, irônica.

— Namiri está certo. Vamos buscar soluções nos reis do passado, não somos os primeiros a enfrentar esse tipo de problemas. Enquanto isso, começaremos um racionamento de comida, aumentaremos o recrutamento de soldados para nossas fileiras e a proteção de nossas fronteiras.

Dada a reunião por encerrada, Namiri e Madu se voltaram para a tenda do xamã, onde guardava os artefatos e conhecimentos deixados pelos reis de outrora. A história dos ferais era rica em sabedoria. Ali dentro Madu despiu-se e sentou em um pequeno banquinho enquanto Namiri o banhava com ervas sagradas e riscava um círculo ao redor do rei entoando um cântico ainda mais antigo que Wanyama. Os olhos do xamã iam ficando brancos enquanto suas mãos se contorciam e seu corpo inclinava-se para trás. Após um urro, ele assumiu uma postura diferente, altiva e confiante.

— Pai, eis-me aqui, precisando da sabedoria dos ancestrais. Nosso povo não tem perspectiva de futuro, eu mesmo não a tenho… Revela a mim o que posso fazer por nossos filhos — o rei agora se prostrava diante do sacerdote expondo as palmas de suas mãos.

Possuído pelo espírito do finado rei  Mfalme, pai de Madu e Kitok; Namiri não movia a boca, mas as palavras saiam assobiadas, como o ar rarefeito de grandes altitudes.

— Quando a nação encontra-se mais fraca, lembramos de quando ela foi mais forte. Os ferais já governaram os humanos como deuses na terra de Khemit. Tribos inteiras, muitas extintas e esquecidas, lutavam ao nosso lado, inclusive as que atacaram nosso atual lar recentemente. Busque pelo símbolo que une todas as tribos.

O xamã puxou ar como se seus pulmões estivessem falhando e então caiu ao chão desacordado. Madu enxugou lágrimas raivosas, vestiu-se e saiu a passos pesados; esperava instruções mais claras, mas tudo que tinha era mais perguntas. O céu já estava estrelado quando retornou aos seus aposentos. Deitado ele encarava as pinturas e a antiga tapeçaria que adornava uma das paredes, refletindo sobre as histórias que cada desenho trazia, lembrou-se de tempos mais leves, e quando sua mãe contava cada história antes de dormir, lembrou-se também do quarto subterrâneo onde os artefatos mais antigos da família dos Garras eram guardados. Mesmo depois de regente ele não havia retornado ali, viu vestes, estatuetas e por fim uma tapeçaria bem maior que a observava em seus aposentos e foi quando tudo pareceu fazer sentido.

Convocou uma reunião com o conselho ao amanhecer. Todos estavam lá, apreensivos por não saberem o motivo de mais uma reunião. Com um aceno, os servos trouxeram uma grande tapeçaria e a dispuseram no centro do Salão de Guerra. O artefato luxuoso estava perdendo seu verde vívido vagarosamente, mas ainda era possível identificar as figuras em vermelho, preto e dourado. Nela, um rei sentado em um trono, portando uma máscara com traços das quatro tribos apontava para uma feral leoa de armadura gigante que rugia para pequenos humanos prostrados diante dela. Nas bordas era possível identificar jarros carregados por humanos e babuínos albinos apontando para diferentes direções.  Algumas palavras em idioma perdido estavam gastas demais para serem decifradas.

— Acredito que essa máscara retratada seja um artefato perdido da primeira rainha, Ngaya. Se obtivemos esse artefato de volta, podemos não só mostrar ao povo que estamos mais conectados que nunca com nosso passado, mas também descobrir os poderes de nossos ancestrais. O que fazia eles serem considerados deuses. Sei que obterei mais informações sobre o paradeiro da máscara em antigos papiros que também encontrei no cofre da família real.

— Hærmis, um antigo sábio, amigo de Kitok, pode nos ajudar a traduzir esses documentos. Posso levá-lo até a torre que eles habitam. — Disse Jakku.

Uma pequena comitiva foi composta. Formada por Jakku como guia e Argh como seu batedor, além de Madu, como favorecido. O trio deixou a fronteira de Wanyama descendo o Rio Kiira, rumo ao norte, passando pela Núbia até adentrar o território khemetiano e parando nas margens da cidade de Khemenu. De lá, partiram a oeste, montados em dois camelos, um para Argh e outro para Madu, pois Jakku é orgulhoso demais para não usar os próprios cascos num percurso daqueles. Depois de uma noite no deserto, finalmente o guia encontrou a pedra onde uma porta foi esculpida. Ninguém poderia imaginar que aquele simples monólito no meio do deserto, embora único em milhares de quilômetros, seria uma das entradas da lendária Torre Táumica.

— Como abrimos essa porta? Alguma palavra mágica? — Perguntou o regente, admirado com o monolito.

— O rei Kitok tinha uma chave, mas acho que simplesmente devemos bater — Jakku bateu na pedra com suas mãos gigantescas.

O monolito deslizou de uma vez, como uma porta sendo escancarada.

— EU JÁ FALEI QUE NÃO PRECISA DESSA BRUT… Ah! Jakku! Argh! Quanto tempo! — Lahyla abraçou os dois calorosamente.

— Saudações, Lahyla. Este é Madu, regente de Wanyama, irmão do rei Kitok. Viemos buscar a ajuda de Hærmis com alguns artefatos antigos de nosso povo.

— Claro, entrem. — Lahyla soltou a voz masculina de Hærmis, assustando Madu.

Hærmis e Lahyla foram informados da situação de Wanyama e da descoberta dos artefatos antigos. O atlante se desalojou dos pulmões de Lahyla e assumiu sua forma elemental de ar e começou a ler aquelas páginas. Devido à sua falta de corpo físico e sua idade avançada, o aquilino havia perdido quase todas as suas memórias entre o trauma da queda de Atlântida até ser resgatado por Lahyla. Alguns pontos mais importantes ainda estavam lá, como sua transformação em elemental e seu conhecimento de hieróglifos.

Os papiros trazidos pela comitiva feral eram registros oficiais da construção do túmulo do rei identificado pelo título “Aquele que carrega a coroa de todos os povos” e sua rainha, “Aquela que leva a palavra aos povos”. Grande parte do conteúdo era sobre a quantidade de trabalhadores e materiais usados na construção, nada realmente útil. Mas Hærmis ficou espantado com a quantidade de oricalco descrito. Um metal raro e mágico como aquele não era gasto com túmulos, o que sugeria uma grande importância daquele casal de monarcas, como se realmente fossem deuses. Se ele pudesse obter uma parte daquele oricalco poderia criar artefatos poderosos, talvez até um corpo capaz de conter sua essência.

Além desses registros, ele encontra um pedaço de papiro rasgado que chama sua atenção. Ele traduz:

"Oculto está o repouso da imparável rainha leão,
Fina porta, etérea passagem,
durante a aurora sob areias em imensidão"

— Isso é tudo. Seria realmente incrível se pudéssemos encontrar esse lugar, mas fora esses registros não há nenhuma pista do paradeiro do túmulo.

— Nisso eu posso ajudar. — Disse Lahyla — Minha especialidade é encontrar locais perdidos.

A feiticeira convidou os wanyamanos a pernoitar na Torre Táumica, pois sua premonição funcionava em contato com a luz das estrelas. Assim que escureceu, Lahyla esperou algumas horas para que o céu ficasse mais escuro, enquanto cozinhava ervas para um chá usado no ritual. A bebida amarga e refrescante foi preparada em pouco tempo a partir da maceração de ervas e infusão em água quente. Quando suas propriedades começaram a fazer efeito, Lahyla curvou-se para trás e seu corpo começou a tremer e a suar. O ritmo de seus movimentos lembrava muito o de uma dança e música ajudaria no ritual, mas nenhum de seus companheiros sabia tocar os instrumentos necessários. Sua visão tornou-se turva e ela viu no horizonte o local em que o grupo desejava ir. Entre as nuvens, as luzes de estrelas se condensam, deixando um rastro como a agulha de uma bússola. Como o sinal formado no céu, Lahyla cai prostrada em direção ao templo e retoma a consciência aos poucos.

— Não sabem como este ritual exige de mim. Estou enferrujada – ela sorriu.

Guiados pela estrela-guia conjurada pela magia de Lahyla, eles chegaram à noite a um ponto no meio do deserto. Estavam cerca de oitenta quilômetros ao sul de Waset, a oeste do Rio Nilo. Exploraram os arredores de todas as maneiras possíveis, mas não viram nada que indicasse um templo ou sequer passagem de humanos por ali. Chegaram a cogitar que o templo devia estar enterrado e que teriam que se preparar melhor para voltar ali e começar escavações.

Foi quando uma grande escuridão surgiu no horizonte, como uma tempestade de areia se aproximando. Cerrando os olhos, Madu conseguiu identificar um grupo montado em cavalos, vestidos de preto dos pés à cabeça, com máscaras que só deixavam os olhos à mostra. Não tiveram tempo de fugir. Os cavaleiros cercaram o grupo e um dos mascarados apontou uma cimitarra para Lahyla.

— Vimos seu sinal, Dançarina das Estrelas — pela voz,  a líder daquele pelotão era uma mulher — Não pensei que voltaria até aqui, Lahyla. Você sabe que pertence a nós. Entregue-se e podemos negociar a vida de seus amigos.

A voz da mulher mascarada era familiar à odalisca, mas ela não conseguia identificá-la. Os oito capangas puxaram cimitarras e mostraram pistolas para amedrontar o grupo.

Como que por providência divina, nesse exato momento um ensaio de luz solar brilhou sutilmente no horizonte, criando pequenas fissuras luminosas no escuro céu estrelado. Num passe de mágica, a luz que tocou as areias revelaram um pequeno oásis a poucos metros de distância dos dois grupos, com um pequeno lago cercado por palmeiras e com uma construção singela no centro. Talvez devido à influência mágica que ocorrera ali, as montarias dos invasores entraram em pânico, derrubando seus cavaleiros e batendo em retirada.

— Corram para o oásis, precisamos de abrigo! — Gritou Madu para os companheiros, aproveitando a confusão.

Eles fugiram para dentro do círculo de palmeiras enquanto os mascarados tentavam se recompor para persegui-los. O lago que haviam visto era raso e em seu centro havia uma ilhota que abrigava uma pequena mastaba de pedras precisamente encaixadas. Aquele trapézio tivera sido pintado com muito esmero, uniformemente coberto por uma tinta branca;  não apresentava janelas e apenas uma única entrada estreita que deixou Jakku tenso se conseguiria atravessá-la. Com os primeiros raios solares revelou-se que ao final do corredor havia um altar.

Lahyla, Haermys e Argh dirigiram-se de imediato para o interior da mastaba, enquanto Madu seguiu seus instintos e escalou a construção sem dificuldade em busca de uma visão melhor dos arredores; ali ele percebeu que o topo da construção era coberto por hieróglifos talhados na pedra respondiam à chegada do dia, revelando cobertura cintilante de brilho tímido.

— Haermys! Tem escrituras aqui em cima! E nossos inimigos chegarão aqui em instantes! Faça o que tiver de ser feito, mas faça rápido!

— Também encontramos algo aqui dentro! Parece algum tipo de fechadura. Precisamos de uma chave em formato de Sol.

O trio no interior da mastaba estava de frente  para um altar com uma espécie de baixo relevo em formato circular, sugerindo um encaixe. Olhando ao redor lá do alto, Madu também notou que no topo de cada palmeira que circulava o oásis, estavam presos totens de pedra com bases também em formato circular.

— Precisamos garantir que esses patifes não cheguem até nós! - Jakku interrompe a conversa se posicionando à frente da entrada estreita, preparando-se para o combate.

[OBJETIVOS]

* Todos precisam Resistir aos ataques dos inimigos (ND Médio 5-7) e podem revidar se quiserem (ND Médio 5-7)
* Hærmis deve traduzir (Foco) a estela (ND Médio 5-7)
* Um de vocês deve identificar (Foco) os totens (ND Difícil 7-9)
* Quem quiser pode escolher um totem para pegar (Atitude) (ND Difícil 7-9)


Última edição por Anfitrião em Sex Abr 19, 2024 10:58 am, editado 1 vez(es)
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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQua Jan 18, 2023 2:30 pm

A tensão continua dentro das fronteiras de Wanyama e nem mesmo em seu salão de guerra estava a salvo das ameaças de sua terra. Como resolver os problemas de sua nação ainda era um mistério. Nos últimos meses Madu conversava com o espirito de seu pai encarnado em Namiri, o xamã estava sendo de grande ajuda para o Rei Regente desde sua posse mas, ainda assim, não era o suficiente. Por diversas vezes as mensagens vinham como enigmas que Madu passava dias tentando decifrar, mas quando a revelação vinha, diversos conhecimentos eram adquiridos. O monarca se sentia mais inteligente, mais ágil nos pensamentos, mais focado em sua missão de vida: Tornar Wanyama sólida novamente.

--

De cima da mastaba de pedras Madu passa os dedos sobre o relevo dos hieróglifos talhados e olha para o horizonte vendo o sol se por. Ele ri e esbraveja.

- Ngaya provém o que nos falta! – Ele então se vira para o elemental – Haermys! Tem escrituras aqui em cima! E nossos inimigos chegarão aqui em instantes! Faça o que tiver de ser feito, mas faça rápido!

— Precisamos garantir que esses patifes não cheguem até nós! - Jakku interrompe a conversa se posicionando à frente da entrada estreita, preparando-se para o combate.

- Vamos dar tempo à eles, Jakku. – O feral salta girando pelo ar de cima da estrutura de pedra e pousa de forma felina ao lado de Jakku no chão arenoso. – A vitória e dos justos e a glória também.


Defender: ND Médio (5-7)
1 ♦+ 2 Luta + 2 Ossos de Ngaya +2 esforço = 7
Atacar: ND Médio (5-7)
3 ♠ + 2 Luta + 1 Garras + 2 Ossos de Ngaya +1 esforço = 9
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Lahyla

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptySáb Jan 21, 2023 8:32 am

— Não sabem como este ritual exige de mim. Estou enferrujada – ela sorriu.

Lahyla lembra desse momento. O quanto esse sorriso tentou disfarçar sua preocupação em se sentir fraca. Parece que o bem estar que ela sentia na torre terminou nublando seus pensamentos e tirando o seu foco em achar a sua irmã e ser cada vez mais forte para evitar ser mais uma vitima indefesa.

Mas o destino a tirou de seu castelo dourado e a colocou mais uma vez na ação. Ela fica mais confortável sabendo que esta junto de seus companheiros e lembra dos que caíram na ultima missão. Viktor,  Quotar e outros.

Ainda perdida em seus pensamentos, em um curto período de tempo um grupo cerca seu bando. As memorias de seus captores vem a sua mente quando ela escuta uma voz que mexe com seu inconciente

— Vimos seu sinal, Dançarina das Estrelas, não pensei que voltaria até aqui, Lahyla. Você sabe que pertence a nós. Entregue-se e podemos negociar a vida de seus amigos.

Sua reação foi passar a mão em sua cintura e sacar também sua cimitarra. Não seria pega novamente. Não sem lutar.

— Corram para o oásis, precisamos de abrigo! – E ouvindo isso, Lahyla se põe a correr também.

Dentro do local de abrigo, a dançarina observa alguns totens e percebe que com seus conhecimentos, pode identificar.

— Protejam a entrada, vou identificar esses totens para facilitar nossa missão – Diz a odalisca em posição de guarda e com sua espada em mãos. Mas irei me defender também caso seja necessário e atacarei também.

Lahyla percebe que deviam haver tantos totens quanto as árvores que cercavam o oásis. Dezenas deles. A princípio ela não consegue identificar o que eram, a arte estilizada fazia parecer monstros contorcidos. Mas então ela consegue notar uma cauda e uma juba, um leão. Outro parecia um hipopótamo com uma grande barriga redonda. Ela reconheceu um elefante, uma espécie de crocodilo, um tigre, um babuíno... Havia totens repetidos dos mesmos animais. Ao todo notou doze animais diferentes, entre eles alguns que ela não sabia exatamente o que eram.

E após identificar cada totem, Lahyla informa aos seus companheiros para que possam pegar o que vieram buscar.

— Peguem o que acham que vieram buscar. Não vamos ficar aqui pra sempre.


Identificar (Foco) os totens: ND Médio (5-7)
Foco 3 + Esforço 4 = 7
Se defender dos ataques:ND Médio (5-7)
Atitude 2 + luta 2 + Esforço 2 = 6
Atacar seu agressor: ND Médio (5-7)
Atitude 2 + luta 2 + Esforço 2 = 6
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Hærmys

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptySeg Jan 23, 2023 6:39 pm

Hærmys passou por várias prisões em sua existência. A sua última morada foi de tanto tempo e em total isolamento que sua memória se despedaçou e ele quase enlouqueceu. Embora tivesse acesso a diversos objetos e suprimentos dentro do Chapéu da Fortuna, o que ele mais queria - companhia - não podia invocar. Tudo isso mudou quando Lahyla invadiu o mausoléu que lhe serviu de cofre durante séculos. Suas lembranças foram muito vagas e seus pensamentos demoraram muito para se reorganizarem. Lembrou de Abbas Aminah, seu antigo e fiel servo, tão fiel que isto lhe tornou obcecado e impedindo que encontrasse o descanso eterno, tornando-se um fantasma fanático em proteger a tumba que guardava o artefato. Estaria nesta prisão ainda hoje, não fosse seu fiel servo se voltar contra a nova portadora do artefato. Com a intensão de matar Lahyla, a qual Abbas considerava uma profanadora, o fantasma foi impedido por Hærmys, que criou uma prisão dentro do Chapéu, trocando de lugar com seu antigo companheiro e necessitando de uma nova prisão para si mesmo: os pulmões de Lahyla. Não fosse esta troca, o artefato teria caído em mãos erradas, pois era cobiçado por um culto que se revelou comandado pela encarnação de um antigo regulano, ou o que sobrou do espírito dele: John Turk da Terra, conhecido por Sethurk em Regulus.

Felizmente, Lahyla conseguiu mantê-lo em segurança e Abbas manteve-se sob controle. A filha de Hærmys, Yaset, necessitava de um lugar seguro para que sua criança nascesse. Foi quando o regulano revelou a localização da Torre Táumica. Com o nascimento de seu neto Ya-Bel, o artefato perdeu seus poderes e Abbas ficou preso sem qualquer contato com a realidade exterior. Com a posse da Torre, Hærmys conseguiu se libertar dos pulmões de Lahyla, mantendo como anfitrião da Torre, deixando-a somente em sua forma espectral, mas agora, com a visita de Madu e a ajuda de Lahyla para encontrar as respostas do passado que o Rei de Wanyama procura, Hærmys voltou a habitar os pulmões da dançarina.

Isto não lhe incomodava de maneira alguma, era como se estivessem em uma relação carnal prolongada, como um beijo interminável. Durante o tempo em que teve um corpo elemental dentro da Torre, o casal experimentou outros tipos de relações e eram considerados casados, apesar da falta de corpo de Hærmys. Isto sim o frustrou por anos, mas com a indicação da localização de diversos itens de oricalco na tapeçaria feral, a esperança se reacendeu e, dependendo do que encontrasse, poderia forjar um corpo artificial para si mesmo e finalmente poder consumar o casamento com Lahyla.

O elemental aguardava ser útil, esperando o momento de usar seus conhecimentos pela garganta de Lahyla e não pode ser de muita utilidade quando do ataque dos mercenários a caminho do Templo dos Antigos Reis, mas ele conhece a desenvoltura física de sua esposa e confia plenamente nela para chegar ao oásis.

No oásis, uma mastaba ergue-se no centro de uma ilhota e, dentro dela, uma estela em uma linguagem que Hærmys há muito não via. Seus problemas de memória seriam postos à prova agora, precisava apenas de algum tempo.

— Lahyla, minha querida, mantenha-se atenta com seus outros sentidos, enquanto eu uso sua visão para decifrar esta antiga mensagem.

O elemental sai dos pulmões da dançarina das estrelas como se fosse a respiração quente em um dia muito frio, formando uma tênue névoa humanoide diante da mulher. Com a mãe segurando o queixo, ele analisa as inscrições e puxa da frágil memória algumas palavras naquela língua antiga.

— Vejamos, se eu não estiver enganado, o texto quer dizer que:

Cada tribo trilha um caminho
Cada viajante tem seu destino
Corredores serpentinos
Babuínos e desatinos
Tragados pelo rubro licor
Uma tumba indolor
Oculta a rainha leão
Poderosa regente
De inflamado coração


— Vejamos, vejamos, vejamos... Amada esposa, tem entre os totens das árvores estes três animais? Serpente, babuíno e leão? Como a rainha leão está oculta e ela é a regente poderosa, só pode ser este o totem que serve de chave. Encaixe e veremos.

Traduzir a estela: ND Med (5-7)
Hærmys: Foco 3 + Misticismo 2 + Esforço 2 = 7
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyTer Jan 31, 2023 5:35 pm

ATO I
A câmara da rainha

No deserto infinito, Hærmys sente suas lembranças vagas se reorganizando vagarosamente. Lembrou de Abbas Aminah, seu antigo e fiel servo, tão fiel que isto lhe tornou obcecado e impedindo que encontrasse o descanso eterno, tornando-se um fantasma fanático em proteger a tumba que guardava o artefato. Estaria nesta prisão ainda hoje, não fosse seu fiel servo se voltar contra a nova portadora do artefato. Com a intenção de matar Lahyla, a qual Abbas considerava uma profanadora, o fantasma foi impedido por Hærmys, que criou uma prisão dentro do Chapéu, trocando de lugar com seu antigo companheiro e necessitando de uma nova prisão para si mesmo: os pulmões de Lahyla. Não fosse esta troca, o artefato teria caído em mãos erradas, pois era cobiçado por um culto que se revelou comandado pela encarnação de um antigo regulano, ou o que sobrou do espírito dele: John Turk da Terra, conhecido por Sethurk em Regulus.Felizmente, Lahyla conseguiu mantê-lo em segurança e Abbas manteve-se sob controle.

A filha de Hærmys, Yaset, necessitava de um lugar seguro para que sua criança nascesse. Foi quando o regulano revelou a localização da Torre Táumica. Com o nascimento de seu neto Ya-Bel, o artefato perdeu seus poderes e Abbas ficou preso sem qualquer contato com a realidade exterior. Com a posse da Torre, Hærmys conseguiu se libertar dos pulmões de Lahyla, mantendo-se como anfitrião da Torre, deixando-a somente em sua forma espectral, mas agora, com a visita de Madu e a ajuda de Lahyla para encontrar as respostas do passado que o Rei de Wanyama procura, Hærmys voltou a habitar os pulmões da dançarina.

Isto não lhe incomodava de maneira alguma, era como se estivessem em uma relação carnal prolongada, como um beijo interminável. Durante o tempo em que teve um corpo elemental dentro da Torre, o casal experimentou outros tipos de relações e eram considerados casados, apesar da falta de corpo de Hærmys. Isto sim o frustrou por anos, mas com a indicação da localização de diversos itens de oricalco na tapeçaria feral, a esperança se reacendeu e, dependendo do que encontrasse, poderia forjar um corpo artificial para si mesmo e finalmente poder consumar o casamento com Lahyla. Hærmys passou por várias prisões em sua existência. A sua última morada foi de tanto tempo e em total isolamento que sua memória se despedaçou e ele quase enlouqueceu. Embora tivesse acesso a diversos objetos e suprimentos dentro do Chapéu da Fortuna, o que ele mais queria - companhia - não podia invocar. Tudo isso mudou quando Lahyla invadiu o mausoléu que lhe serviu de cofre durante séculos.

Somada a essa motivação, a tensão dentro de Wanyama pesava sobre os ombros de Madu, o regente, que apesar da fé em seus ancestrais sentia-se inseguro com a forma enigmática que o espírito de seu pai conversava com ele. Tornaria seu reino sólido novamente, nem que tivesse que escavar aquela tumba com as próprias garras. Tinha aprendido em seu curto período de reinado que a melhor forma de preencher as lacunas que a ansiedade abre era com determinação e esperança. Daria sequência a linhagem de seus ancestrais.

A única que parecia estar menos focada naquele grupo era a odalisca Lahyla. Estava a tanto tempo na torre que parecia desconectada do mundo palpável e seus problemas. Pisando novamente nas areias do deserto tomava ciência do quão nublado estavam seus pensamentos. A vida de esposa teria ocupado o espaço que antes era da busca incessante por sua irmã perdida e aquilo acertou a dançarina das estrelas como uma flecha certeira, não experimentou culpa tamanha. Onde estaria Latifah?

A chegada do grupo de mercenários sacudiu todos como um terremoto sacode a terra, e então tomaram consciência de que aquela expedição poderia ser ainda mais perigosa do que previam. Para além dos mistérios antigos, teriam concorrência pelos tesouros ali guardados. O grupo correu para a área protegida pelas árvores, enquanto os mercenários mascarados tentavam controlar os animais em pânico.

— Não percam tempo com essas bestas — Gritou a líder do pelotão, deixando sua montaria ir embora. Seu foco era a odalisca  — Peguem eles agora!

Alguns dos mascarados sacaram armas e atiraram nos fugitivos. Hæaermis aguardava ser útil, esperando o momento de usar seus conhecimentos pela garganta de Lahyla. Preferiu não se envolver quando os inimigos apareceram, pois confiava plenamente na desenvoltura física de sua esposa, mas se arrependeu ao sentir uma dor lancinante e ser atirado para fora dos pulmões dela de uma vez.

Enquanto fugia para o oásis, Lahyla foi atingida no braço por uma das balas disparadas pelos inimigos. Em sua simbiose, Hærmis sentiu toda a dor de sua esposa e mesmo expulso de seu corpo, sentiu meu próprio braço doer e formigar. Incorpóreo, nada podia fazer para ajudá-la. Viu que o ferimento era limpo, a bala havia atravessado o braço e saído do outro lado e motivou a odalisca a continuar correndo para alcançar a ilhota. A água atrasou a fuga do grupo, com exceção de Madu, o mais ágil entre eles. Todos viram suas vidas passarem diante dos olhos quando as balas passavam por um triz de seus corpos. Jakku por outro lado, estava mais preocupado em manter Argh a salvo, e corria logo atrás dele servindo de escudo, o que resultou em algumas balas se alojando em suas costas largas. Se não fosse a rigidez de seus músculos, poderia estar fora de combate. Um alerta passou em sua mente, teria que ser mais cauteloso ou sua vida e a de Argh estariam em risco.


— Tomem cuidado, idiotas! — vociferou a líder dos mercenários — Quero a mulher viva!

Eles sacaram cimitarras como as de Lahyla, se organizaram em formação militar e marcharam para o oásis enquanto seus alvos se recuperavam da saraivada e se organizavam para proteger sua posição.

***

O quinteto se dividiu para explorar a mastaba. Madu pulou para o topo, enquanto Hæaermis, Lahyla e Argh encontraram uma pista no interior da mastaba. Jakku ficou do lado de fora e ninguém prestou muita atenção nele. Vendo que estava sozinho, o poderoso rinoceronte puxou de lado seu mantdo e checou seu dorso. Sentia muita dor, pois também foi atingido por um tiro. A bala parecia estar alojada, mas ele não queria demonstrar isso e atrapalhar a missão tão importante para seu povo. Rangendo os dentes, ele escondeu o ferimento novamente e gritou enquanto alguns mercenários já davam os primeiros passos na ilhota..

— Precisamos garantir que esses patifes não cheguem até nós!

— Vamos dar tempo a eles, Jakku — O regente feral saltou girando pelo ar de cima da estrutura de pedra e pousou de forma certeira ao lado de Jakku no chão arenoso. — A vitória é dos justos e a glória também.

Três inimigos surgiram por entre as árvores da mesma direção que Madu e seus companheiros haviam entrado no oásis antes. O leão, o rinoceronte e o menino-macaco se posicionaram entre eles e a mastaba, tendo o pequeno lago entre si.

Madu tinha treinado arduamente desde a última derrota e os resultados eram visíveis em seu físico, e se tornaram-se mais ainda quando ele investiu de forma fulminante contra os mercenários. Exibindo sua destreza, chutou um em cima do outro e acertou de raspão o peito do terceiro com suas garras que ficaram sujas de sangue. Quando eles tentaram revidar, o sol refletiu em suas cimitarras alertando o feral, que  esquivou com maestria dos ataques, pulando no momento certo e fazendo com que o mercenário caísse na frente de Jakku. Madu surpreendeu-se com Jakku parado na frente de seu protegido, sem se envolver com o combate. Algo não estava certo.

Antes de ajudá-los, precisava terminar o que tinha começado. Voltou-se para seus oponentes que agora atacavam mais cautelosos, desferindo ataques coordenados, quase que ensaiados, fatais para um despreparado. Madu se surpreendeu com a mudança de atitude daqueles guerreiros. Não fosse seus poderes sobre humanos, ele teria morrido meia dúzia de vezes. Quando um atacava por baixo, o outro não dava descanso para o feral descendo sua espada sobre sua cabeça e o terceiro tentava pegá-lo por trás. Notando o padrão de seus movimentos, Madu saltou sobre um deles no intervalo perfeito, rolando pelo chão para afastá-lo de seu parceiro. Ele se debateu e tentou desferir socos, mas Madu cobriu o rosto dele com sua mão enorme e foi apertando enfiando suas garras enquanto o mercenário gritava de dor. Ele olhou para os remanescentes e rosnou. Eles recuaram. Apesar da selvageria resultante, o regente mantinha um semblante pleno, e um olhar fixo na mastaba a procura de outros adversários, foi quando suas orelhas se arrepiaram ao ouvir o grito de Argh, que fora pego por um quarto homem.


Com um braço sangrando, Lahyla aproveitou o confronto entre os ferais e os mascarados para levar Hæaermis até o topo da mastaba. Já estavam de volta em sua simbiose e de alguma forma estarem juntos fazia a dor diminuir, como se dividissem um fardo, tornando o infortúnio menor. Era como se a presença de Hæaermys preenchesse o buraco deixado pela bala. Ela parou à frente dos hieróglifos e o elementar tomou a fala.

— Lahyla, minha querida, mantenha-se atenta, devo levar alguns tempo para conseguir decifrar esta antiga mensagem.

O elemental saiu dos pulmões da dançarina das estrelas como se fosse a respiração quente em um dia muito frio, formando uma tênue névoa humanoide diante da mulher. Com a mão segurando o queixo, ele analisou as inscrições e puxou da frágil memória algumas palavras naquela língua antiga.

Enquanto isso, a odalisca olhou ao redor. Lahyla percebeu que deviam haver tantos totens quanto as árvores que cercavam o oásis. Dezenas deles nos topos das palmeiras. A princípio ela não conseguiu identificar o que eram, a arte estilizada fazia parecer monstros contorcidos e a mesma pintura branca da Mastaba faziam refletir levemente a luz do sol. Espremendo os olhos, ela notou uma cauda e uma juba: um leão. Outro parecia um hipopótamo com uma grande barriga redonda. Ela reconheceu um elefante pela tromba, uma espécie de crocodilo com uma bocarra escancarada, um leopardo com patas para cima, um babuíno.... Ao todo notou doze animais diferentes, entre eles alguns que ela não sabia exatamente o que eram. Enquanto isso, Hærmys parava de balbuciar palavras aleatórias finalmente encontrando um sentido na tradução.

— Vejamos, se eu não estiver enganado, o texto quer dizer que:

Cada tribo trilha um caminho
Cada viajante tem seu destino
Corredores serpentinos
Babuínos e desatinos
Tragados pelo rubro licor
Uma tumba indolor
Oculta a rainha leão
Poderosa regente
De inflamado coração

— Vejamos, vejamos, vejamos... Amada esposa, tem entre os totens das árvores estes três animais? Serpente, babuíno e leão? Como a rainha leão está oculta e ela é a regente poderosa, só pode ser este o totem que serve de chave. Encaixe e veremos.

— Ali, precisamos daquele totem de leão! — Lahyla gritou para os amigos abaixo apontando uma das palmeiras.

O cenário em baixo estava longe de ser controlado. Madu com suas garras ensanguentadas se preparavam para um bote, mas o medo de ferir Argh no processo o fez vacilar. A falha de Jakku em se proteger colocou seu protegido em risco que tinha sido feito de refém pelo mercenário, e outros já se aproximavam da Mastaba. Jakku ainda estava paralisado. Atento à luta, Madu não perdeu o foco, mas escutou as palavras de Lahyla.

— Então precisamos do totem da Rainha Leão? — Madu trincou os dentes, tinha uma decisão a tomar — Jakku reage! É Argh que está em perigo!

Com exímia agilidade Madu avançou contra os demais mercenários apenas abrindo caminho. Com um chute violento no estômago pisou no ombro de um, pegando o primeiro impulso, depois saltou sobre a cabeça de outro, usando-o de plataforma para se lançar sobre a palmeira mais próxima. Cravou as garras na árvore para se sustentar e usou de apoio para saltar até a palmeira indicada por Lahyla. Desamarrou o totem que lembrava vagamente um leão e pulou para o chão com ele debaixo do braço.

— Jakku, hora de recuar — Gritou Madu.

Lahyla e Hæaermys estavam na entrada da mastaba, aflitos com a cena. Madu foi veloz em entregar logo o totem para garantir o futuro de seu reino, e depois de seus companheiros.

Os mascarados começaram a segui-los, mas foram chamados de volta pela líder que assistia a tudo.

— Uma hora eles terão que sair. Vamos ver o que trarão lá de dentro.


***

Jakku teve de se espremer para conseguir entrar na mastaba, chegando à sala com o altar onde havia um encaixe perfeito para o totem. Hæaermis notou no baixo-relevo, pequenas linhas metálicas de oricalco que deveriam servir como condutores para um mecanismo mágico que seria ativado pela estatueta de leão trazida por Madu. Um caminho foi aberto para o regente fazer as honras.

— Todos prontos? Vamos recuperar a Máscara de Ngaya — disse Madu entregando o totem e se preparando para voltar ao combate.

Assim que o totem foi colocado no altar, linhas metálicas brilharam em tom azulado pelas paredes da mastaba e o chão desapareceu sob os pés do quinteto, lançando-os em queda livre por um fosso largo. No fundo, era possível ver uma espécie de piscina repleta de líquido vermelho, talvez o sangue das inúmeras vítimas daquela armadilha. Jakku só pode ouvir o grito de seus amigos em queda livre atrás de si. Madu tentou usar suas garras para se prender nas paredes, por pouco não teria escapado da queda, mas eram lisas demais, quase que projetadas para evitar esse tipo de ação e, apesar de desacelerar sua queda, não foi o suficiente.

Eles mergulharam no líquido vermelho sem se machucar. Era menos viscoso que sangue e aqueles que tiveram a boca invadida sentiram um gosto parecido com vinho. Lahyla conseguiu voltar à superfície rapidamente ofegante e viu que a larga piscina ficava em um cômodo ainda maior repleto de tralhas, mas fundo demais para retornarem à superfície.a superfície. Nas bordas era possível ver uma porta ao sul e outra ao norte. Começaram a dar braçadas, mas de repente todos foram tomados por um sono esmagador, se não resistissem, não conseguiriam chegar a borda e morreriam afogados no licor carmesim.

Madu tentou resistir ao sono e cambalear pela piscina, mas esbarrou em algo. Ao olhar para baixo, viu o corpo de uma linda mulher com traços ferais de leoa. Estava trajada com um vestido manchado pelo visco rubro levemente transparente, jóias de ouro e oricalco cobriam seus dedos, escalavam seus braços e adornavam seu pescoço. Os membros superiores estavam cruzados sobre o peito e uma de suas mãos segurava uma máscara de madeira, adornada com pêlos alaranjados, penas azuladas, escamas esverdeadas e presas vermelhas. Era a Máscara de Ngaya.

[DESAFIOS]

- Só Hæaermis tem a opção de evitar a queda saindo dos pulmões de Lahyla e usando seu corpo elemental para evitar cair na piscina num teste de Atitude Médio (5-7).

- Todos que caírem na piscina (inclusive Hæaermis se estiver dentro de Lahyla) devem passar por um teste de Foco Difícil (7-9) para resistir à magia de sono.

- Se alguém não passar no teste acima, cairá num estado de sono e não poderá agir, mas pode ser resgatado por um companheiro que fizer um teste Médio (5-7) de Atitude.

- Podem tirar o corpo da feral encontrada por Madu na piscina com um teste Médio (5-7) de Atitude.

- Escapando da piscina, quem quiser pode fazer teste de Foco Médio (5-7) para explorar a sala.



[RESOLUÇÃO]

Desafio: Resistir aos ataques dos inimigos (ND Médio 7)

Madu: ♦1 + 2 Luta + 2 Ossos de Ngaya +2 esforço = 7
Sucesso! Ganha 1 XP.

Lahyla: ♦1 + luta 2 + Esforço 2 = 5
Falha. Ferimento - 1 para ela e para Haermis.

Jakku: não postou.
Falha. Ferimento - 2.

Desafio: Atacar os inimigos (ND Médio 7)

Madu: ♠3 + 2 Luta + 1 Garras + 2 Ossos de Ngaya +1 esforço = 9
Sucesso! Ganha 1 XP.

Lahyla: ♠2 + luta 2 + Esforço 2 = 6
Falha! 0 XP.

Desafio: Identificar os totens (ND Médio 5)

Lahyla: ♣3 + 2 Esforço = 5
Sucesso! Ganha 1 XP.

Desafio: Traduzir a Estela (ND Médio 6)

Hærmys: ♣3 + Misticismo 2 + Esforço 2 = 7
Sucesso! Ganha 1 XP.

Desafio: Pegar um totem (ND Difícil 7)

Madu: ♠3 + Garras 1 + 3 esforço = 7
Sucesso! Ganha 1 XP.

Esforço restante:

Madu: 15
Lahyla: 15
Haermis: 19
Jakku: 21


Última edição por Anfitrião em Sex Abr 19, 2024 10:59 am, editado 1 vez(es)
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Hærmys

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQua Fev 01, 2023 7:32 pm

Hærmys se deixou confiar nas habilidades atléticas de Lahyla, que não se mostraram suficientes para se manterem ilesos do ataque dos mercenários. A dor que a dançarina sentiu é compartilhada pelo regulano e ele se culpa por não ter sido mais útil. Talvez, se tivesse um corpo sólido para proteger sua esposa, ela estaria íntegra agora.

— Você está bem? Seu ferimento no braço – Hærmys "vibrava" dentro do corpo de Lahyla, formigando a região ferida – precisamos tratá-lo. Vamos manter a cautela.

O regulano estava extasiado com os eventos. Apesar de temer pela segurança da companheira, sentia-se vivo novamente, experimentando todas aquelas sensações, afinal depois de liberto do Chapéu da Fortuna, apenas viajou em sua forma astral, já que seria muito perigoso levar Lahyla consigo, por estar fadado a acompanhar a dançarina. Ela não é apenas sua esposa ou sua amante, é também seu veículo na exploração de um mundo que ele quase não reconhece mais, de tanto tempo preso no artefato e, posteriormente, na tumba.

Quando Madu trouxe até Lahyla o totem do leão, um estalo ecoou na mente de Hærmys.

— Claro! Ngaya era da Casa do Grifo, que neste mundo com pouca mana tem sua equivalência no leão. Deveria ter suspeitado disto antes. Vamos, regente de Wanyama, faça as honras.

Foi só Hærmys terminar a frase e Madu colocar o totem em seu lugar que o chão desapareceu e um fosso se abriu sob os pés dos exploradores. Hærmys, em sua forma leve, esperou pairar no ar e ficar livre da ação da gravidade, mas, se for puxado de alguma forma para o vinho, tentará se a bebida está imbuída com magia, detectando seus nós de energia táumica e usando este conhecimento para resistir ao sono. Se conseguir superar estes dois desafios, usará seu poder sobre o ar para criar um pequeno vórtice e facilitar a fuga de um de seus companheiros para o chão seco e só então irá contemplar aquele espaço, muito curioso sobre a construção e a piscina de vinho.

— É bastante intrigante que a Máscara de Ngaya esteja conservada em vinho! algo deve ter acontecido para que os antigos construtores deste templo tenham engendrado esta armação. Que segredos isso irá nos mostrar? Eu gostaria que minha memória não falhasse e fosse mais útil. Estar nesta forma também não me satisfaz, sinto como se fosse um fardo para ti, Lahyla. Anseio por um corpo!




[OFF]
• Evitar a queda:
♠ 3 + 2 (Ágil) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Esforço).

• Resistir ao sono:
♣ 3 + 2 (Misticismo) + 3 (Esforço).

• Resgatar Companheiro (na ordem: Lahyla, Madu, Argh e Jakku):
♠ 3 + 2 (Ágil) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Esforço).

• Explorar a Sala:
♣ 3 + 3 (Esforço)
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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptySex Fev 03, 2023 8:14 pm

— Todos prontos? Vamos recuperar a Máscara de Ngaya — disse Madu entregando o totem e se preparando para voltar ao combate. – E Jakku, como voc... – Quando tentava questionar o aliado Madu sentiu um frio na barriga e o chão desaparecer abaixo de si.

Quase que instantaneamente o feral estica sua mão em direção às paredes e tenta cravar suas garras. Ele sente diminuir a velocidade de sua queda, mas o liquido rubro no fundo do poço continuava de aproximando rápido demais. Pouco antes do impacto, ele cruza os braços sobre o peito e mergulha com os pés perfurando o liquido e sente o cheiro forte do vinho.

O liquido preenche todos seus sentidos: o odor o inebria, o gosto o embebeda, sua visão fica turva, seus ouvidos não mais escutam sons e sua pele se sente abraçada. O rei felino nada desesperadamente para cima e, tentando fugir da escuridão rubra e alcança a superfície e respira novamente.

Ele tenta falar, mas percebe a embreagues e o sono tomando conta de si e, ao tentar fugir, sente uma descarga ainda mais inebriantes de adrenalina. A máscara de Ngaya estava ao alcance de suas mãos.

Caso consiga se manter consciente Madu tentará retirar o corpo da mulher abraçada com a máscara, pois imagina que seja algum de seus semelhantes que tentava sair do local com o artefato.

— É bastante intrigante que a Máscara de Ngaya esteja conservada em vinho! algo deve ter acontecido para que os antigos construtores deste templo tenham engendrado esta armação.

- Nosso povo descende e vive dela, de sua força e espirito. Wanyama respira com o pulmão que Ngaya nos deu, quem projetou esse lugar deve ter jurado nunca deixar que sua máscara caísse em mãos erradas.

[OFF]
- Todos que caírem na piscina (inclusive Hæaermis se estiver dentro de Lahyla) devem passar por um teste de Foco Difícil (7-9) para resistir à magia de sono.
3 ♣ + 5 esforço = 8

- Podem tirar o corpo da feral encontrada por Madu na piscina com um teste Médio (5-7) de Atitude.
3 ♠ + 3 esforço = 6
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Jakku & Argh

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyTer Fev 07, 2023 10:37 am

Atônito, Jakku se vê mais um vez em batalha. Embora sua mente houvesse dado o comando para agir, seu corpo estranhamente não respondera. Toda aquela selvageria e coragem de seus companheiros passavam a sua frente como uma cena de livros e ele nada fazia.

Bastou um grito de Argh para o rinoceronte começar a normalizar seu corpo, seus movimentos. Nem mesmo o tiro que levou o abalou tanto.

Jakku sente-se completamente estranho. A bala alojada em seu corpo não o fere tanto quanto a vergonha de ter travado e deixado seus amigos sem seu apoio em meio à batalha. Seguindo como  grupo, o grandalhão se cala. Apenas segue as orientações e como sempre, fica atento a Argh.

Jakku, envergonhado e humilde, começava a acatar as duras que recebia de Madu quando o chão deixa seus pés. O sentimento de frio na barriga e as dores de seu ferimento lhe causam uma sensação estranha. Os olhos do grandalhão rapidamente se voltam para Argh. Diferentemente do seu comportamento na luta anterior, seu instinto protetivo é rápido e Jakku agarra Argh pelos braço. Alguma coisa ele teria que fazer. Em queda livre Jakku tentará arremessar Argh para o solo, impedindo que ele caia no líquido abaixo.



Jakku:
♠ 2 + Músculos 1 + Aliado 1
- Protegido 1 - Ferimentos 2

Argh:
♠ 3 + 5 (esforço)

Total = 9
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQui Fev 09, 2023 9:38 pm

ATO II
A leoa e o babuíno

Dentro de um templo com milhares de anos, em queda livre para uma armadilha mágica, a experiência de cada indivíduo é singular.

O regulano estava extasiado com os eventos. Apesar de temer pela segurança da companheira, sentia-se vivo novamente, experimentando todas aquelas sensações, afinal depois de liberto do Chapéu da Fortuna, apenas viajou em sua forma astral, já que seria muito perigoso levar Lahyla consigo, por estar fadado a acompanhar a dançarina. Ela não é apenas sua esposa ou sua amante, é também seu veículo na exploração de um mundo que ele quase não reconhece mais, de tanto tempo preso no artefato e, posteriormente, na tumba. Assim que o chão desapareceu e um fosso se abriu sob os seus pés, Hærmys, em sua forma leve, pairou no ar, livre da ação da gravidade e, assim, pôde assistir enquanto seus companheiros caiam.

Devido a seu peso, Jakku caía mais rápido que todos os outros, levando Argh junto consigo agarrado em seu corpo. Seus olhares se cruzaram e a bala alojada em seu corpo já não machucava mais o rinoceronte. Tudo o que importava naquele momento em que encaravam a morte era salvar seu companheiro.

Madu vinha logo atrás, tentando amortecer a queda cravando suas garras na parede, sem sucesso. Mantendo a pose real mesmo em frente à morte, ele cruzou os braços sob o peito como os antigos faraós e esperou mergulhar com os pés perfurando o líquido.

Em seguida, Lahyla despencou já aliviada por ver seu marido a salvo. Ela se concentrou no anel elemental em seu dedo, lembrou de seus treinamentos frequentes na Torre Táumica e conseguiu conjurar uma lufada de vento forte, suas vestes dançaram enquanto a odalisca planava de forma graciosa até a parte seca ao lado da piscina carmesim.

Instantes antes de atingir o líquido, Jakku agarrou Argh pelos braços e jogou para longe do líquido. O garoto foi amparado por Lahyla sem ferimentos, mas ficou preocupado ao ver o rinoceronte afundar, ele choramingou e estendeu os braços em direção a Jakku, sendo impedido de se lançar por um abraço de Lahyla. Hærmys partiu para o resgate do feral, tentou criar um pequeno vórtice dentro da piscina para resgatá-lo, mas cansado pelo esforço de salvar a si mesmo, não conseguiu, seu corpo elemental pedia que retornasse a sua hospedeira. Os dois ferais afundaram enquanto algumas bolhas de ar emergiram.

O rei felino nadou desesperadamente para cima tentando fugir da escuridão rubra. Alcançou a superfície e respirou desesperadamente.Lahyla e Argh olharam esperançosos, mas logo o brilho foi sumindo quando Madu tentou falar, mas começou a ser dominado por um sono profundo como se estivesse embriagado. Por mais que tentasse resistir, seus olhos insistiam em fechar e seus membros se recusavam a se movimentar. Argh desvencilhou-se de Lahyla e foi até a borda urrando ansiosamente para a piscina.

O líquido preencheu completamente os sentidos do regente de Wanyama: o odor o inebriou, o gosto o embebedou, sua visão ficou turva, seus ouvidos não mais escutavam sons e sua pele se sentiu abraçada. Madu começou a perder a batalha e afundou no vinho. De olhos abertos, sentiu algo roçar em sua pele e teve a visão de uma linda mulher com traços ferais de leoa. Estava trajada com um vestido manchado pelo visco rubro levemente transparente, jóias de ouro e oricalco cobriam seus dedos, escalavam seus braços e adornavam seu pescoço. Os membros superiores estavam cruzados sobre o peito e uma de suas mãos segurava uma máscara de madeira, adornada com pêlos alaranjados, penas azuladas, escamas esverdeadas e presas vermelhas. Era a Máscara de Ngaya.

Essa última visão o concedeu uma descarga inebriante de adrenalina. Ele gritou, fazendo bolhas saírem de sua boca. Abraçou o corpo da mulher e conseguiu voltar à superfície, nadando com um braço só para alcançar a borda da piscina onde Lahyla o auxiliou. Madu ainda estava ofegante, enquanto o elemental e sua esposa examinavam boquiabertos o corpo da mulher que ainda demonstrava uma fraca respiração e o artefato em sua mão.

— É bastante intrigante que a Máscara de Ngaya esteja conservada em vinho! Algo deve ter acontecido para que os antigos construtores deste templo tenham engendrado esta armação. — Disse Hærmys.

— Nosso povo descende e vive dela. De sua força e espírito  — respondeu Madu mantendo o tom sério, mas os olhos fixos feral mais bela que já tinha visto — Wanyama respira com o pulmão que Ngaya nos deu, quem projetou esse lugar deve ter jurado nunca deixar que sua máscara caísse em mãos erradas.

— AAAAAAAAAAARGH! — o menino ainda berrava para piscina em profunda aflição pela ausência de Jakku. Seu grito acionou novamente o modo urgência no grupo que buscavam uma solução para o membro submerso.

Hærmys passou a examinar os arredores buscando alguma pista nos grafismos das paredes. Apesar da estranha piscina, o resto da sala parecia uma tumba com os pertences da rainha morta: alguns móveis de madeira, vários shabtis para servi-la na eternidade e baús de todos os tamanhos e variedade de detalhes. De certa forma, aquele ambiente parece bem familiar ao elemental, que sente que já havia visitado tumbas de Khemet antes.

— Vejam as pinturas nas paredes, parecem contar uma história. Que segredos isso irá nos mostrar? Eu gostaria que minha memória não falhasse e fosse mais útil. Estar desta forma também não me satisfaz, sinto como se fosse um fardo para ti, Lahyla. Anseio por um corpo!

— Acalme seu coração, meu amado… Deposito minha fé em nossa comitiva. Já encontramos um dos artefatos que viemos buscar — A odalisca observa a máscara de longe, mas passeia com os olhos pela sala se perguntando que outros objetos poderiam estar ali, e se algum poderia salvar Jakku.

O elemental precisa se concentrar novamente para decifrar os hieróglifos. Os murais nas paredes eram uma mistura de cenas retratadas e descrições. Enquanto isso, Lahyla vasculha a mobília da tumba e é atraída para um pequeno baú sob um púlpito de pedra, ele cabia em uma só mão, mas era revestido no metal azulado que Hærmys chamava de oricalco e ornado com linhas sinuosas que lembravam labaredas. Ao abri-lo, a odalisca encontra um belo anel dourado, dois aros grossos unidos por uma pedra vermelha em formato de triângulo, o brilho que emitia quando refletia a luz era muito semelhante ao anel do ar que ela carregava. Estava fascinada, e só parou de contemplar seu achado quando a voz de Hærmys atravessa o cômodo.

— Acho que estou entendendo a história. É sobre um casal que reinou sobre essas terras há muitas eras… — Hærmys começa a contar a história.

“Há muitas eras, quando Khemet era o centro do mundo conhecido, Zu-Rah o rei falcão ampliava seus domínios pelo globo com auxílio de um exército de gente-fera, comandados pela rainha leão Yekhmet. Chegaram às montanhas da Ásia, reinaram sobre o mar de areia e o de ondas, anexaram até o reino submerso de gente-fera. Zu-Rah apontava a direção e tomava as decisões, mas era sua rainha Yekhmet quem sustentava os acordos. A leoa não era apenas furiosa em combate, era também uma astuta negociadora, embaixadora da paz de Zu-Rah que viajava pelos domínios mantendo a unidade dos assentamentos e a lealdade de todo o povo, feral ou não.

O reinado conheceu a instabilidade quando a comitiva da rainha desapareceu em uma de suas viagens, mas ela retornou meses depois contaminada por uma doença totalmente estranha para os curandeiros daquela época, Não tolerava a luz solar e já não se sentia mais saciada com alimentos comuns, apenas sangue. Durante as noites, devastou cidades reduzindo em muito a população de ferais obrigando o rei criar uma armadilha que faria Yekhmet cair em sono profundo já que ninguém conseguiu derrubá-la em batalha. A Tumba da Rainha Leão tragou a linhagem de seu rei que exilou-se ali sonhando com o dia que encontraria sua amada no pós-vida”.

Madu engole seco quando Hærmys termina a história. A leoa que antes o tinha hipnotizado por sua majestade e beleza agora faz seus pelos se eriçarem de terror. Sua surpresa é ainda maior quando vê na rainha dois grandes olhos amarelados que o observavam fixamente. Era possível sentir a violência que ela poderia instaurar nos próximos instantes. Resistindo ao pânico paralisante, o feral puxou a máscara da mão de Yekhmet que ainda não parecia totalmente desperta, mas que já começava a esticar as mãos e pés. Madu se afastou devagar em direção à saída com o coração palpitando e suando frio.

— Sinto... sede... — Dizia a leoa passando a mão pelo pescoço e descendo — Mas também sinto... cheiros — ela se levanta num salto e um sorriso diabólico — Babi?! Esse é meu aperitivo? — ela os avalia com o olhar e assume uma postura altiva — Corram, quero caçá-los.

Fora o teto, naquele cômodo haviam duas portas, uma para o norte e outra para o sul. Porém, a porta do sul estava barrada com grades, deixando somente um caminho para escaparem.

Aqueles que conseguem fugir pela porta, são perseguidos por um corredor comprido até alcançar outra sala, onde uma porta se fecha, deixando Yekhmet para trás. Respiram aliviados, pensando estarem a salvo, até que são cutucados por lanças de oricalco de quatro estatuetas de argila. Atrás das estatuetas, um babuíno albino bate asas e flutua sem tocar o chão.

— Por Thoth! Rendam-se ou serão massacrados.

Ao ver aquele ser, Hærmys tem um dejavu. Algo em sua mente faz parecer que aquele ser era conhecido.

[DESAFIOS]

- Fugir de Yekhmet (ND Médio). Ou enfrentá-la, sendo necessário um feito de resiliência (ND Extremo) para resistir aos seus ataques e um feito de resiliência (ND Extremo) para atacá-la.

- É possível que haja  armadilha na porta, sendo necessário um feito de Resiliência (ND Médio) para resisti-las (de todos) ou um feito de Foco (ND Difícil) para identificá-las e evitá-las (só 1 jogador).

- Enfrentar os Shabtis guerreiros: Resiliência (ND Médio) para defender-se e um feito de Atitude (ND Difícil) para vencê-los em combate (para cada shabti).

- O Babuíno que pode ser convencido com um feito de Carisma (ND Difícil) a cessar o ataque ou pode ser derrotado com um feito de Atitude (ND Extremo)

- Hærmys pode fazer um feito de Foco (ND Difícil) de memória para se lembrar dele e diminuir a dificuldade em um nível para conseguir o Babuíno como aliado

- Jakku deve fazer um teste para resistir a magia do sono (ND Difícil) e jogar com Argh nessa cena.

[RESOLUÇÃO]

Desafio: Evitar a queda (ND Médio 6)

Haermis ♠3 + 2♠ (Ágil) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Esforço) - 1 ferimento = 6
Sucesso! Ganha 1 XP.

Lahyla: ♠2 + 1 (Anel do Ar) + 4 (Esforço) - 1 ferimento = 6
Sucesso! Ganha 1 XP.

Desafio: Resistir à magia de sono (ND Difícil 8)

Madu: 3 ♣ + 5 esforço = 8
Sucesso! Ganha 2 XP.

Desafio:Salvar Argh antes de cair (ND Difícil 8)

Jakku: 2♠ + 1 Musculos + 1 Aliado - 1 Protegido - 2 Ferimento + 3♠ (Argh) + 4 esforço = 8
Sucesso! Ganha 2 XP.

Desafio: Salvar companheiro da piscina (ND Médio 7)

Haermis: ♠3 + 2 (Ágil) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Esforço) - 1 Ferimento = 6
Falha!

Desafio: Salvar a leoa da piscina (ND Médio 6)

Madu: 3 ♠ + 3 esforço = 6
Sucesso! Ganha 1 XP.

Desafio: Explorar a sala (ND Médio 5)

Haermis: ♣ 3 + 3 (Esforço) -1 Ferimento = 5
Sucesso! Ganha 1 XP.

Lahyla: ♣3 + 3 Esforço - 1 Ferimento = 5
Sucesso! Ganha 1 XP.

Esforço restante:

Madu: 7
Lahyla: 8
Haermis: 14
Jakku: 17

Artefatos:

Lahyla encontrou o seguinte artefato:
Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais Artefa17


Madu encontrou o seguinte artefato:
Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais A7f10310


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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptySeg Fev 20, 2023 11:20 pm

Um misto de terror e admiração toma Madu por inteiro. A frente dele estava uma guerreira milenar com centenas de vitórias na sua história, mas nesse momento ela estava tomada pela fome e prestes a assassina-lo e todos seus companheiros, logo agora que estava em posse máscara de Wanyama.
Ele olha para o artefato em suas mãos e por um segundo, o monarca Wanyami, jura escutar a voz da própria Ngaya em sua cabeça. Ele fecha os olhos e praticamente joga a máscara em seu rosto e sente o tempo parar. Madu pensa que aquilo era o medo paralisante pelo qual já havia passado em momentos da sua vida, como quando viu seu irmão morto pelo usurpador, mas era algo mais forte, como se toda a força de Ngaya e de Wanyama o tomasse, os espíritos animais que são tão importantes para seu povo parecem passar pelo seu corpo de uma vez só, atravessando seu peito e saindo pelas suas costas, mas deixando suas forças dentro do corpo do regente.

— Corram, quero caçá-los.

Ao ouvir isso Madu se sente um animal encurralado que sabe que seu predador quer se divertir e ele precisa entrar na brincadeira para tentar sobreviver e, com um movimento repentino que nem mesmo ele sabia antes desse dia, ele salta para trás e sente seu corpo carregado por asas através de um corredor comprido tentando ganhar distância de Yekhmet.

Do outro lado da porta, antes mesmo de entender o que estava acontecendo e bufando de cansaço, Madu sente os ataques ferozes dos Shabtis furiosos. Em um primeiro ele não entende e apenas tenta se proteger usando seus braços, mas ao olhar suas mãos, vê entre os olhos da máscara, escamas esverdeadas protegendo sua pele e usa elas para tentar se proteger dos avanços inimigos.

- Fugir de Yekhmet (ND Médio).
Destreza 3 + 1 Voo (Máscara de Wanyama [Pena]) + 1 Esforço = 5
- Se defender dos Shabtis guerreiros Resiliência (ND Médio)
Físico 1 + 2 Ossos de Ngaya + 1 Escamas (Máscara de Wanyama [Escama]) + 1 Esforço = 5
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Hærmys

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQui Fev 23, 2023 2:47 pm

A leoa levantou-se, sedenta por sangue. Olhou para o grupo como uma fera predadora olha para um rebanho de presas. Os exploradores não estavam preparados para uma ameaça antiga como aquela. Lahyla expirou, dando forma a Hærmys e fazendo com que ela ficasse mais despreocupada para conseguir fugir.

— Vá! Eu tentarei atrasá-la – disse o elemental.

O ser místico do ar gesticulou com os braços, cruzando-os de frente ao peito, produzindo uma leve névoa, o suficiente para embaçar a visão da caçadora e confundi-la, enquanto começava a levitar. Afastou os braços em seguida, usando as mãos como propulsores para o ar que dominou e fugiu, na esperança de deixar a vampira para trás.

Quando pensou estar a salvo, viu a estátuas diminutas se erguerem com as lanças em riste. Lanças de oricalco que logo despertaram o interesse de Hærmys. Mais alguns daqueles artefatos e poderia construir uma mão articulada. Um um gesto repentino, tornou-se ar puro e se transformou em uma lufada de vento, na intenção de derrubar a escultura e fazê-la se destruir com seu próprio peso na queda, até que ouviu uma voz.

— Por Thoth! Rendam-se ou serão massacrados.

Thoth! Aquele nome ecoou em suas lembranças. Hærmys se reconhecia naquele nome. Já havia atendido por aquele nome. Um dos primeiros nomes que usou neste plano. A vaga lembrança foi se tornando mais forte e o que era um rascunho de ideia foi ficando mais concreta. Lembrou-se de um pássaro de corpo esguio e bico curvado. Um animal que estava representado naquelas paredes o tempo todo e só agora, com o nome sendo pronunciado, sua visão tornou-se clara. Lembrou-se de quando deixou Wanyama, descendo o rio sagrado que nascia do lago e banhava uma faixa de deserto, onde se desenvolveu a nação de Khemet. Hærmys, ainda muito ligado à sua antiga forma aviária, adotou um novo totem como seu: a ave íbis de bico curvado como a Lua. Os ferais que o acompanharam eram de uma casta de exploradores que se depararam com homens primitivos. O contato com seres evoluídos como aqueles foi uma revolução para aquele povo, que passou a cultuá-los como deuses. Foi neste período que Hærmys assumiu o título de Zehuty, aquele que é como o íbis, devido o seu nariz curvado.

— Eu me lembro, as lembranças estão vindo como uma enxurrada. Lembro de um duelo entre irmãos, lembro da morte de um deles e o nascimento do filho do irmão morto, que reinou por esses terras até passar o controle para os humanos. Por Regulus! Eu lembro de ter ensinado a escrita para este povo! Thoth! Eu conheço este nome. Eu o usei há muito tempo, mas este foi o nome dado por outro povo, o primeiro era Zehuty, o conselheiro de Zu-Rah, o primeiro dos governantes de Khemet!

Hærmys lembra de sua antiga aparência e força sua forma atual a se parecer com aquela lembrança, com os maneirismos da época e da forma de falar.

— Sim, eu sei que mudei, mas já passei por tanto por todos estes anos!


[JOGADA]
• Fugir de Yekhmet, ND Médio:
Hærmys: ♦ 1 + 2 (Ágil) + 1 (Névoa) + 1 (Voo) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Esforço) = 7

• Defender-se do Shabti, ND Médio:
Hærmys: ♦ 1 + 2 (Ágil) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Voo) + 1 (Invisível) + 1 (Esforço) = 6

• Lembrar do babuíno, ND Médio:
Hærmys: ♣ 3 + 2 (Misticismo) + 2 (Esforço) = 7.

• Convencer o babuíno, ND Médio:
Hærmys: ♥ 1 - 2 (Horrendo) + 6 (Esforço) = 5.
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQui Mar 02, 2023 6:46 pm

ATO III
Dilúvio de Sangue

O já pesado corpo do rinoceronte afundava lentamente no líquido mas, aos olhos de Jakku, a certeza da segurança de Argh era o mais importante.

A cada braçada para tentar sair da piscina, os braços de Jakku tornavam-se cada vez mais pesados, a fadiga tomava conta de cada músculo de seu rígido corpo, um sono absurdamente irresistível tragou o grande rinoceronte. Toda a cena que se desenrolava no solo parecia algo surreal, quase onírico; as palavras dos amigos eram lentas… distantes… graves… Até mesmo o rosto do pequeno Argh ganhava uma expressão indecifrável enquanto as pálpebras de Jakku iam fechando. A luz ofuscou sua visão periférica para o centro e o seu afundar pareceu uma sensação de deitar-se em uma confortável rede. Sem conseguir resistir à sensação maravilhosa que embebedava seus sentidos, Jakku se deixou abraçar enquanto tudo à sua volta era tomado por um escarlate cada vez mais escuro..

* * *

A leoa levantou-se, sedenta por sangue. Olhou para o grupo como uma fera predadora olha para um rebanho de presas, os olhos arregalados, pupilas minúsculas e a boca levemente aberta, tornando seus caninos afiados visíveis. Os exploradores sentiam no tecido esponjoso de seus ossos que não estavam preparados para uma ameaça antiga como aquela. Ela deu um primeiro passo lento como um felino desconfiado, esticando os dedos, exibiu suas garras enquanto alongava seus braços, esbanjando um sorriso sádico. Girou a cabeça deleitosamente, sentindo os pequenos estalos.

Um misto de terror e admiração tomou Madu por inteiro, seu coração acelerou e sua mente ligou um sinal de alerta. A frente dele estava uma guerreira milenar com centenas de vitórias na sua história, mas nesse momento ela estava tomada pela fome e prestes a assassiná-lo e todos seus companheiros, logo agora que estava em posse máscara de Wanyama. A impotência parecia lentamente corroer suas articulações. Ele olhou para o artefato em suas mãos, e então para seus colegas que também demonstravam ansiedade e cautela em sua linguagem corporal.

Quando tudo parecia perdido, o monarca wanyamano, jurou escutar a voz da própria Ngaya em sua cabeça. “Madu… Madu… Seu povo precisa de você”. Ele fechou os olhos e praticamente jogou a máscara em seu rosto sentindo o tempo parar. Pensou que aquilo era o medo paralisante pelo qual já havia passado em momentos da sua vida, como quando viu seu irmão morto pelo usurpador, ou seu reino cair diante dos ferais submarinos; a diferença era que agora sentia algo mais forte, como se toda a força de Ngaya e de Wanyama o tomasse. Conseguia ver os espíritos dos animais que eram tão importantes para seu povo passar pelo seu corpo como espectros luminosos de uma só vez, atravessando seu peito como uma lança pesada e dolorosa, mas que saindo pelas suas costas, uma descarga de energia revigorante que eriçava seus pelos, aqueles animais tinham deixado suas forças dentro do corpo do regente. O tempo voltou a correr quando finalmente a voz da rainha foi ouvida.

— Corram… - ela soava imperativa e irredutível - Quero caçá-los.

Ao ouvir isso, Madu se sentiu como um animal encurralado que sabe que seu predador quer se divertir e precisa entrar na brincadeira para tentar sobreviver. Com um movimento repentino que nem mesmo ele sabia ser capaz de realizar antes desse dia, ele saltou para trás e sentiu seu corpo carregado por asas.


Lahyla expirou, impressionada pelo que acontecera com Madu, dando forma a Hærmys e fazendo com que ela ficasse mais despreocupada para conseguir fugir.

— Vá! Eu tentarei atrasá-la – disse o elemental.

A odalisca soltou uma lufada de vento pelo anel para aumentar sua velocidade e a distância da leoa faminta. Argh gritou um lamento e seguiu os amigos quando Lahyla o puxou pelo braço impulsionada pela magia de seu anel, sentindo-se incapaz por ter que deixar Jakku para trás ele chorou copiosamente, os olhos transbordando em lágrimas enquanto o ranho escorria de suas narinas. A dupla seguia o agora regente alado. Haermys por outro lado, gesticulou com os braços, cruzando-os de frente ao peito, produzindo uma leve névoa que espalhou-se pela sala a partir dele, ofuscando a visão da caçadora que parecia se divertir com aquela cena. Afastou os braços em seguida, começando a levitar, e usando as mãos como propulsores para o ar que dominou e fugiu, na esperança de deixar a vampira para trás. O problema era que a rainha era uma caçadora experiente e tinha os outros sentidos tão aguçados quanto sua visão.

Suas garras passaram raspando pelo corpo do elemental, que ficou aliviado ao vê-la atravessá-lo sem causar dano, ela rosnou a aumentou a velocidade o ultrapassando. A investida da mulher leoa deixou um rastro vermelho pelo chão do vinho pingando em suas vestes e o tintilar de suas jóias ampliaram o impacto de seu avanço pelo som de metais sacudindo. Os músculos de suas coxas tremiam a cada passo pesado, e quando ela se inclinou, seus braços fortes serviram de impulsionadores antes dela disparar como uma flecha da direção do pequeno Argh. Mesmo acostumado a fugir dos predadores, jamais teria visto um desafio como aquele, ele sentiu aquela presença colossal caindo sobre si deixando o instinto de sobrevivência do garoto e a adrenalina explodindo em seu corpo. Seu coração estava prestes a sair pela boca quando a rainha aterrissou, ele rolou pelo chão no último segundo e aos tropeços reergueu-se e continuou sua disparada enquanto a leoa crava suas garras no chão de pedra freando próxima a piscina.

Os quatro sobreviventes viam a porta adiante tão próxima, mas ao mesmo tempo tão distante. A última investida da leoa foi tão súbita que sequer tinham processado todas as movimentações. Tanto na selva, quanto naquele templo milenar, era importante observar com atenção para onde estava indo para não cair em outra armadilha. Correndo para a porta que parecia ser a única saída, Argh percebe uma coloração diferente nas pedras que cobriam o chão próximo a ela.

— Aaaaargh! — Ele gritou para os companheiros, balançando os braços para cima. Quando eles hesitaram para prestar atenção nele, Argh passou na frente e saltou sobre as pedras, passando pela porta. Do outro lado, ele apontou para onde acabara de passar — Argh!

Haermys e Madu passaram voando sem dificuldades e Lahyla conseguiu saltar usando o anel do ar de apoio para ir mais longe. Vendo que estavam todos a salvo e a predadora ainda vindo em sua direção, Lahyla soltou outra lufada de ar para pressionar as pedras que Argh havia notado, ativando a armadilha por trás delas. Um paralelepípedo enorme de pedra caiu do teto no exato lugar onde as pedras estavam. Teriam esmagado qualquer um que pisasse ali, mas agora serviam para selar Yekhmet do outro lado. Ao menos por enquanto.

Passaram pela porta ofegantes e exauridos. Escorando-se na parede ou simplesmente sentando no chão tentavam puxar algum fôlego. As mãos de Lahyla tremiam devido o estresse da situação, enquanto o pequeno Argh não conseguia parar de tensionar a mandíbula apertando os dentes uns contra os outros. Madu aterrissou, tentando não transparecer o pânico que ainda fazia vibrar seus tendões por baixo de sua pele e oferecer algum acolhimento para Argh, enquanto Haermys se aproximava de sua esposa. Todos olharam para trás ao mesmo tempo quando um estrondo ecoou do bloco de pedra e uma pequena rachadura emergiu da rocha. Tinha que seguir em fuga.

Atravessaram um cômodo estreito que dava em um corredor que serpenteava quatro vezes em zigue-zague até finalmente chegarem em outra câmara circular ao passarem por dois portões ricamente adornados com hieróglifos que atiçaram a curiosidade de Haermys, apesar da falta de tempo hábil para desvendá-los . A nova câmara tinha todo o teto preenchido com estátuas em alto relevo, como se inúmeros homenzinhos estivessem emergindo da rocha com lanças com pontas de oricalco que logo despertaram o interesse de Hærmys. O chão côncavo que dava uma ilusão de câmara circular estava cravejado de pequenas gemas de oricalca em padronagens caóticas. Três portas de batentes dourados na outra extremidade da câmara os aguardava em quase trinta metros. Pensaram estar a salvo e deram os primeiros passos até que as estátuas de barro que erguiam lanças em riste descolaram-se do teto e entravam em formação impedindo o avanço do grupo. A porta atrás deles fechou-se de imediato.

Respondendo com um gesto repentino, Haermys tornou-se ar puro e se transformou em uma lufada de vento, na intenção de derrubar a escultura e fazê-la se destruir com seu próprio peso na queda, até que ouviu uma voz e ficou paralisado enquanto lança do inimigo atravessou seu corpo intangível sem causar dano.

— Por Thoth! Rendam-se ou serão massacrados.

Thoth! Aquele nome ecoou em suas lembranças. Hærmys se reconhecia naquele nome. Já havia atendido por aquele nome. Um dos primeiros nomes que usou neste plano. A vaga lembrança foi se tornando mais forte e o que era um rascunho de ideia foi ficando mais concreto. Lembrou-se de um pássaro de corpo esguio e bico curvado. Um animal que estava representado naquelas paredes o tempo todo e só agora, com o nome sendo pronunciado, sua visão tornou-se clara. Lembrou-se de quando deixou Wanyama, descendo o rio sagrado que nascia do lago e banhava uma faixa de deserto, onde se desenvolveu a nação de Khemet. Hærmys, ainda muito ligado à sua antiga forma aviária, adotou um novo totem como seu: a ave íbis de bico curvo como a Lua. Os ferais que o acompanhavam eram de uma casta de exploradores que se depararam com homens primitivos. O contato com seres evoluídos como aqueles foi uma revolução para aquele povo, que passou a cultuá-los como deuses. Foi neste período que Hærmys assumiu o título de Zehuty, aquele que é como o íbis, devido ao seu nariz curvado.

Enquanto Haermys ficou paralisado pelo turbilhão de lembranças, os shabtis atacaram os invasores. Uma lança brilhante estocou na direção de Madu, que por instinto colocou os braços na frente, sem tempo para se afastar. Ele esperou a dor do ferimento, mas ela não veio. Ao olhar suas mãos, viu entre os olhos da máscara, escamas esverdeadas protegendo sua pele como uma armadura. Ele não sabia como controlar aquilo, mas estava grato por Ngaya o estar protegendo.

Quando outra lança desceu sobre Argh como uma espada, ele rolou para o lado, fazendo o guerreiro de barro fincar a arma no chão. Lahyla defendeu o ataque de outro guerreiro com sua espada e viu Argh se aproximando. O menino selvagem rolava para trás, pulava para o lado, desviando aos poucos da lança inimiga e levando-a de encontro ao shabti que enfrentava Lahyla. Quando estava entre os dois, rolou para o lado, fazendo uma estátua atacar a outra e vendo uma delas despedaçar no chão, deixando a lança para trás.

— Eu me lembro! As lembranças estão vindo como uma enxurrada! — Haermys gritou enquanto segurava a cabeça.

Lahyla estava preocupada com seu amado e o ser com a aparência de um babuíno
voando, que aparentemente coordenava o ataque ao grupo, também o encarava com interesse. Lembrando se seus ensinamentos dos costumes Sha’ir, Lahyla se concentrou em seus poderes. Com uma dança repentina, ela se posicionou entre o marido e o babuíno e começou a elevar sua moral com uma inspiração heróica.

🎵 Haermys meu amado, do ar elemental,
lutador tão estimado da luta bem contra o mal.

Vem de longe, de outra era, com muita vivacidade.
Vem a Terra e nos apoia,
Com vasta habilidade.

Mil pessoas em seu caminho, nesses anos já vivido.
Me escolheu para ser sua, e se fez meu marido.

És o ar que eu respiro, meu amado e meu amor,
Vença agora o inimigo, o derrote com fervor.🎵



O feitiço pareceu funcionar, deixando o entendimento de Haermys sobre aquela enxurrada mais claro.

— Lembro de um duelo entre irmãos, lembro da morte de um deles e o nascimento do filho do irmão morto, que reinou por essas terras até passar o controle para os humanos. Por Regulus! Eu lembro de ter ensinado a escrita para este povo! Thoth! Eu conheço este nome. Eu o usei há muito tempo, mas este foi o nome dado por outro povo, o primeiro era Zehuty, o conselheiro de Zu-Rah, o primeiro dos governantes de Khemet!

Hærmys lembrou de sua antiga aparência e forçou sua forma atual a se parecer com aquela lembrança, com os maneirismos da época e da forma de falar. O vapor condensado tomou o formato de um saiote, o peito nu coberto somente por o que pareciam ser jóias e a cabeça de um íbis com um longo bico.

— Sim, eu sei que mudei, mas já passei por tanto por todos estes anos!

O babuíno ficou ofegante e começou a soltar o que parecia ser uma risada gutural, como duas pedras riscando uma na outra. Só Argh entendeu que ele estava mandando as estátuas pararem de atacar. Ele voou até mais perto do elemental.

— Mestre Thoth! Como isso é possível? Já fazem tantos milênios, pensei que nunca mais voltaria. Como pôde abandonar seu mais fiel servo por tanto tempo?

— São muitas histórias. Passei por muitos lugares por vários séculos e achei que a civilização de Khemet já tinha prosperado o suficiente. Era hora de levar isso a outros cantos. Mas fui aprisionado na Warábia, dentro de meu Chapéu, e só consegui ser libertado por esta mulher, minha esposa, Lahyla.

O reencontro foi interrompido pelo som da leoa socando a pedra que a mantinha afastada deles.

— Babi, você tem um plano para conter aquela criatura?

— É claro, foi você quem fez o plano. Podemos ativar a inundação do templo e garantir que ela durma por mais alguns séculos, mesmo que acabemos presos também.

— O que? Não posso ficar preso aqui por séculos. Tenho um povo para guiar. — Disse Madu.

— Então é melhor nos apressarmos. Cada segundo que passa a chance de Yekhmet fugir é maior. Se ela sair daqui, o mundo dos homens estará perdido.

— Aaargh?

— Nós voltaremos por ele, Argh. Se ele ficar no sono profundo como a leoa, nada mau vai acontecer até voltarmos — Madu tentou acalmar o jovem, mas já não tinha tanta certeza.

— Então vamos, sigam-me.

O babuíno voou na frente, seguido por seus três guerreiros de barro restantes com suas lanças reluzentes. Haermys vinha atrás, seguido por Lahyla e Madu. Por último, Argh, ainda sofrendo por deixar Jakku, tentou pegar a lança do shabti abatido mas não conseguiu erguê-la, era pesada demais.

Babi os levou até uma saleta que parecia uma pequena biblioteca com vários papiros em estantes de madeira. Muitos shabtis estavam enfileirados como um pequeno exército. O zelador do templo pegou um totem parecido com os do desafio para abrir o templo que os exploradores haviam passado, em forma de um babuíno.

— A resposta é sempre o babuíno, mestre. As outras espécies são para confundir os invasores, especialmente aqueles que procuram a leoa.

Babi colocou o totem em um pedestal e todos ouviram os sons dos mecanismos sendo ativados sob as pedras no chão e por trás das paredes. Em seguida, o som de líquido caindo preencheu seus ouvidos. O babuíno pegou uma bolsa de couro, passou pelo ombro e guardou alguns papiros dentro. Com um assobio, fez seus guerreiros reduzirem à forma de pequenas estatuetas inanimadas que guardou na bolsa. As três lanças de oricalco ficaram caídas no chão.

— Temos que correr, em breve a poção do sono irá nos alcançar e ficaremos presos.

O babuíno guia o grupo pelas escadas e corredores do templo tentando sair dali, mas logo o líquido começa a subir atrás deles e pode alcançá-los.

Ao alcançar a porta do templo, eles saem por uma porta secreta que se abre atrás da mastaba que viram ao chegar. Logo ao pisar na areia do oásis, são surpreendidos pelos assassinos que ainda os esperavam.

— Finalmente saiu de seu esconderijo, Lahyla. Você vai pagar por ter me deixado para trás por todos esses anos. Ou nem mesmo se lembra de sua irmã? — Diz a líder dos mascarados, já impaciente após esperar tanto.

Lahyla finalmente entende tudo e suas pernas ficam bambas. Aquela voz conhecida era de Latifah, a irmã que tinha abandonado e pensou que nunca mais veria.

[DESAFIOS]

- Fugir da inundação (Atitude Médio)
- Opcional: Carregar lança de oricalco (Atitude. 1 Lança = Fácil, 2 Lanças = Médio, 3 =  Difícil)
- Enfrentar os assassinos (Ainda restam 6 deles. Resistencia/Atitude Médio para cada) OU Criar uma distração para permitir uma fuga (ND Difícil)
- Babi pode mandar seus 3 shabtis contra 1 assassino cada, mas eles só conseguem lutar se vocês tiverem carregado lanças pra eles.
- Opcional: Enfrentar Latifah (ND Difícil)

[RESOLUÇÃO]

Desafio: Fugir de Yekhmet (ND Médio 5)

Madu: Destreza 3 + 1 Voo (Máscara de Wanyama [Pena]) + 1 Esforço = 5
Sucesso. Ganha 1 XP.

Hærmys: ♦1 + 2 (Ágil) + 1 (Névoa) + 1 (Voo) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Esforço) - 1 Ferimento = 6
Sucesso. Ganha 1 XP.

Lahyla: ♦2+ 1(Ar) + 3 esforços - 1 Ferimento = 5
Sucesso. Ganha 1 XP.

Argh: 3E + 2 Esforço = 5
Sucesso. Ganha 1 XP.

Desafio: Encontrar  armadilha na porta (ND Difícil 7).
Argh: 1♣ + 2 (Sobrevivencia) + 4 Esforço = 7.
Sucesso. Ganha 2 XP.

Desafio: Defender-se dos Shabtis guerreiros (ND Médio 5)

Madu: ♦1 + 2 Ossos de Ngaya + 1 Escamas (Máscara de Wanyama [Escama]) + 1 Esforço = 5
Sucesso. Ganha 1 XP.

Hærmys: ♦1 + 2 (Ágil) + 1 (Domínio do Ar) + 1 (Voo) + 1 (Invisível) + 1 (Esforço) -1 Ferimento = 5
Sucesso. Ganha 1 XP.

Lahyla: ♦2 +2(luta) + 2 Esforços - 1 Ferimento = 5
Sucesso. Ganha 1 XP.

Argh: ♦1 + 4 Esforço = 5.
Sucesso. Ganha 1 XP.

Desafio: Atacar Shabti guerreiro (ND Difícil 7)
Argh: 3E + 4 Esforço = 7.
Sucesso. Ganha 2 XP.

Desafio: Lembrar do Babuíno (ND Medio 7)
Hærmys: ♣3 + 2 (Misticismo) + 2 (Esforço) = 7
Sucesso. Ganha 1 XP.

Desafio: Convencer o Babuíno (ND Médio 5)
Hærmys: ♥ 1 - 2 (Horrendo) + 5 (Esforço) + 1 Inspiração (Lahyla) = 5.
Sucesso. Ganha 1 XP.


Desafio: Resistir à magia do sono (ND Difícil).
Jakku: ♣1 + 1 Esforço = 2.
Falha.


Esforço restante:

Madu: 5
Lahyla: 3
Haermis: 5
Jakkargh: 2


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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQua Mar 08, 2023 2:42 pm

Usando as habilidades de voo da mascara, Madu alça voo e tenta se afastar o mais rápido possível do vinho sonífero que inundava aquela crepita amaldiçoada.
O monarca e seus companheiros deixam para trás Sekhmet, mas junto dela um de seus amigos mais antigos, Jakku agora estava preso junto daquele ser que exalava ferocidade, mais do que ele já havia visto em qualquer animal selvagem ensandecido atacando sua presa, ao olhar para Sekhmet ele via uma leoa tão feroz que seu fervor de batalha poderia varrer o mundo inteiro com suas próprias mãos se fosse liberta e Madu sente medo de que esse dia chegue em algum momento, uma fúria como aquela liberta no mundo causaria desastres nunca antes imaginados e seu amigo havia ficado preso com ela em sua cela de vinho.

Antes mesmo de poder colocar a mão no ombro de Argh para confortar o menino, Madu sente o odor suculento de presas... Ele sente que ter estado na presença daquela força da natureza recém despertada havia mexido com sua mente. Ele balança a cabeça tentando espantar aquele pensamento e escuta a conversa de Lahyla com quem se revela irmã da sua guia de viagem, ele vê nos olhos da mulher que ambas travariam um confronto e, cansado, Madu se esforça para ir ao encontro dos outros lacaios e subjuga-los numa ultima batalha.

O regente de Wanyama coloca sua máscara novamente e, quase como um instinto, começa a levitar antes de se lançar em um voo feroz na direção dois dos assassinos. Antes do impacto ele começa a girar e usr suas garras para tentar rasgar o peito e rosto dos inimigos antes de começar a aplicar sequencias de socos e chutes na tentativa de nocautear seus inimigos. Ele irá usar sua agilidade e destreza dos movimentos para tentar desviar dos ataques mas, sabendo que já está cansado, vai usar os poderes da máscara e tentar proteger o próprio corpo com as escamas que a máscara lhe permite usar.

- Fugir da inundação (Atitude Médio)
3 Destreza + 1 Voo (Mascara de Wanyama) + 1 Esforço = 5

- Enfrentar os assassinos (Ainda restam 6 deles. Resistencia/Atitude Médio para cada) (2 assassinos)

Assassino 1
Atitude: 3 Destreza + 2 (Ossos de Ngaya) + 1 Garras + 1 Voo (Mascara de Wanyama) + 1 Esforço = 8
Resistencia: 1 Resistencia + 2 (Ossos de Ngaya) + 1 Escamas (Mascara de Wanyama) +1 esforço = 5
Assassino 2
Atitude: 3 Destreza + 2 (Ossos de Ngaya) + 1 Garras + 1 Voo (Mascara de Wanyama) + 1 Esforço = 8
Resistencia: 1 Resistencia + 2 (Ossos de Ngaya) + 1 Escamas (Mascara de Wanyama) +1 esforço = 5


Última edição por Madu Simba em Qua Mar 08, 2023 3:48 pm, editado 1 vez(es)
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Hærmys

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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyQua Mar 08, 2023 2:47 pm

— Lanças de oricalco — Pensou Hærmys — é disso que preciso para construir um corpo como receptáculo.

O djinn fez menção de apanhar uma peça, até ser alertado por Babi que o vinho da sonolência logo os alcançaria.

— Estes artefatos não podem ficar aqui. Estas peças servirão como meus membros no futuro.

Conjurando os ventos com seu domínio sobre o ar, Hærmys criou dois pequenos redemoinhos, dando-lhe um aspecto bípede, onde cada lança é uma de suas pernas. O elemental caminhou desajeitadamente com seus novos e improvisados membros e acompanhou o grupo para fora, deixando para trás um dos lugares onde várias de suas memórias se perderiam. Por sorte, agora está acompanhado por Babi e este símio sempre teve uma memória de elefante. Seria de grande ajuda no resgate da memória de Hærmys.

O antigo regulano se regojizava. Conseguiu recuperar parte do oricalco e trouxe do passado um amigo de longa data, além de deixar um mal lacrado para trás. Seu sorriso se desfez quando os mercenários do deserto saíram de seus esconderijos, armas em riste e prontos para a tocaia.

A líder deles revelou-se sua cunhada, mas ele sentiu que este drama familiar deveria ser encarado por Lahyla.

— Minha querida — ele disse em seus ouvidos — Irei me certificar que tenha seu momento com sua irmã. Ao menor sinal de perigo, use a chave da Torre e vá para casa. Acompanharei você logo em seguida.

Deixando as lanças com Babi, Hærmys transformou-se em ar puro e se tornou invisível e correu ao redor do grupo de bandidos. Usando o seu domínio sobre o ar, o djinn manipulou os ventos, para que, aos poucos, uma cortina de ar e areia confundisse os saqueadores, dando tempo para que Argh e Madu se agrupassem com Babi e Lahyla. Assim que estivessem todos em segurança, o elemental usa seu poder de voo para alcançar seu grupo a tempo de chegar à entrada da Torre Táumica.

Em segurança, Hærmys pretende apresentar Babi a todos os habitantes da Torre, se precavendo da rejeição que Sphinx terá com o babuíno e segurando Ammyt para não atacá-lo.



[JOGADA]
• Fugir da inundação (Atitude Médio)
Hærmys: ♠ 3 + 2 (ágil) + 1 (domínio do ar) + 1 (esforço) - 1 (ferimento) = 6

• Carregar 2 lanças de oricalco (Atitude Médio)
Hærmys: ♠ 3 + 2 (ágil) + 1 (domínio do ar) + 1 (esforço) - 1 (ferimento) = 6

• Criar uma distração para permitir uma fuga (ND Difícil)
Hærmys: ♠ 3 + 2 (ágil) + 1 (domínio do ar) + 1 (invisível) + 3 (esforço) - 1 (ferimento) = 9
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MensagemAssunto: Re: Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais   Episódio 05 - A Tumba dos Antigos Ferais EmptyDom Mar 19, 2023 10:32 pm

FINAL
A Tempestade da Perdição

— Lanças de oricalco — Pensou Hærmys — é disso que preciso para construir um corpo como receptáculo.

O djinn fez menção de apanhar uma peça, até ser alertado por Babi que o vinho da sonolência logo os alcançaria.

— Estes artefatos não podem ficar aqui. Estas peças servirão como meus membros no futuro.

Conjurando os ventos com seu domínio sobre o ar, Hærmys criou dois pequenos redemoinhos, dando-lhe um aspecto bípede, onde cada lança é uma de suas pernas. O elemental caminhou desajeitadamente com seus novos e improvisados membros e acompanhou o grupo.

Usando as habilidades da máscara, Madu alçou voo e tentou se afastar o mais rápido possível do vinho sonífero que inundava aquela cripta amaldiçoada. O mecanismo responsável pela inundação fora programado para desestabilizar a estrutura da tumba que chacoalhava enquanto pequenas cascatas de areia caíam das rachaduras das pedras, indicando que tudo estava afundando. Lahyla dançou entre os escombros que implodiam das paredes revelando encanamentos que jorravam mais do vinho sonífero. Soltando uma rajada de ar, evitou que o gêiser caísse sobre o grupo que apertou o passo,  passaram por mais dois corredores e duas câmaras circulares. A porta que levaria mais rápido a superfície estava obstruída por uma estátua destruída aumentando a palpitação e ansiedade do grupo. Todos buscavam alternativas para aquele impasse, o pânico fazia a câmara parecer menor, fechar-se ao redor dos exploradores enquanto o teto tremia com o peso da areia que tombava sobre a tumba. O rugido distante de Yekmeth ecoou causando um último arrepio na espinha de cada um, o desespero fez Babi optar por uma medida drástica; apontou num ponto do teto onde a areia já caíram com força, Lahyla e Hærmys entenderam o recado e combinaram seus poderes num golpe concentrado de vento que acelerou o desmoronamento, o buraco no teto revelou-se como atalho para alcançarem o andar de cima. Madu alçou voo, Lahyla se impulsionou para cima com uma rajada de ar e depois uma de fogo para aumentar sua velocidade. Ela e Madu conseguiram chegar ao andar de cima antes de todos, e logo vieram Hærmys e Babi. Ao final do corredor, já conseguiam ver a escadaria que os levaria para fora daquela tumba, o grupo sorria ofegante, tinha sobrevivido e encontrado o que procuravam. Foi quando notaram a falta de Argh e abaixo deles o nível da inundação subia com velocidade.

Argh ainda estava na primeira câmara e encarava o líquido vermelho, vendo seu reflexo nele. Seu coração mandava mergulhar e ir atrás de Jakku, mas sua mente sabia que devia recuar, ou também ficaria preso ali para sempre. Seu corpo cansado também desejava ceder. Seria tão ruim ser sepultado ali com seu amado? Um fim indolor para acabar com aquela vida de sofrimento. Não! Argh bateu em sua própria cabeça irritado para afastar aquele pensamento. Ele sabia que se ele estivesse preso lá embaixo, Jakku não desistiria de salvá-lo. Precisava ser forte para sobreviver e voltar por ele. Argh colocou a mão sobre o peito e jurou voltar para salvá-lo. Ele soltou um grito que ecoou pelo templo e alcançou os ouvidos de seus amigos. Pela primeira vez em anos eles escutaram o garoto gritar um nome diferente:

— JAKKUUUU!!

Ele disparou pelo corredor de forma desajeitada, escorregando em pedras úmidas e tentando recobrar o equilíbrio enquanto fugia das águas vermelhas que engoliam as estátuas, escrituras, baús de tesouro, bifurcações e baixos relevos com uma velocidade violenta. O teto da tumba tremia enquanto buracos se abriram nas paredes jorrando ainda mais daquele rubro líquido do sono. Uma onda ergueu-se atrás de Argh e o jogou bruscamente contra uma parede. Ele sentiu um “crack” em seu ombro, forçou-se engolir o choro enquanto o vermelho no local do impacto tornava-se roxo, tinha que se levantar ou não chegaria a tempo de se juntar aos seus amigos. A água já estava em seus joelhos quando a segunda onda veio.

Lá em cima, o regente de wanyama se preparou para o resgate, mas o babuíno segurou seu pulso com um semblante tristonho, com a outra mão ele apontava para a base das escadarias onde se encontravam. Elas apresentavam rachaduras indicando a fragilidade em que já se encontravam, a estrutura das colunas que sustentavam o teto sob as cabeças já gemiam anunciando seu rompimento… Babi tomou a dianteira em direção ao último lance de escadas puxando o regente, insistindo que o seguisse, enquanto Madu olhava incrédulo para o buraco de onde se ouvia um choro distante lá em baixo, o caminho recém percorrido já estava inviável com o nível do vinho.

Um feixe de luz externa invadiu a estreita escadaria, a porta aberta por Babi revelou novamente o oásis e o lago circular que continha o templo. Saíram a pouquíssimos metros das costas da mastaba. O calor escaldante nem se comparava com o frio da tristeza por deixarem Jakku e Argh para trás, a sensação de dever cumprido também estava ali, em algum lugar… Precisa estar, para fazer valer o sacrifício. Haviam encontrado a Máscara de Ngaya e Hærmys conseguiu recuperar parte do oricalco, além de trazer consigo um amigo de longa data e  deixar um mal lacrado para trás. Assim que saíram do templo, a passagem se fechou atrás deles.

— Vamos ter que chegar à porta da frente para abrir a passagem para a Torre Táumica — Disse Hærmys.

O grupo seguiu para dar a volta no templo, mas se juntaram em alerta quando uma saraivada de tiros de aviso ricocheteou próxima de seus pés. De repente os mercenários que haviam enfrentado antes saíram de esconderijos no meio das árvores e de cima do templo, cercando-os.

— Finalmente saiu de seu esconderijo, Lahyla — A líder dos mascarados pulou na frente da feiticeira, enquanto seus homens ainda ficaram afastados. Ela removeu a máscara, revelando um rosto muito parecido com Lahyla, mas de feições endurecidas e olhar frio.

A odalisca finalmente entendeu tudo e suas pernas ficaram bambas. Aquela voz conhecida era de Latifah, a irmã que tinha abandonado e pensou que nunca mais veria.

Flashback:

Lahyla volta para si com a voz de Hærmys ao seu lado.

— Minha querida — ele disse em seus ouvidos — Irei me certificar que tenha seu momento com sua irmã. Ao menor sinal de perigo, use a chave da Torre e vá para casa. Acompanharei você logo em seguida.

Deixando as lanças com Babi, Hærmys transformou-se em ar puro e se tornou invisível. O gesto foi mal visto pelos assassinos que sacaram suas espadas e pistolas. Babi tirou duas pequenas estatuetas de sua bolsa e soltou no chão. Os shabtis cresceram até o tamanho de um ser humano e pegaram as pesadas lanças, se posicionando para proteger Babi e Lahyla.

Madu vestiu a Máscara de Ngaya. Estava começando a se acostumar com o uso do artefato, mágicamente ele respondia aos instintos de sobrevivência de seu portador, bastou que enrijecesse os ombros e se impulsionasse para cima, e novamente estava voando como um Pena. Depois do que tinha passado naquela tumba, não seriam aqueles assassinos que o impediriam de concluir sua missão. O poder fazia florescer lentamente mais uma vez o orgulho e a confiança de Madu Simba.

Quando dois assassinos tentaram pular do teto do templo, Madu voou ferozmente por entre eles, inclinou-se o suficiente para esquivar a investida da dupla, esticou as pernas e se posicionou de forma que seus pés batessem no peito de seus adversários lançando-os de volta para cima da mastaba. O primeiro foi ao chão, mas o outro deu um mortal para trás, pegando sua pistola em um instante e atirou no feral, que ganhou mais altura evitando ser ferido, voou ao redor do templo, fazendo os inimigos girarem para mantê-lo à vista.

Com um movimento rápido, Madu desceu com um rasante entre os dois assassinos, girou como um parafuso mantendo as garras esticadas, rasgando os dois no peito e fazendo um deles largar sua pistola. Feridos, mas não derrotados, eles atacaram com suas espadas, um pela esquerda, ou outro pela direita, tentando encurralar o feral. O rompante teria sido efetivo, mas encontraram a pele de Madu transformada em resistentes escamas verdes. Admirados com aquela demonstração de poder, os dois não foram capazes de resistir quando Madu os nocauteou com socos e chutes.

No chão, os shabtis com lanças de oricalco estavam sendo subjugados pelos inimigos, que estavam em maior número. Ágeis e organizados, não só evitavam os ataques dos shabtis como se posicionavam de forma a confundí-los. Dois assassinos para cada estatueta, que apesar de resistentes, eram muito lentas.

Enquanto combates mortais eram travados ao seu redor, Lahyla e Latifah discutiam.

— Latifah? — os olhos da odalisca começaram a se encher de lágrimas — M’irmã que dádiva vê-la novamente! Abaixe essa espada… Porque está contra mim? — Lahyla sentiu o pequeno pedaço de pano em seu bolso como se pesasse uma tonelada. Uma relíquia que ela conseguiu guardar por todo esse tempo.

— Devíamos ter lutado para defender nosso povo! Mas você fugiu não só de mim, mas da sua responsabilidade. Perdemos tudo porque você fugiu.

— Eu fui raptada naquela noite. Minha vida virou um inferno, mas não teve um dia que não pensei em você irmã, te procurei sempre por onde passei. Fale direito comigo, porque mudou tanto assim?

— Porque eu fiquei sozinha! Porque tenho uma dívida a pagar! Porque eu não tinha minha irmã para me apoiar!

Aquelas palavras mexeram com a odalisca. Lembrando de todas as desavenças que tivera com a irmã, as pequenas encrencas que se metiam e como no final de cada dia, sempre riam juntas, confiavam uma na outra para abrir suas fragilidades e sonhos. Isso deixou Lahyla abalada de forma que não pode mais se conter, e as lágrimas vieram como uma enxurrada, ela viu-se caminhando na direção de Latifah de braços abertos, mas logo se retraiu quando a irmã voltou a vociferar suas mágoas e pisando raivosa em direção da odalisca.

— Eu cuidei das outras meninas, me entreguei no lugar delas para que as mais novas não sofressem! Eu cumpro ordens para mantê-las a salvo como você me mantinha quando era a mais velha! Se eu falho em minha missão eles as desonram! As punem na minha frente! Tem ideia do que é ter outras vidas na sua mão Lahyla?

Lahyla estava desarmada perante a atitude da irmã, sentiu-se a pior pessoa por ter fugido, por ter sido capturada, por não ter a procurado o suficiente, por ter passado tanto tempo na torre acomodada com o conforto; nada disso era de fato culpa dela, mas não podia deixar de sofrer por sua irmã, que foi uma menina meiga, mas inquieta, aventureira e destemida,e que agora carregava um fardo mais pesado do que Lahyla jamais poderia imaginar. Latifah terminou de se aproximar. Pressionava os lábios e os olhos como quem segura o choro, mas seus olhos vermelhos a denunciavam, num instante as duas estavam frente a frente. Lahyla pousou a mão do rosto dela, tentou sorrir esperançosa, afinal se reencontraram, tudo poderia se ajeitar agora que estavam juntas novamente, morariam juntas na torre, resgatariam as meninas com a ajuda dos novos amigos de Lahyla! Olhou do fundo dos olhos de sua irmã, abriu a boca para convencê-la a ir com eles, mas logo sua expressão tornou-se surpresa e então dor.

Olhou para baixo e viu a mão de sua irmã segurando o punhal que entrava em seu abdômen. Incrédula tentou se agarrar em Latifah antes de seus joelhos cederem e ela cair ao chão. Latifah se abaixou e pousou a cabeça dela em sua coxa, tirando o cabelo de Lahyla do rosto. Maior que a dor da punhalada foi a do peito que pulsava acelerado enquanto o sangue tingia as vestes da odalisca. Lahyla fechava os olhos lentamente, jurava que via Latifah chorar, ela pousa novamente uma das mãos no rosto da irmã e começa a cantar enquanto gesticulava com uma delicadeza serena a outra mão que antes pressionava a ferida:


🎵Quando estava enclausurada, sempre triste e sozinha,
Sempre à noite eu chorava, onde está minha irmãzinha...
No silêncio da minha cela, só pensava em fugir,
Pra achar minha família, e da solidão sair.
Não foi fácil a minha vida, nunca parei de lutar
Não sabe de nada se não estar no meu lugar
Hoje tenho muitos amigos, e isso me fez crescer
Mas vi tanta gente boa, ao meu lado padecer,
Hoje com muita tristeza, te encontro desse jeito
Rodeada de bandidos, querendo impor o medo

Mas minha irmã querida, estás no meu coração
Pena que nesse momento estou em uma missão
Meu marido vai comigo nessa longa caminhada
Eu queria era ter tempo pra te dar uma palmada
Irmãzinha vou embora, pois agora estou com pressa
Outro dia eu te pego e termino essa conversa.🎵

Latifah sentiu as emoções da irmã penetrando em sua mente como facas afiadas. Provou as emoções que Lahyla guardou por todos aqueles anos quase como uma dor física. Ela gritou para o céu  sua angústia em ferir a própria irmã, ainda que de forma não letal. Lahyla deu tudo de si naquela canção, esgotando suas reservas de energia para realizar a magia que deixou Latifah atônita.

— Me desculpe por isso Lahyla, mas eu preciso te levar comigo — Latifah comprimiu o ferimento da Lahyla desacordada e tentou erguê-la de forma atrapalhada, mas o feitiço de sua irmã ainda fazia efeito e ambas tombaram rolando pela areia.

Foi quando Hærmys viu sua esposa em perigo e se apressou em usar o seu domínio sobre o ar. O djinn manipulou os ventos, para que, aos poucos, uma cortina de ar e areia confundisse os saqueadores, dando tempo para que Madu resgatasse Lahyla e se reunisse com Babi próximo da porta dianteira do templo.

Os inimigos recuaram, e Hærmys alçou voo para a porta do templo. Pegou a chave que deixara com Lahyla e abriu o portal para a Torre Táumica o mais rápido que pôde, o que restou daquele grupo lançou-se para dentro do portal caindo um sob o outro como uma cascata de infortúnios, exaustos e exauridos. Hærmys fechou a porta assim que notou que já estavam em segurança deixando para trás a  mastaba que afundava nas areias.

EPÍLOGO I

O som dos tambores faziam a terra tremer. Todo feral fez-se presente para honrar a vida daqueles que não voltaram. Organizados em um círculo enorme que ocupava todo o pátio central da praça cerimonial de Wanyama. No centro uma grande estátua de palha e gravetos a imagem de Jakku e Argh estava toda adornada de flores, e ao redor deles mesas fartamente cobertas dos mais variados pratos. Jarros enormes e cheios do incenso fúnebre perfumavam todo aquele festejo, cantavam aos ancestrais para que os acolhessem em seus braços. Em um ponto da grande roda, uma pequena elevação foi construída para sustentar o trono do regente e outros menores para os membros do conselho e o jovem príncipe. Madu assistia todo o festejo em silêncio, pensando sobre suas próximas decisões enquanto segurava com força a máscara de Ngaya sob seu colo.

Já havia cerca de uma semana que tinha retornado, houve um banquete improvisado em sua chegada, mas o regente dispensou maiores honrarias por ter recuperado um artefato histórico para seu povo, “mais importante que itens poderosos, é o poder de nosso povo unido”. Tratou de agilizar o quanto antes os ritos para celebrar a vida de Jakku e Argh, precisava tirar o peso de seus ombros, garantir que ao menos descansariam em paz depois de atribuladamente perderem suas vidas para que a missão fosse cumprida. Durante as primeiras noites acordava aos berros como uma criança. Sonhava com Argh chorando, cavando a rocha com suas unhas ensanguentadas e gritando o nome de Jakku e o dele. Esperava que ao final dos ritos, ao menos em seu sono tivesse paz já que a ausência de um importante membro abriria uma brecha de poder e conhecendo Magamba, sabia que a velha não deixaria a oportunidade passar.

Ainda no festejo alguns dos mais belos ferais dançavam de mãos dadas formando uma roda e as crianças que ainda não tinham passado pelo rito formaram outra roda, no interior dessa, girando no sentido oposto. Braços, cabeças e quadris se balançavam de forma frenética, o suor escorrendo pelas peles multicoloridas, adornadas por topázios, sementes e diamantes. Dentre os belos dançarinos, um se destacava, Malaiko, um feral de longos chifres eretos, rosto comprido, corpo esbelto, pernas fortes e olhos doces com longos cílios, atraia os mais diversos olhares com seus movimentos graciosos e um sorriso zombeteiro, quase um desdém a toda a atenção que sabia receber… mas ele parecia só ter olhos para outro feral, Jalil, um dos três favoritos para assumir o conselho no lugar de Jakku, um pata que conquistara o raro totem do Elande Gigante Albino. Jalil por outro lado estava com outros tamborzeiros, batendo de forma intensa e incessante na pele dos atabaques enquanto penas corujas tocavam os agogôs. Quando o Elande notou o olhar deu um sorriso discreto com o canto da boca. Tinham passado a noite anterior juntos discutindo sobre o futuro e a proposta de aliança com a jacaroa Magamba. Não confiavam nela, mas juntos poderiam eliminar qualquer dúvida de que Jalil assumiria o conselho. Ela se encarregaria de convencer os outros dois possíveis indicados: Jamila a hipopótama e Djalo o elefante. O preço seria cobrado depois que ele alcançasse a posição de poder. Arriscado, mas irresistível.

Mesmo sem estar a par de todos os acordos e conchavos que corriam por Wanyama, Madu se mantinha firme em seu trono.  Ainda tinha alguns fiéis apoiadores e só precisaria conduzir o conselho bem nos próximos meses e demonstrar a força de seu artefato para costurar as alianças necessárias. Não era tarefa fácil, mas naquele dia decidiu por apenas honrar a memória de seus amigos e ensinar a seu sobrinho a cultura do reino que ele herdaria.

[RESOLUÇÃO]

Desafio: Fugir da inundação (ND Médio 5)
Madu: 3 Destreza + 1 Voo (Máscara de Wanyama) + 1 Esforço = 5
Sucesso! Ganha 1 XP.

Hærmys: ♠ 3 + 2 (agil) + 1 (domínio do ar) + 1 (esforço) - 1 (ferimento) = 6
Sucesso! Ganha 1 XP.

Lahyla: 2 + 2 (anel do ar e fogo) + 2 (esforço) - 1 ferimento = 5
Sucesso! Ganha 1 XP.


Desafio: Carregar duas lanças de oricalco (ND Médio 6)
Hærmys: ♠ 3 + 2 (agil) + 1 (domínio do ar) + 1 (esforço) - 1 (ferimento) = 6
Sucesso! Ganha 1 XP.


Desafio: Enfrentar os assassinos
Assassino 1/Assassino 2 (Mesma dificuldade, só duplicar os testes, ficando 4 esforço no total)
Madu ataque: 3 Destreza + 2 (Ossos de Ngaya) + 1 Garras + 1 Voo (Máscara de Wanyama) + 1 Esforço = 8
Madu defesa: 1 Resistência + 2 (Ossos de Ngaya) + 1 Escamas (Máscara de Wanyama) +1 esforço = 5
Sucesso total! Ganha 4 XP.

Desafio: Criar uma distração para permitir uma fuga (ND Difícil)
Hærmys: ♠ 3 + 2 (agil) + 1 (domínio do ar) + 1 (invisível) + 3 (esforço) - 1 (ferimento) = 9
Sucesso! Ganha 2 XP.

Desafío: Enfrentar Latifah (ND Difícil)
Lahylah: Assalto Satírico: 3+2(artes)+2(Misticismo) + 1 (esforço)
Consegue diminuir a dificuldade, mas fica sem esforço e falha no combate. Ganha 2XP pela interpretação.

[XP]

Total de XP do capítulo:

Madu: 13XP
Hærmys: 11XP
Lahyla: 8XP
Jakkargh: 8XP

EPÍLOGO II

Jipes e motos cortavam a paz do deserto, carregando soldados, armamentos e materiais para todo lado. O que há semanas era um templo escondido no deserto, agora era uma operação paramilitar clandestina. Ao redor do oásis erguiam-se diversas tendas que abrigavam trabalhadores vigiados por guardas mascarados com armamento pesado.

A maior entre as tendas era a base de Latifah, o braço direito do líder daquele bando. A assassina estava na frente da tenda, com uma fileira de assassinos a postos ao seu lado. Brincava com uma adaga, jogando-a para cima, deixando-a rodopiar por alguns segundos e depois pegando-a de volta habilmente com uma mão.

Apesar de ter falhado em recuperar Lahyla, que era tanto sua missão principal, quanto uma motivação pessoal, ela acreditava ter tropeçado em algo muito mais poderoso, que daria mais orgulho ao seu mestre. A nuvem à frente, como um monstro gigante deslizando pela areia, era o comboio de jipes que o trazia para ver a descoberta.

Os jipes entraram no acampamento em fileira, como uma serpente, e pararam na frente da grande tenda de Latifah. Os assassinos se ajoelharam e ela também. Botas aterrissaram na areia, seguidas pelo movimento de uma capa. Passos fortes se dirigiram até Latifah e uma mão repleta de anéis flutuou sobre seu rosto. Ela levantou o olhar e beijou a mão, que estava na mesma altura de uma cabeça presa ao cinto do homem. Era a cabeça decepada de Ishaq, pai de Lahyla e Latifah.

— Mostre-me o que encontrou.

A assassina se levantou e o guiou por entre as palmeiras até onde antes havia um lago com um templo no meio. Tudo agora era uma grande lagoa de águas rubras. O templo e sua ilhota haviam afundado, deixando para trás somente aquele líquido de propriedades mágicas. Trabalhadores começaram a construir um forte ao redor do lago e alguns homens se preparavam para mergulhar com um moderno equipamento de respiração.

— Havia um templo aqui, acredito que ele guarde artefatos antigos poderosos. Qualquer um que toca nesse líquido cai em um sono profundo. Além disso, seres feridos ficam conservados e não podem morrer se estiverem dormindo.

— Como descobriu isso?

— Venha comigo.

Latifah guiou seu mestre de volta até o acampamento. Entraram em uma tenda menor, onde um de seus médicos cuidava de um garoto de cabelos longos com o ombro enfaixado. Ele se sentou ao ver Latifah entrar. Ela pegou sua mão e bagunçou seus cabelos de forma amigável.

— Ele entrou no templo e voltou. Foi abandonado aqui por aqueles que chamava de família, mas nós o resgatamos. Vamos ajudá-lo a falar e ele vai nos contar sobre o que viu lá dentro. E nunca vamos abandoná-lo.
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